“Nem sempre poderemos estar com você, nossa querida Wolf. Mais lhe juro que sempre estarei vigiando você onde quer que esteja se for treinar pergunto sobre seus pais verdadeiros, os falsos são perigosos demais. Pense pequena Wolf”.

Acordo suando muito, minha cama está encharcada de suor e é claro, está bem rasgada. Sento-me na cama para pensar no sonho que tive aquela voz, eu conheço aquela voz, mais não me lembro de onde a conheço.

– O que são esses sonhos agora!- Me pergunto.

Levanto da cama e vou direto ao banheiro, jogo água fria no rosto e dou aquele tapa pra acordar direito. Visto calça jeans e camisa regata preta. Quando desço as escadas, tenho visões estranhas.

Visão:

Tudo o que vejo é um lugar escuro, lá no céu vejo a forma de lobos brigando pelo poder e sempre vejo um grande lobo branco rosnando para eles.

Sei que é surreal, mais me sinto próxima deles. O chão é somente carnificina de pessoas mortas. Parece até cena de filmes antigos. Mais sei que é uma batalha, da qual vou participar.

A raposa que vejo se transforma em uma pessoa e sempre que eu a vejo, me lança flashes do passado.

– Preste atenção ao seu redor pequena Wolf, nem todos aparentam ser o que dizem!- Diz a grande raposa.

– Quem é você?- Minha voz está estranha.

– Quando chegar a hora, você saberá da verdade... Agora, acorde!- Acordar, o que.

Visão off...

Estou caída no chão e meus irmãos estão em cima de mim, tentando me acordar. Quando me levanto, sinto uma dor de cabeça lacinante e muito forte mesmo.

Acho que cai no meio da visão, penso.

– Ana, você está bem, nós levamos um susto quando vimos você no chão!- Explicam eles.

– Estou bem, só um pouco tonta... Dá licença!- Peço saindo da casa.

Quando finalmente chego à rua, começo a correr em direção da mata. Quero ficar longe e pensar muito neste quesito de “Agora eu tenho visões e mais o que?”.

Se toda vez que eu estiver tendo uma, vou cair desmaiada. Sento-me no chão na beira do penhasco e concentro todas as minhas energias, para me comunicar com os mortos, como eu vi a Bonnie fazer uma vez.

Depois de vinte minutos, estou do outro lado.

Outro lado On:

–Silas, Qsiah... Amara! Preciso de vocês!- Grito pro nada.

Quando não escuto nada, começo a caminhar por túmulos e árvores, uma neblina densa está em todo o lugar, não enxergo nada, até que trombo com uma pessoa muito irritante, Kol, um original metido a gostosão.

– Tinha tanta gente pra eu tropeçar...!- Murmuro.

– Ahhh, a pequena grande loba... Que desprazer vê-la aqui!- Diz sarcástico.

– Deixa de ser chato, você viu o Silas por ai?!- Pergunto.

– O odeio, mesmo se soubesse não contava e...!-Ele é interrompido.

– Por que está me procurando, Wolf. Olá, Kol Mikaelson!- Diz Silas.

Claro que na hora ele se virou e foi embora gritando e me insultando de praga, Aiai. Não tive culpa se ele morreu maus. Silas está bem na minha frente, me analisando e pensando se me mata ou não.

– Eu não estava pensando isso!- Diz ele.

– Pare de ler os meus pensamentos... Ajude-me, tive uma visão e cai da escada. Quais são os seus outros poderes?- Pergunto.

– O mesmo para você. Eu vi, visão estranha viu e não tenho mais poderes, já que antes de morrer eu os transferi para você, o mesmo aconteceu com minha Amara e a Qsiah e...!-Ele é interrompido também.

– Que feio, falando de nós, sem nos convidar. Não é querido Silas e...!- a interrompo.

– Basta... Que dor de cabeça- Reclamo. - Vim aqui pedir ajuda e não histórias idiotas!- Explodo de vez.

– O que quer saber de nós, irritadinha?- Pergunta Qsiah.

– Me ensinem tudo o que aprenderam nestes dois mil anos, em troca consigo que pisem na terra mais uma vez!- Peço e prometo.

– Tudo bem, com uma condição: Queremos ser humanos ou iguais a você!- Pedem eles.

O que eu vou fazer penso.

– Nos ajudar é claro, assim poderemos lhe ajudar!- Pede Silas, lendo meus pensamentos.

– Sai da minha mente... Babaca!- Digo-lhe.

Fora do outro lado...

Quando abro os olhos vejo que já está amanhecendo, passei o dia todo lá... Uau, Bonnie obrigado por me ensinar isso. Escuto passos na mata e quando me viro para ver o que é levo um susto.

