You could be Happy escrita por Dizis Jones


Capítulo 30
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Depois de um longo tempo, finalmente chega o penúltimo capítulo dessa emocionante fanfic que mexeu com o coração de muitos fãs de ambas histórias envolvidas e até mesmo de quem nem imaginou que essa mistura desse certo.



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Ycbh 29

Capítulo 29

Um dos meus motivos para sempre evitar pensar em viver, fora a luta contra a decepção, eu nunca quis me frustrar com situações inalcançáveis, nunca quis pensar em minha cura até o transplante nunca quis ter esperanças de uma vida normal até ela estar diante de meus olhos, e agora? Quando finalmente eu havia aceitado que viver era algo que eu podia enfrentar a desgraça estava diante de mim, novamente aquela dúvida constante das partes iguais que a vida lhe dá, estava diante de mim.

As partes iguais de alegria e tristeza que eu sempre indaguei estavam dando prova de sua existência.

Mesmo aflita e sem realmente saber o que fazer, peguei o celular em minhas mãos e dedilhei rapidamente o número de Christina, poderia ligar a minha mãe, porém iria atrapalhar seu trabalho.

Os minutos pareciam horas e mesmo com o sol que o início de primavera trazia eu estava tremendo sentindo a leve brisa gelada, ou talvez fosse o excesso de nervosismo que me fizesse ter essa reação.

O carro de Christina parou a minha frente e demorei algum tempo a perceber que ela estava esperando que eu entrasse.

— Hazel me explique direito isso tudo! — ela perguntou colocando imediatamente o carro em movimento.

— Tobias inconsequente, eu não deveria tê-lo deixado. — falei apressadamente.

— E o que poderia ter feito? — ela falou áspera. — Poderia ter sido pior, você poderia estar no carro.

— Sim, eu poderia ter dirigido, insistido para ele pegar um táxi, qualquer coisa, mas era minha obrigação estar ao lado dele.

O caminho para o hospital era curto e quando o carro parou em um dos sinais Christina me encarou.

— Não faça isso, não me venha com hipóteses e nem comece a se culpar, acidentes acontecem, e não é a primeira vez dele.

— Não comece você a fazer comparações, eu não preciso disso agora, lembrar de Tris só irá me deixar pior.

Christina se calou e assim que o sinal mudou ela continuou dirigindo.

— Você não precisa de comparações, isso eu sei, mas não precisa se culpar.

Suspirei e tentei fazer com que a palpitação excessiva de meu coração fosse ficando mais lenta, inutilmente, entretanto era necessário.

O carro mal parou no estacionamento eu já estava com a porta aberta e saltei apressadamente, se Christina estava me seguindo eu nem fiz questão de reparar, cheguei à recepção recebendo o sorriso de uma das atendentes que eu conhecia bem.

— Renata, pode me informar onde Tobias Eaton está?

— Bom dia Hazel, vamos por partes o que aconteceu?

— Ele é... — estava ofegante e tentando soar coerente eu encarei a mulher de olhos verdes intensos e cabelos ruivos presos em um coque, o sorriso em seu rosto se desfez analisando o meu estado preocupado — Meu namorado, ele sofreu um acidente, eu não sei nada...

— Calma, vou verificar. — meu corpo estava debruçado sobre o balcão enquanto escutava o barulho irritante das telas do computador sendo pressionadas. — Sim, Tobias Eaton, ele deu entrada essa madrugada, já está no quarto.

Nem esperei que ela me liberasse estava caminhando em direção ao elevador meus dedos pressionavam o botão como se a velocidade do elevador dependesse da força.

— Hazel a moça da recepção mandou você usar isso. — Chris estava ao meu lado esticando o crachá de visitante em minha direção. — Ela disse que ele está no 223.

— Obrigada. — nem havia notado esse detalhe, e assim que as portas se abriram eu entrei ignorando as pessoas que desciam, a educação era esquecida eu nem prendi o crachá e fiquei encarando os números passarem até chegar ao décimo andar.

Quando as portas se abriram nada em minha frente passava de um mero borrão, como conhecia de cor cada setor desse hospital eu caminhei com meu rumo certo.

— Hazel querida! — a voz doce de Evelyn me fez frear meu destino.

— Onde ele está? — ao ouvir minha própria voz em meio a soluços que percebi que chorava.

— Minha criança se acalme, ele está no quarto o doutor está o examinando novamente, mas está medicado.

