You could be Happy escrita por Dizis Jones


Capítulo 18
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Olá, desculpa a falta de postagem semana passada alguns problemas acontecerem
espero que gostem do capítulo
Boa leitura



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You Could be HappyCapítulo 17

Assim que Tobias me deixou em casa, entrei e minha mãe estava andando pela casa com uma planta.

— O que é isso?

— Um presente, e agora eu nem sei onde colocar.

Minha mãe não era o tipo de pessoa que tinha plantas em casa, com toda nossa vida agitada e conturbada por conta de minha doença no coração, não sobrava tempo para plantas e nem animais de estimação.

— Presente de quem? E por quê?

— Da senhora Eaton, ela esteve aqui hoje.

— Everlyn esteve aqui?

— Sim, e ela é uma mulher muito agradável.

— Sim ela é, mas alguém deveria avisar a ela que você não se dá bem com plantas, podemos ver como cuidar dessa, é só ver na internet, o que ela é?

— Aí você me pegou, eu não sei.

— Papai deve saber, ele é arquiteto, mas acho que lidam com paisagismo também, não? Aliás, onde ele está?

— Seu pai deve ficar até mais tarde hoje, ele resolveu pegar mais trabalhos agora que... Bem agora que ele tem mais tempo.

— Agora que a filha doente não ocupa mais a sua vida.

— Hazel não fale assim!

Durante anos a única dedicação de meus pais fora a minha doença, e isso além de ter tirado minha mãe do trabalho, meu pai já não fazia muitas horas extras.

— Filha olhe aqui. — ela colocou a planta em cima da mesa da sala de jantar. — Nós nos dedicávamos a você por ser o certo, mas agora temos outras prioridades, a sua faculdade vem chegando, e mesmo tendo a nossa poupança ela não dá nem para um semestre, e nem sabemos o que você vai escolher.

— Mãe, eu preciso falar com você sobre isso, eu preferia com o papai junto, mas já que ele não está...

— Venha enquanto eu termino de preparar o jantar você pode me ajudar e contar.

Fomos até a cozinha e minha mãe já estava com algumas coisas em andamento.

Peguei a tábua de legumes e comecei a cortar os tomates.

— Fale filha, sobre o que queria conversar?

— Bem, eu não falei antes, pois eu realmente não sabia se isso era o que eu queria, mas visto a situação acho que posso considerar.

— Hazel, pare de enrolação! — minha mãe ligava o fogo para refogar os tomates.

— Meu professor de artes gostou de meus desenhos e pinturas e ele disse que tenho grande possibilidade de ganhar uma bolsa na escola de artes.

— Hazel isso é maravilhoso, e você já se decidiu se vai ou não?

Dei de ombros.

— Não exatamente, mas depois de ouvir você falar das dificuldades em dinheiro, eu acho que é o melhor a se fazer.

— Hazel jamais faça algo somente pela comodidade, isso é importante sim, mas temos como contornar essa situação, seu pai fazendo horas extras e eu estava entediada de ficar aqui depois que você voltou a estudar, estava até pensando em voltar a trabalhar.

— Não quero que se sacrifiquem assim, mas eu realmente estava pensando em tentar essa bolsa, vai que eu consiga e seja o que eu realmente quero, eu só ainda não sei.

— Faça como achar melhor, e sei que seu pai pensa o mesmo.

— Obrigada mãe, antes que eu me esqueça, estou na olimpíada de matemática, vou chegar sempre mais tarde as terças ou quintas.

Continuei a ajudar, mas uma pergunta estava me importunando.

— Mãe, por que a senhora Eaton esteve aqui?

— Não sei direito, mas acho que ela queria agradecer.

— Agradecer? — olhei para minha mãe espantada.

— Tivemos uma conversa agradável, ela disse que Tobias está muito feliz e que ela viu muitas mudanças nele que jamais viu antes, e que deve tudo a você, e que ficou feliz de Tobias voltar ao time.

— É, ela sempre quer a paz na sua casa, e acho que isso faz com que o Marcus deixe Tobias um pouco em paz.

— Filha nem todos os pais são como nós, às vezes as coisas são como são.

— Eu sei, estou aprendendo isso. — fui em direção a minha mãe e dei um abraço nela.

— Só acho que ela não precisava me dar a planta. — ela falou assim que me afastei dela.

Rimos juntas.

Fui até meu quarto e como sempre fui conversar com Tobias na internet, mas queria ouvir sua voz e resolvi ligar.

"Hazel Grace."

"Tobias."

"O que está fazendo?"

‘’Falando com você. ’’

Rimos juntos. Sua voz ao telefone era mais rouca do que o normal, mas eu sentia o mesmo arrepio, porém sem a sensação de calor que eu tinha estando ao lado dele.

"Queria estar aí com você" — escutei o suspiro de Tobias.

"Também, é estranho que passamos muito tempo juntos e mesmo assim eu sinto uma falta imensa quando estamos longe."

"Não é estranho, é bom."

