Deep Six escrita por Gothic Princess


Capítulo 2
Capítulo II - Kate & Apolo


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos leitores! Eu queria agradecer pelos comentários e pelas pessoas que estão acompanhando, fico feliz que tenham gostado da fic e espero que gostem dos próximos capítulos.

Aproveitem!



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Melissa e Kevin estavam no Parque do Centenário em Metrópolis, ambos já trajando seus uniformes. Ele não costumava usar o seu com frequência, já que seu pai normalmente cuidava de todos os problemas na cidade e não havia necessidade de ele ajudar, mas guardava o uniforme para emergências como aquela; Era basicamente o traje do primeiro Superboy que Konner havia lhe dado depois que se aposentou, e Kev o aceitou sem se queixar.

Eles se encontravam escondidos em cima de uma das árvores mais altas do lugar, enquanto Batgirl observava o parque através de um binóculo. Kevin estava ao lado dela, esperando que algo acontecesse.

— Não quero ser chato, mas já fazem duas horas que estamos aqui. Tem certeza de que algo vai acontecer? — Superboy não era o tipo de irritar Melissa de todas as pessoas com perguntas, mas ele duvidava seriamente que aquele fosse um lugar para criminosos venderem uma droga tão poderosa.

— Sim — ela respondeu secamente. Havia passado as últimas horas do dia a hackeando as mensagens de adolescentes para conseguir algo, e no final ela finalmente conseguiu algo relevante.

— Eu entenderia se fôssemos procurar algo assim no Beco do Suicídio, mas isso é um parque. Ninguém em sã consciência contrabandearia algo tão valioso ao ar livre.

— As pessoas que vão fazer isso não são profissionais, são adolescentes tentando se divertir e acabaram de chegar — Batgirl colocou os pequenos binóculos de volta no cinto e pulou da árvore.

 Foi então que Kev viu dois adolescentes do outro lado do parque, podendo ouvir dali que eles conversavam sobre um soro. O herói desceu da árvore e observou enquanto Melissa se aproximava dos dois meninos, escondendo-se cuidadosamente nas sombras das árvores para que não fosse vista. Ele começou a flutuar para que seus passos não fossem ouvidos, também aproximando-se dos adolescentes pouco a pouco e esperando que sua amiga não pegasse tão pesado com aqueles garotos. 

— Isso é tão incrível, cara! Como você conseguiu, Dylan? — perguntou um deles quando seu amigo tirou duas seringas do interior de uma bolsa.

— Um cara me deu nos fundos da escola. Agora não precisaremos desses heróis fantasiados para nos proteger do problema que eles geralmente criam — o sorriso de Dylan logo desapareceu quando viu seu amigo congelar como se algo ou alguém estivesse atrás dele. Quando se virou, tudo o que viu foi uma sombra negra pulando sobre ele e o jogando no chão abruptamente. — Meu Deus! Daniel, me ajude!

— Cala a boca! — Batgirl o mantinha imobilizado no chão sem muito esforço. — Onde você conseguiu esse soro e quem o está fazendo?

— Eu não sei! Um estranho me deu, eu não sei de onde veio, eu juro! — o garoto falou, sua voz trêmula enquanto tentava se libertar.

Kevin não aprovava o comportamento agressivo da amiga, ele pensou que seria muito mais fácil se eles simplesmente conversassem com os adolescentes, mas não reclamaria naquele momento. Caso contrário, ela ficaria com raiva dele e isso não era bom, até mesmo para alguém tão poderoso quanto ele. O herói se aproximou de onde eles estavam e parou quando viu o outro menino injetar o soro no braço de repente. Superboy, então, usou sua visão de raio-x nele e pôde ver o líquido se espalhando pela corrente sanguínea do sujeito a uma velocidade absurda. Uma vez que o soro já tinha dominado completamente o corpo de Daniel, sua pele começou a se transformar em pedra.

O adolescente, uma vez normal, tinha agora dois metros e meio de altura e sua pele era completamente feita de rocha pura. Kevin viu que ele levantava a mão, preparando-se para atacar Batgirl e, sem hesitação, o herói voou para cima do monstro e o afastou dela. De vez em quando ele não conseguia controlar sua própria força, muitas vezes quebrando coisas que não deveriam ser quebradas pelos humanos com um simples toque. Esse foi um daqueles momentos em que ele percebeu que inadvertidamente levou o garoto de pedra para a cidade com o que ele achava que seria um pequeno impulso.

