Já passava da três da manhã quando Robert chegou cambaleando de cansaço pela porta,Boomer pulou em cima dele.A fim de brincar com o dono.

–Oi amigão!-Robert sentou-se no chão e acariciou o cachorro.-Agora não posso brincar,estou muito cansado.

Em sua cabeça havia dezenas de imagens:bares escuros,club de strip-tease,ruas enfumaçadas onde acompanhantes de baixo nível negociavam seu corpo.Todas essas visões iam e vinham,fundindo-se em um caldo desagradável que representava a vida de Juan Ramires levava.

Ninguém sabia de nada,é claro.Nos últimos dias ninguém vira Juan.Além de sua esposa agressiva.Robert descobriu em seu passeio pela parte mais desagradável da cidade,era que ninguém nem pusera os olhos em Juan,mas alguém estava atrás dele,e pusera muito mais do que os olhos nele.

Ele se levantou,já despira a blusa e a atirara para o lado.Se livrando do resto da roupa ele entrou no banheiro ladrilhado em azul e verde,abrindo o chuveiro,deixou ser envolvido pelo jato de água.depois de espalhar xampu em seus cabelos e de passar o sabonete fechou o chuveiro.Enrolou um toalha na cintura e voltou para o quarto.

Um sorriso surgiu em seu rosto quando viu que Boomer já estava deitado em sua cama.Atirando a toalha sobre o ombro ele colocou um short preto,com as mãos agitou o cabelo e apagou as luzes.

Ficou aliviado quando seus músculos relaxaram.

O despertador tocou ao lado da cabeça de Robert e o acordou.Por extinto,o policial que carregava dentro de si despertou primeiro.Desligou o despertador e se levantou da cama.Ele tomou um banho e em menos de cinco minutos,já estava pronto.

As ruas desertas foram substituídas pelo burburinho constantes de turistas que circulavam pelo centro,e o brilho dos anúncios luminosos oferecia todos os prazeres e artigos conhecidos pelo homem então,entraram na área da Central.

Robert estacionou o carro e ligou o alarme.Entrando no elevador ele subiu direto para sua sala.Ficou feliz por encontrar o relatório toxicológico e o relatório do legista .Pegando o relatório toxicológico,ele se sentou e recostou-se na cadeira.

Cam bateu na porta e entrou.

–É o relatório toxicológico?

–sim.Ele andava bebendo muito.-murmurou Robert.

Cam pegou o relatório do legista e o leu.

–Aqui diz que ele morreu como primeiro golpe.-ela entregou-o a ele.-Seja lá quem o matou,tinha que ter muita força para matá-lo com apenas um golpe.

Ou muita raiva,pensou Robert.Aquela podia ter sido uma guerra de traficantes,ele deve ter invadido a área de alguém.

–Não é preciso muita força ou esforço para acabar com uma vida.A única coisa da qual se precisa é o motivo e a oportunidade.

–Seja como for,foi preciso muita raiva.

–Sim.Vamos atrás da senhorita Grigori.

O edifício chamava a atenção de todos que passavam pela avenida.Repleto de espelhos que refletiam o céu azul de Nova York e é claro,a estátua da liberdade.Mesmo assim,o edifício mantinha a aura de mistério.

Robert e Cam atravessaram o saguão do edifício seguindo direto para o elevador,já que seus distintivos garantiram que nenhuma dos seguranças o barrassem.O único som que predominava o elevador era uma melodia calma e suave.Assim que as portas se abriram,ambos saíram do elevador seguindo o corredor até a recepção.

–Posso ajudá-los?

–Gostaria de falar com Fate Grigori.-Robert mostrou o distintivo.

–Vou anunciá-los.

O homem pegou o telefone e os anunciou com tamanho profissionalismo para qual fora treinado.

–A senhorita Grigori os aguarda.

O sujeito os acompanhou até uma sala que ficava no fim do corredor.O escritório era feminino,despojado e silencioso.

–Sentem-se por favor.

Robert se sentou em uma cadeira estofada e Cam se instalou em outra,que fazia par com ela.

–Senhores policiais,sejam bem-vindos.-sua voz era quase um sussurro.-Houve algum problema?

Robert mostrou o distintivo.

–Senhorita Grigori sou o tenente Lavelle,e essa é a policial Stanton.

–Fate.Podem me chamar de Fate.Nomes demais são muito complicados.Gostariam de beber alguma?

–Café puro,por favor.-disse Robert,enquanto Cam negava a oferta com as mãos.

Robert a estudou enquanto falava ao telefone.Lindos olhos azuis,pele clara como leite e rosada naturalmente.Madeixas perfeitas e loiras caiam em volta de um rosto perfeito.Aquele era um rosto muito interessante.Inteligente,teimoso e sexy.Três boas razões para olhar mais de uma vez para uma mulher,concluiu Robert.

–Gostaríamos de lhe fazer algumas perguntas,Fate.

–Certamente.-disse ela dispensando a moça que entrou trazendo duas xícaras de café,com um sorriso.

–Onde estava na madrugada de anteontem,Fate.

–Hum...em minha casa.Qual o motivo desta pergunta?

–O assassinato de Juan Ramires-Robert notou que o rosto dela permaneceu imóvel.-Tem um álibi que comprove esta informação?

–Sim.Meu mordomo,meus empregados e é claro minha amiga Dina Dallas.

–Temos uma testemunha que afirma que a senhorita discutiu com a vitima. Qual o motivo da discussão?

Fate se recostou na cadeira e sorriu.Seus olhos permaneceram frios.

–Juan era um idiota completo,com todas as partes.Veio até mim dizendo ter a fórmula para algo novo que seria um estouro para a humanidade.Uma droga nova que ele mesmo chamava de Hades,queria que eu a fabricasse em um de meus muitos laboratórios e quando eu neguei ele ficou furioso,disse que precisava de um conhecimento profissional de química para produzi-la e que eu tinham cientistas que conseguiria fazer sem nenhum trabalho.Juan achou que me colocar na mira de uma arma me amedrontaria.

–E a senhorita permaneceu quieta?-indagou Cam.

–Sim,eu não gastaria meu tempo acabando com um inútil com Juan.

–E você o matou?-Robert tomou um gole do café.

–O que suas provas indicam?-ela encarou-o.

–Nada até agora,mas foi o suficiente pra me trazer até você.

–Os olhos nos dizem muito mais do que podemos ver,tenente.-o sorriso sumiu de seu rosto.-Agora se não tiverem mais perguntas...Sou aguardada em uma reunião de negócios.

–Manteremos contato,Fate.

–Com certeza,tenente.-ela se levantou.-Até logo.