Meu namorado é uma superestrela escrita por Amora Azul


Capítulo 19
Dezoito




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~ EDUARDA FRANCO

;D

MUITO OBRIGADA PELA LINDA RECOMENDAÇÃO

DEDICO ESSE CAPÍTULO A VOCÊ

♥ ♥ ♥ ♥ ~

...

Jonathan me olhou com ar de decepcionado.

– Como assim? Você está gostando do Lucas? – ele piscou algumas vezes.

– É isso mesmo, mas eu estou apaixonada por ele. – o corrigi.

– Ah, claro. Espere mais alguns meses e isso já será amor. Comece a gostar dos defeitos dele e tenha a certeza de que está mesmo amando ele. – ele falou tudo em um tom irritado.

– Desculpe. Tenha a certeza de que você não gosta mesmo de mim. É só uma leve atração. – tentei o consolar.

– Não venha falar o que eu sinto ou não, Sabrina.

– Desculpe, mas eu não fiz nada pra você gostar de mim. Eu não tenho culpa se estou apaixonada. – eu também já estava irritada.

– Sabrina, ele é um idiota. Não te merece em nenhum aspecto. Você se apaixonou pela imagem dele. Ele nem sequer é uma pessoa de verdade.

– Não fale assim dele. Eu o conheço mais do que você pensa. Ok? – eu disse indignada.

– Olha só, já está até defendendo ele. Tudo bem, mas depois não venha me dizer que está arrependida. – ele se levantou. – Vem, eu te levo pra casa.

– Não precisa, eu pego um ônibus. – levantei também e sai dali rápido.

Eu me “escondi” em uma loja qualquer para ele não me achar. Não teria como ele me ver, porque ele ainda tinha que pagar a conta. Fiquei olhando para o restaurante, até que vi ele saindo e indo embora. O shopping estava cheio por causa do horário de almoço, mas essa loja em que entrei estava vazia, só tinha eu ali dentro.

– Boa tarde. – alguém me assustou. – desculpe-me.

– Não, tudo bem. - eu disse para a menina de porcelana a minha frente.

– Espera – ela disse com a boca aberta. – você é a Sabrina, não é?

– Sou. – eu respondi lentamente. Da onde ela me conhecia?

– Eu sou sua maior fã. Me dá um autografo?

– Por que alguém iria querer um autografo meu?

– Você é a preferida do povo. – ela viu minha expressão confusa e começou a explicar. – as pessoas torcem para que você ganhe esse prêmio, porque você é como nós.

– Eu não estou entendendo. – eu sei, sou muito lerda.

– O papel na novela, todos querem que você vença.

– Mas por quê? – eu realmente estava surpresa.

– Porque você é a única garota simples e que precisa ganhar, você é como nós. Não nasceu em uma família rica e conseguiu tudo por seu próprio mérito. As outras garotas só estão lá por interesse, querem ficar famosa e ficam dando em cima do Lucas. Você é a única que não liga pra ele. E também vocês dois ficam lindos juntos. Por favor, ganhe essa competição por nós.

– Mas o que vocês ganhariam com isso? – eu estava abismada com tudo o que ela disse.

– Porque você provaria que todos têm uma chance na vida independente da classe social. Você representa toda a população carente do Brasil.

– Nossa... – foi a única coisa que eu consegui dizer.

Eu era importante para eles?! Eu não queria decepcionar ninguém, muito menos as pessoas iguais a mim. Eles tinham fé e esperança em mim. Eu precisava ganhar esse prêmio mais do que nunca.

Eu dei uma assinatura mal feita pra ela. Eu realmente ainda não entendia qual era o valor daquilo, mas ela olhou com admiração. Depois eu fui para o ponto de ônibus e fiquei esperando.

– Oi. – ouvi alguém me cumprimentar.

– Oi. Karina, quanto tempo, hein. – dei um beijo e um abraço na minha cunhada.

– O que você está fazendo aqui? – perguntou se sentando.

– Eu vim almoçar com um amigo, mas ele acabou tendo um imprevisto. – menti. – mas e você?

– Só passeando mesmo.

– Como está o Joseph e as crianças? – perguntei por meu irmão e meus sobrinhos.

– Estão bem, graças a Deus. – ela me lançou um olhar triste.

– O que aconteceu? Ele bateu em você de novo? – perguntei assustada, já olhando seu corpo.

Ela se contraiu e tentou esconder seu braço, mas eu o puxei e pude ver os hematomas. Seu braço estava completamente roxo, analisando ela melhor, seu rosto também possuía algumas marcas por debaixo da maquiagem pesada.

