Digimon Mobile Adventure escrita por Felps Piller


Capítulo 3
Capítulo 3 - Aprendendo Sobre Digimon


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me pela demora. Eu tive que resolver algumas coisas, comecei um novo emprego e rever minhas prioridades. Agora pretendo lançar um novo capítulo todas as terça-feira(s). Espero que gostem.



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Daniel e Daichi estavam sentados, de frente um para o outro e com suas pernas cruzadas. Eles liam informações em seus celulares, apreensivos.

– Isso parece um pouco difícil de se entender – Disse Daniel por fim.

– O que é difícil? – A voz de Agumon ecoou de seu celular – Você que é meio idiota.

– To cansado de você me xingando a cada minuto, seu lixo digital!

Se não soubesse da verdade, provavelmente acharia engraçado ver o amigo brigando com o celular, pensou Daichi. A voz de Betamon também ecoou de seu celular.

– Não é muito difícil de entender, talvez leve um pouco de tempo para vocês humanos absorverem os dados.

– Sim mestre! O senhor só precisa se esforçar, sei que você consegue! – Exclamou Geo.

– Quem você está chamando de mestre seu desgraçado? – Grunhiu Agumon furioso – E porque eu tenho que dividir meu espaço com você?

– Vamos! Se acalmem crianças – Disse Daichi – Não vamos chegar a lugar nenhum assim.

Daniel acalmou-se ao escutar o amigo. Daichi olhava mais uma vez, atentamente as informações na tela de seu celular.

– Não é muito difícil de se entender Dani, quanto mais participarmos de batalhas, mais forte nossos avatares vão ficando. Assim poderemos evoluir ainda mais nossas habilidades como domadores, e auxiliar nossos digimons.

– Até ai eu entendi, isso segue a lógica comum de um jogo de RPG. Eu não entendi algumas coisas como funções, e essa tal de Digievolução.

Novamente, Daichi olhava atentamente para a tela de seu celular, a interface negra e as letras miúdas, verdes e brancas.

– Os digimons possuem estágios, assim como um humano passa de bebê a adulto, eles também evoluem; porém, a evolução deles é dada por estágio. Nossos corpos mudam a cada segundo, mas eles, acumulam dados e dados, necessários para uma espécie de transformação, que fará eles atingirem o estágio acima.

– E essa transformação é chamada de Digievolução?

– Exato! – Quem respondeu foi Betamon – Quando um digimon digievolui, seu corpo não só muda de forma, como suas habilidades e mentalidade também amadurecem. Porém, o processo de Digievolução por tempo, pode ser um tanto demorado as vezes.

– É por isso que no mundo digital, alguns digimaus optam por atacar digimons mais fracos e absorvem seus dados – Continuou Geo – Assim eles aceleram o processo de amadurecimento.

Fez se uma pausa, dessa vez foi a vez de Agumon falar:

– É por isso que alguns digimons procuram a ajuda dos humanos – gaguejou timidamente – Humanos, por algum motivo, tem a capacidade de momentaneamente ajudar na Digievolução, fazendo com que seus parceiros digimons possam amadurecer por tempo o suficiente e, combater alguns digimaus.

A mente de Daniel processou tudo por alguns segundos, então sua face tomou o ar alegre da conclusão:

– Então a Digievolução segue a mesma teoria do Especial Move? – Perguntou sorrindo.

– Sim senhor! – Respondeu Betamos, e o celular soou com uma risada anfíbia e esquisita.

O olhar dos dois amigos se encontraram e então, eles riram se divertindo com tudo aquilo. Daichi levantou, pegou sua mochila ao lado da TV, e caminhou até a porta, notando que Daniel lhe acompanhava com o olhar. Ele deve ter esquecido que tenho que ir à escola, pensou.

– Nos vemos mais tarde, não vá capturar mais nenhuma digimon sem mim – Sorriu.

Daniel então retribuiu o sorriso, com um ar malicioso na face.

– Claro! Mas não posso prometer não chutar a bunda de alguns.

"Taming..."

Anabelle caminhava calmamente pelas ruas do bairro de Ikebukuro, em Tokyo. Muitos jovens que passavam por ela, espantavam-se com sua beleza. Vestia jeans e uma camisa branca, que realçava seu corpo de menina de 18 anos. Seu compridos cabelos castanhos claros, desciam até sua cintura, e seus olhos era de um verde cristalino, como profundas esmeraldas.

