The Warmth In His Arms escrita por Ysmiyr


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

CUPCAKES
Bem, LEIAM BEM ISSO ANTES DE LER O CAPITULO.
Sim, está totalmente off da cronologia da história original. Sim, não tem muito a ver. Mas eu só queria escrever um pouco de angst AnnabethxNico. Sem condenações por isso, por favor.
Escrevi escutando ''Home'' do Mumford &Sons, sugiro que a escutem ^^
Espero que gostem!!



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Nico não sabia dizer o que o levara aquilo.

Bem, na verdade sabia muito, só queria realmente ignorar. Qualquer um dos dois que caísse seria ruim. Percy sozinho lá embaixo não conseguiria sobreviver sem o calcanhar de Aquiles. Annabeth sozinha lá embaixo acabaria com Percy. Então Nico não conseguia se arrepender da decisão de ter se jogado atrás dela.

Ele tentou puxá-la para cima, tentou tirá-la dali por viagem das sombras, mas o peso no tornozelo dela era simplesmente muito grande e logo iria quebrar.

-Me deixe ir. - Annabeth disse, convicta. Percy tentava alcançar Nico que se segurava em uma rocha sobressalente, mas não conseguia nem chegar perto. O filho de Hades arriscou uma olhada para a loira e viu a cara de dor que ela tentava esconder. Era a última coisa que ele queria fazer, mas houve um entendimento mudo entre ele e a filha de Atena.

-Vou achar o outro lado. - Ele disse a Percy, a garganta apertada. Ele não queria voltar lá embaixo de novo, mas era melhor antes ele do que o filho de Poseidon acima de si. - Ela vai voltar inteira.- prometeu solene num murmúrio. Percy pareceu assustado e perplexo por um instante, e seus olhos se encheram de lágrimas quando mais uma vez tentou os alcançar, e alguém o puxou para trás.

Nico se soltou da rocha, e juntos, ele e Annabeth caíram para a escuridão infinita.

(...)

Pareceram que se passaram anos até que conseguissem avistar alguma coisa abaixo deles. Nico conseguia ouvir os murmúrios dos mortos o recebendo de volta, e alguns monstros o desafiando novamente. Ele também conseguia sentir o que estava logo abaixo deles, e as unhas da loira fincadas na pele de sua mão assustadoramente ossuda.

Ela o chamou com um puxão no braço, e apontou para baixo, nem tentando falar, até porque o vento chicoteava tanto suas orelhas que eles teriam sorte de não ficarem surdos ao fim da queda.

Nico levou alguns segundo para entender o que ela perguntava e depois mais alguns para conseguir distinguir o que estava lá para amortecer a queda deles. Depois deu de ombros, mas chutou mesmo assim, e bateu duas vezes na cabeça e fez um movimento aberto com a mão, como se soltasse alguma coisa. Compreensão passou pelos olhos cinzas e ela voltou a perguntar mudamente se ele podia fazer alguma coisa.

Nico sentiu vontade de chorar.

Balançou a cabeça e fez menção que era água, e água ele não controlava. Annabeth pareceu entender, apesar de não ter certeza. Ele pensou em como fora a última vez que estivera ali; o quão perto de enlouquecer ele estivera. E mesmo voltando agora, ele não conseguia se arrepender. Ele sabia que podia fazer Annabeth sair dali viva e bem. Tinha certeza disso. Não podia dizer o mesmo de si mesmo, mas ele teria que tentar. A guerra não tinha acabado e Nico tinha que ter a certeza que fez tudo que era possível e até o impossível para ajudar e manter Percy vivo, e feliz. E se isso era somente outra viajem para aquele lugar, então ele faria; faria quantas mais fossem precisas.

(...)

Lutar lado a lado com Annabeth não era o que o filho de Hades esperava.

O único semideus com quem Nico já havia confiado para proteger suas costas numa batalha era Percy; e os dois não eram nem um pouco parecidos lutando.

Enquanto Percy agia por puro instinto, atacando e girando quando sentia o perigo, Annabeth lutava sem se exaurir. Ela calculava seus movimentos para eliminar o máximo de inimigos de uma vez, e era muito raro alguém a acertar. Nico não pode deixar de se admirar com ela, ainda mais do que fazia antes.

E ao mesmo tempo, sentir raiva.

A cada momento que passava com ela, ele tinha mais provas que a filha de Atenas havia feito mais que apenas merecer seu lugar ao lado de Perseu. Ela havia reclamado para si, construído muros com fossas em volta e colocado arqueiros nas torres. Nico não tinha como nem pensar em lutar contra ela. Não quando ela fazia tão bem para o filho de Poseidon.

Cortou a última empousa e suspirou, tentando engolir o choro. Sempre tinha controle sobre suas emoções, mas ali ele não conseguia controlar nada. Os cacos que ele conseguia colar voltavam a se desgrudar e apontavam em todas as direções, todas muito longes uma das outras e ficando muito difíceis de serem colocadas de volta.

