Unforgivable escrita por oakenshield


Capítulo 33
Even After Death


Notas iniciais do capítulo

de volta!!!! o final está chegando
ps domingo tem got!!!!!



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Katerina está com um vestido azul turquesa um pouco acima dos joelhos. Seus cachos ruivos estão soltos e volumosos, emoldurando seu rosto branco. Passou o seu batom vermelho preferido e pediu para Judith deixar os olhos discretos. Ela procura por uma joia para a ocasião, mas não consegue pensar em nada.  

Alguém bate na porta. Anne abre e Erik está lá, parado. Uma camisa social branca, o primeiro botão aberto deixando o começo da sua clavícula levemente exposta. Ele está lindo, como sempre.  

E parece impressionado. Abre um sorriso enorme. As três damas de companhia de Katerina fazem uma breve reverência e se retiram, fechando a porta. Erik caminha até ela e a puxa pela cintura.  

— Você está radiante hoje - ele pega um dos seus cachos e sorri, antes de beijá-la. Ela coloca a mão em seu pescoço, aprofundando o beijo. Há gosto de menta em seus lábios e ele cheira tão bem...  

— Não consigo escolher meus brincos - ela sussurra quando eles se afastam.  

— Ainda bem que eu trouxe um presente comigo - ele tira uma caixinha preta do bolso. Dentro dela, dois belíssimos brincos de diamante em forma de gota.  

Ela quase chora diante daqueles brincos. Eles haviam passado em frente a uma joalheria, de carro, na semana passada quando estavam atolados de reuniões. Ela olhou apenas de relance, mas se apaixonou. Joffrey não deixou que o carro parasse para ela comprar os brincos, disse que o compromisso tinha prioridade e que os Archiberz eram conhecidos pela pontualidade.  

Erik havia o encontrado e o comprado.  

Ela pega e os coloca com delicadeza. Apesar de serem consideravelmente grandes, parecem leves em suas orelhas.  

— Eu adorei - ela o beija novamente -, mas o aniversário é seu.  

Ele sorri para ela.  

— E aonde vamos?  

— Surpresa - a ruiva diz.  

Naquela noite, ela havia pegado o iate de Joffrey para eles. Encomendou um ótimo jantar e separou as melhores safras de vinho do pai, que na época ela julgava ser seu tio. Era o aniversário de vinte e cinco anos de Erik, afinal. Mais tarde, eles fizeram amor ao ar livre e depois observaram as estradas, as ondas balançando o iate, a brisa bagunçando o seu cabelo... eles adormeceram.  

Tudo parecia tão fácil naquela época. Exatamente onze dias depois, no casamento de Rebekah e Alek, Erik foi assassinado.  

A fumaça... ele levando o segundo tiro por ela. Erik morto diante de Katerina...  

As lembranças voltam de forma impactante na sua mente. O cheiro da fumaça entra em suas narinas e ela sente a máscara ser depositada em seu nariz.  

— Eu vou te salvar - Erik diz. - Nós vamos matá-lo.  

— Por que você me deixou? - ela sussurra.  

Ela está alucinando, Katerina escuta uma voz conhecida no fundo da sua mente. Parece Hana, ou talvez Melanie.  

— Você prometeu - a ruiva continua, lágrimas em seus olhos. Em parte pela tristeza, em parte pela fumaça que causa ardência. - Até depois da morte.  

— Katerina - Erik fala. - Você precisa se concentrar. Levante-se. Nós precisamos acabar com Vincent e não podemos deixá-la aqui.  

O cabelo cor de trigo de Erik se torna mais escuro, assim como seus olhos azuis vivos, se tornando um tom revolto, como o mar naquela noite no iate. Seus lábios, mais carnudos. Sua barba, mais espessa. Sua voz muda.  

Não é mais Erik diante dela, e sim Josh.  

Ela suspira. Foi apenas um sonho...  

Sente Josh a puxar até que ela fique de pé. Ele abraça Melanie, que está atrás dele. Katerina sente uma ponta de inveja. Sente falta de Francis também.  

