Depois da “surpresa de Draco” ele ficou cada vez mais carinhoso, e tivemos outras noites daquela. Mas uma semana se passou depois do incidente no refeitório, e Rony e eu não nos falávamos. E eu sentia muito a sua falta.

– Hermione, para com isso, fala com ele. Ele é seu melhor amigo. Por causa do Draco vocês vão deixar essa amizade de tantos anos de lado?! – Kim tentava me convencer a falar com o Rony, enquanto íamos para a aula de feitiços.

– Não Kim. Ele que deve me pedir desculpas. Eu não falo com ele, enquanto ele não fala comigo.

– Idem. – Rony estava atrás de mim e escutara tudo. Ele passou por mim como se eu fosse um poste no meio da rua atrapalhando um carro passar.

– Argh! Tá vendo o que eu falei. – eu estava sofrendo tanto quanto ele.

– Tem dó né Mi! – Kim se irritou e foi pro seu lugar.

– Anão Kim. Você também não! Não fica brava comigo poxa. Tudo Bem, eu prometo que falo com ele até o final dessa semana. – Eu não queria, mas tinha que fazer isso.

– Ótimo! – Kim abriu um sorriso enorme.

– Alunos, abram o livro na página 120. – Snape entrou na sala apressado.

Essa aula era com a Sonserina, então o Draco também estaria lá, ele havia saído do quarto um pouco antes do que eu, disse que precisava falar com Haniel. Mas durante a aula ele me olhava tão fundo nos meu olhos que eu ficava sem graça. Ele realmente me amava, algo que durante anos não imaginei que aconteceria. Abri a página do livro tentando não olhar para Draco também, sua beleza me hipnotizava.

Ao fim da aula, fui para a próxima aula junto com Kim, Harry (e Gina) e Rony não iam mais conosco para as aulas. Passei o resto da tarde sem ver Draco, o que me preocupava.

– Kim, estou preocupada com o Draco, não sei onde ele está, não o vi desde a aula que tivemos com a Sonserina.

– Vamos falar com o Haniel, talvez ele saiba onde ele esteja.

Estávamos no meu quarto, saímos correndo à procura do Haniel. O avistei em um dos corredores.

– HANIEEEL. – gritei.

– Oi linda. O que foi? Oi Kim. – Haniel nos cumprimentou.

– Preciso de um favor seu.

– Do que você precisa?

– Vamos pra outro lugar. – eu o puxei pelo braço, e Kim ficou do outro lado dele segurando o seu outro braço, acho que ela só queria tocá-lo. Entramos numa sala vazia, onde ninguém ouviria – eu acho.

– Olha, se você não colaborar eu vou ter que usar um feitiço em você. – eu disse e ele arregalara os olhos.

– Calma linda. Eu vou colaborar. Mas o que você quer mesmo? –Kim estava na porta, nem ouvia direito o que falávamos, ela estava vigiando.

– Haniel. Você é o melhor amigo de Draco. Ele saiu a horas, não o vi por toda a escola. Você sabe aonde ele está? – eu coloquei a mão sobre a varinha só por precação. Ele hesitou um pouco em responder.

– Hum... Eu não sei pra onde ele foi linda.

– Tudo Bem. Se você não quer falar por bem, vai falar por mal. – então eu peguei minha varinha.

– Tudo Bem... Tudo Bem... Eu falo. – ele levantou as mãos como quem se rende. E eu esperei que ele falasse. – Você não é de ficar só pela palavra, então, me diga. O que ele te falou? E você fez o que? – ele me perguntou.

– Ele não me falou nada, simplesmente sumiu o dia inteiro, só o vi na primeira aula, que era com Sonserina. Ele saiu um pouco mais cedo do quarto porque disse que precisava falar com você, então suponho que você saiba aonde ele está.

– E eu sei!

– Então me fala!

– Foi na casa dele! – assustei.

– Ãn?

– É!

– Por que? Ele nunca vai lá, ele custa a ficar lá durante as férias.

– O pai dele queria falar com ele!

– Sobre o que?

– Ai eu já não sei, tem que esperar o Draco chegar pra você saber.

