Dinner escrita por Ruki-chan


Capítulo 8
Família — Final


Notas iniciais do capítulo

Hello!!

Agora sim! Este é o ÚLTIMO capítulo de Dinner! [ALELUIA! O/]
Caraca, estou triste... Sério. T_T Mas, bem! Como dito no cap. Anterior... Este aqui será um cap. longo e não tão comédia como os demais. Mas, vocês entenderão o porquê depois de lerem. ;D [espero eu, né...?]

E agora, o meus [últimos] agradecimentos:
MuraAkaFanGirl13, Marry Jane, KiraKozato [seeempre presente. ♥], FranMary, Stevie, Lulu Tril, Rafaela Souza, Amanda Sousa, Babi, Akira Nishimura, lusa349, Tathy Thiemy, Mary Sullivan e Deusa Tsukihime. Vocês são demais! MUITO obrigada por cada comentário! Sei que já disse, mas torno a repetir: Esta fic só existiu por causa de vocês, seus leitores divos! ♥ ♥ ♥ *3*

Agradeço também a todos que favoritaram, mas não comentaram. Compreendo que vocês devem estar ocupados e tals, mas, este é o último capítulo... Vocês poderiam mandar só um comentariozinho, por favor? *-*

Obs.: Sim! Eu vou responder a TODOS os reviews! Não se preocupem! Eu já os li, amei e logo, logo eu responderei com o maior prazer do mundo. ;3

Bom, é só. BOA LEITURA!



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CAPÍTULO 8: Família — Final

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Todos olharam pasmos para Akashi e este, por sua vez, sequer piscava os olhos.

— O que faremos agora? — O pânico estava presente na voz de Midorima.

Não era só o esverdeado que suspeitava, mas todos ali. Eles conheciam o temperamento de Akashi, e pelo pouco que o ruivo havia exposto sobre sua família, concluíram que seus pais seriam tão cruéis, ou até piores, do que ele próprio.

A família poderia chegar a qualquer momento, e obviamente, não seria nada bom para a vida dos amigos se eles vissem aquela bagunça...

Akashi voltou seu olhar para Midorima. Conteve-se por um breve instante, encarou os demais um a um e disse:

— Não temos muito tempo! Atsushi! — Chamou com a voz bastante elevada. — Recolha as fôrmas do chão e termine o bolo! Momoi, Tetsuya! Vocês dois vão terminar de arrumar a mesa de jantar o mais rápido possível!

— Sim! — Responderam em uníssono.

— Ryouta!

— Sim?! — Perguntou ele temendo apanhar do capitão.

— Você e o Daiki vão terminar as almôndegas! E sem interrupções desta vez! — Cobrou com seu tradicional olhar ameaçador.

— Certo, certo... — Afirmou Aomine com a mão sobre a cabeça. Ele ainda se recuperava do desmaio.

— E eu?! — Questionou Midorima apontando para o próprio peito.

— Nós dois vamos limpar toda essa sujeira antes que minha família chegue!

— Ah... — Expressou desanimado.

— Rápido!

A partir daí, cada um seguiu seu caminho.

Atrapalhados por conta da surpresa, eles tentaram organizar a bagunça e terminar o jantar em velocidade máxima. Akashi buscou numerosos produtos de limpeza e começou uma rápida faxina ao lado de Midorima. Murasakibara recolheu as fôrmas do chão, levou a massa ao forno e ajudou a limpar a mancha de vinho na parede. Kise e Aomine fritavam as almôndegas ao mesmo tempo que gritavam sentindo várias gotículas do óleo quente queimarem a pele. Momoi e Kuroko corriam de um cômodo a outro buscando toda a louça e talheres para colocarem na mesa, isso tomando o devido cuidado para não derrubarem nenhuma peça no chão e agravarem ainda mais a situação.

— Terminamos, Akashi-kun! — Anunciou a rosada ao capitão, que estava de joelhos no chão removendo a farinha do rejunte do piso. No que ele conseguia ser perfeccionista, ele era.

— Certo! Agora, reaqueçam o molho para que possamos colocar as almôndegas!

— Não vai lá ver como ficou a mesa de jantar? — Perguntou ela.

— Assim que eu terminar aqui eu...! Não! Acho que terei que confiar em vocês, desta vez! — Dito isto, se levantou rapidamente para levar o balde de água que usava lá para fora.