Havia o deixado sem notícias. Sua cabeça a cobrava agora por isso. Entendia do que Vincent era capaz. Ele ia deixá-los morrerem sufocados em seus próprios delírios.   

— Por que vocês não foram afetados? - ela pergunta.  

— PMI - Melanie conta. - A fumaça fazia parte de um dos nossos treinamentos. Andrew nos avisou dessa armadilha, por isso trouxemos uma máscara, caso você precisasse.  

Ela assente e sente os pés firmes no chão. O tênis de Melanie é o mesmo número que o seu, mas a ruiva sente o seu dedão começar a arder quando eles retomam a caminhada pelos corredores escuros do imponente Swen, o maior prédio de Meurer. Katerina começa a sentir a respiração pesada. 

— Vincent está cortando nosso oxigênio - Josh comenta, notando o mesmo que Katerina. 

— Ele quer nos enterrar aqui - Melanie rosna. - Vamos achá-lo e destruí-lo antes disso. 

Eles escutam uma movimentação quando param em um corredor bifurcado. Melanie aponta suas facas para o corredor na esquerda e Josh sua arma para a direita.  

Katerina se sente deslocada, deixada para trás. Por que eles haviam a chamado se iriam isolá-la? Melanie a disse, pelo holograma, que ela poderia ser necessária. Cegada pelo desejo de vingar Erik, a rainha aceitou na hora. Agora, parecia o errado a se escolher. Melanie e Josh tinham treinamento militar. Ela não tinha nada. Eles não eram o mais apropriado para matarem Vincent? 

Mas você tem a sua mente, ela pode escutar a voz de Erik dentro da sua cabeça. A sua inteligência. Isso ninguém pode te tirar. 

Um outro loiro conhecido sai da bifurcação a esquerda. Melanie está pronta para lançar a primeira faca, mas aqueles olhos verdes são reconhecidos por Katerina na hora. 

— Parem! - ela diz. - É meu irmão. 

Há fuligem no rosto de Michael e suas roupas estão rasgadas. Seus olhos parecem perturbados. Katerina corre para abraçá-lo. 

— Kate? - ele questiona. - O que você está fazendo aqui? 

Ela sente lágrimas em seus olhos novamente. 

— Vi seu comunicado sobre Vincent. Você foi tão corajoso, Mike - a ruiva sorri para ele. - Senti tanto a sua falta. 

— Imagine como eu fiquei quando ouvi notícias sobre sua morte - ele coloca uma pequena mecha ruiva que cai do coque da irmã atrás de sua orelha e lhe beija a bochecha. - Mas você ainda não respondeu minha pergunta. Você e dois militares rebeldes no mesmo prédio que Vincent... não pode ser coisa boa. 

— Viemos matá-lo - Melanie conta. - Você vai nos ajudar por bem ou por mal? 

Mike se vira para a morena. 

— Eu posso convencê-lo a se entregar. 

Melanie ri. 

— Vincent jamais irá se render. 

— Eu estive construindo um relacionamento com meu pai. Se eu conversar com ele, sei que posso persuadi-lo. Só preciso de uma chance. 

— E depois o quê? - a rebelde volta a questionar. - Ele ficará preso com seus privilégios? Ou em sua própria casa? Prisão nenhuma é segura o suficiente da influência de Vincent. Ele tem que pagar por tudo o que fez. 

— Eu sei como lidar com ele. Me deixe tentar. 

— Você não o conhece como eu conheço. Não o viu causar mortes como eu vi. Não experimentou de suas chantagens e ameaças. Não viu a sua filha ser tomada dos seus braços por um monstro! - Melanie se exalta, levantando a faca. - Se você não vai nos dizer onde ele está, faça o favor de sair do meu caminho por bem antes que eu o obrigue. 

Vendo que não conseguiria nada com a morena, se virou para a ruiva. 

— Kate, você precisa me ajudar. Você sabe como é ter um pai que todos julgam ser mau, mas que só você conhece o lado bom. Eu tive dois pais assim. Por favor, me deixe negociar com Vincent. 