Fiquei um pouco angustiada por não ter descoberto quase nada, só que ele estava na casa dele, o que não era algo ruim – né? –, não tenho muita certeza, continuava preocupada.

– Tá bom Haniel, muito obrigada pela ajuda!

– Disponha linda, agora eu já vou ok? Qualquer coisa, só me chamar. Tchau! – deu um beijo na minha testa. – Tchau Kim! – e deu um beijo na bochecha da Kim.

Ficamos mais alguns minutinhos na sala, conversando e pensando.

– Hermione, o que acha de ir conversar com Rony?

– Agora?

– É!

– Ah não, não estou com cabeça.

– Hermione, por favor, não aguento mais ver essa desavença entre vocês.

– Tá bom, vamos atrás dele, deve estar no quarto.

E assim fomos, encontramos Harry e Rony no quarto deles jogando xadrez de bruxo. Quando passamos pela porta eles deram uma olhada de lado e logo desviaram.

– Oi, posso conversar com vocês? – eu disse, me aproximando e sentando na cama, ao lado de Rony.

Nenhum dos dois respondeu, então esperei um tempo até que um falasse, e este foi Harry.

– Pode falar Hermione!

– Obrigada! Olha, somos amigos tem muito tempo, já passamos por tanta coisa, já lutamos tantas vezes ao lado um do outro para jogarmos tudo fora por conta do meu relacionamento com o Draco Malfoy. Poxa vida meninos, vocês são meus melhores amigos, não quero perder amizade de vocês. E sinceramente, achei a atitude de vocês infantis, brigarem comigo por conta de namoro. Ok, me desculpem não ter contado o que rolava entre nós dois, mas é que eu tinha medo dessa reação de vocês. Vamos ficar bem agora tá? Sinto falta de vocês! – peguei na mão de Rony, era mais ele quem eu queria convencer, Harry só estava chateado por conta do Rony.

– Me desculpa, acho que fiquei enciumado! – disse Rony.

– E eu nem sei porque fiquei tão chateado! – disse Harry.

– Tudo bem. O trio de ouro está de volta então? – sorri.

– Está sim! – Rony me abraçou, logo depois veio Harry.

– Ai que lindo, adoro ver vocês assim! – Kim falou e nós sorrimos.

Ficamos algum tempo lá, conversando. Mas meu coração começou a apertar, eu sabia que Draco ainda não tinha voltado, porquê se tivesse teria me procurado.

– Meninos, sinto muito, mas preciso ir agora. Não vejo o Draco desde manhã, ele saiu e não voltou até agora!

– Tá bom, mas se precisar de alguma coisa, pode vir chamar a gente. Afinal, acho que precisamos começar a gostar dessa fuinha né? – disse Harry e eu ri.

– Tá bom, vou indo então... Tchau! – dei um beijo no rosto em cada um dos três (Harry, Rony e Kim) e sai.

Voltei para o meu quarto, estava muito cansada, então, fui dormir. Acordei no outro dia bem cedo, aliás, nem dormi direito. E Draco ainda não havia voltado. OK, agora as coisas estavam sérias, e eu estava preocupada. O que ele estava fazendo?

– Miii. Acorda. Temos que ir pra aula. Argh! Abre essa porta! – Kim me gritava na porta.

– Oi. Desculpe. – eu a abri.

– Hermione. O que foi? Por que está com essa cara? Você dormiu direito? Ta passando mal? – Kim deve ter visto algo em meu rosto que a deixou preocupada.

– Não dormi muito bem não, não vi o Draco ainda. Você viu se ele está no quarto dele?

– Vi não.

– Hum... Tudo bem, vamos pra aula.

Tentei me arrumar o melhor que pude, estava muito cansada, com muito sono, e estava com umas olheiras enormes. Seguimos em direção à sala de aula, e tentei esquecer Draco, afinal, mais tarde, se ele voltasse, teria que me dar boas explicações. Mas então, chegando na porta da minha sala, lá estava ele.

– Aonde você estava? – disse nervosa, e Kim entrou pra sala.

