Sing Us a Song escrita por Kimmy


Capítulo 3
Can't Stop Singing


Notas iniciais do capítulo

Ahá, aqui estou eu depois de meses . É, a escola e as provas vem acabando comigo, mas aqui estou eu postando mais um capítulo. Eu não sei o que será dessa fic exatamente... Pretendo encurtá-la se ninguém estiver lendo, mas o futuro é um mistério =x Vamos logo ao principal



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- Srta. Williams? – chamou a empregada pela quinta vez, já cansada.

 

 Hayley remexeu-se na cama algumas vezes antes de abrir de vez os olhos.

 

 - Hmm? – murmurou a ruiva ainda deitada. – Meu Deus, “Srta. Williams” me faz lembrar o Thompson, não pode ser só Hayley? 

 

 A mulher de cabelos castanhos deu uma breve risada. Não eram poucos os que detestavam o segurança principal da família, James Thompson e sua característica antipatia.

 

 - Acho que seu padrasto não vai gostar. – comentou ela. – Em todo caso, está te esperando no escritório dele.

 

 Oh não. Ela tinha fugido com astúcia do padrasto durante a última semana, mas agora o maldito pretendia encurralá-la apenas para jogar na cara o quanto a garota era imprestável. Sem dúvidas ele armou a situação, tornando impossível a enteada sair da mansão sem ser notada. Hayley girou os olhos depois desses pensamentos, levantou-se da cama em uma lentidão absoluta.

 

 - Obrigada, Lanna. – respondeu à doméstica. - Com licença, vou me trocar.

 

 A referida apenas balançou a cabeça e saiu do quarto. Hayley olhou as paredes rosa bebê do local com nojo. Tinham redecorado o quarto dela de modo horroroso a seu ver: puffs pinks, armários com puxadores rosa, a cabeceira da cama enorme era da mesma cor e até o suporte da televisão 42’ era rosa. Quando tinham lhe perguntado se gostava de rosa? Se queria rosa no quarto dela? Não diga: Em momento nenhum.

 

 Bufou. É claro que o “eles” era um pronome meramente ilustrativo, porque Andrew fazia o que queria e a mãe da garota só concordava. O tempo todo, até em situações que deveriam ser puramente individuais. Antes que decidisse quebrar o quarto inteiro, Hayley vestiu uma blusa branca com listras pretas e uma calça jeans básica, calçou o primeiro par de All Star que achou e subiu dois andares, parando em frente ao escritório do padrasto. A porta estava fechada e a menina respirou fundo duas vezes antes de seguir em frente. Bateu duas vezes e esperou.

 

 - É a Hayley. – anunciou alto.

 

 - Entre. – foi a resposta seca que recebeu.

 

 Assim ela fez, entrando e fechando a porta atrás de si. Olhou o lugar, cheio de estantes e papéis. Sentou-se na mesa quadrada, à frente do homem. Continuou calma mesmo depois das encaradas que lhe foram dirigidas.

 

- Você se acha muito esperta, não é? – indagou o padrasto com ironia. – Chegando de madrugada e saindo de casa só depois que eu saio pro trabalho.

 

- Tenho estado ocupada. – falou a ruiva. – E você também pelo visto, redecorando meu quarto.

 

O sarcasmo na voz dela foi evidente, fazendo o Sr. Williams cerrar os punhos com força sobre a mesa.

 

 - Sua mãe mesmo disse que rosa combina com você, querida. – frisou a última palavra.

 

- Ou seria: Você a induziu a falar isso? – perguntou Hayley perdendo a paciência. – Vai me dizer o que quer ou não? Tenho mais o que fazer.

 

 Andrew riu alto, como se fosse a piada mais engraçada que ouviu nos últimos tempos. A jovem encostou o cotovelo na mesa e apoiou o queixo na mão direita em sinal de tédio.

 

 - Está falando daquilo que você chama de banda? Agora você virou uma rebelde sem causa, jogou tinta vermelha no cabelo e acha que é cool, não? – desdenhou.

 

 - A minha banda não é aquilo, Andrew. – Hayley rangeu os dentes. – E, aliás, eu pinto meu cabelo da cor que eu achar melhor. Caso não tenha percebido, ele me pertence.

 

O padrasto bateu na mesa, fazendo um copo de vidro estilhaçar-se no chão. A jovem permaneceu parada, como se nada tivesse acontecido.

 

 - E caso você não tenha percebido, essa casa me pertence. – falou Andrew irritado. – E você vai agora mesmo voltar à cor original do seu cabelo e largar aquelas aulas de canto inúteis que só gastam o meu dinheiro.

 

Hayley agora tinha a total certeza que ele era um louco sem salvação. Ela demorou anos até ter coragem de encará-lo, de responder á altura, e não ia mais deixar a timidez dominá-la. Tirou o cotovelo da mesa e enrolou uma mecha do cabelo no dedo indicador, ato que indicava que estava pensando.

 

 - Não, não vou. Não preciso também do seu dinheiro e nem da sua casa. – disse tranquila. – Agora, se me der licença, vou indo.

 

O Sr. Williams se levantou logo depois dela, os dois então cara a cara.

 

- Você não tem talento nos negócios e nem na música, Hayley. Não tenho dúvidas que você vai me pedir desculpas por tudo que disse hoje.

 

Agora foi a vez de a menina rir com vontade.