Melissa sentiu uma forte rajada de vento passar atrás de si e viu que Kevin havia empurrado o adolescente na direção da cidade, tudo aconteceu tão rápido que mal conseguiu pensar em algo a fazer. Seria um desastre ter aquele gigante em uma área urbana movimentada, disso ela tinha certeza. Tirou a seringa da mão do menino que estava imobilizando, arrancou a agulha da mesma e a colocou em seu cinto. Ela, então, algemou Dylan em um dos bancos do parque e correu em direção ao local onde Kevin e o monstro haviam caído, já podendo ouvir o barulho de várias pessoas gritando e carros sendo quebrados.

Pois é, aquilo não terminaria bem.

§

— Muito bem, eu desisto. Tire esse maldito dispositivo da minha mão antes que eu o destrua! — o jovem falou em um tom mais alto do que esperava para o amigo.

Algumas pessoas na cafeteria olharam em sua direção brevemente, sem saber por que ele estava tão irritado com um celular, pois ele possuía a aparência de um jovem comum que deveriam saber mexer em qualquer tipo de acessório tecnológico.

— É só um celular, Apolo — seu amigo riu, tirando o Iphone de sua mão. Ele sabia que o semideus odiava tecnologias em geral, mas sempre achava cômico vê-lo tentar usar alguma. — Há quanto tempo está naquela Ilha? Todos da sua idade sabem como isso funciona, você deveria ter aprendido em algum momento.

— Eu nasci e cresci lá, e estou aqui há só três dias. Minha mãe só me levou à Torre de Vigilância da Liga uma vez quando eu era pequeno e fiquei lá por uma hora, nunca realmente saí por muito tempo até agora — ele tomou um gole de seu chocolate quente.

Apolo ainda não conhecia ninguém, exceto Johnny, um amigo que trabalhou com seu pai, Steve Trevor, e o estava ajudando a se adaptar em um mundo completamente novo para o jovem semideus. Ele tinha ouvido dizer que muitos membros da Liga da Justiça tinham tido filhos e estava ansioso para finalmente conhecê-los.

— Você realmente deveria aprender a usar um celular o mais rápido possível, garoto. Temo que não seja tão legal viver aqui quanto era naquela Ilha mágica — Johnny falou, sério, e bebeu de seu próprio café.

— A amazona guerreira mais forte me odiava, então não consigo ver como isso será pior do que ter que treinar com ela todos os dias e ser espancado em quase todos os treinos — Apolo observou enquanto seu amigo riu um pouco e sorriu suavemente. — Não se preocupe, eu vou ficar bem.

Johnny assentiu, sabendo que o jovem era o melhor lutador que conhecia, e tinha um coração maior do que muitas pessoas espalhadas por aí. Depois de alguns minutos de um confortável silêncio entre eles, o ex agente da ARGUS virou a cabeça para a porta e viu um grupo de cinco lindas mulheres entrando na cafeteria, quatro com cabelos castanhos longos e outra com um loira natural. Elas atraíram a atenção de quase todos ao seu redor, com exceção do Apolo. Pareciam tão imersas na conversa que nem notaram os olhares, ou só não se importavam. 

Johnny virou-se para Apolo e deu-lhe uma leve cutucada enquanto o jovem estava concentrado em metralhar o telefone no balcão com o olhar, como se o dispositivo fosse ser destruído se fizesse aquilo. 

— O que foi? — o semideus perguntou, parecendo confuso com a cutucada.

— Cara, cinco garotas lindas entram e você nem olha para elas? Ficar tanto tempo naquela Ilha fez o seu cérebro derreter ou algo assim? — o mais velho provocou e riu.

— As amazonas também eram muito lindas, quase deusas, mas aprendi a não me importar tanto com as aparências — ele respondeu, dando uma olhada rápida na direção das garotas e prestando mais atenção na loira, que se destacava mais. — E eu não vim aqui para encontrar uma namorada, já era hora de ajudar o mundo com os meus poderes, assim como minha mãe faz.

