Unforgivable escrita por oakenshield


Capítulo 8
Betrayal


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora.



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Katerina não conseguiu treinar o resto da semana. Sentia-se cansada demais e algo dentro dela ainda estava quebrado. Francis e ela dormiam no mesmo quarto, mas depois daquela noite, mal se falavam. A ruiva sentia-se péssima por isso, mas o seu orgulho não a deixava falar com ele.

Só de pensar que ele zanzava por aí com Heather...

Katerina apoiou-se na bancada de Cérebro.

– Katerina - Valentina a chamou. - Você está me ouvindo?

A ruiva balança a cabeça, afastando seus pensamentos.

– Estou um pouco cansada, só isso.

Valentina se aproxima dela e segura suas mãos.

– Eu sei que não é fácil para você ficar no mesmo quarto que ele. Eu pensei que se vocês ficassem juntos, seria mais fácil unir os países ao nosso favor. Eu só pensei em mim, me desculpe - ela pede com sinceridade no olhar. - Se você quiser, eu posso mudá-la de quarto.

Apesar de tudo, Katerina não queria ficar longe de Francis. Ela ainda tinha a esperança que ele terminasse com Heather e corresse para ela. Era o que ela queria, afinal. Sim, ela o queria.

– Há situações que precisam ser enfrentadas - ela diz -, mas muito obrigada, Sra. Hemingski.

Valentina balança a mão.

– Valentina, por favor, Sra. Hemingski... me sinto uma velha.

Katerina sorri.

– Obrigada, Valentina.

Elas ficam em silêncio por um tempo, observando as imagens. Os olhos de Katerina se enchem de lágrimas quando ela vê o monitor do Palácio Hüfner. A câmera está na sala de reuniões, com Petrus sentado na ponta, Branka e Harriet dos lados... sua mãe. Ela não percebeu que já estava acostumada com ela de volta em sua vida. Katerina sente que Harriet foi arrancada dela pela segunda vez.

Ela estranha a presença dos Kionbach ali. Alison, Jean-Pierre, Hector e sua esposa, Valerie Le Leukën.

– O que está acontecendo? - ela pergunta.

– Petrus e Alison irão se casar.

– O quê? - Katerina sussurra. - Não, mas Alison... Alison é...

– Ela está fazendo isso por Valerie, que está fazendo por Leona. Leona precisa do apoio dos Kionbach e dos Hüfner agora que Rebekah comanda Frömming e os Hallaya estão incentivando o povo a se rebelar contra o país dos países.

Katerina balança a cabeça.

– Isso é tão confuso.

– Isso é uma guerra se formando. Você precisa estar preparada.

– Meu filho está seguro com Hana. Minha mãe irá sobreviver. Ela sempre sobrevive - Katerina diz. - Isso é o que importa.

– Espero que você pense assim quando Vincent nos atacar. Eu sei que há espiões dele aqui, olheiros infiltrados. Eu sei quem são também, pelo menos a maioria. Eu preciso de alguém que eu possa confiar de verdade.

Ela olha para a ruiva.

– Posso confiar em você, Katerina?

Ela concorda com a cabeça.

– Ótimo. Então eu acho que posso dizer a você que Melanie está de volta.

A ruiva se surpreende com a notícia e Valentina sorri.

– Agora nós podemos começar a guerra.

+++

Francis para diante de Heather e cruza os braços.

– O que está acontecendo?

– Como assim? - ela pergunta enquanto arruma os cabelos em um rabo de cavalo.

– Você está estranha.

Ele se encosta no batente da porta e quando Heather não responde, ele entra no quarto que ela divide com outra rebelde e fecha a porta.

Ela se aproxima dele e o beija devagar.

– Eu estou perdida, só isso.

– Como assim?

Heather o olha no fundo dos olhos.

– Eu gostaria que você dormisse no mesmo quarto que eu.

Ele não diz nada, apenas a encara com a expressão vazia. Heather se irrita com isso.

– Nós já transamos várias vezes - ela rosna. - Por que você não quer dormir comigo?

Francis vê raiva nos olhos dela. Fúria.

