Not another Di Angelo escrita por TheGhostKing


Capítulo 2
Not another Di Angelo




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– Nico! – gritei, correndo em sua direção.

– Afaste-se – respondeu ele, apontando a espada para o próprio peito. Seus olhos estavam vidrados e emitiam uma luz dourada sinistra. Era tarde demais.

O resto dos semideuses chegou tão perto do filho de Hades quanto eu estava. Ele encarou todos nós e riu, uma risada de puro prazer. Eu teria estranhado uma risada sem motivos vinda de Nico, mas ela não vinha dele.

– Se alguém ousar chegar perto, eu mato o menino – ameaçou o eidolon. Hazel soluçou.

– E o que você vai fazer se ficarmos longe tempo o suficiente? – perguntou Piper, tentando parecer cheia de coragem – Você não pode ficar aí para sempre.

– Tem razão – respondeu Nico – eu deixarei o menino ir. Mas com uma condição. Dois de vocês me acompanham até minha patrona.

– Você jurou não nos perturbar – lembrou Hazel – Jurou sobre o rio Estige!

– Não estarei descumprindo a promessa. É um acordo. Além disso, o filho de Hades não faz parte da Grande Profecia.

– Ir com você conta como um incômodo – murmurou Leo, baixinho, para ninguém escutar. Infelizmente, o eidolon não era exatamente alguém.

– É assim que você pensa, filho do fogo? Então você deve preferir a primeira opção que lhes foi dada.

– Não! Por favor! – Leo implorou, pálido.

Por um segundo, vi o desespero na expressão de Nico. Mas ele não resistiu. Cravou sua espada em seu peito e caiu no chão. Um fio escuro de fumaça saiu de seu corpo, voou sobre nós e sumiu entre as nuvens.

– Nico! – chamou Hazel, em desespero. Ela correu até ele e se ajoelhou ao seu lado. O menino segurou sua mão, em um gesto fraco.

– Estou bem – mentiu Nico. Sua espada ainda estava cravada em seu peito. A jaqueta de aviador estava empapada de sangue.

Hazel olhou para mim, fazendo-me tropeçar para trás. Era o mesmo olhar que, há tantos anos atrás, Nico me lançara, quando contei o que aconteceu com Bianca. O olhar que ele me lançara quando lhe entreguei a estatueta de Hades. Um olhar triste, de apertar o coração. Senti que devia ir até eles.

Nico ofegava, tentando sobreviver. Senti uma lágrima rolar pela minha bochecha. Gostava de Nico, no final das contas. Não queria perdê-lo. Já havia perdido muita gente. Apenas na batalha do dia anterior, perdi a Sra. O’Leary e Rachel. Não podia perder Nico também. Não podia...

– Eu vou morrer, Percy – ele disse, usando toda sua força – você sabe.

– Nico, por favor, não diga isso. Não diga nada. Não gaste suas forças.

– Você sabe – ele repetiu.

– Leo, dá para tirar ambrosia do seu cinto de ferramentas? – pergutei, desesperado.

Ele balançou a cabeça negativamente, olhando fixo para o chão.

– Leo – chamou Nico – não se culpe. Você sabe que ele me mataria mesmo se vocês não avançassem.

Leo levantou a cabeça. Seus olhos estavam inchados e vermelhos.

Voltei o olhar para Nico novamente. Ele me olhava fixamente. Então, percebi que ele não olhava para mim, e sim além de mim. E, para onde quer que esse olhar se dirigia, Nico achou um motivo para sorrir.

Ele usou suas últimas forças para puxar minha camiseta e me beijar. Senti seus lábios pressionados contra os meus. Todos os momentos que eu estive com ele passaram pela minha mente: eu nunca senti amor por ele. Nem mesmo naquela hora. Continuava o beijando, sem língua, sem amor, apenas um beijo para demonstrar, pela última vez, o quanto ele era importante para mim. Se não fosse, teria recuado há muito tempo.

Durante o tempo do beijo, tudo em que eu pude pensar se resumia à “Por favor, não, eu faço qualquer coisa, não o tirem de mim... Não outro Di Angelo...” Eu não sabia exatamente para quem eu estava implorando, mas era tudo o que eu podia fazer.

Afastei meu rosto do dele quando sua mão soltou minha camiseta e desabou no chão. Nico estava morto.

Levantei-me e andei em direção à Annabeth. Ela chorava, assim como todos os outros, que me olhavam perplexos. Abracei minha namorada e chorei. Hazel levantou, enfim, de perto do corpo de Nico e se juntou ao abraço. Depois Piper. E Jason. E Frank. E Leo.

– Gente - disse Jason, depois de algum tempo. Olhamos para ele. O abraço coletivo se desfez.

Ele apontava para uma espécie de luminosidade à nossa frente. Um ruído invadiu minha mente, mas não era aflitivo nem nada. Era como uma risada gostosa de criança.

Olhei direito para a luminosidade. As lágrimas embaçavam minha visão. Pisquei para limpá-las. A luz me parecia, na verdade, duas luzes com formato humanóide brincando um com o outro.

– Percy... – Annabeth agarrou meu braço. Parecia tão confusa quanto eu. Todos olhavam a luminosidade, mas ela parecia a única que conseguia enxergar o que eu enxergava.

Mas era impossível. Ela havia deixado de ser um espírito.

Não, não tinha outra opção.

Eram crianças.

Eram irmãos.

Eram os Di Angelo.


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Notas finais do capítulo

Bom, a fanfic é curta, mas espero que tenham gostado. Por favor deixem um comentário com a sua mais sincera opinião, estarei sempre tentando melhorar. Obrigada!



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