Logo depois de o capitão sair dali, os dois buscaram a panela de molho para fazerem exatamente o que lhes foi solicitado.

Após os minutos especificados na receita do livro importado, Murasakibara abriu o forno e retirou os bolinhos de chocolate. Akashi havia acabado de limpar a sua parte e naquele instante reclamava com Midorima, dizendo que ele parecia uma tartaruga fazendo a faxina. O esverdeado bufava e retrucava, mas até que conseguia entender o lado do capitão. Estavam todos muito nervosos com a ligação inesperada.

Quando Aomine e Kise terminaram de fritar as almôndegas, todos puderam ver claramente o quanto aqueles dois haviam se queimado com o óleo. Algumas pequenas bolhas surgiram na pele dos braços de ambos.

— Akashi! Você tem pomada pra queimadura?! — Perguntava Aomine ao capitão analisando o estado de sua pele.

— Tenho. Está no meu quarto.

— Vamos conhecer o quarto do Akashicchi?! — Kise abriu um largo sorriso. Vai lá saber o porquê...

— Lógico que não. Eu vou buscar e trazer para vocês.

— Aka-chin... — Murasakibara chamou. — Você quer experimentar um bolinho?

— Sim. Mas, antes, deixe eu cuidar da queimadura desses imbecis.

— Também te amo. — Gracejou Aomine cutucando uma bolha no braço.

— Molho aquecido, capitão! — Momoi bateu continência anunciando seu feito.

— Ok. Peguem as almôndegas e coloquem-nas no molho agora. Eu já volto.

(...)

— Ai! — Bradava Kise estapeando as mãos de Akashi no intuito de impedi-lo de encostar em suas queimaduras.

— Para de se mexer, Kise! — Exigiu Midorima retirando as luvas que vestia para limpar o chão. — Ele só está fazendo isso para te ajudar!

— Mas dói! — Dizia ele.

— Eu vou estourar cada uma dessas bolhas se você não me der logo o braço pra eu passar a pomada. — Ameaçou com um sorriso macabro.

— Ok. Mas, vá com calma. — Cedeu o loiro. Mas, assim que Akashi segurou seu braço com uma firmeza maior que a necessária, Kise passou a se queixar de novo.

E com Aomine não foi diferente.

— Filho da puta!

— Por que você gosta tanto de falar palavrão? — Akashi apertava o braço do amigo para espalhar a pomada pelo mesmo. E embora quisesse socá-lo por fazer tanto escândalo, conteve-se forçando um semblante tranquilo.

— Você não precisa apertar o meu braço!

— Preciso sim. — Não, na verdade não. Mas, Akashi não perderia a oportunidade de revidar o incidente com as almôndegas.

Assim que tratou as queimaduras de seus amigos, Akashi achou melhor deixá-los num cantinho reclamando de sua falta de delicadeza, e caminhou até Murasakibara - que desenformava o último de todos os bolinhos.

O capitão experimentou um deles e se surpreendeu muito. Estava delicioso! Murasakibara havia, por um milagre, conseguido! Finalmente algo realmente bom naquele show de horrores.

— Você acertou, Atsushi. — Sorriu para o amigo. Aquela seria a sua anistia para todos os eventos anteriores.

Entretanto, para Midorima, aquilo saiu como um tiro certeiro no coração.

— Eu disse que era o chocolate, Mido-chin. Se você tivesse prestado mais atenção na receita, seria...

— Cale a boca. — Mandou ao outro completamente arrasado.

— Terminamos o molho, Akashi-kun. — Kuroko avisou. — E desta vez é pra valer. — Acrescentou.

— Ótimo. Agora... Acho melhor nos limparmos. — Somente após lembrá-los que todos perceberam o quanto estavam sujos por conta de tantas desventuras.

Rapidamente, os amigos andaram até o banheiro mais próximo à cozinha. Lavaram seus rostos, limparam as partes sujas das roupas que vestiam e se secaram com toalhas trazidas pelo próprio Akashi. Não estavam cheirando feito flores campestres, mas pelo menos, não estavam mais sujos.

— Sorte que estávamos de avental. Se não teria sido bem pior... — Dizia Kise retirando o mesmo do corpo.

— É, mas você ainda tem farinha no cabelo. — Midorima apontava para a cabeleira do loiro.