— Preciso vê-lo, agora, entende.

Minhas pernas estavam leves e eu estava a ponto de sentir uma recaída em meus pulmões, a energia me faltava então deixei meu peso ceder em uma das cadeiras de espera, meus dedos passavam freneticamente em meus cabelos, eu sabia das regras, visitas eram restritas se o caso fosse grave, e somente familiares teriam acesso, namoradas não contavam na parte de família.

— Sua mãe sabe que está aqui? Você me parece pálida, está bem?

— Não, eu não avisei a ela, mas estou bem, só preciso saber de Tobias, é muito grave?

— O medico nos tranquilizou, porém devemos esperar alguns exames. — Evelyn segurou em meu ombro suspirou e logo se levantou. — Vou buscar água para você, e ligar para sua mãe, fique aí.

— Não se preocupe, senhora Eaton, eu fico com ela. — Chris se manifestou sentando ao meu lado.

— Não queria incomodar minha mãe.

— Você tem que parar com essa mania de super garota só porque tem um coração novo, isso é sério, sua mãe deve saber disso, olhe como você está, daqui a pouco será você internada aqui novamente!

Comecei a pensar em várias coisas, e uma delas foi exatamente em meus pais, se ficar do outro lado da situação era se sentir assim, eu deveria agradecer pelos pais que tenho, eu já fazia isso constantemente, porém agora eu podia ver a agonia que sentia-se em estar impotente dependendo de notícias médicas para saber se alguém que ama está bem.

(***)

Uma eternidade se passou, meus pais agora estavam sentados a minha direita, a minha esquerda estava Chris, e a senhora Eaton andava de um lado a outro, minha mão institivamente segurava a de minha mãe, as notícias demoravam chegar.

— Onde está meu filho? — a voz grossa de Marcus me fez encará-lo ele estava usando seu terno mostrando que acabara de vir de seu trabalho.

— O médico disse que logo as visitas estarão liberadas, ele está estável.

— E você? Eu te avisei para que cuidasse dele! — ele me encarou.

— Ei, o senhor não tem esse direito! — minha mãe rapidamente se levantou.

— Mãe deixe-o! — coloquei-me em pé e encarei Marcus. — O senhor não ouse me acusar de nada, acho que tem sua parcela de culpa, como sempre, e não admite que sempre que Tobias faz uma besteira está ligado ao péssimo pai que você é!

— Hazel, querida! — meu pai segurou em meu ombro, eu rapidamente me desvencilhei dele.

— Não, ele precisa ouvir isso, e me desculpe senhora Eaton, a senhora tem sua parcela de culpa sim, não adianta ser a boa esposa e mãe se não enxerga o que está em baixo de seu nariz, veja onde está seu filho novamente depois de uma discussão com seu marido...

— A família de Tobias Eaton? — o doutor chegou e eu parei imediatamente as minhas acusações.

— Sim, somos os pais. — Marcus desviou seu olhar de fúria e voltou-se ao doutor.

— Ele está completamente estável, voltando da medicação se quiserem entrar ele está acordado, só meio fora de alguns sentidos.

— Como assim? — Evelyn perguntou e seu tom de preocupação aumentou.

— Resultado aos medicamentos.

— Resumindo: ele está meio grogue. — cortei o médico que sorriu em minha direção.

— Exatamente isso.

O alívio me dominou, Tobias não estava em risco e o acidente não deveria ter sido grave. Passar anos ao lado de médicos me dava a vantagem de saber ler as suas expressões e certamente se Tobias estivesse em risco ele não estaria tão relaxado assim.

Não foi restrito a familiares, porém eu fiquei temerosa de entrar junto com os Eaton no quarto e me limitei a esperar no corredor, minhas costas estavam sentindo o frio da parede de concreto e meu pé batia em um ritmo conhecido de uma balada eletrônica que contagiava a mente só de lembrar-se dela, duas e uma e três, e a sequência do ritmo ficava me distraindo.

— Hazel, Tobias quer vê-la. — Evelyn chegou ao meu lado enquanto Marcus passou sem me dirigir o olhar.

— Obrigada. — falei tentando esconder o sorriso que involuntariamente estava se formando. — A senhora vem comigo?

— Não, ele quer ficar a sós com você, vou pegar um café.

Assim que entrei no quarto observei Tobias, seus olhos inchados e alguns cortes pequenos em sua testa e braços.

