O escárnio do desejo. escrita por Thaty Crippa


Capítulo 8
Capítulo 8 : Amor em todos os sentidos




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Parecia que faziam dias que eles estavam ali,sentados naquela sala,logo depois do jantar a Família Falcão ficou juntamente com a Família do Coronel conversando sobre vários assuntos,dos quais para falar bem a verdade,não interessava nem um pouco para Gina e nem para Ferdinando,que volta e meia se olhavam como se fossem cúmplices de um crime,era um olhar sedutor,de paixão, como se em cada olhada um quisesse transmitir para o outro tudo aquilo que haviam feito naquela tarde,era como se não quisessem que o outro esquecesse aqueles momentos..Ferdinando estava tentando disfarçar com a perna cruzada,mais estava insuportável segurar o tesão que ele estava sentindo ao lembrar dos momentos que passara com a ruiva,lembrava do seu corpo,da sua pele quente tocando a dele, das suas mãos,de sua boca que parecia estar inflamada de fogo,tamanha era deliciosa,os seus cabelos vermelhos contrastando com a luz das velas e jogados sobre os seus seios,sua cintura delineada,sua...
Meu Deus!Tinha que parar de pensar naquilo se não faria uma besteira! Derrepente Seu Pedro Falcão anunciou que iriam para casa pois já estava tarde.Viu Gina se mexer para levantar,e rapidamente ele a pegou pela mão dizendo:
–Ieu te ajudo sinhorita
–Ara Ferdinando ocê tá maluco – disse ela achando graça- ieu sei me levantá suzinha sô!
Enquanto seus pais se despediam,Gina puxou o braço de Ferdinando e falou em seu ouvido:
–Ferdinando pelo amô de Deus, ocê num vai conta pá ninguém u qui aconteceu hoje lá em casa!
–Mai Gina é craro qui eu num vô conta,ocê fique sussegada!
–Pra ninguém mermo, caso qui se não..
–Minha cara, se arguém subé u máximo qui vai acuntecê é mandar enóis casá, e isso nóis vai fazê já! Caso qui si eu num casá cocê dispois de hoje eu num queru mai vive! Elis só vão adiantá!
–Craro! E o pai lhe mete fogo fique ocê sabendo!
–Mete nada minha princesa! Mai me diga,ocê num vai conta nem pra Professora Juliana,sua amiga?
–Não,isso vai fica entre nóis pur enquanto,nem a prefessora vai sabê!
–Tudo bão,mai num vai cuntecê nada fique sabendo ocê!
–Ara..mermo assim,ocê prometi?
Ele a beijou na mão e disse:
–Craro! Casu qui eu num sô nenhum maluco de saí ispaiando isso pur aí!
–Bão mermo!
Os dois se olharam rindo e Ferdinando provocou:
–Ocê tamém Gina, num saia por aí falandu das coisa qui nóis anda fazendu não,eu sei que foi muitu bão mai eu num queru fica mar faladu não!
Gina o olhava incrédula,mais era muito desaforado mesmo!
–Óia Ferdinando, vô nem lhe responde tamanha bestêra! Seu porquera!
–Ocê gosta dessi porqueira né mermo?
Os dois se entreolhavam maliciosamente,se estivesse sozinhos provavelmente já estariam rolando no chão da forma mais selvagem que poderia existir,mais não,estavam ali na sala, com muitas pessoas ao redor..
–Fia, vamu imbora! – gritou Pedro Falcão – Si dispedi logo du Ferdinando caso que tá tarde!
–Vamu Pai!
Todos se despediram cordialmente,e antes de sair Ferdinando deu um último abraço em Gina,um abraço respeitoso, alias,estavam na frente de seus pais não é mesmo? Eles se abraçaram, e Ferdinando ouviu Gina dizer em seu ouvido antes de sair :
–Eu gosto mermo!
Ele ficou sem entender na hora,mais em seguida se lembrou,era a resposta da sua pergunta “Ocê gosta dessi porqueira né mermo?” “Eu gosto mermo!” Gostava,ah se gostava...
Quando Gina entrou em sua casa, tudo voltou a tona..Meu Deus! Era como se ela estivesse sentindo tudo novamente, o desejo, sua carne queimando, sua boca necessitando de Ferdinando, e no meio de suas coxas algo começou a implorar por ele! O que ele tinha feito com ela?Sempre tão forte,estava ali agora, se derretendo por ele,necessitando dele, como se ele fizesse realmente parte dela!
–Fia,ocê tá bem? – Perguntou sua mãe vendo a filha olhando pro nada
Subitamente Gina despertou do transe e sentiu uma coisa estranha..Culpa.
–Tô bem mãe,só tô cansada! Vô mi deitá!
–Mai num vai tomá banhu?
Gina ficou desconcertada,e falou gaguejando:
–Ara...eu já tumei!
E subiu as escadas antes que a mãe falasse mais alguma coisa,na subida ouviu seu pai dizendo:
–Essa minina tá maluca mãe!Devi di tá cum minhoca na cabeça!
