I Cried Like a Silly Boy escrita por Mardybum


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo!!
Preciso pedir desculpas pela demora. Estava completamente sem tempo essa semana e quando eu pegava pra escrever não conseguia continuar. As ideias não vinham.
Hoje, finalmente, tive uma certa inspiração então voltei a escrever. :D
Beijos!!



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–Gina? O que ocê me diz...? - Falou Ferdinando, se aproximando ainda mais, se possível.

–Eu lhe digo...– Olhava nervosa. - Que você é maluco se acha que eu vou te beijar! - Disse, correndo para a passagem novamente e descendo as escadas. Ferdinando a seguiu e ela começou a correr. Entrou em uma sala e encostou na estante. Ele percebeu que ela sumira e olhou em volta. Viu que uma porta estava entreaberta e entrou, a encontrando.

–Pois então Gina, ieu vo te que lhe beijá a força. Como da outra vez. - Ela estava paralisada com o olhar profundo que ele lançava. Não conseguiu sair do lugar, até ele chegar muito perto e ser tarde demais pra tentar escapar.

–Pois você que tente! - Respondeu, o ameaçando.

–Gina... ieu quero que ocê saiba que ieu não estou fazendo por mal. Aquele beijo mexeu comigo de uma manera que ieu inté acho que to começando a gosta docê.– Disse. Ela sentiu um arrepio na espinha que não sabia explicar, mas sua consciência começou a alertar. "Como assim começando a gostar de mim? Ele só deve estar querendo se aproveitar!" pensava. E foi com esse pensamento que começou a tentar se soltar dos braços dele.

–Num me interessa saber! Eu só quero sair daqui logo! -O empurrava e assim começou uma espécie de guerra. Ferdinando tentava segurá-la enquanto ela tentava se soltar. Eles giravam e acabaram derrubando vários livros. Logo estavam com as mãos juntas e não conseguiam desviar o olhar.

–Ara Gina...Mai ocê num vai me dá nenhum beijinho? - Disse, quando o ritmo ficou mais lento. Aproveitando essa fraqueza de Ferdinando, Gina conseguiu empurrá-lo e correu para a porta.

–Você pode esperar sentado que nunca que eu vou te beijar! Eu te odeio seu engenheirinho! - Gritou, indo para fora e voltando o corredor, sendo seguida por um Ferdinando um tanto quanto decepcionado.

Os dois continuaram em silêncio até voltarem a caverna, sempre com Gina na frente, evitando olhar para ele. Chegaram e receberam o olhar suspeito de Juliana, que estava ao lado de Zelão.

–Mas onde é que vocês dois estavam? Acordei e não os achei em lugar algum, já estava preocupada aqui. - Disse a professora, os olhando.

–Mai professora, foi a Gina que me levo pra lá... - Disse Ferdinando, arrancando um olhar surpreso de Juliana e um irritado de Gina mesmo antes de completar a frase. - Carma Gina. Ieu num terminei de falá ara! Como ieu ia dizendo, a gente achou uma manera de sai dessa caverna.

–Mas que notícia ótima Nando! - Sorriu Juliana. - E o que estamos aguardando? Vamos logo!

Após serem avisados, todos partiram para a passagem e seguiram pelo corredor. Gina tentava se afastar o quanto possível de Ferdinando e sempre que o via se aproximar, ia pra frente e tentava pensar na grande busca que teria pela frente.

A primeira coisa que fizeram quando chegaram na escada e voltaram a floresta foi procurar comida. Colheram várias frutas e montaram uma espécie de piquenique. Ferdinando conversava com Catarina e acabou contando seu plano de procurar alguma coisa que cure Juliana e Gina.

–Ocê tá maluco Ferdinando? Sai nesse mundo sem conhecer nada e sem saber pra onde ir? E se ocê se perde de novo? - Respondeu a madrasta.

–Mai Catarina...

–Mai nada. De jeito manera que ocê vai se separa do seu pai, da Pituca i d'eu. Si ocê for, todo mundo vai junto. - Ferdinando olhou para Gina, que estava cochilando, e decidiu com todos o que iriam fazer.

–--

–Gina... Ocê ainda lembra de que nois ia procurá o antídoto? - Perguntou Ferdinando, a surpreendendo. Nenhum dos dois conseguia esquecer. E ambos também não sabiam como iriam fazer isso.

–Lembro sim.– Disse, o olhando irritada. - E você quer ir justo agora?

–Não seria uma má ideia... - Respondeu.

–Pois eu acho que seria! E além do mais, não quero deixar todo mundo aqui pra procurar uma coisa sem ao menos saber onde começar!

–Mai quem disse que nois vamo deixá todo mundo aqui? Enquanto ocê dormia, a gente decidiu que vamos ir todos juntos. - Disse. Gina não sabia o que pensar. Não queria que ninguém se arriscasse, mas queria menos ainda deixar eles pra trás.

–Então vamos...– Concordou, ainda pensando se essa era a decisão correta a tomar.

Já estavam na metade do caminho e Ferdinando começou a pensar onde iriam procurar primeiro. Não conhecia nada daquele lugar e achar um antídoto que curasse Gina e Juliana seria como achar uma agulha em um palheiro. De repente, olhou para o céu e viu que estava muito mais escuro que antes, podia ver o céu clarear por conta dos relâmpagos e achou que uma forte chuva estava por vir.