— Boa sorte com isso, garoto. Eu prefiro continuar a ser um cara normal que pode namorar garotas bonitas como aquelas — Johnny deu de ombros e terminou seu café.

Ele era um pouco mais velho que Apolo, com seus vinte e cinco anos de idade. Tinha uma aparência jovial, com cabelos pretos e pele branca, não chamava muita atenção quando ao lado do semideus, já que ele não era tão musculoso quanto ele ou tinha um rosto tão belo quanto o do outro, mas pelo menos sabia flertar bem. O nome do semideus, no entanto, já denunciava que sua beleza era semelhante à do deus grego do Sol, seus olhos azuis eram os mesmos que os de sua mãe, enquanto o seu rumo físico era ainda melhor que o de seu pai. Ele poderia ter experiência zero conversando com mulheres que não eram amazonas, mas poderia encantar qualquer mulher com apenas um sorriso.

Quando ele deu um último gole em seu chocolate, de repente viu uma figura negra e vermelha atravessar a parede da cafeteria e bater no balcão, para depois cair atrás do mesmo. A maioria dos civis ali começou a gritar quando um monstro de pedra cruzou o buraco na parede e caminhou até o balcão, parecendo procurar alguma coisa. Apolo ficou estático pela surpresa, pois ele nunca havia visto nada assim antes. 

Antes que ele pudesse fazer algo para deter o monstro, viu alguém pular em suas costas e golpear sua cabeça violentamente com socos, não conseguindo nada além de fazê-lo ficar mais irritado. Apolo percebeu que quem estava lutando contra o monstro era uma mulher, e mesmo que isso não o tivesse surpreendido, ele ainda estava impressionado por ela ser tão corajosa a ponto de saltar em cima de um bicho duas vezes o tamanho dela apenas para tentar detê-lo.

Percebeu que ela usava um uniforme preto com um morcego no peito, o que o faz se lembrar de alguém das histórias que sua mãe lhe contava quando era criança, um homem que usava um traje de morcego.

Ele foi tirado de seus pensamentos quando o monstro agarrou a cabeça dela e jogou Batgirl para longe. Sem pensar muito, Apolo saltou e a segurou antes que acabasse batendo na parede com violência. E por causa de sua super força, ele não foi jogado para trás quando o corpo da vigilante acertou o seu.

Melissa tinha fechado os olhos, já se preparando para o impacto de suas costas contra a parede, e ao invés disso sentiu que alguém a segurava. Ela os abriu rapidamente, vendo-se cara a cara com um jovem desconhecido e extremamente bonito. Ela o afastou em menos de três segundos, levantou-se e correu de volta em direção ao monstro, que apenas acertou uma bofetada lateral quando a viu se aproximar. A morena foi lançada pela janela e caiu do lado de fora, com um grunhido de dor. 

Apolo correu até o monstro de pedra e começou uma briga de corpo a corpo com ele, que era a especialidade do semideus, mas socar a pele rochosa era algo que o herói achava um pouco inútil, já que parecia não ter efeito nele. Notou que a garota loira de antes ajudava os civis a deixarem a cafeteria para que não se machucassem, e que Johnny já havia conseguido escapar, ficando mais aliviado por isso. Por causa desse segundo em que ele se distraiu, o monstro agarrou seu pescoço e o empurrou contra a parede mais próxima, fazendo com que uma enorme rachadura se formasse até o teto do estabelecimento.

Kevin levantou-se quando se sentiu menos tonto e com a cabeça ainda doendo um pouco. Ele podia ter DNA kryptoniano, mas também era meio humano, então não possuía todos os poderes de seu pai e não era completamente invulnerável. Ainda podia sentir dor se o golpe fosse muito forte, embora conseguisse suportá-la mais do que as pessoas normais normalmente conseguiam.

O herói observou como Apolo lutou contra o monstro e viu quando a rachadura começou a se espalhar pelo teto, fazendo com que alguns pedaços dele começassem a cair. Seus olhos pousaram em uma garota de pé ao lado da porta e não demorou muito para ele perceber que alguns dos destroços cairiam sobre ela a qualquer momento. 

