Não Podemos Saber Tudo escrita por Caçadora das Estrelas


Capítulo 4
Uma Conversa Entre Irmãos


Notas iniciais do capítulo

Perdoem o atraso, por favor! Meu Notebook voltou do conserto hoje, na verdade voltou ontem porque já é uma e pouco da manhã no momento, mas como eu ainda não dormi para mim ainda é hoje.
Quero dedicar esse capítulo a todos vocês, mas principalmente à Jana, que me disse que estava ansiosa pelo próximo capítulo, quero te pedir desculpas pela demora,tá? Eu tinha dito para ela que ia postar ontem, mas como podem ver estou umas horinhas atrasada.
Bem espero que gostem, adoro vocês bjs.



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Verena só conseguiu fazer com que as crianças desgrudassem dela quando prometeu que voltaria para brincar com elas novamente. Quando ela retornou andando em nossa direção o sorriso que iluminava seu rosto era radiante e ia de orelha a orelha.
– Tá bom, acalmei as ferinhas, vamos logo antes que elas comecem a me perseguir. - falou Verena passando por nós em direção às casas da vila, a seguimos e eu, Soluço e Valka acabamos tomando a dianteira para guia-los.
– Essas casas costumavam ser reformadas e reconstruídas com grande frequência há um tempo atrás, mas agora que não somos mais inimigos dos dragões e que temos um sistema para apagar incêndios de ótima qualidade, as casas já estão do jeitinho que se encontram agora há alguns anos. - expliquei para eles.
–Legal, são muitas casas. - comentou Brenna.
– Verdade. - concordou Naldo.
– De onde vocês são? - perguntou Perna-de-Peixe, estranhando o descostume deles.
– Somos da Ilha Osman Lambert , fica ao lado da Ilha dos Dragões, e antes que perguntem isso também, tem esse nome porque foi descoberta por um cara muito egocêntrico e com muita falta de criatividade chamado Osman Lambert. - respondeu Naldo.
– Não tem vilas por lá, somente pouco mais de uma dúzia de pessoas que moram em cabanas bem afastadas umas das outras. Nosso pai é meio que um líder de lá, o que é necessário mesmo tendo uma população tão pequena, além do mais somos humanos e vikings ainda por cima. Têm muitas brigas e tal, vocês sabem como é. - continuou Brenna.
– Você disse NOSSO pai? - perguntei.
– Aham. Naldo é meu irmão. - respondeu a garota ruiva.
– Gêmeo, para ser mais específico. - disse o garoto.
– Mas não somos idênticos como podem ver. - falou Brenna.
– Nem um pouco parecidos. - concluiu Naldo negando com a cabeça.
– Sério? - perguntou Soluço.
– Sim. - responderam os dois ao mesmo tempo.
– Isso está confuso, são irmãos de mais para um dia só. - comentou meu namorado arrancando algumas risadas.
Andamos bastante, a paisagem era, na maioria, composta por casas e árvores, mas também mostramos o porto, a ferraria, o celeiro e deixamos o melhor por último, a academia. Quando atravessamos pela entrada da arena consegui ver o fascínio dos três novatos.
A academia de treinamento havia passado por uma reforma. Estava bem bem maior do que era há cinco anos atrás, tinha novas alas, as armas tinham sido completamente banidas, havia mais espaço e conforto para os dragões. Não era mais um lugar criado para assassinar criaturas inocentes, era um lugar feito para dar amor à criaturas que também nos amavam.
– Isso é... É... Absolutamente incrível! - exclamou Verena.
– Uau! Olha só esse lugar. - comentou Naldo.
– Estou olhando, caramba, é de verdade? - falou Brenna.
– É. - respondi rindo. - Bem, a história daqui não é muito legal, nós, ahn, costumávamos, matar dragões aqui. - ao ouvirem minhas palavras os três pararam de sorrir e se voltaram para mim, os olhos arregalados.
– Vocês tinham um lugar com a específica finalidade de matar dragões? - perguntou Naldo.
– Vocês não acham isso, sei lá, extremamente banal?! - indagou Verena.
– Isso era muito comum por aqui, ainda é em muitos lugares. Berk costumava ser um lugar onde se matava ou morria. Eu não suportava ver tudo isso, eu não queria fazer parte de algo assim. - respondeu Valka. - Mas a reviravolta que ocorreu aqui foi algo maravilhoso, mudanças que sempre foram tudo que eu mais queria, mudanças que eu não pude realizar, mas Soluço conseguiu. - continuou ela olhando orgulhosa para seu filho.
– Eu sei, eu sei, sou um herói explêndido, mas disso aí eu sempre soube, nem foi nada, só um pequeno pedaço de toda essa minha grandeza. - falou Soluço em seu tom humorado e sarcástico. Essa é uma das características que mais me agrada nele, o senso de humor, essa capacidade que ele tem de rir dos defeitos e dos problemas, de transformar questões ruins em coisas boas, de acreditar em si mesmo e nos outros sempre, independente de qualquer coisa.
– Que bom que as coisas mudaram. Claro que isso não traz os dragões que morreram de volta, mas salva as vidas do triplo. - disse a irmã do Soluço, olhando ao seu redor. Ela se aproximou lentamente de um Pesadelo Monstruoso que se encontrava deitado em um canto, descansando. Verena pôs a mão em seu focinho e os olhos do dragão se abriram. Era incrível o quanto o tom dos olhos dele eram idênticos ao amarelo dos olhos da garota. A criatura se ergueu lentamente e devolveu o olhar determinado. Quando nos demos conta já havia um monte de dragões circundando Verena, como se estivessem recebendo-a, como se fosse um gesto de boas-vindas, pois ela era um deles.


