Laços de Sangue e Fúria escrita por BadWolf


Capítulo 31
Confiança Partida


Notas iniciais do capítulo

Para quem queria saber quem pegou esse momento de safadeza da Diane, esse é o momento! Finalmente terão suas dúvidas sanadas. Espero ter surpreendido vocês, embora eu ache que isso tenha ficado um pouco previsível.

E desculpem o atraso. Tive problemas com a net. Espero que esse cap seja um bom pedido de desculpas.

Boa leitura!



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Holmes separou-se de maneira instantânea de Diane, mas não o bastante para evitar que Watson lhe flagrasse no momento errado, talvez o mais errado de todos. Aquele beijo não tivera o menor consentimento seu, e se seus lábios ficaram mais de dois segundos sobre os de Diane, fora muito. Entretanto, seria difícil provar a Watson o contrário do que os seus olhos viram.

–Então, bastou que eu me ausentasse para que você se aproveitasse dela?

–Watson...

Para surpresa de Holmes, Watson tentou dar-lhe um soco, mas a tempo de ser evitado, fazendo-o socar o ar. O semblante do médico estava alterado, furioso. Suas maças do rosto encontravam-se coradas e sua sobrancelha quase unida, de tão franzida.

–Meu primo, pare com isso! – gritava Diane.

–Você não tem o direito de se aproveitar de minha prima! – bradava o doutor, revoltado, segurando Holmes pelo colarinho da camisa.

–Eu não a beijei, Watson! Por Deus! Isso tudo é um grande engano!

–Eu vi o que vi, Holmes! – berrava o doutor, num ar desapontado e irritado ao mesmo tempo. – Ou vai me dizer que ela te beijou, é? Será tão covarde a ponto de jogar sua responsabilidade nas costas de uma mulher, ou você se tornou a mulher nessa história?

Profundamente ofendido com Watson, Holmes virou-se para Diane, e percebeu que seu semblante era mais neutro do que deveria. A moça não mostrava nenhuma emoção.

–Acredita mesmo que eu seria capaz de assediar sua prima? – Holmes perguntou friamente a Watson, que refletiu por um momento.

–Eu não lhe conheço nesse departamento, Holmes. Conheço a Grande Máquina de Calcular, o homem das idéias, A Mente Inquieta, o Grande Detetive, mas não conheço o homem capaz de amar, de se envolver afetuosamente com alguém, e eu duvido que você seja incapaz disso. Por isso não posso afirmar nada.

Holmes olhou brevemente para os dois.

–Creio que já ouvi o bastante, então. – disse Holmes, com frieza e também certa decepção na voz. – Se minha presença em Baker Street mostra-se uma “afronta” à castidade e pureza de seu familiar, então não vejo alternativa senão a de... Me retirar daqui. Mas aviso-te, caro Watson. Este apartamento também é meu.

Holmes caminhou até seu quarto, onde ficou por lá, aprontando uma pequena mala e mais alguns pertences.

–Dar-te-ei um prazo de trinta dias. – disse Holmes, trancando a porta de seu quarto. – Trinta dias, para que você dê a sua prima uma situação definitiva, a que for de seu alcance. O fato é que este apartamento é pequeno demais para nós três.

–Oh, Mr. Holmes... – dizia uma chorosa Diane.

–Cale-se. – disse Holmes, com certa raiva, deixando Watson ainda mais furioso.

–Quem você pensa que é para tratar a minha prima com tal desrespeito?

Holmes rebateu. – Um homem ofendido por acusações infundadas. Enfim, caso deseje saber, estou antecipando minha ida para Plymouth. Depois que voltar de lá, estarei na casa de meu irmão Mycroft, caso você deseje me encontrar para se desculpar desse fato lamentável e estúpido.

–Holmes... – disse Watson, em desagrado. – Tente me entender...

–Oh, mas eu estou te entendendo. – disse Holmes. – Por isso ainda dou mais um voto à nossa amizade. E parabéns, Miss Diane Watson. A senhorita mostrou-se muito tenaz com essa estratégia patética de me seduzir a qualquer custo. Tenham um bom dia.

