A Lenda de Shara Shimizu 2 escrita por AninhaPah


Capítulo 3
Flauta Mágica




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Enquanto andava, cada vez mais, seus sonhos por leite eram estranhamente engraçados. Estava apenas indo se trocar e já parecia um século sem alimento.

–O que fazia sozinha perto do mar em meio a uma tempestade?

–Eu não me lembro. – dizia Shara enquanto procurava algo para vestir – Não me lembro de muita coisa.

–Aqui está. Experimente. – aquele sorriso carinhoso era difícil de negar – Olhe só, está linda.

–Não estou acostumada com roupas assim... – Shara tentava se conter para não cair sobre a barra do vestido que usava.

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Novos gritos eram ouvidos pela cidade. Os yokais estavam cada vez mais perto e os humanos estavam sendo atacados aos poucos. Não era mais o lugar seguro de que tanto procuravam.

A flauta misteriosa que se era ouvida de tão longe, acompanhada de uma aparição um tanto inesperada. Um jovem aparecia a cada anoitecer, a tocar uma flauta que fazia com que uma jovem vítima viesse a ele e ocasionava, consequentemente, sua morte inconsequente.

Bland: Um flautista aqui? – o som das flautas eram perturbadores aos ouvidos do mago ao fazer sua mente se desfazer de sua mais amada imagem

Uma noite se passou, desde que as imagens foram se apagando completamente de sua mente. Cada soar do ecoar de uma flauta, o tornavam novamente um ser só e sem coração.

Logo, uma semana acabara e as feridas haviam sido curadas por completo, ou apenas bem escondidas.

O quarto infantil acabou por ser esquecido. Nunca mais aberto, a humanidade massacrada, clamava por seu mago que por sua vez, desejava apenas seu próprio benefício.

Bland: Não quero ser intruso em seus pensamentos, flautista. Mas essa pequena cidade é minha. – sua voz firme e seu sorriso medonho, eram assustadoramente encantadores ao mesmo tempo – Desejo que se retire.

Flautista: Vou saciar minha fome com mais algumas pessoas e irei deixar tudo em paz. – sua flauta começou a ser tocada, trazendo a tona uma nova imagem – O que foi? Quer ouvir mais?

Um novo sono de vida estava em torno de um mago tão obscuro quanto poderia ser. Sua mente vagava em um sonho de sua amada desconhecida que fazia seu coração ficar vazio. Não haviam mais lagrimas a escorrer, seu luto havia sido eterno em sua alma agora a repousar. Havia percebido que se passava mais de um mês desde que sentou-se sobre o penhasco e procurou pelo cheiro de algo que nunca havia existido.

Flautista: Você não me vale a pena. Mas pode ouvir, se quiser – a flauta continuara no mesmo ritmo

O corpo do mago se movia como um ecoar de lobos uivantes, indo em direção ao penhasco mais uma vez. Quando se deu por lúcido, percebeu que procurava entre os mortos, uma alma viva para repousar seu sono e se sentir protegido. Não era mais assim, não havia aconchego ao amargo mago. Depois de tantos anos vivendo como um jovem, fizeram-no escrever a própria linha da vida e mesmo assim, nada além de gritos de afago. Olhava para sua sala de treinamento, sentia um cheiro antigo de suor que impregnava suas vestes, como um hálito gelado do destino; A sala de tortura o convidava para se submeter a tudo o que fosse possível, a fim de afugentar as cores que estavam em seus olhos; Sua cama, ali sem qualquer envolvimento com a história, fazia com que seu amo fosse derramado por um tremor intenso e urros novos. Era sua consciência tendo a total certeza de que estava desapegando dos fantasmas do passado e seguindo em frente.

As primeiras noites foram difíceis. O flautista não mais voltou, porém sua música ainda era ouvida. Apenas uma lembrava breve e permanente? Talvez fosse um devaneio novo. Um método para manter as noites de sono menos insalubres.

Bland: Sinto meu corpo queimar como chicoteadas chamuscadas pelas queimadas de angústia e medo. O que houve comigo todo esse tempo? Que maldição está sobre mim que não me deixa viver. – sua consciência estava em plena insanidade - Espero nunca mais sentir aquele cheiro podre de animal em minha pele, especialmente naquele medalhão imundo do qual devo me livrar. – novamente sentia que algo o consumia, como uma droga feita especialmente para si

Nos dias que se seguiam, seus olhos eram vermelhos como o sangue que deixou ser derramado pela população. Ao pegar as coisas daquele quarto tão delicado, percebeu que sua força acaba por se esvair por entre seus dedos. Não sabia o que de ruim havia com seu ser, para não aceitar o que estava prestes a fazer.
Cada coisa que resolveu acreditar ser desnecessário, levou para o penhasco, como muito sacrifício, para assim queimá-las.

Bland: É assim que me desfaço de você, demônio imundo. – lágrimas corriam por seu rosto uma última vez – Lágrimas? Parece que estou mesmo feliz por tudo isso...

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–Nossa... Você está linda. – os olhos brilhando demonstravam que Akio estava, pela primeira vez, notando quem havia estado ao seu lado por toda a breve caminhada. – Aposto que aquele por qual estava esperando, estaria olhando-a como estou agora e não acreditando em que seus olhos lhe mostravam.

–Não sei por que, mas alguma coisa me diz... – uma nova lágrima escorreu sobre seu rosto, tocando o chão -... De alguma forma... Ele espera por mim.


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