Roberta esperou Diego arrancar com o carro e logo subiu, tomou um banho, pegou um copo de Pepsi e se sentou no sofá, pensando no fora que deu em Diego. Não demorou muito e ela pegou no sono. Na manhã seguinte, ela foi acordada pela campainha.

Roberta: Ah, bom dia senhor Fausto (zelador do prédio).

Fausto: Bom dia senhorita Roberta, desculpa tê-la acordado, mas tenho um comunicado importante pra passar para os moradores do prédio.

Roberta: Tudo bem. – Coçou o olho.

Fausto: Só queria informá-la de que nosso prédio passará por uma reforma, por tanto, peço que a senhorita fique em outro lugar enquanto ocorre essa reforma, por questão de segurança. Caso a senhorita não tenha outro lugar pra ficar, nós a hospedaremos em um hotel aqui perto, por nossa conta.

Roberta: E quanto tempo essa reforma vai levar?

Fausto: Não é certo, mas uns 2 meses mais ou menos.

Roberta: Tudo bem, vou falar com um amigo pra ficar na casa dele, e lhe informo a resposta, ok?

Fausto: Obrigado e desculpa o transtorno.

Roberta: Capaz. – Sorriu e fechou a porta.

Ótimo, uma sem teto agora, resmungou e se jogou na cama. Logo após pensar um pouco, resolveu ligar para Chris.

Christian: Alô.

Roberta: Chris, é a Beta. Tudo bom?

Christian: Tudo minha Beta e aí?

Roberta: Bem, bem. Preciso de um favorzão seu.

Christian: Se é dinheiro, não tenho. – Riu.

Roberta: Não, não é dinheiro. Meu prédio vai passar por uma reforma e preciso ficar em outro lugar, tem um quartinho sobrando aí?

Christian: Pra você sempre! Arruma tuas troxas e vem. – Ela sorriu.

Roberta: Obrigada!

Christian: A Josy vem com você?

Roberta: Não, ligaram pra ela e ela teve que voltar as pressas, problemas no trabalho.

Christian: Sem me dar tchau?

Roberta: Calma! Ela deixou um beijo e disse que ia ligar.

Christian: Bom mesmo. Então te espero.

Roberta: Beijo!

Ela resolveu não perder tempo, tirou a preguiça do corpo, arrumou as coisas que ia levar pro apê do Chris, tomou um banho e resolveu ir logo. Chris já a esperava, a ajudou a guardar suas coisas no quarto e logo foram papear um pouco.

Christian: Quer uma cerveja?

Roberta: Logo em uma segunda de manhã?

Christian: Desde quando tem hora e dia certo pra beber?

Roberta: Seu alcoólatra! Não quero não, ta cedo ainda. – Alguém bateu na porta.

Christian: Atende que eu vou pegar a cerveja. – Retirou-se pra cozinha enquanto Roberta andou até a porta e a abriu.

Roberta: Oi Angel, tudo bom?

Angel: Oi Beta, tudo e com você?

Roberta: Ah, tranquilo. E como foi de viagem?

Angel: Foi legalzinha. – Sorriu. – E o safado?

Roberta: Ta aí, entra!

Angel: Veio fazer uma visitinha? – Entrou e andou até o sofá.

Roberta: Não, vou passar uns dias aqui enquanto meu prédio fica em reforma.

Angel: Essas reformas são um saco!

Roberta: E como. Christiaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaan! – Gritou.

Angel: Pelo jeito você pegou a mania da Thay e minha de gritar. – Elas riram.

Christian: O que é sua louca? – Entrou na sala.

Roberta: Tua tchutchuca chegou. – Angel riu.

Christian: Oi amor. – Andou até Angel e a deu um selinho.

Roberta: Bom, eu tô saindo pra não me melar com tanto mel. – Mostrou a língua e sorriu. – Qualquer coisa tô no quarto com fones no ouvido. Beijo. Beijo!

Ela foi pro quarto, deitou e ficou ouvindo músicas. Ver Angel só fez ela pensar que Thay estava ali, pertinho dela e isso fazia o coração dela acelerar.

Angel: Então a Roberta vai ficar aqui uns dias? Acho que alguém vai gostar de saber disso. – Sorriu.

