Lost And Found escrita por Insomniac Killjoy


Capítulo 17
Had a Bad, But Nice Day


Notas iniciais do capítulo

HEEY! Desculpem a demora, eu precisava estudar mtt, mas minhas provas do bimestre acabaram- graças. Mas para compensar o capítulo teve suas partes fofinhas e tbm está bem grande :3



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Sei que não queria estar na escola na segunda-feira e só de estar lá, naquele horário, já me fazia pensar: nada pode ser pior.

Bem, é aí que me engano.

A diretora informou que haveria um tipo de palestra logo na primeira aula, e isso realmente me assustou. Ela odiou o que aconteceu sábado e talvez essa “palestra” esteja cheia de repreensões discretas para mim e Izzy.

O discurso obviamente foi para nos repreender. Ela falou da “gloria da instituição de Clarion” e tudo isso. E finalmente, o discurso acaba.

– E... Senhorita Isabelle Lightwood e Clarissa Fray compareçam a minha sala.

Meu coração para de bater por alguns segundos e fico em pânico, paralisada no meio do hall da escola. Izzy precisa me dar um leve puxão para que eu volte à realidade.

Andamos até a sala da diretora. A maneira como Isabelle anda é tão confiante, comparada a mim, que tropeça nos próprios pés por causa do nervosismo.

Chegamos e bato na porta. A voz da mulher soa irritada ao mandar entrarmos, mas eu respiro fundo e obedeço.

–Muito bem, podem se sentar- fazemos o que ela pede e o silencio toma conta da sala por um instante, até ela soltar um suspiro e entrelaçar os dedos e repousar a mão sobre a mesa- Tenho muitos compromissos e preocupações, por isso vou ser bem direta. Considerei as duas como as causadoras da terrível baderna com o... Pó colorido seja o que aquilo for. Os pais de ambas foram informados e estarão buscando-as ainda hoje.

Fico meio perdida nisso, mas ela se inclina e seu rosto fica perto dos nossos.

–Quero ambas fora da minha escola. Não quero ver vocês pisarem aqui novamente, entendido? Agora vão arrumar suas coisas antes que eu mesma jogue tudo para fora.

Levanto-me, atordoada e com as pernas tão firmes como geléia. Parece que há uma pressão em meu peito que pressiona meu coração e faz-me ter dificuldade em respirar. Culpa.

Quero chorar ou dizer coisas a Izzy, mas nada sai da minha garganta e eu ando até meu quarto de maneira automática.

Enquanto começo a tirar minhas coisas do quarto e colocá-las na mala, um turbilhão de pensamentos negativos passa por minha mente. Quero dizer tantas coisas a Izzy e minha mãe, mas sei que não conseguirei. E o silencio apenas ajuda a me desestruturar.

Alguém bate na porta e anuncia que o carro que veio buscar Izzy já chegou.

Paro de arrumar as coisas quando consigo fechar minha mala. Olho para Izzy, que está parada, com a mala no chão e um olhar vazio. Levanto-me e fico parada em sua frente. Seus olhos negros se enchem de lágrimas e eu a abraço o mais forte que consigo, e ela desata a chorar.

Coloco meu rosto em seu ombro e continuo a abraçá-la. Meus olhos começam a arder e as lágrimas caem. Abraço Izzy e ela me abraça com a mesma força, enquanto choramos nesse quarto que já foi decorado de nossa maneira e que agora é apenas mais um lugar vazio dentro da escola.

–Você precisa ir- digo me afastando e limpando as lágrimas- Nos veremos logo, eu prometo.

–Tudo bem- ela limpa seu rosto e dá um sorrisinho – Me liga quando chegar a sua casa.

–Ok.

Ela passa pela porta e eu fico sozinha por cerca de quarenta minutos até que minha mãe chegue.

Vou arrastando minha mala enquanto caminho para a saída. Passei tanto tempo querendo sair dessa escola, mas nunca imaginei dessa forma. E até mesmo temo quando chegar do lado de fora.

Vejo o rosto severo da minha mãe. Nunca a vi séria dessa maneira, tão brava, tão... Desapontada. Esse misto de sentimentos consegue preencher seu rosto por completo.

Ela me manda entrar no carro e eu apenas obedeço. Quando ela entra, fica parada, encarando o vidro e reunindo palavras certas em sua mente. Eu apenas a encaro, quando ela se vira para mim e parece a ponto de explodir.

–O que você estava pensando? Cadê a Clary responsável e quieta? Cadê a Clary brincalhona e criativa? Por que, essa Clary é apenas uma garota diferente, não é a mesma pessoa.

