16° Desafio Sherlolly- O Presente escrita por sayuri1468


Capítulo 1
Capítulo 1




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- Ridículo!

Foi o que Sherlock exclamou após Mary dar a sua ideia para os presentes de natal.

- Vamos lá, Sherlock! Vai ser no mínimo divertido! – rebateu a sra. Watson rindo da atitude do detetive.

- Adivinho quem tirou quem nos primeiros cinco minutos, não vejo nada de divertido!

- Sherlock, será que dá para pelo menos você tentar se divertir! – repreendeu John.

- Eu acho que vai ser bem interessante! – disse Molly animada.

Sherlock revirou os olhos.

- Acho que não custa nada, afinal! – falou Lestrade, dando um meio sorriso para o detetive.

Sherlock suspirou vencido e Mary encarou isso como aceitação. Colocou os nomes dos cinco em pequenos pedaços de papéis, embaralhou e pediu para que cada um pegasse o seu.

- Muito bem, amanhã faremos a troca dos presentes! – informou animada – E lembre-se, ninguém pode saber quem tirou quem! Levem o papel pra casa e leiam lá, assim Sherlock não conseguirá trapacear!

- Gezz! – foi o barulho que Sherlock emitiu após o comentário de Mary.

Quando todos se despediram e estavam prontos para irem embora, Lestrade puxou Sherlock de lado para uma conversa reservada.

- Sherlock, acho que preciso da sua ajuda! – começou o investigador.

- Como sempre, Lestrade! – zombou - Qual o crime dessa vez?

- Não é para um crime, Sherlock, na verdade eu queria saber se realmente não acontecerá nada entre você e Molly!

Sherlock parou de andar bruscamente e olhou confuso para o investigador. Lestrade, por sua vez, se sentiu intimidado e começou a falar como se despejasse um balde de informações.

- Bem, acontece que minha ex-mulher e eu não reatamos, decidimos que não daria certo, e Molly também acabou de terminar o noivado com Tom! Nós dois sabemos que Molly sempre foi apaixonada por você, mas acredito que já tenha desencanado, e você não quer nada com ela também! – nesse ponto ele pegou um pouco de ar – Quero dizer, sei que você mudou em relação a ela, por isso queria saber se de repente você não se importaria se eu...se eu a chamasse para sair!

Sherlock hesitou um pouco, mas logo sua expressão vazia usual assumiu a vez da expressão confusa de antes.

- Faça o que quiser, Gavin! Quem sabe agora algum relacionamento dela de certo!

E saiu em passos rápidos, evitando continuar aquela conversa.

- Eu acho que dará certo, Mary disse que ela tem uma quedinha por mim! – gritou enquanto o detetive ainda estava em seu alcance de voz – E é Greg! – complementou antes que Sherlock sumisse totalmente de vista.

Quando chegou a Baker Street ele não soube dizer o motivo de estar tão mal humorado. A única coisa que sabia era que não desejava falar com ninguém, quem quer que fosse. Abriu o bilhete do seu amigo secreto e de alguma forma se decepcionou: John Watson.

Arremessou o papel para o outro lado e jogou-se em sua poltrona. “Então Lestrade quer uma chance com Molly, e Mary acha que Molly tem uma quedinha por ele!” – pensou remoendo a conversa que tivera há pouco com o amigo – “Ele não serve pra Molly, por mais que seja uma boa pessoa, Lestrade é um idiota!” – concluiu sentindo um sabor amargo em suas palavras.

De qualquer forma, isso não era problema dele, afinal, ele não tinha nada com Molly e nem pensava em ter, afinal ele tinha o seu trabalho, e era para esse trabalho que ele vivia. Era hora de voltar aos seus afazeres.

De repente, um bipe em seu celular. Era Lestrade.

Acha que Molly vai gostar de um conjunto de luvas e cachecol com estampa de gatinho?

GL

Sherlock fez uma careta ao ler, e nem se deu ao trabalho de responder, apenas fechou o celular e o jogou em um canto qualquer da sala.