— Já terminaram? — Akashi voltava de algum lugar e entrou no banheiro para ver se já estavam todos prontos.

— Já sim. — Confirmou Kuroko. Ele não era o pior caso, mas resolveu dar uma ajeitada na aparência antes que a família do ruivo chegasse. Não queria que os parentes do amigo tivessem uma má impressão dele.

— Eu também. — Momoi anunciou em seguida soltando o cabelo.

Antes que pudessem dizer ou fazer mais alguma coisa, ouviram a campainha tocar. A tensão era evidente, mas tinham que se controlar.

Akashi fez um sinal para os amigos e estes o seguiram até a porta de entrada.

— Por tudo que é mais sagrado, se comportem. — Implorou ele com uma mudança drástica em seu tom de voz. O capitão parecia ser o mais ansioso de todos, e com razão.

O ruivo abriu a porta onde os amigos haviam entrado pela primeira vez e lá estavam eles: Os temidos e desconhecidos pais de Akashi. Uma bela mulher dona de longos cabelos lisos e um homem com uma postura autoritária. Mais atrás, dois senhores esperavam a passagem para entrarem na casa. Um idoso e uma idosa. Ambos, aparentemente, tratando de assuntos importantes em seus celulares.

— Olá, Seijuro. — A mulher o abraçou calorosamente. Ela não parecia nem um pouco com a bruxa que os seis amigos tinham imaginado.

— Bem-vinda, mamãe. — Felicitou sem demonstrar muito afeto.

— Boa noite. — Disse o senhor assim que colocou os pés dentro da casa.

Quando se afastaram, a mulher fitou os convidados de Akashi e perguntou:

— Quem são os seus amigos, Seijuro? — E um sorriso se formou nos lábios dela.

— Também quero saber. — Disse o homem somente. Ele emanava uma energia negativa difícil de suportar.

— Ah, claro. — Um belo escorregão do ruivo. Akashi estava tão preocupado com o jantar e com todo ocorrido até ali, que havia se esquecido totalmente dos modos aprendidos. — Estes são...

— Momoi Satsuki, é um prazer conhecê-los. — A rosada se reverenciou e sorriu para os pais do amigo.

Apoiando a iniciativa da garota, todos os outros resolveram seguir o exemplo:

— Midorima Shintaro, é um prazer.

— Kuroko Tetsuya, prazer.

— Kise Ryouta, prazer em conhecer vocês. — Sorriu.

— Aomine Daiki, é um prazer.

— Murasakibara Atsushi, prazer.

— Estou muito feliz em saber que Seijuro tem amigos tão educados! — A mulher bateu a palma das mãos satisfeita.

— Não se precipite, querida. — Disse o homem em tom ríspido caminhando pelo hall de entrada. Provavelmente rumo a sala de estar.

O engraçado é que ele mesmo não se preocupou em se apresentar. Por outro lado, a mulher tratou de fazê-lo rapidamente.

— Quanto tempo, Seijuro. — O idoso proferiu ainda com o celular em mãos ao passar pela porta.

— Olá, vovô. É verdade. — Disse o ruivo somente.

A idosa demorou um pouco mais para entrar, mas quando o fez, cumprimentou todos brevemente sem voltar sua atenção a eles. Foi até a sala, parecia bastante ocupada com sua tarefa. Sabe-se lá o que era tão importante para mantê-la tão concentrada.

— Está tudo pronto, filho? — Indagou a mulher à Akashi.

— Sim. Vamos levar até a mesa e quando estiver tudo pronto eu mesmo os chamarei. — Explicou ele à mulher. Esta por sua vez assentiu e foi ao encontro dos parentes.

(...)

O silêncio.

Algo simples como ficarem quietos nunca havia sido tão fácil para os sete amigos. Alguns terminavam de arrumar as coisas enquanto outros simplesmente ficaram estáticos observando.

Até que um deles resolveu quebrar aquele clima:

— Sua família não parece ser muito unida, não é, Akashi? — E quem o fez foi Midorima, impetuosamente. Akashi levantou o olhar para o amigo. Um olhar melancólico semelhante ao de Murasakibara.

— Bom. Não somos exatamente uma família feliz. — Disse ele com peso na voz.

— Sua mãe parece legal, Akashi-kun. — Kuroko tentou animá-lo após o infeliz comentário de Midorima.

