Diário de Uma Paixão escrita por WaalPomps


Capítulo 2
Um sopro de verão


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas
Bom saber que vocês curtiram a ideia da fic ^.^
To postando capítulo dois dias seguidos para vocês conhecerem melhor a história, mas não vai ser sempre assim, ok?
Espero que gostem *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/516465/chapter/2

Fábio Fiori Campana tinha 17 anos quando seu pai mandou ele e sua madrasta passarem o verão na casa dos compadres, em São Paulo. Plínio estava rodando um filme em Michigan, nos Estados Unidos, e levara a filha mais nova, Maria Luiza, junto com ele. Para o futuro estudante de publicidade, o que restara foi ser arrastado para o Brasil junto com Bárbara Ellen.

A família Rabello era completamente fútil e mesquinha, do tipo que torrava o saco dele, apesar de ser o tipo de gente com quem era acostumado a conviver. Os menos ruins ali eram Bento e o jovem Vinny, ainda uma criança com onze anos. Já o mais velho era como o rapaz: vivera com a mãe grande parte da vida, antes de ir para o ninho de cobras do pai e da madrasta. E apesar de Wilson, assim como Plínio, ter um bom coração, tinha um defeito fatal: era cego de amor pela cadela que tinha como esposa.

Irene Fiori havia mandado Fábio para a casa de Plínio Campana quando o garoto tinha 12 anos e ela ficou doente demais para conseguir cuidar dele. Até aquele momento, ele nunca tinha visto o pai na frente, e nem o homem sabia da existência do filho. O casal havia se separado antes da gravidez ser conhecida, e quando a atriz descobriu, o ex-noivo já tinha uma filha a caminho com a nova namorada.

_ Oi Fabinho. – a filha dos Rabello, Mel, sentou ao seu lado no sofá, começando a brincar com seus cabelos – Vai ter uma festinha no parque do meu pai, hoje à noite. Quer vir comigo?

_ Preferia ir para outro lugar, mas na falta de opção... – a moça jogou suas pernas sobre as dele, beijando seu pescoço.

_ Eu tenho que fazer um social, mas depois... Conheço um lugar excelente.

~*~

Giane de Sousa havia acabado de completar 16 anos e era a personificação de uma moleca. Usava bermudas, camisetas largas, tênis, nenhuma maquiagem e cortava o cabelo sempre o mais curto possível, sem chatear seu pai. Falava palavrões, torcia pelo Corinthians e se fosse para a Copa do Mundo, com certeza ganharia a Chuteira de Ouro, tamanha era sua habilidade na arte de fazer gol nas peladas da rua.

Ela trabalhava em uma floricultura no bairro onde moravam, a pequena comunidade da Casa Verde. Seu pai, já um senhor idoso, havia acabado de se aposentar de seu trabalho de faxineiro, mas apenas isso era muito pouco dinheiro, mesmo para a vida modesta que tinham. Então quando sua amiga Renata veio chamá-la para uma festa no parque dos tios do namorado, sua primeira reação foi recusar.

Mas após muita falação da amiga e de seu pai, a jovem concordou em ir à tal festa. E depois de mais falatório, ela concordou que Renata a arrumasse para a saída, respeitando seu limite e estilo próprio.

_ Você devia usar mais isso, de verdade. – elogiou a amiga mais velha, sorrindo para a corintiana – Seu pai comprou isso para você há quanto tempo?

_ Ah, uns dois anos, sei lá. – a menina deu de ombros, se observando no espelho, fazendo cara de desgosto – Eu não curti essa saia não, na real. Não posso usar uma bermuda? Eu tenho uma velhinha e confortável. E essa coisa aqui? Quase nem tem pano nessa blusa. E esse tecido é estranho.

_ É cetim, Giane. E tem bastante pano sim, é que você não está acostumada com alcinha fina, só com essas camisetas enormes que você usa.

_ Então, eu posso ir com a camiseta do Timão. Garanto que vai ficar mais bonito. – Renata bufou, enquanto se aproximava com algo nas mãos – Isso é maquiagem?

_ Vamos lá Giane, não vai ser nada demais, eu prometo. – sorriu a moça – Só um batonzinho claro e um pouco de lápis no olho. E rímel. E quem sabe uma chapinha no teu cabelo.

_ Aceito o batom e esse tal rímel. Mas não quero ninguém com lápis no meu olho, ou chapinha no meu cabelo.

_ Você vai arrasar hoje, eu prometo.

~*~

O Kim Park era o maior e melhor parque de diversões da cidade de São Paulo, talvez só perdendo como o melhor do país para o Hopi Hari. O lugar era gigantesco, equipado com brinquedos de ponta e sempre lotado, não importando o dia da semana. Naquela noite, os ingressos estavam esgotados para a festa “Festival Americano”. A ideia era recriar uma daquelas festas de cidade pequena, com barracas de brincadeiras e coisas do tipo.

Para Giane, era tudo novo e maravilhoso. Havia ido uma única vez à um parque de diversões, quando tinha dez anos, e naquele momento, parecia a mesma criança de outrora, arrastando Renata e Érico para todos os brinquedos possíveis. Os dois, cinco anos mais velhos que ela, se divertiam e brincavam que estavam treinando para quando tivessem filhos, mas ela não ligava. Aquilo era mágico.

_ Vamos no carrinho bate-bate? – propôs Érico, observando Giane devorar uma salsicha no palito – Antes que você coma demais e fique enjoada até na roda gigante.

