Pov's Percy
Graças aos deuses, Quíron nos avisou que seria uma viagem bem estranha. Achei que esse negócio não existia em mitologia grega. Mas uma coisa eu digo pra você: Era a criatura mais linda que eu já vi em toda minha vida.
Suas asas abertas acima de nós formava sombra. Suas penas eram de um azul intenso. Sua cauda tinha, no mínimo, três metros de comprimento. Era...
–Uma Fênix?- Disse Thalia
–Isso faz parte da nossa mitologia?- Perguntou Lawrence
–Não faço a mínima ideia- Falei
Suas asas bateram e uma rajada de vento passou por nós, fazendo-nos recuar alguns passos. Rapidamente levantei Contracorrente. Não demorou muito e minha espada estava em suas asas. E não só a minha espada, como também as adagas de Annabeth e Jessica, a espada de ferro estígio de Nico, e o arco de Lawrence. Nas costas de Thalia restou apenas a aljava vazia.
–Eu não vou machuca-los- Falou a Fênix
–Não conseguiria nem se quisesse- Retrucou Thalia
–É claro que não- Respondeu a Fênix, com a voz transbordando sarcasmo
–Criaturas mitológicas têm senso de humor?
–Você tem, por que eu não teria?
–Ahh sua...
–Thalia, assim você só complica as coisas- Nico virou-se para a Fênix- Deixe-nos apresentar. Sou Ni...
–Não se faz necessárias apresentações, filho de Hades. Conheço todos. Apenas precisam saber que não será uma jornada fácil e o Cálice do Senhor dos Mortos não estava com Emily Howell...
Ouvir aquele nome me fez ficar vermelho. De Raiva. Fúria. Ódio. Apenas quando senti a mão de Annabeth envolver meu braço, foi que eu percebi que estava voltado para a Fênix e estava indo em sua direção.
–Percy!- Annabeth sussurrou em meu ouvido
–ONDE ELA ESTÁ?- Gritei- ONDE ESTÁ AQUELA DESGRAÇADA? ELA MATOU MEU AMIGO
–Percy...
–ONDE ELA ESTÁ?
–PERSEU JACKSON! PARA E ME ESCUTA, SEU IDIOTA
–NÃO! EU NÃO VOU ME ACALMAR ATÉ ESSA AVE ME DIZER ONDE ESTÁ EMILY HOWELL
Senti minha bochecha arder e vi a mão de Annabeth próxima ao meu rosto.
–Por que fez isso?
–Você precisa se controlar
–E você precisava bater no meu rosto pra isso?
Ela deu de ombros.
–Anna, ela matou Blackjack- Falei cabisbaixo- Eu não vou deixar barato. Você sabe disso
–Eu sei! Mas atacar a Fênix só vai te trazer uns hematomas bem feios- Ela fez careta
–Tá, tá, tá- Murmurei irritado e derrotado. Virei-me para a criatura- O que quer de nós? Nem sabemos quem é você e qual seu nome...
–Ízalys. Meu nome é Ízalys. Sou a mais velha da minha espécie. Vim apenas oferece-los minha ajuda. Vocês são semideuses honráveis e tenho certeza de que cumprirão a sua missão de qualquer forma. Mas temo que minha ajuda seja de grande precisão
–Como pretende nos ajudar?- Perguntei
–Sigam para o Oeste, o lugar mais frio que encontrar. Então apenas espere...
–Como?!- Perguntou Annabeth, incrédula- Quer que a gente vá pra Nevada? Lá é muito frio essa época do ano. Por favor, especifica pra gente o lugar de Nevada que teremos que ir
–West Wendover.

–Ai minha Atena! De acordo com os meus estudos... LÁ ESTÁ NEVANDO!