Fleur também matou Erik e eu aceitei sua prisão, Katerina pondera. Ela entende Mike, sabe o que Joffrey fez e o perdoou, não perdoou? Por que só com ela é válido? 

Ela se vira para Melanie. 

— Tem uma prisão de segurança máxima em Frömming - ela conta. - Minha tia Branka ficou lá por algum tempo. Não existe lugar mais seguro em Manske, isso eu posso garantir. 

— Eu espero que você não esteja considerando essa ideia idiota - Melanie rosna. - Eu te chamei aqui para me ajudar, não para se virar contra mim. Não pense por um segundo que eu hesitaria em tirar vocês dois do meu caminho. 

Josh toca a mão de Melanie. A olha no fundo dos olhos. Não diz nada, apenas a faz abaixar a faca. 

— Nós vamos te deixar viver - ele fala para Mike. - E você, em sinal de boa fé, sairá desse corredor. 

Mike exita por algum tempo, mas vendo que não tem escolha, sai do caminho. 

— Você vem ou você fica? - Josh pergunta para Katerina. Ela segura a mão de Mike rapidamente e a aperta, como se quisesse dizer "eu tentei". 

Ele a puxa para um abraço. 

— Hillary está aqui para matar Vincent - ele murmura. - Se a vir, tente impedir até que eu chegue. Estarei logo atrás de vocês. 

Katerina assente, não certa de que o faria. Tentar ajudar Mike é uma coisa, impedir a morte de Vincent, o culpado por trás da morte de Erik... disso ela não era capaz. 

+++ 

Algumas horas antes 

Francis caminha pelos corredores frios do palácio de Katerina. Aquilo parecia ainda mais solitário sem ela. Esperou, esperou e esperou por Joffrey. Quando ele finalmente saiu da sala de reuniões, o mais novo o empurrou para dentro novamente. 

— O que você pensa que está fazendo? - ele rosna. 

— Katerina foi para Meurer com Melanie e Joshua matar Vincent - ele fala, exasperado. Havia acabado de ficar sabendo através de Hana. - Você sabe do que ele é capaz. Ele vai matá-la antes que ela possa sequer piscar. 

Joffrey pega seu holograma em cima da mesa e faz uma chamada. Diante dele, aparece um homem de cabelos negros levemente cacheados e barba por fazer. Seus olhos parecem tão sombrios quanto o resto da sua aparência. Apesar disso, abre um sorriso branco e amigável. Incomum. 

— E aí, chefe? - ele questiona. - Quais são as novas? 

— Preciso que você reúna seus dez melhores homens para agora - Joffrey comunica. - Hugh, vamos para Meurer salvar Katerina das garras de Vincent. 

+++ 

Eles atravessam o corredor meio escuro. Apenas a lanterna de Josh ilumina o caminho. Depois de caminharem em silêncio por um bom tempo, Kat anuncia que viu uma luz piscando ao fundo. Alguns segundos mais tarde, a luz pisca novamente. Ao chegarem lá, eles se deparam com uma porta de vidro. 

Melanie chuta a porta, que se quebra em vários pedaços. Lá dentro, Vincent vira-se para eles. Ele, porém, não está desacompanhado. Uma garota morena, cabelos presos em um rabo de cavalo alto, aponta uma arma para ele. Suas mãos tremem. 

— Você acabou com a minha vida – ela sussurra. - Queria que eu tirasse o meu filho. O meu bebê que nem havia nascido, apenas para que não ficasse feio para a sua imagem. 

— Você é uma estúpida se pensava que Matthew assumiria. Eu conheço muito bem aquela família. 

— Pensei que Robert fosse seu amigo – ela ironiza. 

— Ele era, até descobrir que eu dormia com a mulher dele – ele dá de ombros. 

Hillary parece ter sofrido um baque. 

— O que você... 

Ele sorri como uma caninana pronta para dar o bote. 

— Sabia que ele queria fazer um exame de DNA? Ele até achou que Matthew fosse meu filho. 