— Sim! Ela parece ser bem extrovertida. — Acrescentou Momoi com o mesmo intuito.

— Você puxou o teu pai, né? — Aomine provocava. Mas, nem mesmo assim o capitão desmanchava a expressão entristecida.

— Mine-chin, você não está ajudando. — Murasakibara disse sério. E pela primeira vez, Aomine não ficou irritado com uma repreensão, apenas olhou para baixo.

— Ei! Já que está tudo pronto, não é melhor levarmos logo pra mesa?! — Kise agiu rapidamente cortando a conversa.

Os seis amigos haviam percebido que a família de Akashi não era apenas um grupo de pessoas autoritárias e impacientes, como imaginavam até o momento. Eram pessoas que pareciam viver isoladas umas das outras, de objetivos traçados e sempre com a preocupação de serem perfeitos em tudo, ignorando aqueles a sua volta e consequentemente perdendo os laços que deveriam uni-los. Desta forma que eles enxergavam o pai e avós de Akashi. A única exceção era sua mãe, aparentando ser uma mulher agradável e bastante flexível em seus atos e decisões.

Na verdade, todos entendiam que Akashi era uma mistura daquelas personalidades.

Ao entrarem na sala de jantar, viram a família do ruivo esperar pacientemente pela comida. A mãe comentava algo com o pai, mas este por sua vez, não demonstrava grande interesse no assunto. Assentia e dizia uma palavra ou outra quando lhe convinha. A idosa aguardava de braços cruzados e o avô contemplava o cômodo sem dizer uma única palavra.

— Vocês demoraram, então resolvemos vir antes. — Justificou-se o homem ao vê-los entrarem pela porta.

— Desculpe, papai.

Os amigos lamentavam por dentro, mas não por estarem atrasados ou algo do tipo, mas sim por Akashi. Estavam compreendendo o temperamento do amigo perante a decisão da família em deixar o jantar sob sua responsabilidade, e o exagerado perfeccionismo no qual ele insistia tanto quando executava qualquer tarefa.

— Espero que os cursos pagos tenham sido úteis, Seijuro. — O homem dizia de olhos cerrados se ajeitando na cadeira. — Pois, seus avós merecem um bom jantar de boas-vindas.

— Curso?! — Aomine não se conteve. — Você nem aju-

— Dai-chan! — Bem a tempo, Momoi.

A rosada saltou para tampar a boca do amigo, o que chamou a atenção de todos os familiares. Akashi encarou o azulado exasperado, mas controlou suas emoções, pigarreou e achou melhor dizer:

— Claro, papai.

— O que teremos para o jantar, filho? — A mãe perguntava com grandes expectativas.

— Bom, — fez uma pausa. — demorou um pouco para decidirmos, mas resolvemos fazer uma tradicional macarronada italiana com almôndegas.

— Ótimo. — Interrompeu ela animada.

Os amigos serviram os parentes de Akashi e si próprios antes de se sentarem à mesa junto a eles. Uma generosa porção de macarronada com almôndegas foi colocada no prato de cada um, juntamente com o vinho nas taças dos mais velhos.

— Querida, quando que nossos empregados retornarão ao trabalho? — Perguntava o homem se servindo de uma porção de macarrão.

— Bom, se não estou enganada, no primeiro dia útil após o feriado. — Respondeu ela fazendo o mesmo.

— Que pena...

Enquanto isso, os sete amigos cruzavam os dedos.

A senhora levou o garfo à boca e não esboçou uma reação precisa ao degustar a massa.

— O que há de errado com esse molho? — O homem perguntou assim que engoliu.

E assim, os amigos viraram pedras de gelo.

— Está... Adocicado. — Completou a mãe do ruivo.

Akashi passou a mão pelo rosto já se preparando para a repreensão de seu pai.

— Agridoce. — Corrigiu a senhora.

— Como? — Perguntou a mulher. E todos focaram sua atenção na idosa.

— Está diferente de todas as macarronadas que comi quando fui à Itália. — Manifestou-se o idoso de repente.

— Isso porque você nunca provou uma macarronada deste tipo, vovô. — Disse a senhora virando-se para o marido. — Este tipo de molho combina bem com macarronada e caiu muito bem com estas almôndegas também.

