Stay With Me escrita por Lady Liv


Capítulo 11
Capítulo 11 - Decisões


Notas iniciais do capítulo

A segunda parte desse capítulo é muito importante =)



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Gwen Stacy

 

Eu estava dirigindo em alta velocidade, irritação tão grande que eu fechava serrava meu maxilar com força. Como ele ousava, como ele ousava?!

 

Como quem ousava?

 

Cheguei na usina e acelerei contra a sombra de luz azul, o acertando em cheio. Não hesitei, abrindo a porta e praticamente me jogando para fora.

As palavras escaparam de minha boca sem controle:

— É sério?! Me prendeu no carro? Você é o que, um homem das cavernas agora?!

O Homem Aranha era tudo o que eu via, e quando ele me puxou, me colocando atrás de si, como se eu fosse algum tipo de mocinha em perigo, os gritos só pioraram.

— EU POSSO TE AJUDAR!

— O QUE VOCÊ FAZ AQUI?!

Tudo começou a girar e girar e girar e- Isso era real? Eu não mais sabia.

Só me lembro de ter ouvido alguém rir...

 

Me levantei ofegante de mais um pesadelo... memória, sim, isto era certo. Com certeza memória.

— Quantas vezes eu já ajudei você? — perguntei em um sussurro, sem receber resposta alguma. Meu quarto ainda escuro, mas conseguia ver que já era de manhã. Passei a mão pelos cabelos e eles estavam suados. Boa hora para um banho.

Ainda não conseguia tirar da cabeça essa estranha conexão entre mim e o Homem Aranha. Quando ele surgiu há dois dias na minha janela, me perguntando como eu estava... caramba, meu coração parecia que ia sair pela boca! Tantas perguntas que eu tinha! Mesmo que ele não tivesse sido muito claro, com tantas lembranças surgindo, eu tinha cada vez mais certeza. Não comprava a história que ele havia me vendido. Só passando, aham, claro.

Estava pensando se havia algum modo de falar com o herói de novo quando o telefone tocou.

— Alô?

— Oi, Gwen! É a Jennie!

Sorri, Jennie era uma das minhas amigas do trabalho.

— Oi Jennie, como você tá?

— Bem! Escuta, Allison e eu vamos sair com uns amigos sexta feira... Vem com a gente, vai.

— Ah, não sei se 'tô no clima pra sair...

— Vamos por favor! Allison vai apresentar o novo gatinho dela, e também... um certo alguém que você conhece e esqueceu de apresentar...

— Quem?!

— Eddie Brock.

Rolei os olhos, suspirando.

— Agora mesmo que eu não vou. — murmurei, mas ela pareceu ouvir.

— Gwen! Ele é liiiiiiiiiindo!

Eu ri de seu tom. — Como você conheceu ele, hein? 

— Minha prima me levou para um estúdio de modelos ontem e ele estava lá tirando fotos. Qual a minha surpresa quando eu descubro amigos em comum?!

— Não somos exatamente amigos, só saímos uma vez e não foi bom. — de fato, foi uma explosão de coisas não boas. — Sinto que ele está confundindo as coisas. Não quero iludi-lo.

— Como se um homão daquele pudesse ser iludido.

Eu ri.

— Pega ele pra você, ué.

— Gwen!

— Sim, ele é muito bonito, mas não dá Jenn. Não rola.

— Não venha por ele sua idiota, venha por você! Pela gente, seus amigos! — a voz de Allison soou junto com o barulho de bagunça.

— Allison, me devolve o celular! — A voz de Jennie soou indignada. — Desculpa, mas a Ally tá-

— Põe no viva voz!

O que Jennie não conseguiu com muita enrolação, Allison conseguiu em segundos. Era a lei natural entre amigas, você se sente mal ao dizer não depois de tanta insistência e quer oferecer algo. Nesse caso, me preparei para o que a presença de Eddie poderia significar. Longe de mim iludi-lo.

Desliguei o telefone e sai do quarto, indo para a cozinha tomar café da manhã. Pelo silêncio da casa, meus irmãos já deviam estar na escola.

Dei de cara com minha mãe segurando um enorme buquê de rosas e sorrindo bobamente na sala. Arregalei os olhos.

— Mas o que é isso?!

Ela pulou de susto.

— Ai meu Deus, Gwen! N-não é nada!

— É sim, são flores! — Exclamei me aproximando. — Não  flores, são rosas! Quem te deu isso?

— Gwen, agora não é hora, falamos disso depois.

A ignorei, pegando o buquê em minhas mãos e levando as flores até o nariz. O aroma suave me surpreendeu.

— São lindas! — eu finalmente sorri. — Você está arrasando corações por aí é?

— Gwendolyn, não fale assim! — o tom dela era repreensivo, mas não rude. — Eu amo o seu pai, lembra?

Meu sorriso sumiu.

Meu pai.

— Mãe... calma, tá. — segurei suas mãos e a fiz sentar na cadeira. Ela ainda segurava o cartão das rosas fortemente. — Eu sei que você ama o papai. Eu o amo também.