–Querida, relaxe. A pessoa que irá os ajudar saberá a hora e o lugar onde deve estar. Não se preocupem, descansem. Adeus, heróis
Senti meus olhos ficando pesados, meu corpo ficando mole. Minha última visão foi a dos meus amigos desabando no chão, e eu, consequentemente, também.
...
–Estamos esperando aqui faz umas 3 horas. Será que essa tal pessoa vai mesmo aparecer?- Resmungou Thalia, impaciente

Estávamos em uma floresta próxima à cidade. Tínhamos simplesmente acordado no meio do nada com roupas de frio.
–Você sendo extremamente positiva, né Grace?- Ironizou Lawrence
Ela deu a língua pra ele.
–E madura também
–Eu sabia que não deveríamos ter confiado em Ízalys. Ela nos enganou. Ninguém vai nos ajudar. Estamos sozinhos nessa- Falei
–Não seja pessimista, Perseu Jackson. Ízalys nunca mente- Falou uma voz desconhecida
Imediatamente fiz Contracorrente crescer em minhas mãos.
–Quem é você?

–Fiquem calmos, eu irei ajudá-los. Meu nome é Mariana. Podem me chamar de Marih. E nem pensem em dizer "não precisamos de ajuda, podemos fazer isso sozinhos”, não tem contra-argumento

–Pô, ótima companhia Ízalys foi nos arranjar- Thalia sorriu sarcástica- Você é semideusa ou clarividente?- Perguntou Thalia

–Semideusa- Falou

–E...?

–E o que?

–Você é filha de quem? Tenho certeza que de Atena não é!

–Você é bem mal-humorada, hein cria de Zeus?

–Sempre

–Okay, vocês nem se conheceram ainda e já estão “entre tapas”?- Disse Nico

–Ela não colabora

–Já chega, né meninas? Vamos ao que interessa?- Annabeth nos olhou sugestivamente. Thalia revirou os olhos- Como pretende nos ajudar e como sabemos que podemos confiar em você?

–Para a primeira pergunta: Eu tenho informações importantes, digamos que eu tenha alguns amigos que me mantém atualizada. E pra segunda: Você é filha de Atena, Annabeth, sabe quando deve ou não confiar em alguém. Saiba usar sua própria inteligência

Annabeth pensou um pouco. Todos sabíamos que Mariana tinha razão.

–Se for pra saber onde ela está, sua ajuda não será de muito valor. Ela entrou no nosso Acampamento... - Falei

–O QUE?!- Gritaram em uníssono

–Por que não avisou que aquela vagabunda estava no nosso Acampamento?!- Gritou Thalia

–Controle sua língua, Thalia- Repreendeu Annabeth. Ela revirou os olhos

–Não tivemos tempo- Me defendi

–Claro que tivemos. Mas não, você correu pro meio do nada pra fugir da realidade e a missão que se dane! Você deveria parar de pensar mais em você

–Eu não estava pensando em mim, estava pensando em um amigo. Mas você não entende isso, afinal não tem ninguém além da gente!

–E nem você, Cabeça de Algas!

Ouvir aquele apelido dela me deu arrepios até o último fio de cabelo. Começamos uma discussão até que alguém gritou:

–CALEM A BOCA! AGORA

–NÃO PODE ME MANDAR CALAR A BOCA. CHEGOU AGORA E JÁ QUER MANDAR? Poupe-me- Resmungou Thalia

–Não quero mandar em nada- Falou Marih com uma calma que nem Annabeth tem quando se trata de uma Thalia revoltada- Quero que parem de brigar, assim poderemos pensar no que fazer. Por favor, tenham ner...

Um terremoto balançou o chão. E detrás de um pinheiro saiu uns... Gigantes magrelos? Nos escondemos nas árvores.

