I Cried Like a Silly Boy escrita por Mardybum


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, tudo bem com vocês?
Minhas sinceras desculpas pela demora, esse mês foi bem difícil pra mim, não tinha tempo pra nada mesmo. Mas ainda bem que ele passou e aqui está um novo capítulo. (:
Beijoos!!



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–Mas como assim falar comigo?– Disse Gina, confusa, após o comentário do engenheiro. Automaticamente, começou a se afastar, indo para trás e mudando seu tom de voz devido ao nervosismo - O que você quer?

–Ara Gina, eu...– Ferdinando também não sabia o que dizer. Só sabia que tinha que falar com a ruiva agora. Sentia isso como se essa fosse sua última oportunidade. –Eu... Eu não sei. Só quero conversar um pouco com ocê...

–Se não tem nada de importante pra falar me da licença que eu tenho mais o que fazer...

–Não Gina, espera!– Gritou Ferdinando ao pegar em seu braço, impedindo-a de sair. Nesse mesmo momento, percebeu o que se encontrava em sua outra mão.

–Ferdinando, essa flor é minha, me devolve ara!– Disse Gina, numa tentativa frustrada de pegá-la com a mão livre, o que só serviu para deixá-los mais próximos.

–Ara?– Disse o engenheiro, rindo provocativo enquanto pegava em sua cintura, a trazendo para mais perto ainda.

–Ara... Quer dizer... – Dizia Gina, desconcertada - Ah Ferdinando, é que você me incomoda tanto que eu acabo pegando o seu jeito de falar!

–Incomodo mesmo, Gina?

–Mas é claro que incomoda! Agora me solta, Ferdinando!

–Tudo bem, eu lhe solto. - Disse o engenheiro, contra a sua vontade, se afastando. Queria ficar perto da ruiva, mas agora sabia que não podia ser desse jeito.

–Agora me devolve a flor! Por que você pegou ela? - Disse Gina, nervosa.

–Eu peguei a flor porque... Porque precisava de um motivo pra poder falar cocê. Preciso lhe pedir desculpas novamente Gina. O que eu mais quero agora é lhe dar outro beijo, mas preciso que ocê queira também. - Disse, estendendo a mão com a flor.– Tó procê, pode pegar de volta.

Gina estava com medo de se aproximar para pegá-la. Medo de uma atitude de Ferdinando? Talvez. Mas ele disse que não iria tentar nada e até a soltou. No fundo, a pessoa que ela tinha mais medo era si mesma. Medo de acabar cedendo com a proximidade, pois mesmo tentando ela nunca conseguia raciocinar quando estava perto dele. E além de não poder mandar em seus pensamentos, ela também não conseguia controlar suas ações. Mesmo dizendo não, se aproximava cada vez mais de Ferdinando, não desviando da imensidão azul de seus olhos.

Quando estavam a poucos centímetros, ouviram uma voz os chamando.

–Gina! Ferdinando! Ah, ocêis tão ai. Seu Pedro Farcão tá chamando todo mundo na frente do rio. - Disse Viramundo, arrancado um olhar enfurecido de Ferdinando, que só piorou quando Gina pegou rapidamente a flor e correu atrás do violeiro. Já a ruiva agradecia mentalmente, não sabia o que aconteceria se ele não viesse os chamar. Se lembrava de que não podia se aproximar de ninguém, principalmente a partir daquele dia.

Gina e Viramundo chegaram à margem do rio, olhando para trás pra ver se Ferdinando os acompanhava, o vendo um pouco afastado mas com uma cara nada feliz. Ela ficou em pé, como todos. Acima, o céu começava a ficar acinzentado e os mesmos pássaros que havia visto antes continuavam a voar baixo. Olhar para eles causava uma certa ansiedade em Gina, mas ela não sabia o porquê. Talvez fosse pelo dia que teriam.

Todos falavam ao mesmo tempo e ninguém conseguia dizer alguma coisa que todos entendessem e nem decidir nada. Desse jeito, ficariam assim o dia todo. Até que a professora resolve tomar uma atitude.

–Todos vocês não poderiam ficar em silêncio por um instante? Do jeito que está passaremos mais uma noite aqui.

–Desculpa dona Juliana. É o meu marido mais o coronel aqui que num se entendem. - Disse Dona Tê. A discussão ali acontecia porque Pedro Falcão achava certo que fossem todos a cidade e o Coronel Epa discordava. Por ele ficava ali esperando e não corria risco de vida em um lugar desconhecido.

–Pois ô acho que devemo ir todo mundo pra cidade sim.– Disse Zelão. - Nós num vamo arrepiá carrera justo agora. Todo mundo aqui quer voltar pra casa, num quer?

–E ieu concordo com o Zelão. Acho que devemos enfrentar todos os obstáculos em busca do nosso objetivo. - Completou Ferdinando. - A Gina conhece a cidade, ninguém aqui vai se perder.

–Pois intão vamos porque logo já chega a metade do dia e nós num saimo daqui ainda. - Disse Pedro, indo em frente com Zelão e Gina. Todos os acompanham, até aqueles que os contrariavam.

Após passarem do grande muro e se depararem com a cidade, todos automaticamente se abaixam e se escondem. Tudo está bem diferente de quando Gina e Ferdinando passaram por esse mesmo portão, os soldados estão em peso nas ruas e bombas explodem a todo momento. Não a nada a se fazer, a não ser ir pelo lado, contornando o muro. Ir para a cidade nesse momento seria arriscado demais.

Ninguém ousa olhar para o lado, para cima ou pra trás, apenas seguem em frente, sem rumo ou direção, procurando se esconder cada vez mais. Conforme a tarde se aproxima, as sombras no chão aumentam cada vez mais, primeiro pensavam ser pelo sol, que estava mais forte mas depois parecia que algo se aproximava.

