O Preço de Uma Guerra escrita por Maya


Capítulo 2
Apaixonado por Você




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Verão 1938

No final do verão de 1938, minha família decidiu passar os últimos dias de calor em um rancho no interior do estado do Texas. Tal rancho foi construído pelo meu bisavô Jefferson Berry em meados dos anos 1880.

Toda a família se reuniu. Primos, primas, avôs e avós, nossos pais e a família Puckerman.

O dia estava super quente, nossos pais tinham ido a cidade comprar comida e bebidas para a festa que aconteceria a noite. Ficaram no rancho apenas eu, meus avós paternos, Santie, Puck e Finn.

O silêncio era total. Era possível escutar os grilos e os pássaros cantando do lado de fora da casa rústica.

Quando eu era pequena, morria de medo daquela casa, meus pais contavam histórias de como várias pessoas morreram ali (mentira deles, mas na época me parecia ser super real), para piorar a situação, o chão era feito de madeira e qualquer passo fazia um barulho tremendo, e a casa possuía grandes janelas com vista para montanhas que possuíam um efeito de suspense, sabe-se lá o que havia naquelas matas... Nunca tinha gostado dali.

Eu lia um livro, Finn olhava para o tempo, Santie dormia, e eu tinha a impressão de que Puck me encarava. Até que do nada, Puck deu um berro fazendo com que todos se assustassem:

–Que tédio!! Tá um calor horrendo aqui!

–Tem uma piscina atrás da casa, nós podíamos nadar... também estou com calor. -Santie comentou com uma voz de sono.

–Interessante... Meninas,! Acho bom que tenham trazido roupa de banho...-Puck diz com um sorriso malicioso nos lábios, recebendo um olhar de reprovação da parte de Finn.

–Olha o respeito!- Finn o repreendeu.-Rach?? Você ta viva? Não disse nada até agora.

Por mais que eu estivesse ouvindo absolutamente tudo que falavam, minha atenção estava completamente voltada para o livro que eu lia, no qual o assassino havia descoberto que sua esposa era uma espiã com a função de matá-lo.

–Shh!!- foi o único som que saiu de meus lábios, naquele momento, Gerad finalmente mataria a quenga da Luise, não poderia desviar a atenção nem um segundo.

–Rach!!!- Finn gritou.

–Cala a boca!!- exclamei brava- o Gerad vai matar a quenga aqui!- peguei os lábios de Finn e os apertei, fazendo-o ficar com um biquinho. Santie e Puck riram da situação.- Não acredito!!!- gritei tão alto e com tanta raiva que Puck caiu do sofá.

–O que foi?!- falou enquanto se levantava.

–Que porcaria de livro é essa?! O amante idiota da quenga chegou bem na hora do assassinato!- eu disse depois de jogar o livro na parede

– Nossa! Que sanguinária! As vezes tenho medo de você prima!- Santie comentou rindo.

– Nós vamos nadar ou não? -Puck já estava impaciente.

– Vamos sim.- eu respondi- Santie e eu só vamos nos vestir, nos encontramos lá.

~~*~~

Já passavam das quatro horas da tarde quando finalmente entramos na piscina.

–Tenho uma idéia!!- Puck parecia animado.

–E o que seria?- perguntou Santie.

–Vamos apostar quem faz o salto mais bonito... e quem ganhar, dá um beijo na Rach!- eu realmente não estava ouvindo aquilo.

–E quem você pensa que é pra me usar como prêmio?- a indignação era clara em minha voz.

–Vamos lá Rach! Não tenha medo de perder!- Puck ria enquanto falava, me fazendo ficar ainda mais nervosa.

E a competição começou. Finn estava em primeiro, Puck em segundo, Santie em terceiro. Eu precisava fazer melhor do que Finn para conseguir me livrar do "prêmio". Se bem que beijar Finn não era lá uma má ideia...

–Vai lá Rach! Vamos ver do que você é capaz!- debochou Finn.

O olhei com raiva e me afastei uns cinco metros da piscina, depois, corri a toda velocidade, conseguindo dar duas cambalhotas antes de cair na água. Eu poderia dizer que deu tudo certo. Mas não deu. Quando caí dentro da água, meu corpo foi impulsionado pra baixo. Bati a cabeça. Foi a última coisa que senti.