— Isso é impossível - ela sussurra. 

O pai continua a sorrir. 

— Será? 

— Sim, é impossível - a confiança dela retorna. - Pois o meu filho, o filho de Matt, vive. Ao contrário do que você pensava. 

O sorriso dele desmonta. 

— Você mentiu para mim? 

— Nada de diferente do que você tenha feito. 

— Hill... - Melanie chama. Apesar de Vincent ter visto eles, a morena ainda não havia prestado atenção. Ela abaixa a arma. 

— Melanie. 

É o suficiente. Vincent pula em cima da filha e arranca a arma de suas mãos. 

— Você pode ser boa, Hillary, mas nunca será melhor do que eu – ele resmunga, em cima da filha. 

— Mas eu sou – Melanie aponta a arma para a cabeça dele. - Solte isso. 

Ele sorri. 

— Você sabe que eu não tenho nada a perder, Melanie. Não temo a morte. 

Ela se abaixa até a altura do ouvido dele. 

— Pois deveria. O que o aguarda não é nada agradável. 

— Você acha que eu vou deixar você sair daqui para roubar a minha filha de mim? 

— Luna não é sua filha. E ela já está em segurança, bem longe de você. 

Ele chuta sua perna para o lado, a fazendo desequilibrar. Quando ela está se levantando, de forma rápida, Vincent já abriu um corte próximo ao seu joelho. 

Melanie grita de dor. Josh aponta a arma para Vincent. 

— Ele é meu – ela rosna. Josh atira no braço do homem. Em meio a poça de sangue, Vincent ri como um lunático. 

— Você não pode mudar seu destino, Melanie – ele fala, em meio a suspiros. - Nós vamos morrer abraçados. 

É a vez dela dar risada, enquanto se arrasta até ele. 

— Não me importo de morrer, desde que a última coisa que você sinta nesse mundo seja a minha faca na sua garganta. 

Ela sente alguém a puxar para trás pelos cabelos. Quando bate a cabeça no chão, vê que é Michael, filho de Vincent. Ele levanta o pai. 

— Mike – Hillary sussurra. - O que você está fazendo? 

— Ele é nosso pai, Hill. Ele merece pagar por seus crimes, não morrer por eles. 

— Ele não é meu pai! - grita. - Nem de sangue, muito menos de criação. Um monstro que queria me obrigar a tirar meu próprio filho jamais poderia ser considerado um pai. 

Michael parece decidido. Hillary, então, atira para cima. O loiro para com Vincent ao seu lado. 

— O próximo será em você - ela alerta. 

Ele vira-se pra ela, surpreso. 

— Você usaria em mim? 

— Não gostaria, mas se fosse preciso. 

Vincent corre em direção a saída nesse momento. Michael vai atrás dele. Hillary suspira, larga a arma no chão e alcança o irmão, o jogando contra a parede. 

— Você não pode ajudá-lo. Ninguém pode. 

Melanie tenta se levantar com a ajuda de Josh. É difícil caminhar.  

— Vá - ela diz. - Eu o alcanço. 

— Mas você disse que queria... 

Ela o beija. 

— Tenha cuidado. 

Josh assente e sai correndo atrás do Senhor de Meurer. 

Melanie encara Katerina. 

— Me ajude a chegar até lá. 

A ruiva olha para o irmão apanhando de Hillary. Há sangue saindo da sua boca. 

— Ele fez sua escolha – a morena fala. - Você vai deixar o assassino de Erik escapar? 

+++ 

Britney usa um vestido longo e vermelho, com detalhes em ouro no peito, nos punhos e na barra. Sua maquiagem fica no tom da sua pele bronzeada, com iluminador dourado nas maçãs do rosto e um batom vinho nos lábios. Seus cabelos naturalmente lisos estão parcialmente presos para trás, sendo o resto solto caindo para o lado em cachinhos feitos pela criada. 

Alguém bate na porta. Sua criada termina de fechar o colar de Britney para abrir a porta. Outra criada segura Thierry pela mão. 