De repente, Gina sente algo espetar seu ombro e tem certeza que alguma coisa pousou nele. Temia olhar para o lado mas quando faz isso encara um dos pássaros brancos que lembrou ter visto na floresta naquele mesmo dia. Ela balança o braço, tentando se livrar da criatura mas ela não se solta. O que fez apenas piorou a situação, pois a ave cravou suas garras nela e começou a bater as asas, tentando levantar voo.

Gina olha para cima e vê uma revoada de pássaros iguais a esse voando baixo. As aves eram muito maiores que o comum e eram tao fortes que Gina teve que se apoiar no muro para não ser levada. Ao olhar pra frente, ela reparou que os outros continuaram, menos Ferdinando, que reparou que algo estava estranho. Ele se virou para trás e viu que a ruiva estava em apuros.

–Ferdinando, socorro!– Gritou Gina. O engenheiro correu para socorrê-la, puxando seu braço para baixo enquanto ela tentava se soltar das garras do pássaro, que estava com os olhos fixos na ruiva. Quando conseguiu se livrar dele, conseguiu também a ira dos outros, que avançaram sobre eles com as garras esticadas e os bicos abertos, fazendo um som ensurdecedor.

Os dois correm para frente, fazendo todos correrem também. Gina gritava conforme sentia a dor de suas bicadas e suas garras tentando se agarrar em suas roupas. Ferdinando tentava afastá-los com sua mão, ainda mais quando percebeu que a única que estava sendo atacada era a ruiva.

Eles tiveram que correr para cima, entrando no primeiro quarteirão da cidade, conseguindo assim se livrar das aves, que pararam de os perseguir e voaram para a floresta. Eles entram em um beco sem saída, tentando se esconder atrás de uma lata de lixo.

–Ocê tá bem Gina? - Disse Ferdinando, afastando sua camiseta ensanguentada, revelando seu ombro ferido.

–Eu to sim Ferdinando, tá doendo só um pouco.

–Não é nada que um bom curativo não resolva, meu amigo. - Disse o doutor Renato, abrindo sua maleta de primeiros socorros que trazia consigo.

Eles acabaram passando a tarde toda naquele beco, comendo algumas frutas que trouxeram da floresta e esperando tudo se acalmar. Ferdinando temia que os pássaros voltassem se eles saíssem dali então negava toda sugestão de que eles deviam voltar a caminhar.

A noite acabou chegando enquanto todos continuavam no mesmo lugar. O ombro de Gina havia parado de doer, mas se ela mexesse muito o braço, a dor voltava. Ficou em silêncio a tarde toda, pensando nos motivos para ter sido atacada daquele jeito. Volta e meia olhava para o lado, sempre encontrando os olhos atentos de Ferdinando, depois voltava a olhar para o nada. Ela encarava a parede mas não reparava de verdade nela.

Só depois de um tempo voltou a realidade e percebeu o papel que estava preso nela. Levantou-se e foi olhar o que estava escrito.

"Toque de recolher: Informamos à população que partir do dia 1 desse mês está terminantemente proibido à qualquer pessoa circular pelas ruas da cidade a partir das 19:30. Um batalhão estará atento e qualquer um que for visto desrespeitando o aviso será punido. Atenciosamente, a prefeitura"

–O que está escrito aí Gina? - Perguntou Juliana.

–Veja.– Disse, mostrando à professora o aviso. - Que horas devem ser agora?

–Não sei Gina, mas parece estar próximo, ou ter passado das 19:30. - Respondeu, mostrando o papel para todos presentes. –E agora, o que faremos? Não podemos voltar para a floresta, mas também não podemos ficar aqui.

– O jeito é torcer pra que ninguém nos veja. - Disse Ferdinando.

Todos ficaram em silêncio, então conseguiram ouvir o som das tropas se aproximando do local. Gina tentava ficar calma e esquecer mas quanto mais tentava, mais parecia que o som estava cada vez mais próximo. Colocou as duas mãos sobre o rosto e sentiu que tudo tinha se iluminado. Abriu os olhos e encarou a luz de uma lanterna.

–Quem está ai? - Gritou o soldado armado, acompanhado de muitos outros. Passado alguns minutos, ele gritou outra vez. - Eu sei que tem gente aqui, vamos! Apareçam! - Não poderiam mais fingir que não estavam lá, então a ruiva se levantou.

–Gina, não!– Sussurrou Ferdinando, tentando, em vão, impedi-la de fazer alguma besteira.

–Eu estou aqui!– Gritou Gina, com a espingarda na mão - Nos deixem em paz, ou vão levar bala!

–É isso mermo. - Disse Zelão, apontando as suas. Sabiam que era em vão, pela quantidade de soldados armados, mas não podiam se render sem ao menos tentar se defender.

–Olha só o que temos aqui, o prefeito vai adorar... - Disse outro soldado, os olhando dos pés a cabeça. - Levem-os.

–Não! - Gritou Ferdinando, se pondo na frente de Gina, que o afastou e tentou atirar nos pés do soldado.

–Ah eu não acredito nisso! - Disse a ruiva ao perceber que a espingarda estava sem balas. Apenas Zelão conseguia atirar, mas não pode afastá-los por muito tempo.

Todos se viam perdidos e o desespero começou a tomar conta, até que uma ajuda inesperada surgiu.


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Notas finais do capítulo

E então, o que será que vai acontecer? Estou sendo um pouco má ao acabar o capítulo assim hauhsuah mas não vou ser demorando para postar tanto quanto eu demorei com esse.
Espero que tenham gostado, comentem o que acharam! Beijoooos e obrigada por tudo :D Até o próximo!!