Então era sério mesmo? Lestrade estava realmente dando em cima de Molly! Mas a legista não iria corresponder, ele sabia que não! De qualquer forma, por que isso o estava afetando? Afinal, Molly sempre teve outros namorados e por mais que ele achasse todos idiotas, nunca sentiu a raiva que estava sentindo agora! E por que raios estava sentindo raiva? Por que a visão de Lestrade e Molly juntos o estava incomodando?

Lembrou-se de como os dois estavam quase sempre juntos. Molly e Lestrade se davam incrivelmente bem. Um leão começou a rugir dentro dele e sem que se desse conta, pegou seu casaco e rumou para a casa da legista.

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Molly se surpreendeu ao ver o detetive parado à sua porta e antes mesmo que pudesse interroga-lo sobre o motivo da visita, ele mesmo respondeu.

- Sou péssimo com isso de amigo secreto!

A garota riu, pegou seu casaco e os dois saíram pelas ruas de Londres.

- Bem, você não pode me contar quem te tirou, mas acho que podemos comprar os presentes juntos! – ela avisou enquanto eles caminhavam.

Sherlock assentiu.

- Não sei por que concordei em participar disso! – desabafou o detetive.

- Ahh é divertido, vai! – protestou a outra em tom de quem acha engraçado. – Não tirou quem queria?

- Acho que você disse que eu não poderia contar! – rebateu.

- Não pode me contar quem foi, mas pode simplesmente dizer sim ou não!

Sherlock riu.

- Se eu te responder sim ou não, vou estar te dando dicas, srta. Hopper! Não pense que me engana!

Molly fez uma expressão de culpa, mas riu logo em seguida. Os dois adentraram uma loja de presentes e viram algumas prateleiras.

- Aqui só tem coisas bem bobas! – falou o detetive enquanto observava um pequeno bichinho de pelúcia.

- Mas é isso que é amigo secreto, Sherlock! Você dar pequenas lembrancinhas, só pra que a pessoa se lembre de você!

O celular de Molly apitou.

- É Greg! – informou animada.

Sherlock mudou de humor rapidamente. Sua expressão carrancuda voltara e só piorou quando Molly riu da mensagem que havia recebido e quando a garota respondeu logo em seguida.

Sherlock se adiantou e foi olhar outras coisas. Por que aquilo o incomodava tanto?

- Molly...- ele começou assim que notou que a garota havia terminado de digitar – Você gosta do Lestrade?

A garota pareceu confusa com a pergunta.

- Gostar? Claro que gosto, Sherlock! Somos amigos!

Sherlock lançou um olhar para a garota, e só então a ficha caiu para Molly.

- Ahhh, se eu gosto, gosto dele! – falou finalmente entendendo o ponto em que Sherlock deveria chegar – Por que está perguntando isso?

- Acho que ele gosta de você! – respondeu com notável amargura.

- Isso te incomoda? – perguntou a legista reparando no tom que Sherlock utilizara.

- Não sei! – respondeu sinceramente – Parece que sim, só não sei o motivo!

- Sherlock, se Greg e eu começássemos a namorar, como você se sentiria?

Sherlock pensou um pouco. A imagem dos dois amigos juntos era muito desagradável, mas ele não sabia dizer o motivo. Ficou um tempo encarando os olhos de um bichinho de pelúcia que estava a sua altura na prateleira, mas a resposta simplesmente não lhe vinha. Ele abaixou a cabeça, pensativo e Molly notou o esforço do detetive. A moça sorriu.

- Está tudo bem, Sherlock! – tranquilizou – Não precisa pensar nisso!

Sherlock sorriu de volta, um meio sorriso apenas e logo sua mente voltou a funcionar.

Quando ele e Molly escolheram os presentes que levariam para seus amigos secretos - “Uma caderneta, sério Molly?! Espero não ser seu amigo secreto!” - Sherlock a acompanhou até a casa dela, despediram-se normalmente e o detetive voltou ao seu flat na Baker Street.