— Você está deslumbrante, meu filho – ela pega seu pequeno no colo, que veste um terno francês e uma gravata azul marinho. 

Hoje, seu pequeno Thierry, de apenas três anos, seria proclamado rei de Altulle. E ela, a regente, até que ele passasse pelo seu aniversário de vinte anos e casasse. 

Quando descem para o Grande Salão, o papa ainda não havia chegado. Henry, tio de Francis, se aproxima deles. 

— Parece que você está sendo proclamada rainha, não regente. 

— Bom, eu ainda sou a rainha – Britney afirma. - Fui coroada neste mesmo salão há poucos anos. 

Henry sorri de forma irônica. 

— Estava tentando fazer um elogio, querida – e leva a taça de champanhe aos lábios. 

— Eu dispenso os elogios vindos de você - ela diz. - Sempre soube da sua pretensão ao trono – a morena sorri. - Eu frustrei seus planos, não é mesmo? 

— Nem perto disso. 

Ela dá de ombros. 

— Você tem razão. Mesmo que eu morra, ainda há Thierry. O trono também sempre pode voltar para Francis. Somos divorciados, ele deve se casar com Katerina e ter filhos em breve. Mesmo que isso ocorra, os Conselheiros preferem trazer Hector e Alison de seu exílio do que proclamá-lo rei. 

Henry para de beber para encará-la. 

— Eu sei que você denunciou Jean-Pierre. Ele me avisou, quando você descobriu que ele sabia sobre o incesto, que você o denunciaria. Ele já esperava a traição do irmão. 

— Você e meu irmão pareciam ser bem próximos - ele volta a sorrir. - Será que o filho do meu sobrinho, na verdade, não é meu sobrinho? 

Ela entende a clara insinuação dele. Está dizendo que Thierry pode ser filho de Jean-Pierre, não de Francis. 

— Você pode fazer um escândalo e exigir um DNA, eu não me importo – ela afirma, seca. - Vai apenas passar vergonha, pois o laboratório vai confirmar o que eu já sei. O que o mundo todo sabe. 

Ela procura se retirar, mas ele a segura pelo pulso. Britney vê Claire observá-los de longe. 

— Você tome cuidado, rainha-mãe. Não está tão segura em Altulle quanto pensa. 

Petrus, filho do seu falecido tio, Mattaj Hüfner, afasta Henry. Ele se aproxima do homem para defender a prima. 

— A próxima vez que você tocar em Britney, será a última vez que você terá mãos. Farei questão de garantir isso pessoalmente. 

Petrus, filho de Branka e Mattaj, consegue tirar Henry dali. Britney respira fundo, aliviada. 

— Muito obrigada, P. As insinuações dele estavam me deixando nervosa. 

Além do parentesco com Petrus, pois Mattaj era irmão do pai de Britney, rei da Inglaterra, ele ainda foi casado com Alison, irmã da Francis, ex-marido dela. Realmente, a monarquia estreitava os laços entre eles. 

— Sempre que precisar, B. Não vou deixar que essa família estrague a sua vida como estragou a minha. 

Ela toca o ombro do primo, compreensiva. Quando Alison perdeu o filho, descobriram que o bebê era de Hector, não de Petrus. Logo depois, ela sumiu no mapa com os irmãos e Katerina, até ser chicoteada com Hector em praça pública. Para o primo, foi humilhação demais para uma vida toda. 

— Não pensa em se casar novamente? 

— Nem em outras vidas. 

— Aposto que Branka não ia gostar de ouvir isso. Ela adoraria que você continuasse a linhagem. Além disso, você precisa de um herdeiro. 

— Minhas terras podem ficar para Thierry quando Francis tiver outros filhos com Katerina, não me importo. 

A morena o encara, confusa. Petrus pondera, como se fosse óbvio: 

— Você não acha mesmo que Joffrey vai deixar que os netos dele não sejam os herdeiros diretos do trono, ou acha? 