Seu celular fez um Plilim e uma voz fina, mas gutural disse:

– Senhora – Dizia a voz – Você conversou com o irmãozão Gallantmon?

– Sim – Disse com tamanha sutileza, que tornava-se inaudível as pessoas ao seu redor – Logo nós veremos ele Guilmon.

– Eba! – Ecoou seu tom alegre – Mal posso esperar para velo.

– Eu também

Ainda caminhando, na calçada, dobrou uma esquina à direita.

– Senhora?

– Sim, Guilmon?

Fez-se um breve momento de silêncio.

– A senhora pode contar comigo, eu vou esmagar todos eles, para podermos ver o irmãozão.

Anabelle parou por um momento, então retornou a caminhar. Seus olhos agora estavam determinados e, não conseguiu esconder de si o sorriso malicioso e excitado.

– Eu sei, Guilmon, eu sei.

"Taming..."

Tocou o sino da última aula. Daichi então levantou-se de sua mesa e guardou seu material.

– Ei! Daichi, vamos ao karaokê hoje? – Disse Nobunaga, colega de classe.

– Não posso! – Sorriu – Tenho visita em casa e não posso deixar ele esperar.

– Bem, tudo bem então – Respondeu deprimido.

Caminhou para fora do colégio, o sol tardava-se a se por. Seu celular, segurado com firmeza pela sua mão esquerda, enquanto sua mochila era carregada nas costas. Podia não ter o porte atlético de um menino do colegial, mas Daichi sempre gostará das corridas por metro, e como devia se dedicar a um esporte, por mais que tivesse toda preguiça do mundo; a corrida não negava-se o devido esforço.

– Alguma coisa lhe incomoda senhor? – Betamon surgiu na interface de seu celular

Um pouco surpreso, sorriu timidamente ao novo amigo.

– Não, apenas pensativo. É realmente engraçado toda essa história de digimon e esse jogo maluco.

A criaturinha verde, que parecia mais um girino, grunhiu, levando suas patinhas a sua face, como se se sentisse culpada, pelo incomodo do humano.

– Não! – Exclamou rapidamente – Não precisa se sentir culpado Betamon. Na verdade, fico contente por tê-lo como amigo agora.

Betamon, saindo da pose de esconde, sorriu largamente mostrando sua intensa satisfação.

A pequena rua estava deserta, os postes de iluminação começaram a se ascender. O córrego ao seu lado esquerdo, separado por uma grade, refletia os últimos feches do sol em sua face. Então as luzes piscaram, simultaneamente algumas vezes, e Daichi teve uma sensação estranha. Seu celular vibrou e começou a apitar um alarme agudo.

Sabia o que estava por vir, e correu em direção a sua casa, que ficava a não mais que algumas quadras dali. Cruzou a rua à esquerda, depois à direita e novamente à direita. Chegou a uma avenida um tanto movimentada. Seu celular começou a vibrar e a tele começou a piscar.

– Senhor, digimons estão chegando no limbo digital – Disse Betamon

– Eu imaginei que sim – Respondeu nervoso

Sentindo a estática começando a correr pelo seu braço, começou a notar no ambiente a sua volta pequenas manifestações de dados. Perante a seus olhos: faróis, semáforos, fios elétricos, todos como estes; se era possível ver a deformação digital correndo freneticamente.

Olhou ao seu redor, e notou que as pessoas caminhavam como se nada fora do comum acontecesse. Pensou que talvez, pelo fato de carregar o digivice ou pelo fato de ter estado no limbo digital antes, conseguisse notar as mudanças no cenário. Betamon disse:

– Senhor, o digivice está carregando o programa Digital Limbo. O senhor precisa correr para uma deformação digital, fora da vista das pessoas.

Cansado de analisar o ambiente, sem hesitar, seguiu a um beco próximo, dobrando à esquerda. O beco não tinha saída, e várias sacolas de lixo estavam espalhadas pelos cantos. Mas lá estava, a pequena contenção de dados, presente no ambiente, visível somente aos seus olhos. Daichi correu, como quem quisesse pegar um pássaro com a mão. Por um instante, foi envolvido por uma luz branca. A superfície do chão mudou, agora correndo em um pano negro, sem profundidade, cercado por um túnel de superfície digital, de traços verdes, e números decodificados, flutuando, visíveis por uma cor branca, de fonte forte e negrita.