 

 - Você não vai pedir desculpas só a mim: vai pedir por ser um péssimo chefe, um péssimo marido, um padrasto horrível e por aí vai. – terminou a ruiva, saindo rapidamente e batendo a porta.

 

Saiu correndo, pulando os degraus até chegar a seu quarto. Trancou a porta com agilidade, pegou uma mochila grande preta e vermelha e começou a jogar suas roupas favoritas nela. Pôs somente objetos necessários, juntou o dinheiro e os cartões de crédito que tinha e colocou junto com o resto.

 

Já ia destrancando a porta, quando viu mais um acessório da nova decoração de Andrew: um portarretrato com uma foto dela, da mãe e do padrasto em frente  a uma árvore de natal. O casal estava de mãos dadas e havia uma Hayley bem nova no meio, de braços cruzados e emburrada.

 

Óbvio que o objeto também era rosa. Com raiva, ela derrubou-o, fazendo a foto ficar soterrada em meio aos cacos de vidro. Finalmente girou a chave e saiu, utilizando-se de passos rápidos até chegar ao hall.

 

 - Vai sair? Vou chamar o motorista, só um minuto senhorita. – disse Lanna ao vê-la indo à saída.

 

- Não! É aqui perto volto logo. – mentiu Hayley. – Até já.

 

A jovem acenou para a empregada, que fez o mesmo. Voltou a correr até estar bem longe da mansão, sem parar um minuto sequer. Quando achou que já era seguro, parou e começou a arfar. Pegou o iPhone na mochila e apertou #3 na discagem rápida. Não demorou muito pra ouvir outra voz na linha.

 

-Alô? Hayley? – perguntou uma voz grossa do outro lado da linha.

 

- Oi, Jeremy. Então, posso dormir na sua casa hoje? – perguntou a ruiva indo direto ao ponto.

 

- O que aconteceu dessa vez? – rebateu o amigo, suspirando.

 Ela continuou caminhando, cada vez mais cansada.

 

 - Briguei com o Andrew de novo, mas dessa vez foi sério. – explicou resumidamente. – Só hoje, amanhã te deixo em paz.

 

 - Pode ficar o tempo que quiser, Hay. – falou Jeremy. – Quer que eu vá te buscar?

 

 A ruiva abriu um sorriso, pela resposta dele e pelo táxi que ela finalmente conseguiu fazer parar.

 

- Ahh obrigada Jeremy, te amo! – gritou ela no telefone enquanto entrava no táxi. – E não precisa me pegar, já estou indo aí.

 

A voz grossa se afastou do telefone, murmurando um “é a Hayley” para alguém.

 

- Para onde? – perguntou o motorista após ela entrar.

 

 Ela deu o endereço e voltou a por o celular no ouvido.

 

- Hayley, não fique gritando “eu te amo” no telefone, a Sarah fez uma cara de dar medo. – disse um Jeremy divertido.

 

- Estou com saudades dela. – afirmou a garota. – Vou desligar, estou quase aí.

 

- Certo. Tchau.

 

Os dois desligaram. Sem dúvidas, para Hayley, Jeremy era um de seus melhores amigos. Estava sempre contando com ele, em momentos difíceis como esse e nos alegres também. De tanto andarem juntos, ela acabou conhecendo a namorada de Jeremy, Sarah, que na opinião dela tinha tudo a ver com o amigo. Ele também era o baixista da banda em que participavam, mas atualmente o conjunto estava passando por problemas com os outros integrantes.

 

 Após o táxi parar, a jovem pagou, pegou o troco e tocou a campainha da casa de Jeremy. Era uma casa normal, com um jardim bonito. Finalmente a porta foi aberta.

 

 - Oi Jeremy, Sarah. – cumprimentou Hayley abraçando-os.

 

 - Oi! Como vai, Hay? – quis saber Sarah.

 

A garota tinha cabelos negros curtos, em um corte meio tigela. A ruiva entrou na casa e pôs sua mochila na mesa de jantar da sala.

 

 - Ela brigou com o padrasto mais uma vez... – explicou Jeremy à namorada.

 

 - Ah sim. – disse Sarah, como se isso explicasse tudo. – Vou fazer pipoca e vamos ver um filme que eu peguei ontem!

 

Mal terminou de falar e disparou para a cozinha, deixando Jeremy e Hayley sem escolha. Ela era sempre assim, mudando o rumo das coisas do nada.

 

- Agora é sério mesmo, Hay? – indagou o amigo preocupado.

 

 - Sim, acho que podemos dizer que eu finalmente me libertei dos Williams. – falou ela dando um meio sorriso.

 

- Mas você ainda está preparada pro show? Vamos tocar para mais gente que o normal.

 

Ela foi andando até a sala enquanto respondia a pergunta.

 

- Sem dúvidas, pode ficar tranqüilo. – afirmou a ruiva convicta.

 

- Não esqueça que ainda é seu sobrenome. – continuou ele.

 

 Hayley fez uma careta e em seguida pegou o celular na mochila. Foi em “calendário”, visualizando que estavam no dia 19 de setembro.  Apenas no dia 29 estava escrito “não esqueça”.

 

 


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Notas finais do capítulo

O que será da Hayley agora? E Josh, foi abduzido?(Ok, foi abduzido para se casar, mas vamos excluir esse fato). Só reviewzando pra saber, haha.