"Como bom?"

"Pela manhã quando te vejo, eu senti tanta saudade que é sempre uma emoção poder ver seu sorriso ou seu mau humor matinal."

Ficamos conversando até tarde, quando meus olhos não mais aguentavam.

Todos os dias Tobias me buscava, as aulas estavam mais intensas os professores achavam que não precisávamos de vida fora da escola, pois eles decidiram todos juntos nos atolar de trabalhos e mais trabalhos.

Estudar era fácil para mim, porém eu estava me dedicando a equipe de matemática, e a aula de artes que o professor pediu que eu ficasse após as aulas nas quartas para ele me orientar. Como os treinos de Tobias estavam mais intensos acabávamos sempre indo embora juntos.

Gostava de vê-lo treinando, e o próximo jogo estava perto.

Quando os fins de semana chegavam eu ficava aliviada de saber que teria descanso mental, então na sexta-feira eu estava tão saturada depois de duas semanas seguidas de treinos da equipe de matemática, que eu esperava por um alívio.

Cheguei ao refeitório entrei na fila do almoço, observei pelas mesas e nenhum sinal de Tobias ainda.

— Foi solta da coleira hoje Hazel?

— O que?

Olhei para o lado e Molli estava com sua bandeja na fila logo atrás de mim, ela não andava me atormentando há algum tempo, e como eu estava sempre com Tobias isso era difícil mesmo, mas naquele dia não.

— Você está sozinha, ou será que é Tobias que usa coleira? Seu cão de guarda talvez.

— Me deixe em paz Molli.

— Molli, pare de atormentar Hazel isso já é velho e chato.

All chegou atrás dela e sorriu em minha direção assim que se retirou do nosso meio e foi até o final da fila.

— Obrigada All, mas não precisava essa aí só gosta de me provocar mesmo, e isso não vai mudar tão cedo.

— Mas para isso que servem os amigos. — All sorriu. — Você está tão cansada quanto eu.

— Acho que pode empatar. — fui colocando o hambúrguer a salada de fruta e um suco, tudo na bandeja All pegou quase o mesmo somente ao invés de salada de fruta ele pegou uma batata e ao invés de suco pegou uma Coca.

Sentamos à mesa de antes e logo ela se encheu com Will e Chris, Isaac e Monica.

— All, sentimos sua falta aqui na mesa, por onde andava? — Isaac perguntou.

— Estava almoçando sozinho.

— Onde está Tobias, Hazel? — Monica perguntou.

— Não sei. — dei outra breve olhada por cima o pessoal do time estava todo sentado à mesa de sempre, mas não avistei Tobias.

Eu o vi no laboratório de química, mas depois que eu saí fui ao banheiro antes de chegar ao refeitório.

Dei uma mordida no meu hambúrguer quando olhei em direção à porta do refeitório Tobias estava entrando, um alívio se instalou dentro de meu peito.

Ele seguiu o seu olhar pelo refeitório até que eu acenei mostrando que estava sentada à mesa de sempre.

— Hazel eu pensei em uma coisa, deveríamos nos reunir para estudar mais para a equipe. — All falou.

— Acho que eu estou bem. — dei de ombros tomando meu suco.

— Você sim Hazel, mas acho que All está meio trágico, e aí com medo de perder a liderança? — Will debochou.

— Engraçado você, é o que menos tem chance lá, então nem fale nada! — All retrucou.

— Mas eu acho que Isaac está indo muito bem All. — Will ainda manteve a sua provocação.

— Hazel, você poderia me ajudar, quero sim manter a liderança, e nada melhor que estudar com a melhor da equipe.

— Tudo bem All marque algum dia.

— Minha mãe vai adorar te conhecer.

— E quem disse que vou a sua casa?

— Aonde a minha namorada vai que eu não sei? — Tobias chegou e sentou-se na cadeira ao meu lado.

— Nenhum lugar ainda.

— Minha casa. — All falou desafiando Tobias que o encarou, e eu podia jurar que se pelo olhar pudesse socar alguém, era isso que Tobias estava fazendo, e essa atitude me fez rir.

— Então por que da demora em chegar ao refeitório? — perguntei naturalmente, mas todos me olharam. — O que foi? Eu só estava preocupada, não me olhem como se eu fosse uma namorada controladora!

— Tudo bem, eu estava falando ao telefone com minha mãe e sabe ela não parou mais, parece que tem uma festa de caridade amanhã, e ela quer convidar seus pais.

— Meus pais?

— Sim, é amanhã à noite.

— Hazel eu acho que sei que festa é, minha mãe hoje à tarde vai sair para comprar um vestido, e aí entra um pedido que eu quero fazer a você. — Christina chamou minha atenção.

— Que pedido?

— Ted anda doente, não come direito, vou levá-lo ao veterinário, e Will não quer ir junto.

— Então sou a sua segunda opção? — falei rindo.

— Não é isso... Mas vamos Hazel, não quero ir sozinha!