— Na verdade, — Momoi achou melhor intervir. — Akashi-kun tentou inovar a receita do livro. Ele que sugeriu que fizéssemos desse jeito. — A rosada piscou para o amigo ao voltar-se para ele. Akashi - por estar sentado ao seu lado - deu um pisão no pé dela tendo certeza de que aquele plano não funcionaria.

— Ai! — Queixou-se ela.

— O que houve? — Perguntou a mãe de Akashi à garota.

— Nada! Não foi nada! — Negou sacudindo as mãos.

— De qualquer modo, — A idosa voltou a se pronunciar. — você teve uma ideia interessante, Seijuro. O sabor está bem agradável.

— Não acho que molho de macarronada deva ter este sabor. — Comentou o pai de Akashi.

— Mas, nosso filho teve uma ideia incrível! — A mãe o defendeu. — Eu também gostei do resultado. — A mulher dizia sorridente e alto o suficiente para que todos ouvissem.

— Sim. Ele garantiu que ficaria bom. — Desta vez, era Kuroko quem o defendia.

— Tetsuya, Momoi... — Akashi sussurrou e os olhou bastante surpreso.

— Ah sim! Esperem só até vocês experimentarem a sobremesa! Akashicchi teve uma ideia muito boa. — Kise exclamava entrando no jogo.

— Mas, foi o Atsushi que...!

— Eu fiz exatamente o que você pediu pra eu fazer, Aka-chin. — Interrompeu Murasakibara com um meio sorriso.

— Sim. Akashi sabia perfeitamente tudo que deveria ser feito e quase que não precisou da nossa ajuda. — Acrescentava Midorima sorrindo para os pais do ruivo.

— Nós que insistimos para ajudar. — E até mesmo Aomine conseguiu surpreender o capitão.

— Uma bela atitude de vocês. — A mulher disse admirada.

— De fato. — Concordou o avô. — Bem, meu paladar não está acostumado com este tipo de sabor... Mas, reconheço que não está de todo ruim.

— Quando voltarmos para a Europa, te apresentarei a algumas cantinas italianas que servem macarronadas deste tipo. — Comentou a idosa com seu marido. — São ambientes familiares bem aconchegantes e o sabor da comida está longe de parecer industrializado.

— Sim. Seria interessante. — E pela primeira vez, o senhor sorriu para a esposa desde que chegaram.

— Filho, você poderia ir conosco. — Sugeriu a avó ao pai de Akashi.

— Não mamãe. Acho que não será possível. — Ele era o único que não parecia satisfeito, e aquilo voltou a ferir os amigos e principalmente o capitão.

— Ahn... — Momoi tentou intervir novamente. — A senhora disse Europa? Deve frequentar muitos restaurantes legais.

Surpresa com a curiosidade da rosada, a senhora resolveu responder:

— Sim. Frequento sim. — Qualquer outra pessoa que dirigisse a palavra a ela daquela maneira tão espontânea receberia uma bela bronca no local onde trabalhava, mas não era o caso. Estavam todos ali num ambiente familiar. Por que não tentar se socializar normalmente? — Já visitei diversos estabelecimentos interessantes em muitos países.

— A senhora deve ser uma pessoa muito ocupada. — Comentou Midorima.

— Na verdade, sim. — Respondeu ela.

— Nós dois somos. — Por algum motivo desconhecido, o idoso também quis participar da conversa.

— Quais países vocês já visitaram? — Perguntou Kuroko entre uma garfada e outra.

Antes mesmo que percebessem, estavam todos, ou quase todos, participando de uma agradável conversa. O pai de Akashi apenas observava a cena e fitava o filho de vez em quando. Nada parecia o surpreender. Ou pelo menos era o que ele queria que todos pensassem. O fato é que era bem incomum ver seus pais conversando com tanta naturalidade, aparentemente estavam gostando de estarem ali.

A mãe de Akashi dava as últimas garfadas na macarronada quando decidiu dirigir a palavra ao filho sentado ao seu lado:

— Seus amigos são legais, Seijuro. — Cochichou.

— Você acha mesmo? — Perguntou ele com o mesmo tom de voz.

— Olhe para seus avós. Quando foi a última vez que viu sua avó e seu avô conversarem assim? — Perguntou ela voltando sua atenção para os mesmos. — Devia trazê-los aqui mais vezes. — Disse sorrindo mais uma vez.

— Talvez. — Respondeu ele.