Christian: Será que dessa vez vai? - Angel se sentou ao lado de Chris no sofá e logo se deitou com ele ali mesmo.

Angel: Eu espero que vá, né?

Christian: Liga pra ela e chama ela pra vir aqui.

Angel: Boa. Pera aí. – Discou o número de Thay. – Thay, vem aqui rapidinho no apê do Chris? Ta bom, te espero. – Desligou.

Christian: Ela vem?

Angel: Vem. – Não demorou muito e Thay entrou no apê, sem bater mesmo.

Thayane: Oi Chris.

Christian: Oi Thay, e a viagem?

Thayane: Foi boa. – Sorriu. – Lembra da Mayane? Minha prima?

Christian: Aquela morenona? – Angel deu uma cotovelada nas costelas dele.

Angel: Menos, ok? – Christian e Thay riram.

Thayane: Ela mesmo. Ela vem morar comigo e a Angel.

Christian: Pô, que massa!

Thayane: Pois é, eu to indo la comprar umas coisas, querem vir junto?

Christian: Não, valeu, quero aproveitar a minha ciumenta um pouco. Ah, e ela também não vai.

Angel: Não vou? - Eles riram.

Christian: Ah, mas deixa eu te contar, também não vou morar sozinho. Adivinha quem vem morar comigo!

Thayane: Hum...O Diego?

Christian: E eu sou lá de dividir apartamento com macho?

Thayane: Ué, então não sei!

Angel: Com a Robertinha!

Thayane: Com a Roberta? Ela tá aí? – Thay mal terminou a pergunta e Roberta invadiu a sala.

Roberta: Parem de fazer o que estão fazendo porque eu estou passan...- Ela ficou em silêncio ao ver Thay. – Desculpa, pensei que estavam só Chris e a Angel. Tudo bom?

Thayane: Tudo e com você?

Roberta: Bem também. – Sorriu sem jeito. – Bom, como eu ia dizendo antes, eu vou dar uma saída, vou ao meu apartamento pegar umas coisas que esqueci.

Thayane: Eu também tô saindo, me empresta o carro Chris? O meu ficou no local da festa.

Christian: Putz, o meu tá com um problema, já pedi pro cara vir ver e ele não apareceu ainda. Vai com a Roberta, acho que ela não se importa de dar uma carona, né Beta?

Roberta: O que? Ah...claro que não, se você quiser.

Thayane: Se não ficar muito na contramão pra você.

Roberta: Você vai aonde?

Thayane: Shopping.

Roberta: Fica no caminho, te deixo lá de boa!

Thayane: Ok, vou pegar minha bolsa.

Roberta: Te espero no carro. – Thay se retirou.

Christian: Aê Beta!

Roberta: O que?

Christian: Manda vê! – Riu maliciosamente.

Roberta: Besta!

Sem demorar, Roberta dirigiu-se pro carro e ficou esperando Thay lá. Ela estava nervosa, sabia que tinha uma conversa pendente com Thay e temia que acontecesse logo mais. Alguns minutos depois Thay chegou.

Thayane: Desculpa a demora, tá uma bagunça nosso apartamento. – Beta sorriu.

Roberta: Tudo bem, mulheres, né?

Thayane: HÁ HÁ HÁ, engraçadinha!

Roberta: E como foi a festa?

Thayane: Foi boa, mas cansativa!

Roberta: Eu imagino, viajar já cansa, fazer festa e viajar, cansa bem mais.

Thayane: Pois é, cansa mesmo. – E o assunto acabou.

Roberta: É naquele shopping que você vai ficar? – Apontou.

Thayane: É sim. – Roberta estacionou.

Roberta: Chegamos!

Thayane: Obrigada pela carona.

Roberta: Não foi nada. – Sorriu. – Você acha que vai demorar?

Thayane: Não pretendo, por que?

Roberta: Eu posso passar pra te pegar.

Thayane: Não quero incomodar.

Roberta: Capaz guria! – Thay sorriu. – Vamos fazer assim: eu vou pegar as coisas que eu esqueci, depois passo aqui no shopping e te espero na praça de alimentação.

Thayane: Ta bom. Beijo. – Thay inclinou seu corpo, Beta fez o mesmo e se despediram com um selinho no rosto.

