Quando você apareceu escrita por A Garota Dos Livros


Capítulo 28
Telefone




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– Você está me dizendo que comanda uma das instalações do S.S.A do país ? - eu pergunto para Berna.

– Sim.

Estamos sentados no sofá da minha sala, Peter tomou banho e saiu para comprar alguma coisa para comer, agora Travor está no banho enquanto eu converso com Berna na sala.

– E que meus pais trabalhavam com você e o acidente que os matou não foi um acidente, mas sim um assassinato causado por Joel ?

– Sim.

Pareço ter levado um soco no estomago. Era muita coisa pra processar de uma só vez.

– Sinto muito que você fique sabendo de tudo assim tão de repente, filho – ela fala.

– Tudo bem – respiro pesadamente – Berna, como vocês descobriram a instalação ?

– Recebemos um recado.

– Um recado ?

– Na verdade, invadiram os nossos sistemas, e o endereço foi deixado no nosso sistema, juntos com um pedido que protegêssemos Emily e Travor.

– Quem fez isso ?

– Bellamy ... – a voz de Travor faz com que eu e Berna nos viremos para o corredor de onde Travor sai.

– O que ? – pergunto meio sufocado.

– Não se preocupe, ele ainda está morto. Mas essa era umas das coisas que ele mais gostava de fazer, programas ativados a partir de certas situações.

Eu assinto.

...

Eu estava largado no sofá mudando os canais da TV, e Travor estava na poltrona. Berna tinha ido embora e Peter dormia em um colchão no chão perto de nós.

– Travor, como eram as coisas antes ? Quero dizer, com você, Emily e ... Bellamy ? – sinto-me um idiota por fazer essa pergunta – Quer dizer, você disse que fizeram o ensino médio juntos, mas não tem a mesma idade.

– Bells repetiu de ano algumas vezes, não por burrice, mas é que ele sempre foi amigo da Amy, então ele quis ficar uns anos a mais com ela antes de ir pra faculdade. A gente tinha a mesma idade, só a Amy que uns cinco anos mais nova, mas ela pulou umas duas séries. Eu estudava em outra escola repetia de ano também, porque eu simplesmente decidi que não queria fazer faculdade – ele dá um riso sem humor – meus pais me mudaram pra escola dos dois e viramos amigos.

Assinto.

– Por que se preocupa tanto com o que Bells e Amy tiveram ? – ele pergunta.

– Não sei.

– As moças podem deixar pra conversar amanhã? Eu quero dormir – diz Peter rabugento no colchão.

Eu olho para Travor e jogo o controle da TV para ele, sigo em direção ao meu quarto. Deitado ali sozinho, a cama parecia maior do que eu me lembrava.

...

O som do telefone tocando me acorda. Levanto da cama arrastando o corpo e chego na sala vejo Peter com o travesseiro no rosto em um colchão e Travor resmungando em outro colchão quase na cozinha.

– Atende essa porcaria! – Peter diz com as palavras abafas pelo travesseiro.

– Alo ?

– Ethan ? – a voz de Joel faz com que meu maxilar trave involuntariamente.

– Joel.

– Bem, parece que vocês estão bem...

– O que, diabos, você quer ?

– Quero que você diga para sua amiguinha, Berna, que se ela não liberar os aeroportos em duas horas, a Emily, não vai mais ficar tão bem.

– O que você ... ?

– Estou aqui do lado dela, e sabe o que me disseram quando eu cheguei aqui dizendo que era pai dela e mostrando uma identidade falsa ? ‘’ Foi bom pouco, mas deu tudo certo’’. Não dará tão certo assim se eu não for embora.

– Não é possível, há guardas...

– Havia, eles estão... mortos – ele da uma risada – em duas horas, não será soro que passará pela veia da sua querida Emily, espero que ela goste de vodka, não que seja algo agradável nas veias, literalmente falando...

– Se você encostar um dedo nela...

– Duas horas.

O telefone ficou mudo. Olho para Peter e Travor que agora estão parados a minha frente com os rostos totalmente destorcidos em desespero e susto.

Coloco o telefone no gancho vendo que estava em viva-voz.

– O que ... ? – Travor não acaba a frase.

Pego o telefone novamente e ligo para Berna.

– Ethan ? – sua voz está surpresa – Eu já sei, seu telefone está grampeado. Joel trancou todo o andar do prédio onde ela está, não tem como chegar lá...

– Deixa ele ir embora...

– Não podemos, querido.

– É claro que pode.

– Não, não posso. Assim como eu não posso te contar que há uma atrás do seu guarda roupa uma parede falsa que está cheia de armas e munição, também não posso contar que a senha é 21345.

– Ok.

Desligo o telefone. Berna não pode fazer nada por causa da sua posição, mas eu posso, e ela me deu o que usar.

– Vamos matar aquele filho da mãe – diz Peter amarrando os coturnos.

Travor assente e coloca os sapatos.

Vou para o quarto e empurro o guardo roupa e vejo o pequeno teclado.

21345.

Dentro do compartimento falso está o armamento mais tecnológico que já vi na vida. Armas grandes e para minha surpresa, não muito pesadas.

– Olha só isso ! – diz Peter maravilhado ao pegar uma das armas.

Travor pega uma também e a analisa. Eu pego uma.

– Vamos – digo.


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