Gina afastou rapidamente o pensamento indecente que veio na sua cabeça,deitou na cama,ainda sentindo aquela sensação..Meu Deus, ela tinha feito mesmo aquilo?Tinha feito amor com Ferdinando,e duas vezes!O que seu pai pensaria se soubesse?Sua mãe provavelmente desmaiaria..Ela não era casada,e tinha feito aquilo ali, na sua casa, sua santa casa, no quarto, na banheira! Ela estava incrédula,sentindo-se uma maluca..Como fora capaz?Então se levantou e começou a despir-se,ficou somente de calcinha de sutiã,e começou a olhar-se no espelho,e naquele momento soube o porque tinha feito tudo aquilo..Seu corpo já pertencia a Ferdinando muito antes de o conhecer, seu coração já era dele antes mesmo dele chegar aquela pequena Vila, ela estava destinada a ele, e ele a ela,era impossível mudar isso.Ela soube,que aquilo aconteceria a qualquer momento,antes ou depois que eles se casassem,isso era indiscutível,então porque o sentimento de culpa?Ele passou,passou tão rápido como chegou..Seus pais teriam que entender,ela era dele e nada a poderia deter.Estava se admirando no espelho,sua pele parecia mais viva,seu cabelo parecia ter mais cor,e seus olhos tinham um brilho diferente,o brilho do amor...Começou a sorrir ao lembrar de Ferdinando a tomando por inteira,e desejou mais do que qualquer outra coisa que ele estivesse ali naquele momento para lhe abraçar e lhe beijar,a dizer que a amava,e sorrir aquele sorriso malicioso e lindo que só ele sabia dar..Olhou para sua própria imagem refletida no espelho e disse:
–Ocê Dona Gina,é uma tonta! Tá caidinha de amô por aqueli um!
Ainda rindo sozinha,colocou seu pijama e se deitou para dormir.
A noite não foi fácil para nenhum dos dois, Ferdinando estava nos sonhos de Gina, e Gina estava nos sonhos de Ferdinando..Ela gemia por ele durante a noite,e acordou duas vezes o procurando na cama, mais não achou,o que a deixou nervosa! Ara,ela o queria ali na cama com ela, não só para fazer amor,mais para a aninhar em seus braços, dormir abraçado com ela,sentindo o seu coração,como desejava isso.. E mal sabia ela que Ferdinando passava pela mesma situação em sua casa...Ambos separados,mais unidos.
Amanheceu o dia, e Gina já estava pronta para o trabalho, e enquanto esperava a mãe preparar o café ficou deitada em sua cama pensando nas mesmas coisas da noite anterior,seu coração palpitava de saudades de Ferdinando,como se não o visse a séculos.
Juliana havia chegada a pouco e percebera que Gina estava diferente,havia se passado quase uma hora e Gina só havia pronunciado palavras monossilábicas “sim” “não” “hum” . Juliana já não aguentava mais aquilo! Sabia que havia acontecido algo,mais não sabia o que,então muito curiosa disparou:
–Gina,pode parar com isso!
–Ara,para cum o quê prefessora?
–Com isso! Pode me contar o que aconteceu!
–Mai num aconteceu nada !
–Aconteceu sim! Eu sei!
–Sabi nada! Só tem besterage dentro dessa sua cabeça rosa!
Juliana a olhou abismada,queria rir pela audácia de Gina,achava engraçado a maneira que ela falava,mais manteve a calma e respondeu a altura,pelo menos a sua altura:
–Ah é?E você pensa besteiras maiores ainda com esse cabeção vermelho! Sua cabeçuda!
Gina a olhou raivosa,mais não se contece, quando as duas olharam uma para a outra, começaram a rir como duas meninas.
–Desculpa Gina,mais você pediu!
–Ara Juliana, ieu comecei né mermu?
–Eu que sou muito curiosa!
–Cuncordu!
–Ora Gina, estou preocupada.Desde a hora que eu cheguei você está aí deitada,no mundo da lua,nem falar comigo você falou direito!
–É qui ieu tô pensando na vida..
–Tem certeza que é só na SUA vida?
Gina queria contar o que tinha acontecido,mais não agora, ainda sentia um misto de receio por contar aquele tipo de coisa para qualquer pessoa.Ela confiava em Juliana,mais não era o momento..
–Juliana,num si preocupe,tá tudu bem!
–Você não quer contar né?
–Num é isso
–Você não confia em mim então?
–Ara,larga disso! Craro qui eu cunfiu!Ocê é minha mió amiga,confio e muitu nocê!
–Fico feliz em ouvir isso minha amiga! Então qual o receio?
–É que tem coisa qui pur enquanto queru guarda só pra ieu intendi?
Juliana entendia,era muito compreensiva.Então chegou perto dela, pegou em suas mãos e disse:
–Entendo,mais me responda só uma coisa então?
Gina a olhou e afirmou com a cabeça que sim,responderia.E Juliana disse calmamente:
–Você está feliz minha amiga?Seu coraçãozinho está feliz?
Gina parou por um instante e pensou..Sim,estava feliz,como nunca, seu coração não se aguentava,parecia que iria explodir de amor,de felicidade..Ferdinando a fizera uma nova mulher,despertara nela coisas que ela nem sabia que existiam! E foi com um sorriso que respondeu:
– Tô! Tô muitu filiz Juliana!Comu nunca istivi im toda minha vida!
Juliana sorriu,reconhecia aquele brilho no olhar da amiga
–Então Gina, é só isso que me importa,só isso minha amiga,que você está feliz,e que seu coração- falou colocando a mão no coração de Gina- esteja feliz,sendo assim eu fico feliz por você,e saiba que sempre pode contar comigo viu sua maluca?
–Ieu sei dissu Prefessora,ocê tamém podi cunfiá ni mim!
As duas sorriram,e desceram alegres para tomar café.Gina pensava em como era sortuda,tinha pais maravilhosos,uma amiga encantadora e fiel e um homem maravilhoso,que a fazia delirar,que a fazia feliz como nunca em todo sua vida pensou que poderia ser.


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Notas finais do capítulo

Essa fic define um pouco do amor entre homem e mulher e do amor entre amigas.. O amor e a amizade,dois sentimentos lindos, é amor, em todos os sentidos...