Uma única palavra definia o estado de Akashi naquele momento:

O ruivo não esperava que os amigos tivessem a capacidade de surpreendê-lo positivamente. Riu internamente ao constatar isso. Estavam todos unidos. Unidos para o ajudarem. Mas, o que havia ocasionado isso? Talvez a descoberta do universo no qual o ruivo estava inserido; O mundo de exigências que carregava nos ombros, o fardo da perfeição requisitada pelo pai e por parte de sua família. Com tão pouco contato, eles já haviam entendido toda a sua situação... Era tão nítido assim?

Logo que terminaram o jantar, Akashi, Murasakibara e Momoi se levantaram para buscar a sobremesa, enquanto os demais se encarregaram de remover a louça suja da mesa para levarem à cozinha.

O petit gateau foi servido e agradou o paladar de todos, até mesmo do pai - mas, este preferiu não dizer nada além de um “está bom”.

Durante a sobremesa a conversa entre os jovens e os idosos prosseguiu, até o momento em que o senhor Akashi resolveu se levantar dizendo que estava muito cansado da viagem. Isso foi como uma balde de água fria nos idosos, que despertaram de seu transe momentâneo recordando-se que tinham muito a fazer antes que pudessem, de fato, descansar durante o feriado. Ambos agradeceram o jantar rapidamente e foram rumo a sala, provavelmente, sem dizer nada a mais.

— Bom. Acho que sobrou para nós arrumarmos tudo. — Concluiu a senhora Akashi olhando os outros sete carinhosamente.

— Não. A senhora deve estar cansada também. Nós podemos dar um jeito. — Disse ele virando-se para os amigos com um sorriso espontâneo. — Não é, pessoal?

Todos concordaram. E não demorou muito para a mulher se levantar da mesa.

— Vocês são adoráveis. — Disse ela. — Obrigada por terem ajudado o Seijuro com o jantar, estava tudo muito bom.

— Não foi nada. — Disse Midorima com um sorriso.

— Na verdade, até que foi divertido. — Momoi comentou ajeitando os cabelos.

— Talvez um pouco traumatizante... — Apontou Aomine, mas foi logo cortado por Kise.

— Mas, muito divertido! — Sorriu para a mulher.

— Certo. — Soltou um risinho. — Ah, nem tive a oportunidade de perguntar... De onde vocês conhecem o meu filho? — Perguntou ela repentinamente.

— Clube de basquete. — Adiantou-se Akashi em responder.

— Entendo... Bem! Espero vê-los novamente em breve! Até logo. — Dito isto, ela acenou, se virou para o sentido oposto e caminhou tranquilamente até sair do cômodo.

— Que bom que deu tudo certo! — Kise exclamou assim que percebeu que estavam sozinhos. Parecia bastante satisfeito, e com razão. Ou quase... Alguns detalhes sobre aquele dia teriam que permanecer nas sombras, mas tudo bem.

— Sério mesmo que vamos ter que limpar tudo agora? — Murasakibara parecia exausto. E estava mesmo, mas não era diferente dos demais.

— Não reclame, Muk-kun. Dê graças aos céus por ninguém ter entrado na cozinha. Imagina se eles vissem a mancha de vinho na parede...

— Não a veriam. Eu limpei direito.

— Mas, nunca se sabe. — Retrucou ela fazendo biquinho.

— Sabe Akashi... — Iniciou Aomine. — Sua mãe é uma gracinha. — Brincou. Mas, este recebeu um soco nas costas antes de continuar com a bajulação.

— Mais respeito, idiota! — Bronqueou Shintaro após golpeá-lo.

— Vai tomar no teu cu, Midorima.

— Guarde sua opinião para si. Ninguém aqui quer saber...!

— Cala a boca! — Cortou.

— Ai, ai... Lá vamos nós. — Kuroko disse após um longo suspiro.

É... Tudo voltou ao normal, pensava Akashi ficando para trás - ao passo em que seus amigos caminhavam até a cozinha para (re)iniciarem todo o processo de limpeza.

O capitão da geração dos milagres refletia. Todos os acontecimentos do dia passaram rapidamente por sua mente. Mas, ao contrário do que se possa imaginar, ele não estava arrependido. Pois, convenceu-se de que no futuro, as lembranças daquela véspera de feriado serviriam como estímulo para esboçar um sorriso no rosto.