– Calma meu amor, estava na minha casa, meu pai queria conversar comigo e minha mãe pediu pra eu ficar lá essa noite, então fiquei... Desculpa, não tinha como te avisar! – pegou na minha mão.

– E sobre o que seu pai queria conversar com você?

– Ah! Nada de mais, ele só queria saber como estava os estudos! – ele falava sem me olhar nos olhos.

– Tudo bem então! Nos vemos depois, vou perder a aula. – ele me deu um selinho.

Não acreditei nem um pouco nessa história, ele estava mentindo. Mas por que?

No intervalo das aulas, Kim, Gina, Harry, Rony e eu fomos para o pátio, e Draco estava lá, ele se reuniu conosco. Harry e Rony estavam jogando xadrez bruxo, Kim e Gina estavam conversando e Draco e eu estávamos discutindo.

– Por que não quer me contar o que aconteceu?

– Amor, mas não aconteceu nada, foi só isso.

– Mentia! Tem mais coisa...

– Não tem meu amor, eu juro!

– Amor!

– Oi?

– Não menti pra mim tá?

– Eu juro!

Depois disso sugeri que ele se enturmasse com Harry e Rony, e foi o que fez, e até que eles estavam se dando bem, aliás, menos com Rony, este não gostava do Draco de jeito nenhum, só o aturava.

O restante das aulas passaram lentamente, acho que era porquê estava muito cansada, queria dormir.

Estava em meu quarto, me preparando para dormir quando ouvi a porta do quarto de Draco bater. Sai de meu quarto, e assim que abri a porta vi Draco saindo.

– Draco. Aonde você vai? – eu perguntei antes que ele fechasse a porta.

– Preciso ir num lugar, amor. Daqui a pouco eu volto. Ta?!

– DE NOVO? – disse irritada ao me aproximar dele.

– Amor é rapidinho, eu já volto. Tchau. – e me beijou. – Te amo. – me beijou novamente.

Eu fiquei desconfiada, ontem ele saiu cedo e só chegou hoje de manhã e hoje ele sai a noite de novo? Estaria me traindo? A raiva subiu minha cabeça, fui segui-lo.

Ele andava lentamente, olhando para todos os lados se certificando de que não tinha ninguém o seguindo, e pelo visto, ele não me viu. Eu o segui até o terraço do castelo. Vi um homem alto ao seu lado com duas vassouras na mão.

– Está pronto? – perguntou o homem alto numa voz grave.

– Sim. Vamos logo com isso. –Draco falou grosso com ele. Então ele subiu na vassoura e sumiu de minha visão.

Draco não havia voltado a noite, como ele dissera. O dia amanheceu e eu nem fiz questão de sair da cama, fiquei deitada. Uma hora depois de eu ter acordado, Draco entra no meu quarto com uma bandeja de café da manhã.

– Bom dia meu amor!

– Bom dia? – sentei na cama e o fitei nos olhos.

– O que foi? Tá de TPM? – ele colocou a bandeja na cama na minha frente.

– Não, estou grilada porque você saiu ontem a noite e não me falou aonde...

– Precisamos conversar...

– Pode começar! – cruzei os braços e esperei ele falar.

Ele ficou alguns segundos calado.

– Ontem voltei a ir para a minha casa. Fui conversar novamente com meu pai. No primeiro dia que fui vê-lo, fui contar a ele que estava namorando e que agora, definitivamente, nunca voltaria a ser um servo de Voldemort, ser um comensal... Ele se irritou, brigou comigo, e insistiu em conhecer a minha namorada.

– Não estou gostando do rumo dessa história.

– E ontem voltei a vê-lo, para contar quem é minha namorada e marcar de vocês se conhecerem...

– Mas ele já me conhece! – o interrompi.

– Eu digo oficialmente amor! Mas enfim... Contei que é você, obviamente você já sabe como foi a atitude dele né, mas no final, ele quer te conhecer, oficialmente, amanhã!

– O QUE? – gritei.

– É! – sussurrou.

– Como assim Draco? Tá louco? Não vou conhecer seu pai. Eu te amo, mas não quero morrer...

– Se você é minha namorada, e quiser casar comigo, mais cedo ou mais tarde vai ter que conhecê-lo oficialmente.