Imaginar Molly e Lestrade juntos lhe causava uma raiva imensa. Uma raiva de Lestrade, pelo que ele descobriu! Ler os próprios sentimentos não era fácil – pensou o detetive – Mas por que sentia raiva de Lestrade! Porque ele está com Molly! Mas, Molly já tivera muitos outros namorados, por que não me senti assim antes? Porque com Lestrade pode dar certo! E ao perceber isso, a verdade caiu como uma pedra na cabeça de Sherlock. Molly e Lestrade podiam dar certo, era quase 90% de chance. Eles eram amigos, se davam bem, Lestrade era um bom homem e Molly uma garota maravilhosa. Se Lestrade investisse em Molly, ele saberia que a legista corresponderia, porque Molly sempre fazia tudo o que estivesse ao seu alcance para esquece-lo! Molly e Lestrade se casariam, teriam filhos, um cachorro, uma casa com um grande jardim com cercas brancas, teriam tudo o que Molly sempre desejara. Sherlock sentou em sua poltrona e dedilhou seu violino. Molly e Lestrade seriam felizes! Foi então que o detetive percebeu pequenas lágrimas rolando pelo seu rosto e um aperto no peito. Ele perderia Molly! Quando foi que ele havia se tornado tão apaixonado pela garota? E como não notara antes? Nova pedra de realidade caiu em cima de Sherlock, ele sempre soube que a amava, mas ele se recusou a esses sentimentos pelo seu trabalho! Não poderia se envolver com ela, ameaçar John era algo que ele poderia suportar, mas se alguém fizesse mal a Molly, ele não saberia o que fazer! Ele sabia que poderia ter Molly de volta, mas não o faria! Não seria justo lutar por ela, afinal Lestrade poderia dar a vida que Molly sempre quis, e Sherlock não poderia deixar seu trabalho! Ele era brilhante e o único que poderia fazer o que faz! As lágrimas começaram a cair em maior quantidade e Sherlock deitou em sua poltrona, abraçando os joelhos. Tinha que ser assim, ele teria que aturar sua Molly com Lestrade! Nunca, em toda a sua vida, desejou ser como a maioria das pessoas como agora!

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No dia seguinte, todos se reuniram na casa dos Watsons para a troca de presentes do amigo secreto. Sherlock estava fechado e apenas observava. Apesar de já ter se resignado à situação de Lestrade e Molly, não pode deixar de sentir uma vontade enorme de soca-lo quando o viu se aproximando da garota. Molly estava linda demais, como ele nunca vira antes! Decidiu que o melhor a fazer era se afastar e foi conversar com John, que estava ajudando Mary a preparar as gemadas.

- Mal vejo a hora de começarmos! – falou o médico empolgado enquanto entregava uma xícara para Sherlock.

- Gemada? Por que tudo tem que ser tão tradicional?! – O casal trocou olhares, os dois perceberam que o amigo estava de péssimo humor.

- Vamos, Sherlock! Anime-se! Vai ser divertido, você vai ver! – disse Mary rindo e pegando a bandeja com as bebidas, indo para a sala. John e Sherlock a acompanharam.

Quando todos se acomodaram, Mary foi para o centro da sala e iniciou o amigo secreto.

- Muito bem, hora de começarmos! Mas antes disso, Sherlock, quer tentar adivinhar quem tirou quem? – desafiou.

Sherlock tomou um gole da sua gemada e começou.

- Greg tirou Molly, Molly tirou Mary, John me tirou e você tirou Lestrade!

Todos olharam estarrecidos para o detetive e logo em seguida caíram na gargalhada.

- Vocês ouviram, não foi? Ele falou meu nome certo! – falou Lestrade em meio às risadas.

- E foi à única coisa que acertou! – disse Mary em seguida.

Sherlock olhou confuso para todos.

- Molly, por que você não começa? – sugeriu Mary dando uma piscada para Sherlock.

A garota levantou-se, ainda sorrindo e com o rosto ligeiramente vermelho.

- Bem, meu amigo secreto é a pessoa mais inteligente que conheço! Ele está sempre usando um grande casaco preto e tem lindos olhos azuis!