– Você não pode deixar aquela vadia metida a rainha, não é mesmo? - Heather questiona. - Por que, Francis? Por que você não pode simplesmente deixá-la? Ela o expulsou de Frömming. O pai dela matou a sua mãe na sua frente. Isso não é o suficiente?

– Porque eu a amo! - ele fala alto de mais. Ele confessa com raiva nos olhos. - Eu não queria, mas aconteceu! Katerina não é responsável pela morte da minha mãe. Nós não somos responsáveis pelos erros dos nossos pais.

– Sinto muito por você, porque ela não vai durar muito tempo.

Heather acaba dizendo demais, ela percebe isso quando já é tarde.

– O que você quer dizer?

Ela balança a cabeça.

– Nós vamos perder essa guerra. Vocês do sul não conhecem Vincent tão bem quanto nós da Corte. Eu e meus irmãos crescemos junto com a filha dele. Nós convivemos com Vincent desde sempre e sabemos como ele é. Ele é implacável e quem quer que se meta com ele vai sofrer as consequências.

– Você é tão pessimista, Heather. As coisas não são assim. Katerina tem seus soldados e eu convencerei meus pais a mandar mais homens, mantimentos e...

– O problema é que vocês fazem tudo de maneira certa, sendo que Vincent joga sujo! Como você pode lutar contra alguém que não tem escrúpulos?

– Essa é a questão. Você luta.

Heather se afasta.

– Eu não me importo. Estou aqui porque quero meu pai morto. Não fiz os votos Apátridas por amor a causa, por vontade de mudar o mundo ou para derrubar pessoas do poder. Eu estou aqui por vingança.

Francis a olha segura pelos ombros.

– O que Herbert fez com você?

Ela tenta se afastar, mas não consegue. Francis a segura muito forte.

– O que ele fez?! - Francis se exalta.

Ela finalmente consegue se soltar, seca as lágrimas e respira fundo, ajeitando os fios de cabelos bagunçados.

– Não é da sua conta e se contar para alguém sobre essa conversa, saiba que eu posso fazer com que a sua morte pareça um suicídio.

+++

Hana segura o pequeno Erik no colo. Ela está sentada na cadeira de veludo amarelada e ele acabou de tomar leite na mamadeira. Havia uma mulher que trabalha para eles, ela tinha o filho pequeno e ele acabou morrendo. Enterros são caros e ela precisava do dinheiro. Hana ofereceu uma quantia mensal para ela doar o leite para o pequeno Erik. A mulher aceitou, é claro.

Fazia meses. Onze, para ser mais específica. Quase um ano. Hana estava isolada do mundo. O lugar onde eles moram é bem seguro, mas ela sentia falta do mundo lá fora. É impossível alguém atacar o Forte da Lua, mas apesar de tudo, a ruiva sentia saudades do seu país, da sua família...

– Por que as coisas são assim, Erik? - ela conversa com o bebê.

Ela sente as lágrimas escorrerem quentes pelo seu rosto. O pequeno Erik olha para ela com aquela imensidão azul, não no tom brilhante de Erik, mas no tom intenso de Katerina. Aquele azul mar, vivo, quase verde.

– Minha irmã deveria estar aqui. Ela deveria estar em um palácio protegido, mas agora está em um esconderijo que sabe-se lá onde fica, completamente incomunicável.

Ela o olha e sorri.

– O que eu posso fazer, Erik? O que essa sua tia louca e melancólica pode fazer?

Ele curva a cabeça para o lado, a olhando. É como se ele a compreendesse. Hana sabe que é impossível, mas ela sente que aquele bebê está a ouvindo, mesmo que não esteja entendendo nada.

– Seu pai estaria orgulhoso se estivesse aqui - ela fala. - Sua mãe também.

– Ma... - o bebê balbucia. - Mama - ele estende os braços para Hana. Mama!

As lágrimas escorrem mais ainda.

– Não, Erik. Eu não sou sua mãe. Sou sua tia, irmã da sua mãe, Katerina.

As mãos gordinhas e macias dele se enrolam ao redor do pescoço dela.

– Mama!

Erik acha que ela é a mãe dele.

+++

Katerina sente uma queimação na garganta e uma irritação estranha. Ela tosse e quando olha para a sua mão, vê que ela está cheia de líquido vermelho.

Sangue.