— Eu ouvi do que esse homem é capaz, mas Francis sempre disse que Katerina tem um bom coração, duvido que pediria tal coisa. Além do mais, Thierry é fruto de um casamento legítimo. O primogênito. Ninguém tem mais direito do que ele. 

— Britney... Katerina é tão minha prima quanto você e eu realmente não duvido das boas intenções dela. Sei como tem um bom coração e admiro isso. A questão é que ela está impregnada de amor pelo pai, mesmo tendo consciência de tudo que ele fez. Portando, não duvide, nem por um segundo, da influência de Joffrey sobre ela. 

+++ 

Katerina ajuda Melanie a se arrastar pelo corredor escuro até a sala onde eles escutam vozes. Elas param na entrada, Melanie não consegue respirar. A ruiva entrega a máscara para ela. 

— Eu já passei por coisas piores do que isso – a morena rosna. - Não sei o que está acontecendo comigo. 

— Deixe Josh lidar com isso, tudo bem? - a rainha fala. - Eu sei que você queria matar Vincent com suas próprias mãos, mas as vezes não era pra ser você. Confie em Josh. 

— Você não tem noção de tudo que esse homem me tirou – a guerreira sussurra. - Eu queria vê-lo sangrando até a morte e saber que eu quem causei isso. 

Katerina toca o ombro da filha de Kurt. Sua quase-irmã. 

— Saiba que quando tudo isso acabar, você vai estar com o homem que você ama e com a sua filha. 

Ela assente e sorri. As duas continuam. 

— Você não pode me intimidar, Joshua – Vincent observa Melanie entrando. 

Ele sorri ao vê-la debilitada. Nesse mesmo momento, a morena se força a caminhar normalmente, apesar da dor. Não importa, já era tarde. Ele havia percebido que ela estava fraca. 

— Diga a ela, Joshua. Diga a ela toda a verdade sobre como consegui capturar Derek. 

Josh vira-se para encarar Melanie. 

Vincent aponta a arma para o loiro, que pressiona sua própria arma contra o Senhor de Meurer. 

— Diga ou eu vou matá-lo diante os olhos de Melanie. 

O loiro suspira e olha para a morena. Não diz nada, mas ela percebe que há algo errado. 

— Vincent havia matado minha mãe.  

— Eu não a matei – ele interrompe. - Foi Kimberly. 

— Ele ameaçou matar meu pai também - o loiro continua. - Ele havia o sequestrado. Eu não podia arriscar enterrar minha mãe em um dia e meu pai no outro. 

— O que você fez? - Melanie sussurra. 

— Quando Vincent chegou ao apartamento e o viu vazio, ele fez tudo isso que eu te contei. Então me pediu informações sobre o seu paradeiro. E eu contei sobre o esconderijo. 

Ela respira fundo, tentando não sentir raiva. Vincent estava fazendo isso para separá-los, para que brigassem entre si ao invés de matá-lo. 

Melanie sente as pernas sem sustentação. Ela pode cair a qualquer momento. Não é pelo tiro, é pelo impacto. A traição. 

— Foi por isso que ele conseguiu prender você, Derek e Luna ainda não nascida... por minha causa. 

Vincent está atrás de Josh, sorrindo. Ele nem segura mais sua arma contra a nuca do loiro, apenar observa com deleite a situação. 

— Eu odeio você - ela rosna, se aproximando. - Depois de tudo, você ainda me faz isso – ela caminha com raiva. 

— Por favor, Mel, me perdoe. Foi há tanto tempo atrás e... eu não podia arriscar a minha família. Eu sei que você faria o mesmo pela sua. 

— Você acha que pode controlar tudo – a morena murmura –, mas não pode. Acha que pode direcionar minha raiva, mas não pode. Porque o que quer que aconteça, o que quer que você me revele, eu não me importo. Eu vou te odiar pra sempre. Até depois da morte. 

Ela tira a arma do coldre e aponta. Vincent gargalha. Josh fecha os olhos, esperando. 

Melanie atira.


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Notas finais do capítulo

momentos determinantes em unforgivable
o que será que vem pela frente?



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