– Eu não acredito. – suspirei, sentindo as lágrimas se formarem.

– Ele foi mais longe dessa vez. Ele bateu no Fabinho. – ela sussurrou com medo.

– Ele é só uma criança, como ele pôde bater no próprio filho? – eu estava indignada. – mas por que ele fez isso?

– O Fabinho estava brincando e acabou amassando a lateral do carro. Daí seu irmão se estourou como sempre e começou a bater nele, saiu até sangue. Pra ele não matar meu filho, eu o impedi e acabei apanhando também. – ela já estava chorando.

– Você tem que denunciá-lo para o bem da sua família. – peguei suas mãos e enxuguei algumas lágrimas.

– Ele é seu irmão, Sabrina, como pode dizer isso? – ela se soltou de mim.

– Ele não é meu irmão, ele é um monstro e não vai parar até você impedir.

– Eu não vou perder o meu marido, eu o amo. Não fale mais comigo nem com meus filhos. – ela me olhou com raiva e saiu dali.

O ônibus chegou e eu subi. O que ela queria? Meu irmão bateu nela pela milésima vez, tudo bem ela querer ser masoquista, mas os filhos dela não merecem isso.

Eu encostei minha cabeça no vidro e sem perceber minhas bochechas já estavam molhadas. Por que minha vida tem que ser assim? Por que eu não tenho irmãos e pais legais? Por que tudo que é relacionado a mim tem que ser mais difícil? Droga, eu só quero um pouco de paz!

Cheguei à minha casa correndo e me joguei na cama. Eu merecia um minuto de calmaria. Porém eu fiz tudo, menos ficar calma. Sem conseguir me controlar eu já estava quebrando meu espelho, meus bonecos de porcelana, rasgando meu travesseiro. Quando eu percebi que minha raiva nunca iria embora comecei a socar a parede. A tinta rosa logo ficou manchada pelo vermelho do sangue.

Eu não conseguia sentia dor, só sentia meu corpo enfraquecendo. Aos poucos minha energia se esgotou e eu cai exausta em cima dos cacos de vidro. Com certeza trariam grandes cortes. Mas foda-se, eu preciso sentir algo mais forte que essa dor no meu peito, preciso sentir dor física, quem sabe assim eu consigo me distrair.

Depois de algumas horas na mesma posição, meus músculos começaram a reclamar e eu fui obrigada a levantar do chão. Olhei para a bagunça que estava meu quarto e suspirei cansada.

Comecei a limpar tudo. Recolhi os cacos, cortando um pouco a palma da minha mão, mas isso não era nada em comparação a pele que estava caindo dos meus dedos esfolados. Depois varri e passei pano várias vezes. Depois de tudo estar impecável no meu quarto e eu já ter me desfeito de tudo quebrado, eu fui finalmente tomar um banho.

Ardeu pra caramba, algumas vezes não me contive e gritei. Gritei até ficar rouca. Eu nessa hora já estava sentada no azulejo gelado. A água que caia se juntava as minhas lágrimas. Quem me olhasse pensaria que eu estava louca. Eu sinceramente gostaria que fosse isso.

Como eu vou resolver os problemas? Eu preciso internar meu irmão Michel, porque é viciado em drogas e vive correndo risco de morte por isso. Preciso denunciar meu irmão Joseph pra policia antes que ele mate alguém de tanto bater. Preciso colocar meu pai em uma clinica antes que ele mesmo se mate de overdose, até porque ele já teve uma vez, mas eu acho que Deus não é bom duas vezes. Ah e é claro, minha mãe, o que eu faço com ela? Passo ela em um psicólogo?

O que eu faço meu Deus? Por favor, me responde, eu não agüento mais. Simplesmente não agüento mais. Nessa hora eu tive uma ideia incrível, com certeza acabaria com meus problemas de uma vez por todas.

Terminei de tomar meu banho o mais calma possível, vesti a melhor roupa que tinha. Eu não queria estar feia e nojenta quando me encontrassem. Fui até a cozinha e peguei a faca. Seria ótimo mesmo. Eu não seria mais um problema pra minha mãe, nem para ninguém. Não precisaria explicar meus sentimentos pra ninguém. Eu não iria ferir ninguém.

O problema de todos iria acabar. Bendito foi o dia em que eu nasci e estraguei a vida de todo mundo. Eu sei que a culpa dos meus irmãos serem assim é minha. Eles não teriam saído de casa se eu não tivesse tomado o lugar deles. E meu pai nunca cairia no vicio se eu não tivesse nascido, porque ele começou a se embebedar depois que eu nasci e a comida não era mais o suficiente.