–Mãe...

–Não diga nada. Estou desapontada com você. Tirou-me do trabalho para te buscar de uma expulsão? O que pensa estar fazendo?

Não respondo a isso, apenas fico de cabeça baixa. Ela suspira e acelera o carro. Então dirige de uma maneira que não é o usual. Ela corre, passa em semáforos fechados, faz curvas brutalmente e xinga as pessoas que buzinam.

Quando para o carro na frente de casa, desço e pego minhas coisas, então ela parte novamente, da mesma maneira que veio.

Abro a porta e levo a mala para meu quarto. Pego meu celular, enquanto estou sentada na cama e ligo para Izzy, mas ela não atende. Não a culpo e não penso que ela está me evitando. Pode ter deixado o telefone dentro da bolsa ou então está no silencioso.

Encaro a tela do aparelho. Algo dentro de mim faz com que eu comece a procurar na lista de contatos algum numero. E quando chego a certa letra, eu penso duas vezes e decido ligar. Enquanto chama, eu abro a janela do quarto e me deito na cama.

–Clarissa Fray- diz a voz com o tom brincalhão de sempre.

–Não me chame pelo nome inteiro, por favor. Já cansei disso por hoje.

–Você não deveria estar na aula?- solto um suspiro quando ouço isso. –O que aconteceu?

–Bom- viro-me de barriga para cima e explico para ele o acontecido na escola. Apesar de tudo, ele dá uma gargalhada- Qual a graça?

–Isabelle foi expulsa? Ela deve estar em desespero agora- ele dá uma pausa e sua voz para de soar divertida- Mas e você?

–Eu... Não sei. Apenas quero chorar e gritar. Nada parece estar certo. Não sinto como se estivesse vivendo a minha vida, e sim estivesse no corpo de outra pessoa. E eu não... –fecho os olhos e sinto uma lágrima escorrer por minha bochecha- Não quero ficar sozinha agora, por isso liguei para você. Izzy não atendia.

–Eu sou a segunda opção então?

–Não é isso. Só que... Não sei explicar. - Não quero falar com ninguém além de você agora. Você irá me ouvir, pelo menos o suficiente para que eu me sinta melhor. É por isso.

–Tudo bem, Clary Fray, melhor ficar pronta em quinze minutos- ele desliga o telefone.

Levanto-me apesar e começo a me arrumar. E em questão de minutos, Jace buzina na frente da minha casa. Desço e o encontro parado em cima de sua moto, com os braços cruzados. Não digo nada e apenas subo no veiculo já bem familiar.

Não presto atenção no caminho, apenas no vento e na respiração de Jace. Tento me concentrar apenas nisso, até que ele para a moto. Ele pega minha mão e me conduz para dentro do edifício a nossa frente.

Piso de taco incrivelmente brilhante, paredes de pedras cinza, um sofá preto, uma TV excessivamente grande, um aparelho de som bem moderno, diversos CDs e DVDs espalhados no chão ao lado, videogame e uma foto em preto e branco da banda Nirvana em um show. Essa é a sala de estar do apartamento que entramos.

–Lar, doce lar- ele diz abrindo os braços.

–E seus pais?

–O que tem?

–Essa decoração não parece ser muito típica de uma casa com adultos. Minha mãe não deixaria eu colocar um quadro com o mestre Yoda na parede.

–Não moro com meus pais. Quer dizer... – ele coça a nuca e dá um sorriso torto- É complicado. Você quer alguma coisa?

–Não, obrigada.

–Muito bem então- ele liga o videogame e pega o console. Senta-se no canto, com as costas apoiadas no braço do sofá- Ainda está mal com o que aconteceu hoje não?

–Minha mãe deve estar me odiando nesse momento- passo minhas mãos pelo rosto e sento-me ao seu lado- Eu acho que... Eu sou culpada pela expulsão de Izzy. Eu nunca fui esse tipo de garota, que é expulsa, na verdade estou em completo desespero por isso. Mas o fato de que outra pessoa foi expulsa comigo e por minha culpa é triplamente pior. Fora que minha mãe está decepcionada comigo. É muita coisa para um dia só- meus olhos marejam.

–Não se sinta culpada- ele se inclina para frente e passa os braços em volta de minha cintura. Se essa mistura de sentimentos ruins não estivesse me perturbando, eu estaria vermelha como um pimentão agora- Izzy sabe o que faz, ela não é idiota. Não se deixa ser levada pelos outros.