Ela corre para o banheiro e começa a tossir loucamente. Sangue sai da sua boca, do seu nariz e do seu ouvido. Lágrimas começam a se formar nos seus olhos, a agonia toma conta do seu corpo. Ela tira a calça jeans e a blusa de frio, ficando apenas de calcinha e sutiã. O calor toma conta do seu corpo e ela sente as lágrimas escorrendo. Ela está chorando sangue.

Francis entra no quarto.

– Katerina? - ele a chama. - Você está bem? Katerina?

Ele anda até o banheiro e vê o estado dela.

– Kat... meu Deus!

– Francis, eu...

Ela vomita mais sangue. Katerina não consegue sustentar suas pernas e acaba caindo, deslizando para o chão, indo de encontro com a poça de sangue que formou ao seu redor.

Francis corre até ela e segura suas mãos.

– O que está acontecendo?

– Eu estou morrendo - ela murmura com os lábios e o queixo molhados de sangue. - Alguém me envenenou.

+++

Valerie confirma com a cabeça quando Rebekah pergunta a ela sobre o envenenamento.

– Está feito - ela diz. - Katerina irá morrer.

– Acho melhor não nos comunicarmos por algum tempo, afinal eles tentarão descobrir quem a matou.

– Tenho certeza que sua equipe irá encobrir o fato de eu ter assassinado a ex-rainha de Frömming por você.

Rebekah concorda com a cabeça.

– É sempre bom fazer negócios com pessoas espertas.

Heather sorri.

– Posso dizer o mesmo.

Um dos monitores de Cérebro e desligado e ela espera pela próxima chamada. Por volta de dez ou quinze minutos depois, a luz vermelha começa a piscar no canto da tela. Heather a pressiona, a ligando. O rosto de Fleur Hallaya ocupa a tela de quarenta polegadas pregada na parede.

– E então?

– Foi fácil convencê-la. Rebekah quer eliminar qualquer ameaça ao trono. Eu disse que queria a minha liberdade e a dos meus irmãos quando ela atacasse os rebeldes - a morena dá risada e Fleur a acompanha. - Realmente ela é uma novata. Nunca servirá para comandar um país.

– Ivna chegará essa semana em Frömming. Temos que estar preparada, porque ela é ardilosa e esperta. É bom você manter distância dos monitores por alguns dias.

Heather concorda.

– Sabe, Katerina tirou tudo de mim. Erik me pertencia bem antes daquele noivado ridículo ser firmado. O filho que ele deveria ter comigo, o trono de Ahnmach que seria meu...

– Você tem Hahle agora.

Ela balança a cabeça.

– Não é o suficiente. Eu quero mais. Eu sempre quero mais.

– E então o que você pretende fazer, minha rainha?

– Heron ainda está em coma, meu pai está morto e minha mãe em breve precisará ser internada em algum centro de reabilitação, porque está lidando com tudo isso da pior maneira possível.

– Como assim?

– Ela está maluca, Heather - a loira respira fundo. - Interrompe as reuniões, quebra tudo, faz escândalos, dá entrevistas ridículas, chora em frente as câmeras e... faz com que meu reinado pareça frágil e fútil.

– Florence sempre foi tão lúcida... seria uma pena se ela tivesse que ser eliminada.

Fleur balança a cabeça.

– A minha mãe não, Heather. Eu prometi a morte do seu pai e o trono de Altulle para você, mas a minha mãe é imune a qualquer ataque.

A morena suspira.

– Tudo bem. E qual será o nosso próximo passo?

– Nós iremos esperar Katerina adoecer. Depois daremos um jeito de tirar ela de lá, porque eu quero matá-la. Nada de veneno. Eu quero olhar nos olhos dela e matá-la. Eu quero sentir o sangue dela nas minhas mãos.

Heather sorri.

– Você é realmente maldosa.

– E você é uma traidora - Fleur dá risada. - Você é realmente uma Hallaya, Heather.

– Rebekah nem sonha com isso.

– Ninguém sonha com isso - Fleur diz -, mas eu tenho certeza que se Josh soubesse da verdade, ela também se doeria pela morte do pai dele.


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Notas finais do capítulo

Heather uma Hallaya? E Josh, o que tem a ver com isso? Hum, hum. Mais segredos.



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