Respirei fundo, contando baixinho:

— Estou lembrando dele, sabe. Ele ia embora cedo com uma arma na cintura e um distintivo no peito. Eu me preocupava tanto, mas entendia o porquê. Era a decisão dele... nós tínhamos que respeitar. Proteger as pessoas, proteger a gente... proteger você. Da única maneira que ele podia.

Ela abaixou a cabeça, emocionada. Continuei:

— Já faz tanto tempo... mais de anos-

— Eu amo o seu pai. — Insistiu.

— Mãe... Tempo é precioso. Nós temos que aproveitá-lo. Ser feliz.

— Eu não vou esquece-lo nunca, Gwen.

— Não precisa se esquecer. — Falei sorrindo levemente. — Só precisa... amar. Não há sentimento melhor que o amor. Ele nos faz... seguir... em frente.

Ela suspirou cansada e em seguida olhou pra mim, um sorriso se formando em seus lábios.

— Quando se tornou tão sábia?

Eu ri. — Não tente mudar de assunto!

— Não estou, estávamos mesmo precisando conversar, mocinha. Essa é uma boa hora.

— Porque você não quer me falar do seu admirador secreto?

— Porque o seu tempo está acabando. — Ela me interrompeu, séria. Pisquei confusa. — Oxford, Gwen.

Oh.

— Seu prazo já está acabando e... eu sei que está sendo difícil, e eu amo você minha filha, mas esse é o seu futuro. Precisa começar a arrumar as malas se vai mesmo ir.

Assenti. — Sim, claro! Claro, claro, sim...

— Gwen?

— Eu sei o que está dizendo, eu pensei muito sobre isso. — eu ri, nervosa. — Mas eu... eu não... eu...

— Gwen? — minha mãe repetiu, me olhando apreensiva.

Coisa engraçada sobre as mães, observei, elas sempre sabem o que você está pensando. Talvez antes mesmo de você dizer.

— Eu não vou... eu não vou pra Oxford.

— O que?

— Eu não vou pra Oxford. — repeti, outra risada encontrando caminho em minha boca. Oh céus, ela estava balançando a cabeça. Seja forte, Gwen! — É isso, eu não vou! Eu... pensei muito mesmo e já decidi então-

— O que?! Não, espera, o que?! — mamãe perguntava cética. — M-m-mas.. Gwendolyn! Esse é o seu sonho! — Gaguejou indignada. — Oxford não é pra qualquer pessoa filha, você tem tanta sorte...

— Mãe, eu entendo! Você está preocupada com o meu futuro, mas a Universidade de Empire State é maravilhosa, eu estive pesquisando e-

— Não, essa não é a razão. Me conta filha, o que está acontecendo?!

Perdi a memória.

Tenho sonhos com o Homem Aranha. (Hey, ele até apareceu na minha janela! Sim, tenho certeza que não estava alucinando!)

Trabalhar e estudar não é fácil.

Estou me esforçando para não iludir um rapaz.

E sempre que estou com meu ex, tudo some e nada dói.

— Muita coisa. — Eu pisquei, meus ombros pesando. — Coisas que eu não posso te contar ainda. — Não quero te contar. — Eu sei que parece infantil, eu sei que estava convicta em ir embora... mas eu preciso que me apoie nisso, mãe. Está sendo difícil pra mim, a senhora nem imagina o quanto!

Ela piscou, desviando o olhar e suspirando.

— Gwen...

— Por favor, eu não quero ir embora. Você sabe que há oportunidades pra mim aqui também.

Ela jogou a cabeça pra trás, passando a mão pelo rosto.

— Tudo bem, tudo bem! Não quer ir, não quer ir. Já é maior de idade, querida. Isso não cabe a mim.

— Sua opinião também é importante, você sabe. Por isso estou te contando.

 — Eu sei querida... e eu te amo por isso...

— Eu te amo.

 

Narrador

 

Depois de uma longa, e ele não estava brincando, longa viagem no elevador, as portas finalmente se abriram. O rock tocando foi a primeira coisa que notou, e logo em seguida-

Desviou a tempo de um objeto voando sobre sua cabeça. 

— Opa, quase te deixo cego, hein? O que seria de você sem seus olhos?

Nick Fury voltou-se para um Tony Stark implicante, trabalhando em mais um de seus projetos bem na sala.

— Bom... olho.

— Você não tem uma garagem pra essas coisas? — o diretor o ignorou, se aproximando.

— Tenho, mas achei melhor trazer tudo pra cá. Sabia que você viria hoje.

— Então posso contar com você?

— Pra quê? — Tony se virou, sorrindo. Ele queria mesmo que ele dissesse palavra por palavra. Infelizmente para o diretor, ele não tinha tempo para se esquivar.

— Sua ajuda, Stark. — admitiu, sério. — Sem piadinhas, sabe muito bem porque eu vim.

— Pra jantar? As pessoas sempre aparecem na hora do rango.