Tudo sempre foi culpa minha. Eu não conseguiria ganhar o concurso e iria decepcionar metade da população. Eu magoei meu amigo e nunca na vida seria capaz de satisfazer o Lucas.

Eu era uma idiota mesmo. Olhei para a faca e notei que minhas mãos estavam tremendo. Um sorriso meio diabólico saiu da minha boca. Levantei aquela arma e a posicionei. Se eu tivesse força o suficiente iria ser certeira no meu coração.

– Desculpa. – eu sussurrei. Seria uma bela última palavra.

Fechei meus olhos e tentei flexionar a faca, mas sem entender como aconteceu, ela não estava mais na minha mão. Abri meus olhos assustada e o Jonathan estava me olhando assustado.

– O que você estava pensando? – ele quase gritou, parecia nervoso.

– Por favor. - implorei.

– Por que você ia fazer isso? Você enlouqueceu?

– Me dá, por favor. Eu não quero mais viver, NÃO QUERO.

Ele me abraçou com toda a força do mundo e parecia não me soltar mais. Eu comecei a me debater, mas ele era mais forte e as minhas forças já tinham sido esgotadas.

Eu comecei a ouvir um som estranho e para minha surpresa ele estava saindo da minha própria garganta. Eu apertei meus olhos até enxergar estrelinhas e depois não senti mais nada. Espero que eu tenha morrido.

– Sabrina? – ouvi alguém me chamando.

– Oi? – disse meio sonolenta.

É, eu tinha dormido debaixo do chuveiro, que legal. Sai do banheiro e me troquei rapidamente.

– Oi, mãe. Como foi seu dia? – perguntei sorrindo.

Ela começou a tagarelar, mas eu nem ouvia. O que foi aquele sonho? Eu estava cansada da minha vida e dos meus problemas, mas eu nunca seria capaz de me matar, não mesmo. E por que o Jonathan apareceu, por que não foi o Lucas meu salvador?

– Sabrina? – ela me chamou.

– Desculpa, eu só estou um pouco cansada. – respondi e subi para meu quarto.

Eu tirei as luvas que estavam na minha mão e fiz um curativo, ainda bem que a minha mãe nunca nota quando eu me machuco. Depois fiz minha lição de casa, claro que demorou muito mais, porque doía escrever, mas mesmo assim consegui terminar.

Deitei na minha cama e comecei a sentir todas as dores. Meus pés latejavam, tinha entrado alguns cacos de vidro neles, mas eu consegui tirar. Meus músculos todos estavam doloridos por conta da posição em que fiquei sentada no meu quarto e pela qual eu dormi no banheiro. Minhas mãos também não ficavam pra trás. Iria demorar até crescer a pele dos dedos.

Mas a pior das dores era a do meu coração. Ele estava despedaçado. É claro que eu sempre me culpei pelos erros da minha família, tudo o que eu tinha sonhado foi verdade. Eu estava acaba exatamente por isso. Como eu podia pensar em abandoná-los? Eu era tão egoísta ao ponto de pensar em abandonar eles, tirando minha própria vida.

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A semana foi tranqüila como sempre. Nada demais, a não ser o fato de que a competição se aproximava do fim, e por conseqüência de mim também.

Eu tinha feito as pazes com o Jonathan e agora nós nos víamos quase todos os dias. Ele me tirava da minha realidade triste e me fazia imaginar uma vida feliz.

O Lucas continuava me tratando de forma fria e por incrível que parece eu não conseguia parar de gostar dele.

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– Vamos curtir? – perguntou Clara na sexta-feira.

– Claro. Vamos fazer o que? – perguntou Sophia.

– Ai gente, não vai dar pra mim não. – dei de ombros.

– Vai dar sim. Olha, eu vou fazer uma festa na minha casa pra você Sabrina. Você está muito pra baixo ultimamente e nós queremos de alegrar. Que amiga eu seria se não fizesse isso? É meu trabalho.

– Sem dúvidas, Sá. Nós te amamos e queremos o seu bem, ok? – concluiu Sophia.

– Tudo bem, mas não precisa fazer uma festa. Vocês sabem que eu odeio festas e atenção.

– Ta legal. A gente faz uma festa na minha casa pra você, mas só nós ficamos sabendo, ok? Qualquer coisa é só mais uma festa e ninguém vai ficar te cumprimentando.

– Ta, eu não tenho escolhas mesmo, tenho? – tentei ter um pouco de esperança.