— Tudo bem, hoje eu não tenho que ficar até mais tarde aqui, vou sim com você.

Ao invés de ir embora com Tobias fui no carro de Christina, chegamos a sua casa e sua mãe não estava.

— Fique à vontade Hazel vou pegar a guia e a focinheira do Ted.

Falando no cachorro ele estava descendo as escadas correndo quando pulou em Christina.

— Ele me parece bem. — falei e logo ele veio em minha direção começou a cheirar meus pés antes de pular em mim.

— Esses labradores são fortes Hazel, mas eu me preocupo, ele não anda comendo, esperei uns dias, pois às vezes ele fuça o lixo e depois fica mal uns dias, mas desta vez ele não melhorou.

Assim que Ted viu nas mãos de Christina a guia ele ficou mais agitado que o normal.

Chegando ao veterinário sentei na recepção para esperar Christina, ela saiu em poucos minutos com alguns papeis nas mãos.

— Mas já? — perguntei espantada pela rapidez, acho que frequentei muitos médicos, e acho que para cachorros isso é diferente.

— Não, que nada, vou até o andar debaixo, lá é onde fica o laboratório aqui da clínica, vamos ter que tirar sangue, o doutor disse que é rotina, pois ele anda mal alguns dias, mas não é para eu me preocupar.

Desci com Christina e a ajudei segurar Ted para retirarem sangue, observei o olhar de preocupação nos olhos de minha amiga, e vi neles o mesmo olhar de minha mãe sempre que eu ia fazer exames.

Muitos poderiam falar que isso é terrível, comparar uma mãe tirando sangue de um filho com uma pessoa e seu cachorro, mas ali eu percebi o amor que Christina tinha por Ted que pelo visto estava com ela desde criança.

— Quantos anos o Ted tem? — perguntei assim que entramos no carro.

— Tem quase nove anos, ele não é velho, mas já não é uma criança há muito tempo. Os labradores tem esse temperamento infantil sempre, acho que por isso o escolhi, mas acho que na verdade ele me escolheu.

— Como assim?

Christina abotoava o cinto e vi que ela vagou longe por uns segundos.

— No dia em que fui comprar o Ted, minha mãe queria um cachorro menor, era para me fazer companhia depois que meu pai foi embora, minha irmã era muito pequena e ela dedicava tempo a ela, então um cachorro seria minha companhia. Ted estava sozinho em seu cercado, e o dono do pet shop deixou aberta a cerca enquanto eu olhava todos os cachorros de raça de pequeno porte ele começou a puxar a barra da minha calça. Lembro que assim que eu me invoquei e o pegue no colo, algo mágico aconteceu, eu vi seus olhinhos brilharem, e desde então esses olhos me atormentam todo dia.

— Legal isso, eu nunca tive um bicho assim, nem teria como, mas acho que deve ser muito bom.

— Não é bom, é maravilhoso, mas dias como esses me deixam preocupada, eu não sei o que será de mim o dia em que ele envelhecer e se for. Esse é o ruim de ter animais, eles se vão antes de nós.

Christina me deixou em casa, eu vi em seus olhos que ela estava preocupada.

— Tchau Chris, e não se preocupe, não será nada, ele deve ter comido alguma bobeira do lixo e logo ficará bem.

— É isso que eu espero. Hazel obrigada por ter ido comigo.

— Precisando estou aqui.

Entrei em casa e minha mãe estava no andar de cima, subi as escadas e a encontrei com a cama dela cheia de vestidos espalhados.

— O que é isso?

— A Everlyn me ligou, vamos com ela a um jantar amanhã, tem algum problema?

— Não, por que teria?

— Nunca te deixei sozinha antes.

— Mãe, eu acho que nem vou responder essa.

— Tudo bem entendo, desculpa, é que não estou acostumada a isso ainda, bem você poderia chamar Tobias e mais alguns amigos e ver um filme.

— Mãe, você vai a uma festa e manda sua filha chamar o namorado e amigos para ver filme? É, você não sabe das coisas mesmo, eu estava pensado em fazer uma festa o que acha?

— Engraçadinha você Hazel, mas pode ficar a vontade, bem nem tão a vontade.

— Acho que deveria deixar para eu pensar nisso, aliás, o vestido verde ficaria lindo em você realça seus olhos, tenha uma boa festa amanhã.

Saí do quarto saltitando, mas escutei minha mãe falar:

— Hazel juízo, é a sua primeira noite sozinha!

Entrei em meu quarto, peguei meu celular e enviei uma mensagem para Tobias.

"Amanhã teremos uma noite de sábado sem nossos pais... Vai pensando em algo."

Não demorou muito até que ele me respondeu:

"Já pensei em muitas coisas desde que soube que seus pais iriam também, Hazel eu sou muito rápido."

"Espero que suas ideias sejam mais puras do que as minhas! ;-)"

A resposta dele foi curta, mas bem sugestiva.

"Nem de longe!"


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Notas finais do capítulo

Final sugestivo :3
Beijos e até semana que vem



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