–O que são essas coisa?- Perguntei

– Laisêion!- Respondeu Marih

–Traduza- Resmunguei

–Gigantes comedores de semideuses...- Arregalei os olhos- Se não fizermos barulho eles não irão nos ver. Não têm uma boa visão- Ela continuou

Ouvimos um galho ser quebrado. E lá se vai nossa chance de nos mantermos vivo

–O que foi isso?- Disse um laisêion

–Sinto cheiro de semideus- Gritou outro

–Você sempre sente cheiro de semideus, mas quase nunca é. Da última vez nós morremos

–É diferente dessa vez, Tito

–É melhor que seja mesmo, por que se não for, eu mesmo mato você, Toga

Então os gigantes começaram a quebrar as árvores e derruba-las...

Ferrou, pensei

Ouvi uma grito agudo e arregalei os olhos. Nunca desconheceria essa voz

–Annabeth!

–Percy!

–Achamos nossa refeição. Carne de meio-sangue!- Gritou Toga

Ele arrancou a nossa árvora das raízes e a jogou longe

–Corre, Percy- Gritou Marih

Eu não conseguia. O grito de Annabeth não saia da minha cabeça. Onde ela estava?

–Annabeth, cadê você?- Gritou Thalia

Tito correu até onde ela e Nico estavam e tomou Thalia em suas nojentas mãos. Nico se enfureceu e sacou sua espada. Eu me escondi com Mariana e procurei Annabeth. Lá estava ela, caída e com sangue saindo de um cortes em seu braço e cabeça. Corri até ela mas bati em uma árvore com uma pancada forte. Um chute. Senti um líquido quente escorrendo entre meus cabelos e caindo em gotas na minha blusa destroçada. Meu sangue. Minha cabeça latejava. O laisêion estava correndo na minha direção. Saquei Contracorrente e, em um movimento rápido, fiz um corte na sua panturrilha. Ele urrou de dor. Sorri e ataquei novamente, deferindo um arco. Ganhei impulso e subi pelo seu braço. O fato de ele ter, pelo menos, 3,5 metros de altura facilitava a minha escalada. Cravei minha espada no seu pescoço repetidas vezes, minha ira me ajudava bastante em tal ato. Tirei minha espada e então subi mais. Parei em cima do seu rosto, pus um pé em cada lado do seu nariz e finquei Contracorrente no seu olho direito e depois no esquerdo. Abri um sorriso sarcástico ao ver o laisêion ser reduzido a pó. Então entrei em mim novamente. Annabeth. Corri até ela. Ela estava inconsciente, mas parecia já está acordando.

–Anna, por favor acorda- Ela gemeu- Ah meus deuses!- Dei-lhe um abraço desajeitado

–Per...Percy! Você está bem?

–É claro que eu estou bem. Mas e você? Onde dói?

–Minha cabeça está latejando- Ela arregalou os olhos- Ai deuses! O que houve com a Thalia?

Só agora lembrei o que tinha acontecido com ela. Olhei para trás. Thalia estava caída no chão, sangue escorria de um ferimento na barriga. Nico estava com a sua cabeça apoiada em seu peito e tinha seus braços em volta dela, abraçando-a ternamente. Jessica estava chorando com o rosto enterrado no peito de Lawrence. Marih observava tudo de cabeça baixa.

–Thalia!- Annabeth gritou, tentando levantar-se

–Calma, você tá fraca. Vem, eu te ajudo

Ela apoiou-se em mim e nós andamos até lá.

–O que houve?

Nico levantou os olhos. Estavam inchados e vermelhos.

–Logo depois que Thalia foi pega por ele, eu o ataquei. Ele jogou ela longe e ela bateu em uma árvore. Eu consegui, com a ajuda de Marih, derrota-lo. Quando eu fui até ela, ela estava inconsciente, pedi para Lawrence ver se estava tudo bem e ele disse que ela estava com três costelas fraturadas, tirando o fato de um galho ter penetrado seu abdomen. Sinto a vida se esvair do seu corpo...- Ele já chorava novamente.

Ela estava morrendo, disso eu tinha plena certeza. Mas eu ia fazer alguma coisa. Minha prima não morreria. Não mesmo...