Akashi conhecia o seu presente e sabia como seria o seu futuro se tudo continuasse como estava... Aqueles que realmente eram próximos de si se afastariam - por culpa deles mesmos e de suas incríveis habilidades. O tempo de convívio estava se esgotando e isso abalava o ruivo profundamente.

Logo, o verdadeiro Akashi Seijuro estaria preso em seu interior, e sua segunda personalidade¹ tomaria a posse de seu corpo por completo. Tinha certeza de que os únicos que poderiam salvá-lo seriam eles... Pois, mesmo com todas as diferenças, aqueles seis eram mais do que amigos...

...eram uma família.


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Notas finais do capítulo

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¹ → Bom, este final foi MUITO difícil de escrever, e aconselho que você só leia esta parte da Nota Final se estiver acompanhando o mangá, ok?

Akashi é o único personagem de kurobas que teve seu passado revelado decentemente. Ele é um cara que, realmente, faz tudo que seu pai obriga, e eu tentei aproveitar isso para o clima final da fic. Entretanto, com a mãe dele presente [pois, como já sabem, eu comecei a escrever esta fic ANTES do cap. 262 do mangá, onde é revelado que ela já está morta]. Tanto na fic quanto no mangá, ela é a pessoa que permitiu que Akashi fizesse pelo menos UMA COISA que realmente gostasse: basquete – onde ele, por consequência, conseguiu suas únicas amizades verdadeiras, como ela mesma concluiu no final capítulo.

Para os últimos parágrafos do cap., eu criei uma reflexão do Akashi... Tipo, ok, no futuro vamos rir de tudo isso, maaaaas, também tem o lance de ele saber que logo eles se separariam por conta do mesmo motivo que acabou os unindo: o basquete [de novo]. Quem leu o mangá sabe o que aconteceu e blá, blá, blá... NESTE CASO particular, a mãe de Akashi estar viva não interferiria na mudança de personalidade de Akashi [imperador] porque o verdadeiro influenciador desta, seria o pai dele - o cara que exige sempre o melhor do filho. Acho que ficou confuso, mas espero que entendam.

Enfim, isso foi mais uma curiosidade caso queiram saber. ;)

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Bom!

Como eu disse, foi difícil escrever esse fim, vocês não têm ideia. E eu sei que ficou sem graça, reconheço isso. Mas, acho que um final totalmente comédia também não seria legal para encerrar o trabalho - podem me julgar por isso. E eu gosto tanto do Akashi que optei por pincelar a causa principal de sua mudança de personalidade e a separação deles para terminar a estória... Se vocês acharam muito exagerado, muito U.A., cabe a vocês mesmos dizerem a mim, certo? ;3

Nha, mas digam: não foi fofo os amigos se unirem pra defenderem o Akashi? x) E foi mesmo muita sorte os avós terem gostado daquela gororoba. Só o petit gateau que salvou porque o Murasakibara descobriu que leva jeito pra coisa... Ele seria um confeiteiro lindo, pronto falei. ♥

Dinner foi para mim, um GRANDE trabalho. Uma fic que me fez perder muitas horas de férias, o que certamente seria péssimo se eu não me divertisse tanto escrevendo. Foi uma fic inspirada em uma única imagem e não tinha uma ideia fixa, os acontecimentos iam surgindo na minha mente e eu passava direto para o papel. Se ficasse bom para mim, seria postado. E o resultado foi esse que vocês leram... Tentei ser fiel a obra original, tentei não devanear muito, tentei escrever direito [na medida do possível], tentei dar uma linearidade convincente nos capítulos e deu no que deu. Mas, mais do que me divertir, espero que toda esta brisada master tenha divertido a todos! *-*

E com isso, eu me despeço de vocês, meus amigos.
Pois é, este não é só o fim de uma de minhas fics, é o fim da temporada de fics da Ruki-chan [grande temporada, diga-se de passagem. Postei 6 fics nessas férias, uau!]. Ainda não sei quando voltarei com mais trabalhos, mas espero que logo...

Ok, ok, já falei demais! ‘o’

MUITO obrigada por terem lido! MUITO obrigada por terem comentado! E MUITO obrigada por terem favoritado. E não se esqueçam de comentar neste último capítulo também, ok? xD [aceito recomendações também... *apanha horrores*]
Até a próxima meus amigos e tudo de bom pra vocês! o/

.

Beijos. =o.~



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