— Você está horrível! — falei tentando soar divertida.

— Você está mesmo aqui! — ele falou. — Me diga que isso não é mais ilusão?

— Como assim? Claro que estou! Quer que eu te belisque ou aperte um desses curativos, a dor pode ajudar.

— Não deboche de um babaca, eu realmente a vejo desde que acordei e acho que já pedi mil desculpas até agora, só que cada Hazel que apareceu teve uma reação diferente.

— Grogue. —gargalhei. — Sei exatamente como é essa sensação, me diga quais as reações verei se suas ilusões sabem fazer bem meu papel!

— Grogue, que palavra estranha, mas vindo de você, — ele gargalhou, mas sua expressão mostrou que a dor era grande agora que os medicamentos estavam perdendo o efeito. — Uma me deu um tapa.

— Boa, gostei dessa.

— A outra chorou tanto que acho que a fiz desaparecer muito depressa.

Pendi minha cabeça para trás em uma gargalhada.

— Não deboche!

— Não debochei, só acho que prefiro a minha versão que te bateu, ela é mais corajosa.

— Mas tenho que te pedir novamente, agora para você de verdade, me desculpe.

— Vendo pelo lado que está todo quebrado em uma cama de hospital, acho que isso é um golpe baixo, se você resolver quase se matar a cada briga, terei de achar um namorado menos babaca.

— Ainda sou seu namorado?

— Acha que uma briga acaba com um relacionamento? — sentei ao seu lado da cama e busquei seus dedos, mesmo percebendo sua testa enrugar eu enlacei nossos dedos. — Eu estou realmente muito chateada, você dirigiu bêbado sabendo que isso é imprudente.

— Eu só consigo pensar em se você estivesse comigo, eu já matei uma namorada.

A menção da morte de Tris trouxe dor, e em mim causava a mesma raiva de sempre.

— Não vamos começar, eu odeio essas comparações, Tobias eu não estava com você, e se estivesse eu iria evitar você de ser babaca então não me venha com isso!

— Mas eu sou um idiota.

— Ah isso você é, mas é meu idiota. — deitei ao lado de Tobias enroscando meu corpo ao dele. — Isso é contra as regras só para constar. — falei sorrindo.

— Mas somos rebeldes esqueceu?

— Tobias Eaton, você está me levando ao mau caminho.

— Sabe o que importa, é que consegui seu perdão.

— Você não conseguiu nada, deixe sair desse hospital.

— Tive medo de te perder. — ele disse beijando o alto de minha cabeça.

— Tive o mesmo medo, mas pensei em coisas terríveis, porém jamais pensei em terminar por uma bobeira.

— Você é tão madura e especial, como pode estar apaixonada por um babaca?

Ergui meu rosto fazendo questão de encará-lo.

— Não estou afirmando que ficaremos juntos o resto da vida.

— Não? — ele indagou rapidamente enrugando a testa.

— Não! Ou sim! Ninguém pode afirmar algo assim! Relacionamentos vem e vão, eles começam e acabam.

— E você já está pensando em acabar? — visivelmente ele ficou chateado com essa minha afirmação.

— Tobias, eu te amo, isso não vai mudar, você é e será sempre meu primeiro amor, meu primeiro beijo, meu primeiro tudo.

— Queria ser o último em tudo.

— Quem sabe?! Somos jovens, iremos brigar como aconteceu ontem, você não vai deixar de ser esse babaca que é, eu não serei legal de uma hora para outra, e assim será, e um dia no futuro juntos ou não, iremos rir de cada situação dessa, isso é viver.

— Profundo, acho que alguém está começando a pensar no futuro.

— Você me ensinou isso, me ensinou a viver.

— Não, está enganada novamente. — levantei e o encarei séria. — Você foi quem me ensinou a voar.

— Voar? Acho que você está roubando minhas metáforas! — sorri com a menção de minha sempre constante comparação a pássaros e voos.

— Não roubei, eu tenho um pássaro tatuado nas costas esqueceu? Eu estou em busca de meu lugar ao sol, e acho que encontrei, com você.

— Vou patentear minhas metáforas. — sorrimos juntos, e eu deitei a cabeça em seu peito, mesmo sentindo que isso lhe causava dor, eu queria estar mais perto dele.


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Notas finais do capítulo

E estamos na reta final, e em breve o ultimo capítulo. beijos



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