–---Pov Percy----

–Tyson! -eu gritei, correndo atrás dele

O monstrinho tinha pegado catapora e como minha mãe havia ido trabalhar, eu tinha ficado responsável pelo meu irmão.

–Tyson- ele jogou uma bola na minha cara -você tem que tomar o remédio!

–Não é ruim! -ele gritou de volta -parece brócolis

–Você nunca comeu brócolis Tyson

–Mas é ruim -ele jogou uma almofada na minha cara.

Okay, talvez os irmãos de Annabeth não eram os únicos pestinhas.

Já havia passado uma semana que eu tinha ido á casa de Annabeth, e conhecido seu pai, só de me lembrar já sinto arrepios e aquela dor de cabeça por causa das crianças pulando em mim.

Balancei a cabeça, não queria me lembrar daquilo.

Ouvi um barulho de vidro sendo quebrado, me tirando dos meus pensamentos.

–Tyson! -gritei

Acho que nunca falei isso...Mas, como eu queria estar na escola.

–----Pov Annabeth-----

–--Sra.Chase -chamou a professora de matemática -podemos falar?

Eu assenti, já era intervalo. Me sentei na frente de sua mesa.

–Annabeth, estou preocupada -ela admitiu

–Porque? -eu balancei a cabeça, desconfortável -minhas notas estão boas.

–Você sabe que sempre foi minha aluna modelo -ela me olhou com admiração

Eu dei de ombros, odiava o titulo de aluno modelo desde sempre.

–Mas, seu envolvimento com o Sr. Jackson -ela balançou a cabeça, como se não acreditasse que aquilo estava acontecendo -tem me preocupado.

–Porque? -eu ergui as sobrancelhas.

–Ele sempre foi bem...Um problema -a Sra.Dodds cruzou os braços- Não gostaria de ver a senhorita seguindo os exemplos dele.

Ok, eu estava claramente irritada agora.

–Sra. Dodds com todo o respeito, mas não cabe á nenhum professor me dizer com quem devo me envolver ou não -cruzei os braços

–Agradeço sua preocupação -eu me levantei -mas, a Sra. devia rever seus conceitos sobre alguns alunos.

Então eu fui até a porta, a professora deve ter entrado em choque porque nem se ouvia sua respiração.

É essa professora que eu admirava? Que só tratava com respeito e igualdade os alunos que ela achava bons?

Inacreditável.

Abri meu armário, arrumando os livros do dia seguinte.

–Annie? -Alguém me cutucou, Thalia- tudo bem?

–É a Sra. Dodds -eu respondi -ela é tão, irritante

–Puxa, a loira está revoltada -Thalia riu -bem vinda ao grupo que odeia a Sra. Dodds

Eu ri, Thalia sempre melhorava meu humor.

–Então onde está o Luke? -perguntei

–Está jogando futebol -ela fez uma careta

–Ué! Não foi você que me arrastou para aquele jogo dizendo que "tinha renovado seus conceitos"? -Eu fiz aspas com os dedos.

Ela revirou os olhos

–Como vai vocês dois? -perguntei, arrumando os livros

–Bem -ela sorriu -e você e seu cabeça de alga?

–Bem -eu sorri -ele ficou em casa cuidando do irmão

–Ele é uma coisa -ela admitiu -mas gosto dele

–Claro vocês são primos - eu respondi

Ela mostrou a língua pelo lembrete

–Mas, eu sou da parte inteligente da família

–Aham -retruquei

–Está duvidando? -Thalia desafiou

–Não, você é um gênio -me dei por vencida

Ela riu

–Então...-Thalia me deu um olhar que eu tanto morro de medo

–O que foi? -perguntei

–Você e o Percy já...-ela analisou -você sabe...

–O que foi Thalia -eu olhei para ela

–Vocês já...-ela olhou para o lado, evitando olhar nos meus olhos -fizeram...alguma coisa...Entre quatros paredes?

–Thalia! -gritei -isso é coisa que se pergunte?

–É só uma pergunta de sim ou não Annabeth -Ela deu de ombros

–Thalia você e o Luke...-eu corei antes de completar a pergunta

–As vezes um relacionamento vai muito além de beijos Annie -ela corou -mas, você não me respondeu

–Não -eu sussurrei rapidamente

–O que foi? -Thalia cruzou os braços -está com medo desse tipo de intimidade?

–Não....Sei lá -revirei os olhos

Thalia ergueu uma sobrancelha como se falasse: "Pode falar"

–Um pouco -eu estava entrando em pânico, porque os livros ficaram uma bagunça.

–Olha Annie -Thalia fechou o armário -se ele sequer pensar em te magoar, eu quebro a cara dele, tenha certeza.

Ela sorriu, dando aquele assunto por encerrado.

–Eu não duvido -eu ri

Thalia podia ser meia louca, mas ela sim era uma amiga de verdade.

Meu telefone tocou e Thalia pegou da minha mão

–Alô -ela sorriu -ah!

–Para você Sra. Jackson -ela riu

–Alô -atendi

–Annabeth? -Percy parecia em desespero- preciso de ajuda!

–----Pov Percy----

É, não adiantou.