Holmes fechou a porta, descendo as escadas. No corredor, acabou encontrando com Esther, um pouco descomposta e com o semblante mais corado que o normal.

–O que houve? – ele não pode deixar de perguntar.

–Você roubou minha pergunta. Eu é que deveria te perguntar isso. – ela disse, apontando para a mala.

–Oh, isso... – Holmes parecia procurar as palavras. – Digamos que... Terei de arranjar uma moradia temporária, antes que eu acabe casado por desonrar uma moça.

Holmes saiu, piscando para Esther, deixando-a visivelmente confusa.

Claro, Esther subiu a escada que levava aos aposentos de Holmes, para saber melhor o que estava acontecendo ali. Acabou encontrando Watson visivelmente perturbado, e Diane bebendo conhaque, parecendo mais nervosa e agitada do que o costume. O clima ali não era dos melhores, ela notou.

–Watson? O que houve? Eu encontrei Mr. Holmes com uma mala...

–Oh, minha cara Sophie... Sua presença aqui deixa-me feliz e alivia o meu sofrimento. – disse Watson, carinhosamente pegando na mão de Esther. – Aconteceu algo que eu jamais pude imaginar... Meu amigo, Holmes.... Meu melhor amigo, Holmes...

Percebendo a hesitação de Watson, Esther insistiu.

–O que aconteceu a ele, Watson?

–Ele beijou minha prima, Diane.

Esther abriu a boca, formando um arco, em surpresa e – é claro – raiva. Virou-se para Diane, que estava sentada ainda bebendo um conhaque generoso.

–Beijou?! Espere, Watson...

–Ninguém me contou isso, Sophie. Eu mesmo vi os dois se beijando.

–Não... Deve estar havendo um engano...

Para surpresa de Esther, Diane se levantou, mostrando-se indignada.

–Que engano você está insinuando? Que eu o beijei à força?

E infelizmente, notou Esther, Watson parecia estar ao lado dela.

–Minha prima seria incapaz de tal coisa. Não há como negar, Sophie.

Não... Isso não pode estar acontecendo...

–E Diane confessou que... Não foi a primeira vez que os dois se beijaram. – Watson bufou, irritado, diante de uma Esther completamente atônita. – E tudo isso acontecendo bem debaixo de meus bigodes!

Esther estava tentando ao máximo disfarçar seu impulso de espancar aquela mentirosa. Holmes não poderia ter feito algo assim. Não mesmo. Isso deveria ser uma armação daquela mulher para conseguir um precioso marido britânico, rico e de boa reputação.

–Não, Sophie. É a reputação de minha prima que está em jogo aqui, e Holmes a maculou. Assim que ele voltar dessa viagem a Plymouth, eu irei ter uma conversa séria, de homem para homem, com ele.

–E o que irá sugerir? – perguntou Esther, indignada e tremulante por dentro, ao pensar na provável solução. – Casamento?

Watson refletiu por um instante.

–Creio ser esta a alternativa mais correta.


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Notas finais do capítulo

PERAÍ!! PARA TUDO QUE EU QUERO DESCER!!!

Como assim, Holmes? Casamento? Isso é bigamia, meu filho! Cuidado, você já está encrencado o bastante com toda essa história do Bruce Finnegan, não vá arranjar mais uma dor de cabeça - especialmente se a Esther entrar na parada e agitar esse troço.

Então, pessoal, o que vocês acham? Não está na hora de esses dois abrirem o jogo e pararem de fazer o Watson de trouxa? O que será que Holmes fará para escapar desta?

E preparem-se para uma reviravolta daquelas no próximo cap! Acredito que o próximo cap lançará muita luz sobre essa história e uma pista importantíssima, além de uma aparição inesperada. Aguardem...

Um grande bj e obrigada por ainda acompanharem. Deixem seus reviews, gostaria muito de saber o que estõ achando de toda essa confusão. Abç.

OBS: Próximo cap será postado na SEXTA-FEIRA, de forma excepcional.



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