— Stark.

Tony rolou os olhos. — Sem graça, hein. Marque uma hora com a srta. Potts.

— Até quando vai enrolar Pepper?

— É srta. Potts pra você, pirata. Mas se quer tanto saber, estamos noivos. Depois de pedir e pedir, eu finalmente aceitei. — Tony deixou as ferramentas de lado e se encaminhou para seu minibar. — Certo, vamos lá. Pode dizer.

— Preciso que use sua armadura. — Tony ergueu uma sobrancelha, Fury continuou: — E convença o Homem-Aranha a falar conosco. Quero ele na equipe.

— Nem pensar! — o bilionário respondeu direto. — Eu? Falar com o cabeça de teia? Porque você mesmo não faz isso?

— Ele se locomove rápido demais, pode se assustar com a ideia.

— Deixe-me adivinhar: Você descobriu quem é o Homem-Aranha e tem medo dele fugir de você? É tudo questão de aparência, Nicky. Todo mundo fugiria de você vestido assim. Mas diz aí, quem ele é? O presidente? Azul e vermelho, tão americano.

O homem se calou, o observando entediado. Stark continuou:

— Não me diga que ela é uma mulher? Só mulher mesmo pra aguentar aquela roupa apertada o dia todo. Ela é bonita?

— O nome dele é Peter Parker. — Fury admitiu, olhando para o relógio. Não estava nenhum pouco afim de perder seu tempo com piadinhas. — Estivemos vigiando-o há semanas, até mesmo achamos que outro garoto estava envolvido, mas-

— Certo, certo, deixa comigo. JARVIS!

— Sim, sr. Stark?

— Me dá tudo sobre a vida desse cara, quero saber desde o colegial.

— Agora mesmo, sr.

A mesa holográfica ligou sozinha e diversas fotos, documentos e vídeos começaram a surgir. Fury e Tony se aproximaram, o mecânico franzindo o cenho com o que via. Céus, ele era jovem. Tony não esperava que ele fosse tão jovem.

— Mas ele ainda 'tá no colegial! — indignado, voltou-se para Fury.

— Eu sei o que está pensando, que é loucura. — Fury se defendeu, explicando: — Vou te dizer o que é ainda mais loucura: esse garoto acabou com duas grandes ameaças para a humanidade sozinho. Lagarto, Electro, e todos os idiotas que querem brincar com tecnologia que não entendem. Ele está lá todos os dias, ajudando a vizinhança como costumam dizer, enquanto você está aqui bebendo whisky-

— Hey! — Tony exclamou, o parando. — É Johnnie Walker.

— Stark!

— Tá, tá, eu entendi o seu ponto. Eu estava um pouco ocupado durante esses ataques, não jogue a responsabilidade em cima de mim! A S.H.I.E.L.D também não fez nada pra impedir! — Tony deu de ombros enquanto passava os hologramas de um lado para o outro. — Devo lembra-lo que o Homem Aranha não ajudou durante a batalha de Nova York em que, adivinha só?! Ah é! Eu me sacrifiquei!

— O Homem Aranha só surgiu depois do ataque de Nova York, Stark.

Ele rolou os olhos, continuando a observar as informações nos hologramas.

— Olha só, muitas garotas na vida desse cara, hein. Gostei de ver. Quase um prodígio. — Ele soltou uma risada. — E essa loirinha? Muitas fotos dele com ela, garota bonita e-

— Quem é bonita? — Outra voz soou no andar, os assustando. Tony desceu todas as imagens de volta para a mesa.

A mulher vestia uma roupa social e cabelos presos em um chique penteado, mas a postura e os saltos em sua mão demonstravam humildade e cansaço.

— Pepper! JARVIS, porque não me disse que ela havia chegado? — Tony sorriu entre dentes.

— Sinto muito sr., mas a passagem da srta. Potts está totalmente acessível em meus sistemas.

— Mas do que falavam? Quem é bonita?

— Você amor, falávamos de você. — Tony deu um leve selinho na noiva. Em seguida, se virou apontando para Fury. — Estamos trabalhando.

— Ah, claro. Coisas de heróis. — Pepper sorriu levemente. — Bom, eu não quero atrapalhar, eu vou pro quart-

— Srta. Potts, como não? Pode até mesmo ajudar Tony a mudar de ideia. — Fury sorriu quase imperceptível.

— Ajudar?

Niiickkyy... — Tony cantarolou. — Não. — Disse entre dentes.

— Eu preciso que o sr. Stark fale com o Homem Aranha por mim, já que ele tem uma armadura, pode se locomover como o tal. Precisamos dele na equipe. Ajuda nunca é demais, não é?

— Eu não sou seu empregado. — Tony disse rápido. — E Pepper nunca, jamais

— Ele vai. — Pepper sorriu.

— Perdão?

— Obrigado, srta. Potts. — Nick deu um leve tapa nas costas de Tony e saiu em direção ao elevador. — Até mais, Stark.

Não tinha sido tão ruim como pensara.


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