–Mas... Mesmo assim, isso não melhora o que penso- ele encosta sua testa na minha cabeça.

–Deveria. Pense, se ela fez o que fez, estava consciente da conseqüência...

Antes de ele terminar de falar, acabo fungando. Algumas lágrimas escorrem por meu rosto. Jace levanta a cabeça e analisa meu rosto. Solta uma risadinha, mas então uma de suas mãos se solta da minha cintura e ele passa os dedos por meu rosto, limpando as lágrimas de uma maneira delicada.

–Por que está chorando? Já passou, não tem volta. Você pode evitar ser expulsa na próxima escola. E suas notas não são ruins, não é?

–Eu não deveria ter feito isso- soluço. Ele volta a se encostar e me puxa junto. Encosto a cabeça em seu peito e ele me abraça, com o controle de videogame em mãos e olhos na TV. – E aqui estou eu, na casa de um estranho.

–Ainda me acha um estranho?

–Jace, só sei o seu nome.

–Tudo bem então, pergunte o que quiser.

–Tá bom. Por que não mora com seus pais?

–Meus pais viajam muito, por isso me emanciparam. Tenho essa casa e a casa com eles. Também tem a casa dos Lightwood, que conheço desde que nasci e considero uma família. Maryse, a mãe de Alec e Isabelle é melhor amiga da minha mãe, e minha mãe pediu para que ela cuidasse de mim enquanto estivesse fora. Mesmo emancipado, ela continua me tratando como antes.

–Entendi.

–E os seus pais? Só conheço sua mãe, que por sinal não sabe que eu te conheço.

–Meus pais são separados e meu pai não vive aqui, ele vive do outro lado do país, em Los Angeles.

–Clary, tem uma coisa que preciso te contar- olho para ele, mas ele continua jogando- Meu sobrenome não é Wayland, eu menti pra você. É Herondale.

–Herondale- digo pensativa- É um sobrenome bonito. E então eu beijei e estou deitada na casa de um cara que só sei o nome agora?

–Basicamente- ele ri- Eu me esqueci de te contar esse detalhe.

–Por hoje chega de perguntas.

–Clary? –olho para seu rosto. Ele pausa o jogo e olha para mim- Você pode vir aqui a qualquer hora. Nem que forem seis horas da manhã. Se precisar vir aqui ou se não precisar e só quiser vir.

–Ok- dou um sorriso. Ele segura meu rosto e me dá um beijo. Estamos em uma posição meio desconfortável, mas continuamos com os lábios selados.

–Teremos mais tempo, agora que as férias de verão chegam.

Passo o dia com Jace. Almoçamos comida chinesa e vejo um filme com ele no sofá. Acabo dormindo abraçada a ele. Não sei direito como definir minha relação com ele e tenho minhas infinitas duvidas. Não sei se ele está comigo apenas por diversão, mas mesmo assim vou arriscar.

Quando acordo, vejo o horário. Falta apenas uma hora para minha mãe sair do consultório.

–Jace, pode me levar para casa?- pergunto ainda sonolenta.

–Já?

–Minha mãe chega logo, e não quero que ela chegue antes que eu.

–Tudo bem. Vamos.

Xx

Ele para em frente a minha casa. Desço da moto e ele cruza os braços. Paro na frente dele e dou um sorriso. Ele retribui e me puxa para perto. É quase natural o ato de beijá-lo, mas meu coração continua a acelerar quando o faço. Meus dedos já se acostumaram com o comprimento de seus cabelos e a maciez deles, mas não se cansam de tocá-los.

–Preciso ir – diz ele, dando-me um beijo na testa –Até mais.

–Até.

Ele sobe na moto e vai embora. Entro em casa e fico vendo na TV um filme antigo. E finalmente minha mãe chega.

–Clarissa- ela diz em tom nervoso. Ela deixa a bolsa no sofá e fica em pé, de mãos na cintura- Precisamos conversar algo sério. Falei com seu pai hoje sobre o que houve. Daqui a uma semana começam as férias de verão em praticamente todo país. Você vai passar as férias na casa de seu pai...

–Não- eu começo a sentir meus olhos arderem e respiro fundo – Não mãe.

–E você vai amanhã de manhã- ela fecha os olhos, e percebo que isso a afeta. Eu começo a chorar em silêncio. –Ele passa aqui as nove. Então vá fazer suas malas.


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Notas finais do capítulo

E AEEE? Se alguém recomendar eu posto hj/amanhã. E preciso de suas opiniões amores