– Maldito verme, o que fazes aqui?- Pergunto rosnando.

Ele sai das sombras e agora sim, ele está usando o corpo do Stiles.

– Minha nova casca é bem resistente, você não acha. Não é muito prudente ficar dois dias na mata e sozinha ainda!- Diz ele.

– Eu vou rasgar você, quando tirarmos você de dentro dele... Por que está fazendo isso, o que você ganha hein?- Pergunto furiosa.

– Duvido que consigam. Eu fui invocado no meio de mortes e traições. Claro que o espirito estava corrompido... Quero que todos morram só isso!- Diz calmamente ele.

– Nunca faremos isso, como monstros iguais a você!- Rosno.

– Não existem monstros iguais a mim!- Replica ele.

– Sempre há... Piores, sempre!- Grito com ele.

– Acho que Stiles está acordando, adeus Blood Wolf. Meu jogo ainda não terminou!- Diz e vejo o corpo cair no chão.

Chego bem perto e pego Stiles do chão. Saio da mata carregando um Stiles dorminhoco e babão, seus olhos estão envolta de uma olheira, sua pele está tão pálida, que parece morto.

O Nogitsune o está matando. Quando finalmente chego à minha casa, está com mais dois carros na garagem. Um é o camaro preto do Derek Hale e o outro é do pai do Stiles.

Acho que me lasquei, ainda bem que... Eu sei me cuidar.

Quando entrei foi aquela zona, onde eu estava e porque o meu filho estava com você. Expliquei tudo o que aconteceu depois de deixar Stiles no sofá dormindo com se nada tivesse acontecido.

– Isso explica muita coisa!- Diz o Xerife.

– Como, por exemplo, por que ele não dorme muito tempo ou que fica escrevendo “Acorde” no caderno dele!- explico.

– Notou isso também?- Pergunta Scott, da cozinha.

– Peraí, quem mais está na minha casa além de meus irmãos?- Pergunto me levantando.

Ouço uma batida na porta e o que vejo me faz cair para trás, acho que o feitiço deu resultado, por que eu estou sem palavras e caída no chão. As três pessoas na porta são nada menos que Silas, Qsiah e Amara. Lascou-se.

– Ahhh... Cara, acho que agora sim me lasquei!- Resmungo e levanto do chão.

– Hmmm... Como é bom estar vivo mais uma vez!- Exclama Silas.

– Como é bom vê-la, Wolf!- Diz Amara.

– Bem, vamos ao aprendizado. Viemos ajuda-la e também queremos sua ajuda!- explica Qsiah.

Além do Darach, do Nogitsune. Agora tenho dois ex- feiticeiros e uma ex-ancora. Como professores do sobrenatural. Além de tudo isso, tenho sonhos com uma enorme raposa branca, com símbolos vermelhos no rosto.

–Cuidado com o que você pensa, não sabe quem pode escutá-la!- Diz Silas.

– Não era pra você ser humano? Humanos não têm poderes!- explico.

– Eu era um feiticeiro quando humano, ainda posso ler seus pensamentos, pequena Wolf!- Explica ele.

– Chega disso- Lhe dou um tapa. - Não comenta isso com ninguém!- Resmungo.

– Que dolorido... Beleza, prometo, por enquanto. - Diz e sai da minha mente.

Eu e Silas ficamos nos encarando por um bom tempo, até que Qsiah e Amara entraram na nossa frente e puxaram nossas orelhas. Melhor não discutir com mulher chata, sempre acaba em merda.

– Falem com a boca vocês dois e não em pensamentos... Idiotas!- explode Qsiah.

– Okay... Paramos com isso!- Dissemos juntos, rindo em pensamentos.

–Melhor fazer o que ela pede!- Digo pra ele.

– Com certeza, irrita-la é bem pior!- Diz ele.

Agora Qsiah está nos olhando com cara feia, quando acabou a explicação de quem eram eles e a nossa conversa mentalizada. Mostrei onde eles poderiam ficar, Silas foi reto pro meu quarto...

Vou mata-lo de novo.

– Nem pense nisso, Silas. O seu fica no fim do corredor!- grito com ele.

– Prefiro o calor de uma companheira imortal na cama e...!- Lhe pego.

– Lá fora seu idiota e mulherengo!- Grito.

Ele parece com o Peter e o Derek, sempre autoritários e invasores de quartos ao quadrado. Agora já é bem tarde, todos já estão em seus devidos quartos, Derek e o resto do pessoal também está aqui.

Vai ser foda com tantos roncos chatos. Dá próxima vez, aprendo sozinha mesmo, sem ajuda dos mortos. Penso e logo adormeço.