Lucky Ones escrita por Hamish


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Obrigada mais uma vez pelo feedback. Espero que não fiquem bravos comigo, não estou querendo matar ninguém do coração. Uma coisa deve ser dita: Como mostrado na classificação indicativa, essa fanfic é pra menores de idade, logo, não vai ter copa e nem sexo. Um beijo e não se esqueçam do feedback.



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Parei de pensar no quão errado aquilo era e simplesmente aproveitei. O gosto de Sherlock na minha boca, o corpo de Sherlock em baixo do meu, a respiração ofegante de Sherlock pedindo, implorando para que nunca parássemos de fazer o que estávamos fazendo no momento. Não queria pensar que tinha somente mais um dia e algumas horas sentindo aquilo, tudo aquilo, toda aquela sensação de novidade, de uma novidade boa e ruim ao mesmo tempo. Senti o volume na minha calça aumentando e ele também sentiu, logo parou de me beijar e ficou com os olhos azuis arregalados olhando para meu rosto e para baixo, na direção da parte da minha calça que estava feliz em vê-lo.

– Você pode parar de me olhar como se eu fosse uma aberração?

Sherlock riu e esticou os braços para que eu me aconchegasse ali. Era meio difícil dizer não para ele, ainda mais quando até meu corpo estava dedurando aquilo o que eu estava com vontade de fazer.

– Isso é normal, não é? – perguntou ele – Tá bem, eu sei que isso é normal, mas tipo, com dois caras... A ciência é bem objetiva e não fala muito a respeito disso.

– O que é normal? – apoiei meu queixo em seu peito – Dois caras que mal se conhecem estar se pegando desse jeito dentro de um carro é normal? Se não for, foi mal, mas eu não me importo muito com normalidades.

Sherlock sorriu, meio sem jeito e sem saber o que dizer, o que parecia ser bem raro para ele.

– Mycroft tem um apartamento aqui perto – ele falou rodando as chaves do carro. Pude senti r seu coração batendo depressa e torci para que ele não sentisse que o meu fazia a mesma coisa – Então se você tá se sentindo mal de fazer isso aqui dentro...

– Olha você me paquerando de novo – revirei os olhos e ele riu – Vou ter que aceitar, né, afinal olha o jeito como você me deixou.

– Isso é um elogio, obrigado – Sherlock estava sorrindo muito e parecia realmente que ele estava achando tudo aquilo de sorrir, rir e beijar alguém muito novo. E eu tinha certeza que sentiria falta daquele jeito curioso e meio fechado dele, por mais que tudo entre nós tivesse acontecido tão rápido.

Ele esticou um pouco o pescoço e me beijou. Ele deixava a felicidade transbordar em cada movimento que seus lábios realizavam. Nos sentamos e ele pulou para a frente do carro. Tentei não olhar para a sua bunda, falhando miseravelmente nisso. Passei para a frente também e tudo o que eu posso dizer é que foram os quinze minutos mais estressantes da minha vida. Eu sabia o que iria acontecer, ele sabia o que iria acontecer. Eu não sabia como e nem onde seria, eu ainda nem sabia porque havia confiado nele para início de conversa. Mas eu havia. E agora estávamos indo invadir o apartamento do seu irmão mais velho para fazer uma coisa que seria tão nova para mim quanto para ele.

Ao chegarmos ao prédio, o porteiro abriu o portão prontamente, vendo que se tratava do carro de Mycroft Holmes. Estacionamos e saímos do carro, sem falar nada um para o outro. Entramos no elevador e ele apertou o botão que nos levaria ao quinto andar. Eu olhei para meus pés o caminho todo e notei que ele fazia o mesmo. Ao chegarmos ao andar, notei que o elevador abria justamente no apartamento. Um apartamento por andar, essa família é podre de rica ou o que? Dinheiro demais me apavorava por um motivo que eu não sabia dizer.

Só uma noite... Vocês nunca mais vão se ver...

Não era pra sentir um aperto no coração, mas eu senti. Aquilo não era para significar nada, mas quando Sherlock passou os dedos trêmulos pelo meu rosto e o levantou para me beijar, eu notei que significaria muito mais do que eu estava prevendo. O que estava acontecendo? Por que ele havia me chamado para sair do pub? O que eu, John Watson tinha de especial? E o que eu estava fazendo? A língua dele enroscada na minha, minhas mãos dentro da sua camisa social. Impressionantemente, a falta de seios ou de formas femininas não me incomodava. Eu queria ficar com ele, eu precisava ficar com ele, só com ele, somente com Sherlock Holmes, com todas as suas esquisitices e com todo o seu vício de fumar e soltar a fumaça na minha cara. Ele era homem e eu também, mas aquele sentimento era novo e ao começar a desabotoar sua camisa, notei que meus dedos estavam tão trêmulos quanto os dele.

– É a sua primeira vez também? – perguntou ele, me fitando com seus olhos azuis e parecendo ligeiramente preocupado.

– Com você é – eu sorri e o puxei para baixo para mais um beijo, tomando confiança o suficiente para puxar sua camisa e estourar um ou dois botões. Ele riu e voltou a me beijar, tirando meu moletom de um jeito bem descoordenado.

Entre beijos, risadas, tropeços e alguns barulhos de roupas rasgando, ele me levou ao quarto de Mycroft, nos jogando na cama macia e cheia de travesseiros. A cama era tão impecável que dava até pena bagunça-la, mas o desejo gritou tão alto que o “foda-se” que eu havia falado no carro acabou por ser direcionado aquela fina roupa de cama.

...