– Não mesmo. – Clara respondeu e as duas riram.

– Ok. E quando vai ser? – me dei por vencida, eu nunca iria ganhar mesmo.

– Hoje à noite, é obvio. – disse Clara.

– Certo, mas eu não tenho roupa e você sabe disso.

– Eu vou com você ao shopping, nós compramos uma roupa e um sapato lindos e divos. Depois nós se arrumamos na casa da Clara. – disse Sophia.

– Enquanto vocês fazem isso, eu preparo tudo lá em casa. – conclui Clara.

– Como se fosse você quem arruma. – eu revirei os olhos.

– É a mesma coisa. – ela se defendeu.

– Não é não. Você manda e seus empregados obedecem. Você mesma não faz absolutamente nada. – rebati.

– Tanto faz. Agora vão logo para o shopping.

– Ok, eu vou, mas prometa que não terá muita gente. – eu implorei.

– Ta, ta. Vai logo. – ela ordenou impaciente.

Nós três saímos do colégio só que em caminhos opostos. Sophia e eu fomos ao shopping e compramos tudo o que eu precisava. E lá se foi minha economia do mês. Eu preciso arrumar um emprego, meu dinheiro da bolsa família não está dando pra nada.

Sim, sim, o vestido e o sapato eram divos e maravilhosos, mas eu não ligo muito pra isso, por isso quem escolheu foi Sophia. Sorte minha que ela pretende fazer moda.

Depois de longas horas comprando minha roupa e a de Sophia, ela me arrastou pra casa de Clara. Já estava de noite. Eu só liguei pra minha casa avisando que iria dormir fora, claro que não falei nada sobre a festa, se não minha mãe teria pirado.

– Ótimo, só faltam algumas horas para começar a festa. Por isso vocês duas já para o chuveiro. – ordenou Clara assim que chegamos.

– Eu esqueci de pegar minhas roupas intimas. – afirmei com medo.

– Eu te dou uma minha. Eu compro várias mesmo. – Clara disse e depois me entregou uma lingerie muito vergonhosa e indecente.

Eu ignorei, porque presente dado não se olha o preço e entrei no banheiro. Eu tomei um banho completo, com direito a depilação e tudo. Eu meio que fui obrigada a isso. Dói muito, por isso eu raspo mesmo, mas as minhas lindas amigas me obrigaram literalmente.

Quando eu sai a Clara já estava pronta e a Sophia estava terminando o penteado.

– Nossa, desculpa, eu acho que demorei demais. – disse envergonhada.

– Tudo bem, acho que você ainda não está acostumada a esse rito de embelezamento. – disse Clara me puxando para uma cadeira.

– Deixa eu vestir a roupa. – eu estava só de roupão e estava morrendo de vergonha.

– Não mesmo, primeiro a maquiagem e o cabelo. E olhe essas unhas, credo, Sá, elas estão horríveis. – Sophia já estava secando o meu cabelo.

Foram longos minutos. Elas pareciam profissionais, não era a toa que eram tão lindas. Elas escovaram o meu cabelo e fizeram cachos neles, eu gostei. Pintaram minhas unhas de uma cor clara, mas não chegava a ser branco. Como maquiagem elas só ressaltaram meus olhos com o delineador e desenharam minha boca e sobrancelhas. É, eu fiquei bonita como no dia do programa. Legal. Às vezes é bom se sentir bonita.

– Linda. – as duas suspiraram juntas.

Logo depois ouvimos tocar a campainha.

– Acho que já chegaram os primeiros convidados. – pulou Clara feliz.

– Mas eles não chegariam só daqui a uma hora? – eu perguntei, procurando um relógio.

– Já são 22:30.

– Nossa, como eu demorei.

– Mas olha o resultado. Agora veste o vestido e o sapato. Depois desce, ouviu? – ordenou Clara.

– Sim. – respondi cabisbaixa.

As duas voaram para o primeiro andar. Quando eu cheguei mais cedo tudo já estava arrumado, a decoração era voltada mais para o vintage, mas as músicas eram bem atuais. Agora eu podia ouvir uma certa movimentação lá embaixo e uma música alta demais para os meus ouvidos.

Sim, eu estava com medo. Eu nunca fui muito a festas, até porque odeio, e minha querida amiga, apesar de andar comigo, é muito popular. Ela sabe dar as melhores festas segundo as pessoas, porque eu sinceramente nunca fui a uma, não por falta de convite, mas por falta de vontade mesmo.