Por enquanto estava tudo bem, Roberta foi buscar suas coisas e como combinado, voltou ao shopping e esperou Thay na praça de alimentação.

Thayane: Faz tempo que você chegou?

Roberta: Não, cheguei há uns minutinhos. - Quase uma hora.

Thayane: Que bom.

Roberta: Quer beber ou comer algo?

Thayane: Quero. – Chamou a garçonete. – Vê pra mim uma Pepsi bem geladinha com limão e um sanduíche, por favor.

Roberta: Viciou na Pepsi também?

Thayane: Convivência com você. – Sorriram.

Elas fizeram um lanche e tentavam a todo momento puxar um assunto que não fosse sobre elas, mas no fundo, elas sabiam que aquela conversa tinha que acontecer.

Thayane: A gente tem uma conversa pendente, não é?

Roberta: Pois é.

Thayane: E então?

Roberta: O que? – Elas riram.

Thayane: Fiquei sabendo que você conheceu um garoto novo.

Roberta: É amigo da Angel.

Thayane: Ela comentou. Se divertiram?

Roberta: Bastante, ele é um cara maneiro.

Thayane: Que bom.

Roberta: E você, aproveitou o teu noivo?

Thayane: Demais! Pude matar a saudade.

Roberta: imagino!

A cada resposta, elas se arrependiam de terem feito as perguntas, uma provocava ciúme na outra e isso não ia dar certo. A conversa continuou no carro a caminho de casa.

Thayane: Então, como nós duas ficamos?

Roberta: Não sei.

Thayane: Não?

Roberta: Não e você?

Thayane: Também.

Roberta: Então, melhor deixar como está, né?

Thayane: É, acho que será melhor mesmo. – Sorriu forçada.

Roberta: Tá bom então.

E elas foram o restante do caminho em silêncio, não era essa a resposta que elas queriam, mas o orgulho não as deixavam descer do salto.

Roberta: Chegamos. – Estacionou.

Thayane: Obrigada pela carona.

Roberta: De nada.

Thayane: Você não vai descer?

Roberta: Não, vou dar uma passada na boate e ver como as coisas estão.

Thayane: Ah, ta bom. Então até.

Roberta: Até.

Thayane desceu do carro, pegou suas coisas e caminhou em direção ao portão do prédio, a conversa com Roberta havia a deixado desanimada e de mal humor. A cada passo sua raiva aumentava um pouco mais, até que ouviu seu nome.

Roberta: Thay, espera. – Correu até Thay.

Thayane: O que foi? – Roberta respirou fundo.

Roberta: Eu não quero que as coisas fiquem assim.

Thayane: Como assim? – Beta olhou para os lados, não sabia como dizer o que precisava dizer.

Roberta: Você me pediu pra te esperar até hoje. – Ela olhou no relógio e logo voltou a olhar Thay. – Não chegou meia noite e eu ainda tô te esperando. – Thay sorriu.

Thayane: Eu tava a ponto de te dar uns tapas. – Andou até Roberta e a abraçou apertado, ali mesmo, na calçada.

Roberta: É, eu percebi pelo teu tom de voz. – Sorriu. – Espera. – Se afastou um pouco. – E a Paula?

Thayane: Hoje mesmo termino com ela, confia em mim.

Roberta: É sério Thay, o teu noivado até entendo, mas ela não aceito.

Thayane: Ei, já disse, confia em mim! – Levou a mão até o rosto de Beta e a acariciou. – Vai pra boate e quando você voltar, passa lá no apê que eu já vou ter terminado com ela, ok?

Roberta: Ta bom. – Sorriu.

Thayane: Vontade de te dar um beijo!

Roberta: Então dá!

Thayane: Ta doida? Aqui na rua não! – Roberta olhou para os lados.

Roberta: Só um bem rapidinho. – Sussurrou. Thay sorriu e deu um selinho bem rápido nela.

Thayane: Sua louca!

Roberta: Você me beija na rua e eu sou a louca? – Riu.

Thayane: Você entendeu. Vai logo e juízo!

Roberta: Deixa comigo. – Jogou um beijo ao vento, entrou no carro e foi pra boate.