A culpa por ter bagunçado aquela cama toda cheia de tecidos caros e travesseiros de gente rica só veio na manhã seguinte. Acordei com o barulho de um telefone tocando. Tentei ignorar, mas ele não parava. Virei-me para o lado para tampar os meus ouvidos em alguma coisa quando notei um corpo ao meu lado. Pelo cheiro de cigarros e xampu de bebê eu já sabia de quem se tratava. Ele dormia tranquilamente, abraçado em um travesseiro sem fronha (nós estávamos tão animados assim?) e com um sorrisinho nos lábios finos. Me aproximei e passei meus braços pelo seu corpo magro. Ele respirou profundamente e se virou, com os olhos azuis meio sonolentos, mas o mesmo sorriso satisfeito no rosto.

– Bom dia – falei sem fazer força alguma para sorrir. Eu desisto de entender o que estava rolando comigo – Dormiu bem?

– Eu mal dormi – Ele se aproximou e me abraçou também, encostando sua testa na minha – Um futuro soldadinho me impediu de dormir noite passada.

– E como você sabe se ele realmente é um futuro soldadinho sendo que ele nem se inscreveu ainda no exército? - puxei um dos seus cachos enquanto falava.

– Eu falei com o meu irmão – antes que eu pudesse falar alguma coisa – É que eu realmente queria passar mais tempo com você... Você só precisa assinar um papel na segunda feira.

– E como seu irmão conseguiu meus dados? – perguntei com os olhos arregalados.

– Eu tenho meus poderes, Mycroft tem os dele – ele levou seus lábios até os meus e me deu um beijo. Meu coração disparou. Merda, aquilo ia deixar saudade, tô até vendo – Agora vou tomar banho.

– Não precisa – segurei seu braço quando ele foi se levantar. É, deixaria muitas saudades.

Ele me lançou um olhar de desaprovação e se levantou mesmo assim. Saiu enrolado em um lençol e entrou no banheiro, jogando o lençol para fora. Escutei a água caindo no chão do banheiro, depois só escutei o barulho de uma banheira enchendo. Uns cinco minutos depois ele me chamou. Me levantei, sem nem me incomodar em me vestir e fui até lá, coçando a cabeça. A banheira era maior que muitas piscinas que eu tinha usado quando era criança. Ele estava ali dentro, abraçado com os joelhos e nem precisou me convidar para que eu entrasse. A água estava fervendo, mas eu entrei de uma vez, me sentando na outra extremidade na banheira e encostando a cabeça em um travesseirinho. Gente rica pensa em tudo, realmente. Fechei os olhos, senti a água se movimentar e o corpo de Sherlock encostando-se ao meu. Ele se inclinou e me deu um beijo.

– Obrigado pelo lance do exército – falei, tirando um cacho molhado de cima dos seus olhos – Foi muito legal da tua parte.

– Não foi não – ele respondeu dando de ombros – Foi um ato bem egoísta na realidade, eu só queria que você passasse mais tempo comigo aqui. Só não dei um jeito ainda de você ficar aqui em Londres, mas pode acreditar que ainda vou conseguir encontrar uma maneira.

– Tudo isso pelo cara que você tirou de um pub particularmente chato? – perguntei, sentindo suas penas envolvendo minha cintura por debaixo d’água.

– Eu sempre me considerei assexual – ele parecia bem desconfortável ao falar sobre isso – até conhecer você. Sem pieguice ou algo do gênero, é só que demissexualidade era um dos meus diagnósticos, mas eu nunca...

Demissexuais são pessoas que só sentem atração sexual por alguém realmente importante. Eu não sabia que sentimento era mais forte, se era o de pena por Sherlock nunca ter tido ninguém com quem se importasse até me conhecer ou se eu me sentia especial. Optei pela segunda e deixei isso bem claro quando passei os dedos pelo seu rosto e falei:

– Quando a gente se beijou lá no carro do teu irmão, eu senti a sensação mais zoada de todo o planeta – sorri para que ele não ficasse ofendido. Por que ele iria se ofender? Eu estava completamente pelado numa banheira com ele – Não quero dizer que foi ruim, porque definitivamente não foi, mas eu acho que foi o mesmo lance da atração que você falou... Você foi o único cara que me chamou a atenção de um jeito positivo desde o começo – Ele sorriu meio envergonhado – E eu sinceramente espero que seja o único.

– A gente ainda tem vinte e quatro horas – Ele falou mais sério do que eu gostaria que ele estivesse – Se ainda quiser conhecer Londres e tudo ma...

Calei sua boca com um beijo e ele não me pareceu muito incomodado, por isso estranhei quando ele me empurrou e virou seu rosto para a porta. Ainda com o choque da rejeição, me virei para onde ele estava olhando e vi um homem, muito parecido com ele nos olhando, de braços cruzados e uma expressão severa no rosto. Ele usava um terno cinza escuro e, repetindo, era bastante parecido com Sherlock, mas não tão bonito e os cabelos não eram tão rebeldes.

– Acredito que eu não precise nem dizer que eu estou ocupado, Mycroft – ele falou sem sair de cima de mim – Espero que seja muito importante.

Então aquele era Mycroft. Será que eu deveria me apresentar, lhe dar a mão para que ele apertasse? Ou será que no clima em que ele havia nos pego realmente não tinha espaço para esse tipo de brincadeira?

– Detesto atrapalhar esse tipo de coisa, irmãozinho – falou ele, me olhando de uma forma que só me fez ter mais vontade de me afundar na banheira – mas tenho um caso particularmente interessante para você.

Sherlock saiu de cima de mim e abraçou os joelhos novamente, juntando as mãos magras como se fizesse uma prece.

– Continue – falou ele, olhando para o irmão mais velho com um brilho no olhar.


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