Mais uma vez a luz ficou forte, ofuscando seus olhos, e envolvendo-o por um eterno momento, claro e limpo. Abriu os olhos e notou, que voltara ao mundo que ontem, estivera passando por maus bocados, e que quase lhe ferira. Mas não se importou, na verdade, estava se divertindo com aquilo.

Olhou para seu celular, agora com o Digivice ativado. A tela carregava em vermelho o programa e, mais uma vez, visualizou a tela holográfica. Uma feixe de luz disparou de seu celular, atingindo uma altura de quase quatro metros e caiu vorazmente a uma distância de três metros aproximados. Anéis digitais apareceram, e dados foram se formando, tudo muito rápido, até atingirem a forma física de Betamon.

Juntos saíram em disparada pelas ruas digitais de Ikebukuro. O mapa holográfico mostrava a localização do que parecia ser um digimon.

– Betamon, hora da caçada? – Perguntou ofegante.

– Sim senhor! – E grunhiu em seguida.

Cruzou uma esquina à frente, então em meio a comprida rua avistou uma silhueta. O pequeno digimon tinha um formato de uma vela. Ele estava de costas e não notou a aproximação de Daichi e seu parceiro. Ele estendeu o celular para a figura.

Candlemon, digimon candelabro. – Lia-se – Técnicas: Fogo Explosivo e Mobilizador de Parafina.

– Vamos lá Betamon! – Gritou

Candlemon notou suas presenças, virando para encara-los. Sua face estava tomada pela fúria e sua postura era ameaçadora.

Fogo Explosivo! – Exclamou a voz fina.

– Choque Elétrico!

A onda de fogo e eletricidade colidiram-se, formando um emaranhado de chamas, estática e dados. Fumaça se espalhou tomando conta de metade da rua. Betamon metros de distância da fumaça viu quando a silhueta do inimigo surgiu em meio à confusão. Ele repetiu o golpe, mas o Choque Elétrico foi esquivado por Candlemon.

Mobilizador de Parafina!

Betamon foi atingido por uma cera quente. Seu corpo ficou imobilizado na cera branca, enquanto se debatia, inutilmente, em busca de liberdade.

– Betamon! – Gritou Daichi.

– Senhor! – Disse em resposta

Nesse instante, o celular de Daichi faiscou, mostrando uma nova interface holográfica. Ele leu, já imaginando o que poderia ser, sua esperança fora respondida. Levou sua mão até a área correta, ativando o Especial Move.

Fogo Explo... – Parou quando uma forte luz ascendeu à sua frente.

– Obrigado senhor! – Disse Betamon, agora envolvido por uma fina aura de dados. Ele levantou as patas da frente, quebrando a cera. Bateu sua patas fervorosamente no chão – Torre D’água!

Candlemon, alguns metros à frente, teve tempo de olhar o chão abaixo quebrar e, uma poderosa rajada de água elevar-se sobre seu corpo, atirando-o metros acima. Uma engrenagem negra saiu de seu corpo, enquanto girava no ar.

– Betamon, agora!

Choque Elétrico!

A engrenagem negra foi feita em pedaços.

"Taming..."

Daniel estava lendo algumas informações em seu digivice, considerando a ausência de Daichi, era o melhor que poderia fazer. Ele adorava jogos digitais, e sendo sincero consigo, achava toda aquela nova situação muito empolgante.

Porém, pouco conhecia realmente sobre digimon. Sabia que era um jogo de meados dos anos 90, e que várias versões foram lançadas desde a estreia da primeira versão. Este fez sucesso abordando os espectadores com monstros digitais, que vinham de um mundo digital, sempre precisando destruir os humanos, ou da ajuda deles.

Suas experiências com a série fora com a idade entre nove e doze anos. Alguns coleguinhas que gostavam de referências antigas da época, apresentaram-lhe versões dos games, animes e etc. Apesar de achar a ideia interessante, sempre preferiu jogos com altos gráficos, resoluções perfeitas e jogabilidades próximas ao real.

Aquilo era muito próximo do real, pensou.

Ele fazia comida, quando seu celular vibrou:

– Senhor? – Disse Geo.

– Sim? – Perguntou surpreso.