Eu tentei subornar, falar de dinheiro, doces e até ameaçar (eu sei que é errado), mas o monstrinho chamado Tyson, não se rendia, talvez os irmãos de Annabeth não sejam tão diferentes de Tyson.

–Tyson? -Eu entreguei na cozinha -vamos lá, você precisa tomar o remédio!

E então Tyson apareceu com um balde de água e jogou em mim.

–É agora que você morre -eu disse, totalmente molhado.

A campainha tocou, salvando meu irmão.

Abri a porta e era Annabeth, com sua blusa branca, seu jeans e All Star, seu cabelo preso em um rabo de cavalo, ela estava linda. Enquanto seu namorado todo molhando parecendo dona de casa. Incrível!

–Percy ? -Ela arregalou os olhos -o que houve ?

–Tyson -eu apontei para as escadas

–Você não sabe mesmo lidar com crianças, não é? -Ela balançou a cabeça

–Estou correndo atrás dele desde hoje cedo -admiti

Ela revirou os olhos.

–Cabeça de alga, me dá esse xarope -ela estendeu a mão.

–Ele pode te molhar -adverti

–Percy, eu não tenho medo de água -ela pegou o xarope da minha mão e subiu as escadas

E essa garota tem medo de alguma coisa?

–---Pov Tyson----

–Tyson? -entreguei no quarto infantil -Sou eu Annabeth!

–Annie? -ele saiu de trás da porta, com uma gosma verde na mão- Annie!

Ele jogou a gosma no chão e pulou no meu colo

–Oi -eu abracei ele de volta.

–Minha mãe disse que eu posso passar a catapora -ele desceu do meu colo

–Eu já tive catapora, bobinho -brinquei- então você não quer tomar seu remédio?

Mostrei o frasco para ele, que deu dois passos para trás.

–Você vai me obrigar a tomar essa coisa?

–Não -disse e desci até ficar na mesma altura que Tyson -você quer ficar com catapora para sempre?

–Não -ele fez uma careta -isso coça

Eu assenti

–Você não sente falta da escola ? -perguntei, esperançosa

–Não -ele admitiu -gosto de ficar em casa.

É, a família Jackson estava perdida.

Olhei em volta em busca de algo para usar.

Vi então uma foto de uma menina da idade de Tyson, ruiva....Percy disse que ele tinha uma namorada....Ella.

–Você não sente falta da Ella? -perguntei, sentando do lado dele.

–Ela está brigada comigo -ele se remexeu desconfortável -porque eu não gostei da fita do cabelo dela.

–Mas você não iria querer ver ela desse jeito? -perguntei

–Não -ele me olhou

–Então vamos fazer o seguinte...-pensei -você toma o remédio e eu te ajudo com a Ella que tal?

–Você faria isso? -ele sorriu

–Só se você tomar o remédio por alguns dias -adverti

Ele hesitou

–Vai ser rápido -eu disse

Ele fez uma careta

–Eu te dou um chiclete

–Tudo bem -aceitou

–Abre a boca

Ele abriu um pouco indeciso mas tomou.

–Bom garoto -elogiei e dei o chiclete

Depois de alguns minutos Tyson bocejou.

–Vou te levar para cama, tudo bem?

Ele assentiu, sonolento

Eu ó peguei no colo e coloquei ele na cama, cobrindo-o

–Annie -Tyson, sussurrou -obrigado.

–Por nada Tyson -beijei a testa dele

E então ele dormiu.

–---Pov Percy----

Será que Annabeth conseguiu?

Estava finalmente seco, e como resposta ela bateu na porta.

–Percy? -chamou

Eu abri a porta do meu quarto e lá estava ela, limpa e seca.

–Esse monstrinho gosta mesmo de você -sorri

–Não chame ele assim -ela disse

Eu revirei os olhos

–O que você fez?

Ela me contou o acordo que fez com Tyson e quando acabou sacudi á cabeça.

–Estou me sentindo lerdo por não ter pensado nisso antes

–Você é lerdo, cabeça de alga -ela riu

Eu á beijei

–Vou esquentar meu almoço, você quer?

–Claro, o que é? -perguntou

–Pizza

Ela riu.

–Vou lavar as mãos -ela sorriu

Eu á beijei de novo e desci as escadas.

Abri a geladeira, quando ouvi o grito dela.

–Annabeth! -subi as escadas correndo.

–Annabeth? -Bati na porta do banheiro

Ela saiu pálida e sussurrou:

–Em cima da pia

Eu entrei no banheiro e vi uma...Aranha?

Minúscula, andava pela pia quando eu á matei

Quando desci lá estava Annabeth, encolhida no sofá.

–Tudo bem? -sentei do seu lado.

Ela assentiu, respirando fundo

–Eu tenho medo daquelas coisas -ela encolheu mais ainda.

–Está tudo bem -eu sorri, passando a mão em sua cabeça -todos tem medo de alguma coisa.

–Qual é o seu? -ela perguntou me analisando.

–Sinceramente, são tantas coisas que nem sei -sacudi a cabeça.

–Me fale um - ela sorriu

–Magoar quem eu amo -admiti -para mim é pior que a morte.

Eu á abracei

–Obrigada, cabeça de alga -ela me beijou

–De nada, sabidinha - sorri.