Hermione estava se acostumando aos poucos com a presença da professora McGonagall, era um tanto estranho, mas com uma semana essa estranheza foi passando, principalmente na questão de saber que seu pai e sua professora dormiam no mesmo quarto, ela não queria nem imaginar o que acontecia lá dentro, tendo seu pai dado a ela uma aula completa de anatomia humana e reprodução quando ela tinha dez anos, foi a coisa mais embaraçosa, mesmo assim serviu para sua maturidade mental, ela podia ver também a facilidade pratica com que seu pai e a professora viviam, era como se fosse casados a anos e a rotina fora praticada desde sempre:

– Hermione.

William estava olhando para a filha que o olhou meio assustada, ela devia estar longe em pensamento, mesmo assim agora ele teria que sair para trabalhar, mesmo com Minerva e Hermione ficando sozinhas, seria bom a que relação de ambas começasse a se estreitar, não podia ficar ali parado como se fosse um muro entre as duas:

– Vai trabalhar. – afirmou ela se levantando do sofá.

– Sim, é noite do meu plantão. – ele a abraçou. – deixei a janta pronta para você e Minerva, volto amanhã as oito horas da manhã.

Em pouco tempo ela se viu sozinha com a professora McGonagall, após presenciar um selinho entre seu pai e ela, pelo menos na frente dela eles não eram exagerados, ela podia dizer que sentia certo ciúmes, se o seu pai ficasse agarrado demais a professora. Minerva se virou olhando para Hermione, ela podia ver que aos poucos recebia a aceitação, mas que o ciúmes que a filha tinha do pai era nítido, era normal, a filha vivera apenas com o pai e ela agora era apenas vista como a futura madrasta, mesmo sendo bem mais que isso, ela não encontrou problemas em servir o jantar, o único e real problema era o silencio de Hermione, estava claro que a jovem ainda não se acostumou com o novo arranjo:

– Sei como se sente. – disse ela para iniciar uma conversa. - Hermione apenas ergueu a cabeça em curiosidade, o que levou Minerva a continuar falando. – não ao pé da letra, eu sentia ciúmes da minha mãe com meu pai.

– É mas ela era sua mãe. – deixou escapar Hermione, notando que Minerva evitou um certo olhar como se fosse dor.

– Bom sim, mas isso não muda o fato. – respondeu Minerva. – e ainda é minha mãe, sabe ela anda por ai muito viva.

Hermione arregalou os olhos, a mãe da sua professora ainda era uma pessoa viva, isso queria dizer que a professora viveria muitos anos ainda, isso a envergonhou de certa forma:

– Desculpe. – disse ela. – eu pensei...

– Que só porque sou velha minha mãe se foi? Aposto que morro primeiro que ela.

Minerva notara que o ar na cozinha ficou bem mais ameno ou seja, essa conversa estava funcionando, outra coisa que passou pela sua cabeça era que uma hora ou outra Isobel McGonagall seria informada que seu genro estava vivo e muito bem de saúde:

– Ela sabe que esta aqui? – perguntou Hermione claramente curiosa.

– Sim e não. – respondeu Minerva sorrindo. – ela apenas sabe que eu estou vivendo em uma área trouxa, bom ela tem o endereço.

A conversa foi interrompida por batidas na porta, Minerva e Hermione se entre olharam ambas pensavam em quem bateria a porta num horário desses, nenhuma notou que o olhar de curiosidade era idêntico entre elas, então Minerva se levantou e puxou a varinha:

– Fique atrás de mim. – disse ela cautelosamente.

Hermione seguiu sua professora e o pensamento irônico surgiu a sua mente, era como se ambas estivessem brincando de espião ou algo do tipo e teriam que investigar algo perigoso, parando atrás da porta, ela escutou a voz chamando:

– Minerva Ross McGonagall abra essa porta nesse instante, estou com calor e quero agua gelada! – exclamou a voz idosa do outro lado, mas nem por isso frágil.

Minerva guardou a varinha e pensava no que fazer agora para contornar a situação, quando abrisse a porta e apresentasse Hermione, provavelmente sua mãe teria um tipo de ataque de felicidade e acabaria revelando tudo e consequentemente o feitiço de Alvo entraria em vigor e Hermione teria um apagão o que ela realmente não queria. Elphinstone estava dirigindo de volta para a casa, assim que chegou no hospital foi proibido de entrar na emergência onde ele trabalhava porque a área ficou em quarentena e todos nela ficariam lá por quarenta horas, por isso estava oficialmente com quarenta horas de folga, assim que virou a esquina ele viu que alguém estava na porta de casa, achando estranho ele acelerou e puxou o carro para garagem sem cobertura. Isobel parou de bater na porta e se virou para ver o carro subir na calçada e parar no concreto destinado a ser garagem, as luzes foram desligadas e a porta se abriu. Minerva viu isso como uma oportunidade, abriu a porta rapidamente, assim que sua mãe pois os olhos em Elphinstone, ela abraçou forte fingindo entusiasmo e levando para longe da porta. Elphinstone viu Hermione um tanto curiosa e se apressou:

– Querida, pode tirar o doce que fiz da geladeira, enquanto vejo nossa visita?

Por mais que Hermione quisesse ficar e ver mais a mãe de sua professora, ela obedeceu o pai e entrou em casa indo direto para a cozinha. Elphinstone disparou para Minerva e Isobel, que estava perplexa e com varias lagrimas caindo pelo rosto:

– Pelo amor de Merlin nem um pio. – disse ele com pressa. – Alvo colocou um feitiço em Hermione, se falarmos que Minerva é mãe dela, ou que a senhora é a avó dela, ela sofre um apagão, ele não quer retirar, então se recomponha.

Minerva tinha certeza de que seu marido conseguiria narrar o jogo de quadribol mais rápido do milênio daquela forma, mas logo ele correu para dentro, obviamente atrasando Hermione:

– É... Elphinstone. – murmurou Isobel.

– Não é o coelho da pascoa. – ironizou Minerva.

Ela ganhou um tapa no braço por isso e dos doloridos, mas pelo menos sua mãe parou de chorar e se recompôs, logo entraram na casa, onde Hermione estava terminando o seu jantar:

– William, por que voltou tão cedo? – perguntou Minerva.

– Tem quarentena na emergência e tive que retornar. – respondeu ele saindo da cozinha. - então essa é sua mãe.

– Isobel. – disse ela. – pode me chamar de Isobel.