~~*~~

Senti algo... macio e, molhado em meus lábios, finalmente abri meus olhos. Um mini ataque do coração aconteceu naquele momento. Finn se encontrava na cadeira ao lado da minha cama dormindo suavemente. Lindo. Será que ele? Não... Impossível! Ele nunca faria isso. O pensamento de que ele talvez tivesse, hum, você sabe... me fez sorrir.

–Finn?- minha voz saiu mais rouca do que eu esperava.

Ele se levantou num pulo e se aproximou de mim com um olhar difícil de ser interpretado.

–Rach! Eu estava tão preocupado com você!

–O que aconteceu? Quanto tempo eu dor...-antes que eu pudesse terminar ele me beijou em cheio nos lábios; e eu retribuí, porém a consciência me lembrou do que eu estava fazendo, e pior, com quem eu estava fazendo isso. Mesmo com receio, me afastei dele.

–Mas o que foi is...- minha mãe entrou no quarto e me interrompeu (de novo²).

–Filha!! A mamãe estava tão preocupada com você!- sua voz parecia tão distante... minha cabeça ainda estava naqueles lábios que encontraram os meus momentos atrás.

Minha mãe continuava falando...mas eu não a ouvia porque as perguntas não paravam de invadir a minha mente, tais como: "Por que ele fez isso?" ou "O que ele fazia dormindo ao lado da minha cama?", não paravam de perturbar meus pensamentos. Estava tão concentrada em minhas perguntas mentais, que quando minha mãe falou mais alto chamando minha atenção, dei um pulo de susto.
–Filha!! Você me ouviu? -não! Mas fazer o que? Não quero problemas.
–Ouvi mãe!- menti- posso me levantar agora?- perguntei.
–Que parte do "mais um dia de repouso" a senhorita não entendeu?
Suspirei zangada. Teria que esperar mais um dia antes de tirar satisfações com meu primo.

~~*~~


O dia passou devagar. Devagar até demais. Não sei se foi por causa da minha ansiedade de falar com Finn ou se foi a terrível dor de cabeça que não me deixava em paz.
Assisti TV o dia todo. Sinceramente? Foi um saco! A única coisa da qual se falava era sobre a Alemanha. Alemanha aqui, Alemanha ali, Alemanha por todo lugar/canal em que eu colocava.
Percebi que era melhor desistir de me distrair, isso não estava sendo possível. Resolvi dormir. E funcionou! Acordei só no outro dia, depois do almoço.
Fui tentar andar sozinha. Péssima ideia. Tive de esperar alguns minutos até a tonteira que tomava conta de mim acabar. Passados alguns minutos, sai do quarto e dei de cara com a pessoa que mais queria ver naquele momento. Finn. Aparentemente meu primo estava a caminho do meu quarto. Interessante.
–Por que fez aquilo?!- perguntei sem rodeios.
–Fiz o que?- ele parecia confuso.
–Você me beijou Finn!- afirmei com toda certeza.
–Beijei?- ele estava ainda mais confuso. Ai meu Deus! Será que eu sonhei que ele tinha me beijado? Será que não passou de uma mera alucinação?! E agora ele vai achar que eu gosto dele!! Claro que não seria exatamente mentira... Desde que me entendo por gente, brigo com o meu primo, mas não vou mentir que nunca senti nada por ele.
–Ah é mesmo! Beijei sim!- ele respondeu me tirando do pequeno transe em que me encontrava.
Ufa! Não foi sonho nem alucinação!
–Nossa!- suspirei aliviada- Com a sua reação tinha começado a achar que eu tinha sonhado com isso, ou que era uma alucinação!- ai! Não devia ter dito isso!

Finn colocou seu dedo em meus lábios, me interrompendo (de novo³) e me beijou, doce e carinhosamente, fui parar nas nuvéns. Retribui o beijo da mesma maneira, o envolvendo pelo pescoço enquanto suas mãos pairavam sobre a minha cintura. Interrompemos o beijo ao mesmo tempo, para retomarmos o ar.
–Não entendo... Por que?
Ele deu um sorriso de lado, com aquelas covinhas capazes de levar qualquer garota ao delírio.
–Porque eu estou apaixonado por você.


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