Ele não sabia quanto tempo ele conseguia suportar toda aquela dor; física e psicológica, mas ele tinha que ser o bastante. Ele havia feito uma promessa; e ele não se deixaria sair vivo dali sem a loira.

-Voce está bem?- ele perguntou a ela, sem a olhar, tentando fazer a voz soar firme e fazer suas mãos pararem de tremer, para não mostrar o quão apavorado ele realmente estava.

-Sim. - a resposta foi a mesma de sempre, mas dessa vez ela veio próxima demais. Nico se virou num pulo, saltando para longe da mão estendida da loira. Ela não se deixou abater e avançou até ele, fazendo-o recuar até bater as costas numa pedra excepcionalmente alta.

-Voce quer parar com isso, Di Angelo?- ela gritou vermelha.

-Qual seu problema?- ele soltou sem querer, numa voz mil vezes mais baixa, mas milhões de vezes mais mortífera que a dela.

-Meu problema? Qual o seu problema!- ela disse, alterada- Voce simplesmente se jogou aqui comigo, sem dar explicações! Eu não sei o que você espera com isso, mas me desculpe, o que eu Percy temos... - Quando ele entendeu a linha de raciocínio dela, não sabia se ficava mais chocado com a atitude dela ou com o desespero em sua voz.

-E eu achando que só ele era o lerdo. - o garoto resmungou empurrando-a de leve para fora do caminho e voltado a seguir em frente. Porém ela não desistiu.

-O que você quer dizer com isso?- ela alfinetou, aparecendo novamente na frente dele, com uma cara convencida.

- De que isso importa?- ele quase gritou em resposta, tentando manter a voz baixa para camuflar o quanto ela tremia. -Isso não vai nos ajudar aqui então...

-Importa porque você está arriscando sua vida por mim, e eu não... - Ele teve que rir com essa frase, coisa que a fez ficar quieta de choque. O cérebro da loira associou essa risada, vazia, fria, amarga com a que ele costumava ter quando o conheceu; feliz, alegre, inocente.

-Voce?-Ele murmurou ainda com um sorriso autodepreciativo no rosto- Nunca fiz nada por você, Chase. - disse ainda mais baixo, sentindo aquela parte do Tártaro que sabia que eles estavam ali cutucar seus memórias novamente, o fazendo querer correr, se isolar e chorar até desmaiar de exaustão como sempre fazia.-Nunca foi você.- Não sabia porque, mas no momento ele não ligava em ter revelado seu maior segredo para a namorada de Percy Jackson. Ele não ligava para nada a não ser a dor absurda em seu peito e a vontade de correr.

-Voce... Ah. - Talvez foi o tom dela; decepcionado, triste e com um algo a mais que ele não conseguia distinguir que o fizeram tão cheio de ódio por si mesmo novamente.

-É. Eu. -cuspiu como se ser quem era fosse um insulto- Vamos sair logo daqui e você pode seguir seu caminho. Sinto muito ter te trazido para isso, mas só conseguia salvar um de vocês. -continuou falando tão baixo que se ela não estivesse se focando totalmente nele, não teria conseguido ouvir. Annabeth não sabia o que dizer, ou como reagir agora, então quando ele começou a andar novamente, ela apenas o seguiu, sem dizer mais nada pelo resto da viagem, enquanto se cérebro ligava pontos e traçava novos padrões e explicações que agora pareciam fazer tanto sentido que ela se sentia estúpida de não ter notado antes.

(...)

Enquanto eles subiam pelo elevador, Annabeth tremia descontrolada. Ela não sabia como seu corpo estava aguentando tudo aquilo sem colapsar, mas olhar para o garoto ao seu lado fazia sua consciência voltar um pouco.

Nico nunca parecera tão abalado.

Quando ele ouviu as últimas palavras de Bob, os olhos perderam o foco por alguns instantes, só para voltarem marejados. A loira não tinha como ter certeza, desde que ele a ignorava terminantemente, mas ela podia quase sentir que ele estava vendo a morte da corajosa caçadora que salvara a vida dela mais de uma vez. Das corajosas caçadoras que deram suas vidas pela dela.

Ela não podia sequer imaginar como o menino se sentia, mas sentia um impulso louco de abraçá-lo e agradecer, pedir desculpas ao menino que arriscara a vida pela dela, mais uma vez.

Mas assim que as portas se abriram, e Percy correu até ela, Annabeth teve apenas um vislumbre do filho de Hades se afastando pelas sombras, segurando o ferimento em suas costelas, sem fazer barulho e passando despercebido. Annabeth nunca se sentira tão grata e tão culpada por alguém em sua vida.

Mas os braços de Percy eram simplesmente quentes demais para serem abandonados novamente.


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