“Eu não acredito que isso realmente aconteceu” a anja se assustou ao entrar na casa de sua protegida e ver ela e o protegido de Roy tomando café silenciosamente.

“Então não é uma miragem?”

“Acho que não... Ai ai depois dizem que ficar bêbado é algo ruim”

“Mas ficar bêbado É algo ruim, isso pode colocar todo plano a perder”

“Você é muito negativo, tenho certeza que eles vão se entender depois disso”

Os dois ficaram em silencio apenas para observar os humanos, que continuavam em um silencio constrangedor.

-Certo... Esse clima está muito estranho – Roy comentou colocando a caneca na mesa fazendo mais barulho do que pretendia.

-Por favor, Coronel não fale tão alto, minha cabeça parece que vai explodir – Riza pediu com a voz baixa.

-Isso, colega, se chama ressaca, você bebeu bastante ontem, não é?

-O suficiente para não lembrar de mais nada depois que a Jess me puxou para dançar em cima da mesa – ela parou por um segundo tentando raciocinar – por favor, diz que eu não dancei aquela musica.

-Eu posso até dizer isso, mas seria uma mentira.

A loira abaixou a cabeça deitando a na mesa – droga, a Jess vai se ver comigo, eu jurei para mim mesma que nunca mais ia ficar bêbada.

-Falando nela, onde ela está? – só agora Roy reparou que a prima da tenente não estava na casa.

-Ela provavelmente deve ta na casa do Havoc – Riza deu de ombros – é bom que ela fique por lá um bom tempo.

-Desculpa te decepcionar, mas hoje é terça e temos de ir trabalhar, a menos que você não queira, por que se este for o caso eu não ligo de ficar aqui para te fazer companhia.

-Não precisa, eu só preciso tomar um banho bem gelado e estarei pronta para trabalhar – ela se levantou levando as canecas e pratos par a pia.

-Você se lembra que a janela fica bem de frente para sua mesa e a luz vai bater direto na sua cara? – Roy começou a ajudando a lavar a louça - E que você não vai conseguir fazer ou pensar em nada além de como sua cabeça está doendo até mais ou menos a hora do almoço – ele a fez se virar para ficar frente a frente com ele – confia em mim, ir trabalhar de ressaca não é nada produtivo.

-Certo, mas você vai trabalhar – ela concordou olhando para o chão.

-Mas eu também estou com uma ressaca tão forte – ele disse num tom de voz cantarolado – eu preciso mesmo ir? Queria tanto ficar aqui com você e te ajudar com a ressaca.

Neste ponto o rosto da loira atingiu um tom de vermelho tão forte que só alguém cego ou daltônico não repararia.

-Me... Melhor não Coronel, as pessoas podem começar a falar coisas que não deveriam.

-Não ligue para o que as outras pessoas falam – ele levantou o rosto dele forçando-a a encará-lo – de qualquer maneira – se aproximou até seus rostos ficarem a centímetros de distancia – eu não ligaria que algumas fofocas fossem verdades – dito isso selou seus lábios com os dela, num beijo calmo.

“Eles estão se beijando! Não é maravilhoso?” a anja batia de leve no ombro do subordinado enquanto apontava para o casal de humanos “eu disse que isso daria certo!”

“Não comece a contar a vitória cedo, ainda temos que descobrir as intenções da Bea” ele tentou por um pouco de juízo na cabeça da loira.

“Depois, vamos aproveitar que estamos à uns três passos na frente dela e comentar como eles formam um belo casal”.

“Não sei se você reparou, mas eles são iguais a nós”.

A anja sentiu seu rosto corar e olhou imediatamente para o lado oposto dele “só em aparência, baby, só em aparência”, mesmo repetindo isso mentalmente diversas vezes nem ela mesma conseguia acreditar em si.

“Vamos embora, você tem muito trabalho acumulado. Além do que eles conseguem ficar algumas horinhas sem nossa presença”.

Depois disso os dois anjos foram para seu mundo.

Do outro lado da cidade dois militares também tomavam café da manhã enquanto discutiam eventos da noite passada.

-Jéssica, você é mais esperta do que parece – Havoc comentou enquanto a ajudava com a loca.

-Isso meu querido, são anos e anos de prática – ela lhe lançou uma piscadela – de qualquer maneira a noite passada foi memorável.

-Sim com certeza – ele concordou.

-A única coisa desconfortável foi termos caído no chão, não que eu ligue muito – ela deu de ombros enquanto secava um copo com o pano e o entregava para Havoc guardar.

-Eu não achei algo tão desconfortável assim.

Os dois começaram a rir – Precisamos ir trabalhar, a prima vai me matar se eu não aparecer no quartel – ela comentou empurrando Havoc para o quarto dele – se arruma direitinho.

-Certo, você também não precisa do uniforme?

-Que nada gato, eu deixei uma farda no meu vestiário para o caso de alguma emergência – ela deu de ombros – então é só você se arrumar e irmos para o QG.