- Sherlock! – gritaram em coro.

Sherlock passou o tempo todo em silêncio e olhando a cena estarrecido. Molly o havia tirado? Mas ele tinha certeza de que a garota tinha tirado John por conta da caderneta.

Molly se aproximou e entregou o embrulho para o detetive. Ele desembrulhou e viu a mesma caderneta que a garota havia comprado, porém, todas as páginas possuíam algo escrito.

- São vales-Molly! – explicou a garota – Sempre que você precisar que eu te faça alguma coisa, ou se você estiver entediado e quiser passear ou...qualquer coisa – complementou envergonhada – pode utiliza-los!

Sherlock foi passando por todos os vales, ainda estarrecido, até que chegou a última página.

- Esse aqui – começou totalmente embaraçada – É para...bem..você viu o que está escrito, então...

Sherlock o arrancou antes que a garota pudesse terminar de falar.

- Eu fico com esse! – disse com certo desespero.

Então agarrou a garota e a beijou, sem se importar que o fato de que estavam na frente de todo mundo. Todos se entreolharam surpresos com a cena, mas o beijo continuou apesar disso. Somente quando John tossiu que Molly se separou do detetive, com o rosto totalmente vermelho!

- Sem perguntas! – falou Sherlock em seguida.

- Ok, bem, o próximo é você Sherlock! – falou Mary ainda trocando olhares e risos com John e Lestrade.

- Meu amigo secreto é o John! – informou entregando o presente ao médico logo em seguida.

- Você não sabe mesmo brincar disso, não é?! – disse John enquanto Mary, Lestrade e Molly riam.

- Bem, e quem você tirou John? – Mary tentou perguntar em meios às risadas.

- Bem, eu tirei um grande investigador da Scotland Yard...

- Lestrade! – gritaram todos, menos Sherlock que soltou o comentário – Grande? – enquanto os outros respondiam em coro.

- Lestrade pegou o presente dado pelo médico e pegou um pacote rosa. Sherlock então sentiu os punhos cerrarem. Se Lestrade agora tentasse se aproximar de Molly, ele daria um soco no amigo.

- Bem, minha amiga secreta é muito carinhosa, amável, gentil...e loira!

- Mary!! – falaram todos em coro novamente.

Sherlock não entendia nada! Se ele havia tirado Mary, por que perguntou sobre o que Molly iria querer ganhar?

- Bem, Sherlock, a culpa é minha! – respondeu a Sra. Watson como se lesse os pensamentos do detetive.

- Sua? – repetiu sem entender.

- Bem, minha amiga secreta, como todos sabem é Molly, e o presente dela é...

Mary puxou a amiga de lado e cochichou algo em seu ouvido. Seja lá o que ela tivesse dito, Molly ganhou uma coloração avermelhada no rosto e se afastou muito tímida do grupo e se sentou no sofá. Mary anunciou que era a hora de jantar e pediu que John a ajudasse. Lestrade se ofereceu para ajuda-la também após a moça ter piscado para ele enquanto saia da sala de visitas.

Sherlock se aproximou de Molly e sentou-se ao lado dela.

- Aquele vale era pra valer? – perguntou o detetive.

Molly olhou para ele e sorriu.

- Claro que era!

- Preciso pedir desculpas ao Lestrade depois! – falou.

- Acho que não precisa não! – informou a moça reassumindo a coloração avermelhada. Sherlock não entendeu e a moça prosseguiu – Mary me disse que foi plano dela! Pediu para que Lestrade fingisse estar afim de mim, para criar ciúmes em você!

- Por que Mary faria isso? – perguntou confuso.

- Porque você é meu presente de amigo secreto! – respondeu ainda mais vermelha.

Sherlock então entendeu tudo o que havia ocorrido, e riu.

- Gostou do seu presente? – perguntou.

Molly riu também e assentiu.

- Adorei meu presente!

E então, antes que Mary reaparecesse para chama-los para jantar, Sherlock deu outro beijo em Molly.

Tinha sido bem divertido brincar de amigo secreto afinal.

Vale-Molly n°100

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