_ Continua me enchendo o saco que você vai ver onde essa salsicha vai parar. – resmungou a menina, acompanhando o casal – Cara, tá um porre segurar esse candelabro.

_ Fica tranquila, nem estamos nos beijando. – riu Renata – Você é nossa amiga, Gi, e nós estamos felizes de você estar nos acompanhando. De verdade.

A fila do brinquedo estava pequena, e logo, Giane ria deliciada das pancadas que dava nos carros a sua volta, especialmente no de Érico, que era péssimo ao volante do carro de brinquedo.

Ao longe, um grupo os observava, um deles com interesse em particular.

_ Quem é aquela ali com o seu primo? – perguntou Fábio, observando Érico e Giane discutindo de dentro dos carros.

_ O nome dela é Giane, mora na rua da casa deles. – explicou Bento – Estou surpreso por ela ter vindo, ela não é muito de sair.

_ Porque é pobre. – debochou Mel – Ela trabalha em uma floricultura.

_ Ela é linda. – suspirou o rapaz, vendo o brinquedo parar.

_ Fabinho, eu queria um algodão doce. – Mel pediu com sua voz enjoativa, tentando atrair a atenção dele.

_ Ah, claro. Pega lá. – ele jogou uma nota de dez para ela, antes de sair andando.

Érico e Giane continuaram a discutir fora do brinquedo, ele bravo pelo tanto de batidas que ela dera em sua traseira. Renata apenas ria dos dois, dizendo que eles pareciam duas crianças. Até que alguém apareceu.

_ Hey, quer dançar comigo? – Fábio estendeu a mão, parando bem em frente à Giane. Ela olhou a mão dele, depois seu rosto, e em seguida a mão de novo. Franziu o cenho e lhe acertou uma joelhada bem no meio das pernas – Ai.

_ Seu abusado. – rosnou a moça, saindo pisando firme. Érico ficou atônito, enquanto Renata saia correndo atrás da amiga. Fábio caiu de joelhos no chão, apertando o local da agressão, sentindo os olhos rasos d’água.

_ Ai meu Deus, me desculpa por ela. – Érico ajudou o rapaz a levantar do chão – A Giane é muito tímida e fechada, deve ter ficado assustada.

_ Mas eu só propus uma dança. – o rapaz parecia estarrecido com a atitude da jovem – Nunca esperei que alguém fosse ter uma reação tão bruta.

_ Ela é bruta, infelizmente. – desculpou-se o mais velho – Olha, ela está voltando.

Renata vinha puxando Giane pelo braço, a jovem parecendo contrariada. Elas pararam em frente aos rapazes, e a mais velha deu um cutucão na amiga.

_ Desculpa pelo chute. Foi grosseiro e agressivo, e não era necessário. – resmungou a corintiana, e o rapaz riu.

_ Tudo bem. Mas você aceita dançar comigo?

_ Tá querendo outro ch... – Érico e Renata a repreenderam com o olhar, fazendo a menina bufar – Quero dizer, claro.

_ Ótimo. – ele estendeu a mão para ela, mas foram interrompidos por Mel, que pulou no colo de Fábio, jogando algodão doce para todos os lados.

_ Tá maluca? – gritou Giane, tirando algodão doce dos cabelos.

_ Opa, desculpa. – riu Mel, enquanto praticamente enfiava o doce na boca de Fábio, que parecia nervoso – Binho, a festa tá chata. Vamos para um lugar mais... Reservado?

_ Na verdade eu ia... – ele a afastou, virando-se para Giane.

_ Relaxa aí, tá tranquilo. – a menina deu de ombros – Sua namoradinha tá com um fogo danado, vai resolver isso.

_ Ela não é minha namoradinha. – garantiu o rapaz, enquanto Mel o agarrava mais. Por fim ele se deu por vencido – Mel, vai procurar seu irmão e avisa que nós estamos indo, está bem?

_ Tudo bem. – a patricinha saiu correndo, deixando os quatro sozinhos.

_ Dá tempo de nós corrermos para a pista de dança e despistarmos ela. – garantiu Fábio, mas Giane bufou.

_ Moleque, não me testa. Cê tem namorada, olha o respeito. – ela mandou na lata – E outra, tá tarde pra caramba. Eu tenho que acordar cedo amanhã, pra abrir a loja. A gente se tromba por aí, beleza fraldinha?

_ Fabinho.

_ Oi?

_ Meu nome. É Fábio, mas pode me chamar de Fabinho. E o seu é Giane? – ele estendeu a mão.

_ É. Mas se chamar de Gi ou Gianezinha, toma um belo chute. – ele riu, enquanto ela apertava sua mão – Vixe, a melosinha tá voltando. Érico, Re, vamos pegar nosso rumo?

_ Vamos. – o rapaz riu, apertando a mão de Fábio – Até mais e prazer em conhecê-lo.

_ Não sei se a situação foi um prazer, mas enfim. – eles riram, enquanto o rapaz dava um beijo no rosto de Renata. Os três começaram a caminhar, deixando o jovem Campana sozinho – Até mais, Gi.

Ela parou nervosa, e ele jurou que iria tomar outro chute daqueles. Mas ela apenas se virou no lugar, um sorriso maroto no rosto.

_ Até mais... Fraldex.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?
Me deixem saber suas opiniões, ok?
Beeeijos