–Parece que vai chover.– Percebeu Juliana.

–O tumbem to botando reparo nisso perfessora. - Respondeu Zelão.

E agora? Pensava Gina. Estavam desprotegidos naquele lugar e não podiam simplesmente voltar, já haviam caminhado bastante. A chuva começou e não demorou muito para se tornar uma forte tempestade. Não tiveram opção, a não ser continuar. Já não conseguiam enxergar nada na frente e muito menos por onde estavam indo. Só percebia que aquele lugar era desconhecido. Por seus cálculos, já eram pra se encontrar na parte sombria da floresta, que antecedia o lago. Estavam encharados quando ela começou a cessar.

Agora percebiam que nunca tinham passado por lá. A quantidade de árvores era extremamente maior e foi aumentando até chegarem numa parte que mais parecia uma parede feita de árvores. O primeiro a tentar passar era Ferdinando, que teve uma certa dificuldade, mas quando atravessou, não conseguia acreditar no que via. A Vila de Santa Fé.

Olhava pelos lados e se sentia em casa. As mesmas casas, a venda de Seu Giácomo, a escola da Professora Juliana, o posto de saúde do Doutor Renato. As mesmas flores, ainda mais vivas. O céu estava azul, com várias nuvens, com o aspecto da primavera. De longe, conseguia ver a Casa Grande, onde morava com seu pai e do outro lado, a casa dos Falcão. A ficha não havia caído, tinha mesmo encontrado uma maneira de voltar? Sorriu ao sentir o cheiro do lugar. Logo em seguida de lembrou dos outros, tinha que mostrar a Vila a Gina.

–Gina!– Disse, feliz - Vem cá! Ieu preciso lhe mostrar uma coisa.

–Eu to tentando! Tá difícil de conseguir passar. - Disse, entrando no lugar. Se assustou ao ver onde estava.

Viu um grande campo florido, com várias árvores e céu azul. Não havia nada em volta. Tudo estava tranquilo, sem um barulho sequer. A única coisa que conseguia ouvir era o som dos pássaros cantando. Não conseguia parar se olhar para cima, com a boca aberta.

–Ocê gostou daqui Gina? –Perguntou Ferdinando, pegando em sua mão. Aquele lugar a transmitia uma paz tão grande que ela nem se importou em reclamar do ato.

–Mas é claro que sim! Esse lugar é maravilhoso! - Sorriu.

–Pois é aqui que ieu vivo. - Disse Ferdinando. Gina estranhou.

–Mas como você pode viver aqui se não há nenhuma casa? - Perguntou.

–Mai como não tem nenhuma casa? Ocê tá precisando de óculos Gina.– Riu Ferdinando. Ela ia brigar, mas não conseguiu. Nunca conseguiria discutir com a tranquilidade daquele lugar. Apenas riu junto dele.

Logo todos entraram também. Juliana e Zelão viram ambos a Vila de Santa Fé. Mas, o lugar que viram era próximo a casa de Mãe Benta, onde eles andavam a cavalo quando ele a levava para falar com o Coronel Epa e a deixou ir embora. Ele podia até ver o seu cavalo, Quarta-Feira, e não se contia de felicidade.

Pituca e Serelepe também encontraram a Vila e correram subir na árvore que tanto gostavam. Seu Giácomo a viu na época em que chegara da Itália para morar lá. Também achou sua esposa, juntamente com Milita. Renato acabou vendo seu posto de saúde, que por um milagre, estava cheio. Os Falcão e os Napoleão viram suas casas e correram para elas, sorrindo.

Gina apenas via todos correrem felizes e se convenceu de que aquele lugar era mesmo a tal Vila de Santa Fé. Abriu um sorriso ao ver a felicidade de Ferdinando, não precisavam mais procurar por nada, já haviam encontrado. Se sentiu melhor do que estava e deixou a paz a invadir. Já não conseguia sentir raiva de mais nada, a única coisa que sentia era alegria. Viu que ainda estava de mãos dadas com Ferdinando e acabou juntando a outra, quando começaram a rodar pelo campo. Olhava para seus olhos azuis, que brilhavam e não conseguia pensar em mais nada. Nunca havia se sentido assim. Acabou caindo no campo florido e riu mais ainda.

Fechou os olhos e dormiu, não soube por quanto tempo. Acordou e encontrou Ferdinando, ainda ao seu lado, parecendo tão feliz quanto ela. Estava no mesmo lugar. E por mais que tentasse pensar em como conseguira chegar lá se estava na floresta, não conseguia. Não podia raciocinar. E acabou novamente pensando que não teria motivo pra isso, afinal estava mesmo na Vila de Santa Fé. Mexeu na terra com as mãos e a sentiu. Como era bom estar lá, já não queria nunca mais voltar para onde estava antes.

Voltou a fechar os olhos para sentir o vento suave que batia. Mas acabou sentindo outra coisa. Uma certa dor que a fazia voltar a realidade e perceber que algo estava errado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!
Estava com uma falta de inspiração terrível D: Mas acabei sonhando com MPDC e me veio uma vontade imensa de escrever hahaha eu espero sonhar mais vezes.
Gostaram? Alguma sugestão, dúvida, opinião... Comente!! ;)
Beijoooos e até o próximo.