Avery

Eu fazia testes em uma cobaia humana no momento. Ela reagia mal a eletricidade, a vacina não funcionava no quesito fraqueza a eletricidade nela, ela era a segunda cujo a vacina não funcionara nessa categoria. E eu infelizmente lembrava quem havia sido a primeira cobaia a falhar.

Flashback mode on.

– Peter Fanny? - ando pelos corredores onde as cobaias são tratadas depois de torturadas. - Chamando Peter Fanny.

Um dos garotos sequestrados aparece mancando em péssimas condições, era claro que eu não poderia tortura-lo mais.

A vacina era um plano impossível de ser realizado, porém, se fosse realizado correríamos "risco" de sermos invulneráveis a certas fraquezas. Claro que meu pai, o maior cientista da casta 3, quando soube da vacina a pôs e em prática elevou a realeza de Illéa o plano de por os testes da vacina em operação. Mas, claro, o rei e rainha recusaram. Afinal, que governo em sã consciência oferecia mais de cem pessoas (bebês, crianças, adolescentes e adultos) da casta 8 para se submeterem a situações de risco como se jogar em rios de acido e serem eletrocutados até os sinais vitais pararem? Mas esses motivos não serviam para meu pai, o simples fato de ele acreditar que o soro os protegeria a tudo isso fora o bastante para que ele arranjasse seus próprios cobaias, sequestrando quase todos da casta 8 na província Quol.

– Peter Fanny? - perguntei mais uma vez ao garoto em minha frente.

– S-sim. - disse ele deixando claro efeito colateral de pôs-vacina.

Ajeitei os óculos, deixando-os mais perto dos olhos, como odiava aqueles óculos. O cobaia a minha frente ri.

– Porque não testam se o soro também a acaba com a fraqueza ocular, enfermeira.- disse enfrentando mais um efeito colateral, que era a capacidade de dizer tudo oque viesse na mente sem conseguir segurar.

O encarei de forma ameaçadora, e o peguei pelo braço até a sala de teste A-o.

– Deite-se. - ordenei apontando para cama branca, simples até eu querer, de laboratórios comuns. - Deite-se Peter Fanny.

Ele foi um pouco zonzo até tal, oque significava algo ruim. Os efeitos do soro estavam demorando de mais para passar.

– Irei fazer um procedimento simples, porém o primeiro testado, senhor Fanny. - era obrigação de nos rebeldes do Oeste explicar até os mínimos detalhes sobre oque fazíamos com as cobaias, e mostrar respeito era obrigação só minha por ser a filha do "rei". - O procedimento é de choque, literalmente, e acreditamos que será bastante vendido o soro para a invulnerabilidade a choque para bem... O senhor sabe, os guardas de Illéa não costumam ser muito delicados ao torturar nós rebeldes.

O cobaia Peter Fanny assentiu um pouco embriagado de soro, diria, e eu realmente não estava gostando daquilo.

– Senhor Fanny, por procedimentos técnicos de nós cientistas do Oeste gostaria de lhe fazer algumas perguntas em caso de excesso de soro. Algo extremamente arriscado Peter.

O garoto cai em pranto. Não deveria, mas me preocupo.

– Senhor Fanny, algum problema? - pergunto meio comovida, nenhum cobaia jamais chorara em minha frente. Demonstrar emoção também era uma fraqueza ao olhar de meu pai. - Não se sente preparado para o procedimento? Quando fui lhe buscar, havia acabado de sair de outra sessão?

Ele abriu a boca com dificuldade.

– Qual seu nome? - perguntou pegando minha mão.

– A-avery. Avery Ethan. - gaguejo.

Ele sorri e pede paa que eu siga os procedimentos. Claro, tive que prosseguir. E a única cobaia em que até o soro falhou, havia falecido em minhas mãos. E a culpa era inteiramente minha.

Flashback mode off.

– Avery! - meu irmão me chama.

– Sim Alec. - digo me descartando da cobaia já morta.

– Papai mandou isso. - ele joga a ficha daquela Seleção tripla ridícula que acontecia. - Acho que ele tem um trabalho para você.