***


Já estava escurecendo, havíamos apresentado toda a aldeia para eles, e foram todos para suas respectivas casas, Verena, Brenna e Naldo dormiriam na casa de Soluço e Valka, mas eu não fui para a minha. Quase ninguém sabe que eu costumo bisbilhotar um pouco a noite. Não sou uma pessoa que pega no sono com facilidade então fico perambulando por aí com Tempestade.
Também, como não sou nenhuma surda, sempre acabo ouvindo alguma conversa ou outra. Naquele dia eu ouvi um diálogo bem interessante. Estava passando pela casa de Soluço com objetivo de ir para a minha, mas ouvi duas vozes conhecidas vindo de traz da moradia e não consegui evitar.
– O que ouve com a cauda do Banguela? - ouvi Verena perguntar.
– Bem, meio que... Eu atirei nele... Mas, agora tá tudo bem, eu criei a prótese para ele, não que seja a mesma coisa, mas é melhor do que nada, não é, Banguela? O carinha aqui já me perdoou, eu acho. - respondeu Soluço.
– Ele é maravilhoso. - disse Verena, consegui vê-la acariciando a cabeça do dragão escondendo-me no canto lateral da casa. - E o seu pé? - continuou ela.
– Ah, o Banguela se vingou um tempinho depois e não conseguiu me salvar inteiro de uma queda bem alta. - respondeu Soluço.
– Ah tá. - disse Verena. - Ele gosta bastante de você, vocês dois são a dupla perfeita.
– Eu não sei o que eu faria sem ele, não é amigão? - falou o irmão dela. - Onde você encontrou Vinola?
– Eu era bem pequena quando achei ela na praia, eu tinha uns quatro anos, Vinola também era só um filhote. A mãe dela tinha morrido, os irmãos também, eles foram... Foram mortos por caçadores de dragões, ela foi a única que conseguiu fugir. Essa é uma das razões de eu reagir muito mal à esse negócio de matar dragões. Eu sempre tive como principal objetivo protege-los, mesmo que eu tenha que dar minha vida para isso. - respondeu Verena.
– É muito legal o que você fez. É muito bom achar pessoas assim sabe, não é muito fácil.
– Verdade. Eu acho que estamos nos entendendo não é?
– É o que parece. - disse Soluço dando uma leve risada.
– Acho que vou me dar bem por aqui, talvez eu fique, se não for incômodo. - falou Verena.
– Por favor fique, claro que não é incômodo, na verdade seria de grande ajuda. Eu não sou lá muito organizado, sabe, sempre acabo tendo que depender da minha mãe e da Astrid para me aconselhar e ajudar a resolver os problemas. Não me sinto muito bem colocando tanto peso assim nos ombros delas.
– A Astrid me parece ser uma pessoa muito boa e um tanto curiosa não é? - comentou Verena.
– Ela é um pouco curiosa sim, por que?
– Ah, é que ela está ali atrás ouvindo a nossa conversa já faz algum tempo. - respondeu a irmã dele rindo, me dando um susto e fazendo com que eu saisse do meu esconderijo.
– Tudo bem, me pegaram. - falei erguendo as mãos em sinal de rendição. - Isso quase nunca acontece, mas tudo bem. Desculpa, tá? Eu ouvi vocês conversando, se dando tão bem, não pude deixar de escutar um pouquinho.
– Tá bom, perdoo você, já fiz bem pior, saiba que não é mais curiosa do que eu. - falou Verena, sorrindo.
– Quer apostar? - brinquei.
– Quero.
– Tudo bem, chega vocês duas. - disse Soluço abrindo um sorriso também.
– Eu sinto que vou odiar essa sua irmã, Soluço. - falei, sarcástica.
– Também não aprovo nem um pouco essa sua namorada bisbilhoteira.
– Que ótimo, mais um problema para eu resolver. - comentou o dono de Banguela.
– O.k, como eu não quero ficar aqui segurando vela, vou entrar e dormir. Ah, e Soluço, já que você está aí querendo conselhos, saiba que um bom namorado acompanha sua respectiva namorada até em casa. - falou Verena dando uma piscadinha para o irmão e se afastando.
– Bem, você ouviu o que ela disse. Vou te levar até em casa, milady. - falou Soluço me estendendo a mão.


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Notas finais do capítulo

Essa ilha "Osman Lambert" foi inventado por mim, não tem nos livros nem nos filmes de HTTYD.
Comentem por favor!