– Que cheiro é esse?

– Chama-se lamén. É muito bom – Pensou por um momento – Pera ai, você consegue sentir o cheiro do meu celular? Mas como?

– Não sei. Simplesmente consigo – Disse em tom sincero – O Agumon está até babando aqui – Zombou.

– Quem está babando seu desgraçado? – Daniel conseguiu ver mentalmente, o pequeno réptil laranja com baba escorrendo na boca.

Caiu na gargalhada. Com sua comida já quente, inspirou o aroma do macarrão e o caldo de carne. Perguntou se seria possível seus digimons comerem comida humana.

– Vocês estão com fome?

– Claro que sim seu maldito! – Exclamou Agumon nervoso – Você acha que a gente se mantém em pé com vento?

– O senhor pode usar Bits para comprar comida para nós – Disse Geo por fim.

Dani pegou seu celular e abriu o aplicativo digivice. A nova interface carregou, a tela preta com as letras em verde brilharam. Ele analisou atentamente as opções iniciais: Domador, Digimons, Digipédia, Programas, Loja Digital, Funções, Configurações.

Pressionou com o dedo a opção Loja Digital para visualizar algo novo. As opções Ambiente, Equipamentos, Programas e Digimons ainda estavam trancadas, como mostrava o pequeno cadeado amarelo na frente delas. Mas era possível acessar Itens. Novamente ele podia classifica-los entre alimentos, itens rápidos e itens de batalhar.

– O que vocês gostariam de comer? – Perguntou.

– Tem Lamén? – Disse Geo?

– Eu quero carne, droga! – Exclamou Agumon.

Analisou por um momento.

– Ótimo! Estou enviando um grande bife e, um lamén para cada um!

A nova interface mostrava uma pergunta: “Você atualmente possui 5800 Bits. Gostaria mesmo de comprar 2 Laméns e 2 Bifes Grandes por 380 Bits?”

Selecionou a opção sim. Depois sim novamente, para a pergunta: “Deseja envia-los ao seus digimons?”

– Nossa! – Exclamou Geo. Sua voz era um tanto mais grossa que de Agumon.

– Devo admitir, que posso não chamar você mais de desgraçado por hoje – Completou Agumon – Isso cheira muito bem!

– Fico feliz que tenham gostado!

Vou conquistar esse desgraçado pelo estômago, pensou. Leu um pouco as informações dos alimentos, enquanto comia seu próprio.

– Aqui diz que eu deveria tomar cuidado da alimentação de vocês. Vocês podem ficar muito gordos e lentos.

– Não me vem com essa porra!

Geo riu em dueto com Dani. Este levava sua última garfada a boca, mas parou por um instante quando a luz piscou. Ele olhou para a lâmpada, estava sentado na mesa redonda da cozinha, e o lustre demorou para ascender novamente.

– Você sentiu isso? – Perguntou Geo.

– Claro que sim, merda!

– O que foi? – Perguntou Dani, suspeitando. Estava ficando rápido.

Digimaus! – Exclamaram ambos.

Ele se sentiu empolgado. Enfiou o resto de comida na boca e, mastigando ferozmente, correu até a sala, onde estava sua blusa. Trancou a porta e quase esqueceu de trancar o portão da casa. Pela extensa rua correu, em direção ao centro urbano.

– É muito mais fácil os digimons aparecerem nos centros urbanos, devido à grande quantidade de energia que lá se encontra – Lembrou-se de Betamon dizendo uma vez.

– Senhor, vou carregar o programa!

– Claro Geo, por favor! – Tinha um sorriso no rosto.

– Vamos pegar esses desgraçados!

Seu celular faiscou, sentiu a estática percorrer o seu corpo. Dobrou a esquina à frente, notando que estava deserta. Agora, pensou. E seu corpo foi envolvido pela forte luz ofuscante. Em um instante e ele entrou no limbo digital.

Acertou fortemente algo. O que poderia ser? Pensou. Não tinha nada no mundo humano que pudesse influenciar no mundo digital naquele instante. Recuperou-se da queda, sentindo o chão a sua frente tremer levemente. Sua visão não mais ofuscada mostrou o que manterá seu corpo paralisado por um momento.

– Mas que merda é essa? – Se assustou, com a silhueta do grande e furioso digimon que se encontrava na sua frente.


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