Superboy voou o mais rápido possível até ela, segurou-a pela cintura e a empurrou cuidadosamente contra a parede ao lado da porta, deixando seu corpo sobre o dela enquanto o teto desabou e vários pedaços de concreto caíam sobre suas costas e sua nuca. Ele podia sentir a respiração agitada da jovem em seu pescoço, nada menos do que o esperado, já que ele usara sua super velocidade e ela mal havia tido tempo de associar o que estava acontecendo. 

Quando ela abriu os olhos, Kevin pôde ver que eles eram castanho claro, algo estranho para perceber naquele momento considerando que o teto do lugar estava caindo sobre eles. Logo que sentiu os detritos pararem de cair, o herói se afastou um pouco, ainda olhando nos olhos da loira com preocupação.

— Você está bem? — ele perguntou.

— Sim, obrigada — sua voz saiu gentil e nem um pouco abalada após o evento. Um sorriso apareceu em seus lábios, revelando seus dentes brancos como uma nuvem.

Esse sorriso reconfortante desapareceu quando ela viu o monstro de pedra lançar Apolo no chão agressivamente e correr na direção deles. Sem conseguir pensar em outra solução, a loira empurrou Kevin um pouco para o lado e gritou. Seu grito não era comum, no entanto, o som que saiu de sua boca era afiado e estridente, tão forte que fez o monstro ser jogado para trás.

Kevin e Apolo usaram as mãos para cobrirem suas orelhas, ambos sentindo uma dor absurda depois daquele grito, que só poderia ser resultado de um poder meta humano. Os dois soltaram gritos abafados de dor e só depois de ouvir isso, ela parou, percebendo que o monstro já estava deitado no chão inconsciente e não precisava mais usar o seu grito do canário.

— Minha Nossa, me desculpem! — a loira ajudou Apolo a se levantar e depois olhou para Kevin, que acenou com a mão dizendo que ela não precisava se desculpar. — Estão todos bem?

— Kate? — os três se viraram para Melissa, que estava entrando pela porta da frente. Ela tinha um pequeno fragmento de vidro preso no abdômen e não pretendia removê-lo ainda. — O que diabos você está fazendo em Metrópolis?

— Você a conhece? — Kevin se aproximou da morena e examinou sua ferida, em seguida, e sem permissão, puxando o fragmento de vidro cuidadosamente do machucado.

— Ahh! — Batgirl trincou o maxilar para que não mostrasse sua dor. E quando o vidro saiu, sentiu um enorme alívio. — Esta é Kate Lance Queen, filha da Canário Negro e do Arqueiro Verde. Você deveria estar em Star City ou Gotham, nunca a vi por aqui.

— Vim a um encontro com velhas amigas, não esperava te encontrar aqui lutando contra um meta humano. E sinto muito pelo grito, às vezes me esqueço que ele afeta todos a minha volta e não apenas meus alvos — Kate falou. 

— Espere um segundo, vocês são todos filhos dos membros da Liga da Justiça? — Apolo perguntou.

— Sim, como soube? — Kevin virou-se para ele.

— Reconheci o "S" em seu peito, você deve ser o filho do Superman. Acho que ela é uma das filhas do Batman ou uma nova Robin — ele respondeu, encarando a Wayne com curiosidade quando ela deu uma risada falsa ao ouvir a última parte.

— E você é o filho da Mulher da Maravilha — Melissa falou, pressionando sua ferida com a mão.

Embora o ferimento fosse pequeno, estava sangrando mais do que deveria, o que preocuparia qualquer um que não tivesse tido tantas feridas como ela.

— Isso mesmo. Então, agora que fomos apresentados, podem explicar o que foi isso? — Apolo apontou para o monstro de pedra, que gemia de dor com as mãos nas orelhas sangrando.

— Não aqui, vamos para um lugar mais reservado — Batgirl disse, já ouvindo as sirenes de polícia se aproximando.

— Eu tenho um apartamento no edifício Sullivan a poucos quarteirões daqui. Vamos, você precisa fechar essa ferida — Kevin carregou Melissa até o lado de fora onde levantou voou na direção do prédio.

Apolo fez o mesmo com Kate e começou a voar atrás deles.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, até a próxima!!

Un beso mis amores :*