Eu fui até a janela do quarto dela. Tinha uma linda vista para o quintal. Estava tudo ainda mais lindo. Às luzes acessas, deixavam as flores com um tom romântico.

A entrada era um pouco longe da casa dela, porque era tipo uma mansão. Mas ainda assim dava para ver a longa fila de carro que deixa os adolescentes no portão e iam embora. Isso não é um bom sinal.

Algumas pessoas já vinham rindo pelo caminho. Eu escorreguei para o chão. Isso era tudo menos uma festa pequena. Eu mato a Clara.

Eu coloquei finalmente aquela roupa bonita demais e aquela salto. Me olhei no espelho e dessa vez eu consegui me reconhecer, eu não tinha me transformado em outra pessoa. Acho que essa noite eu consigo ser eu mesma.

Ouvi batidas na porta.

– Pode entrar.

Clara apareceu, mas parou no mesmo instante que abriu a porta.

– Amiga, você está linda. – ela disse devagar.

– Obrigada. – respondi, ficando vermelha.

– Ok, agora vamos?! Metade dos convidados já chegou e nada de você aparecer.

– Acho melhor não.

– O que? Está louca é? Mas é obvio que você vai. Vamos?! Você está linda! – ela exclamou feliz demais e me arrastou pra baixo.

A minha sorte foi que ninguém reparou que eu estava descendo.

– Isso daqui é metade dos convidados? – eu perguntei assustada. A casa estava completamente cheia!

– É CLARO AMIGA. –ela gritou.

Acho que foi de propósito só para todos nos olharem, ou melhor, olharem para mim, porque ela gritou e desceu o resto da escada correndo. Todos os olhares estavam vidrados em mim. Eu já devia estar vermelha igual a um pimentão.

Que vergonha! Que vergonha! Eu terminei de descer tudo com a maior calma que eu consegui, caso contrário eu iria despencar com os saltos, porque não, eu não sei andar de salto.

– Eu te mato, Clara. – rosnei para ela que estava rindo sem parar.

– Eu também te amo amiga. – ela me abraçou e saiu dali me deixando sozinha.

Que amiga, hein!!! Eu bufei e fui para o bar que tinha sido colocado ali. É incrível o que eles podem fazer em apenas algumas horas com uma casa.

– Qualquer coisa, por favor. – pedi para o barmen.

Ele sorriu de lado e foi preparar minha bebida. Era um homem jovem e muito bonito. Quando minha bebida ficou pronta engoli de uma só vez. Desceu rasgando minha garganta, acho que era álcool. Que legal, eu pedi um refrigerante e ele já quer me embebedar.

– Mais um? – ele perguntou com o mesmo sorriso.

Eu ia negar, mas nessa hora eu avistei o Lucas entrando.

– Por favor. – foi o que saiu.

Eu com toda a certeza vou matar a Clara! Minha bebida ficou pronta e como a primeira bebi de um só gole. Até que era gostosa.

Me levantei dali antes que ficasse bêbeda. Eu nunca bebi na minha vida, é um pouco obvio que sou fraca para álcool. Não quero abusar.

– Quer dançar, gatinha? – um garoto forte demais perguntou.

– Não, eu não danço. – respondi e fui pra longe dele.

Isso não era uma mentira. Eu realmente não dançava, porque eu não sabia dançar. Eu sou do tipo que tem vergonha de dançar sozinha no próprio quarto, quanto mais dançar em público. Me dá arrepiou na espinha.

Eu sentei em um sofá um pouco distante da confusão e fiquei olhando todos dançar. Parecia legal. No meio de tantas pessoas, eu avistei a mais inconveniente. Ele estava dançando com uma garota de uma forma muito sensual. A vadia estava se esfregando nas partes intimas dele. Quem ela pensa que é?

– Bebida? – um garoto perguntou, sentando-se ao meu lado.

Sem pensar peguei o copo da mão dele e bebi em um só gole de novo. Acho que posso me acostumar com isso. Ele deu uma risada gostosa.

– Acho que estava com sede. – concluiu.

Eu não respondi, peguei o copo dele e bebi também.

– Quer dançar? – ele perguntou.

– Só se for agora. – respondi e puxei ele pra pista.

A musica era agitada, mas ele insistiu em dançar lentamente. Acho que era só para ficarmos colados mesmo. Ele passou a mão pela minha cintura e eu automaticamente enlacei seu pescoço.

– Qual seu nome? – falei no ouvido dele por causa da música alta.

– Leonardo. – ele respondeu também no meu ouvido.

Ele era moreno e tinha um porte atlético. Era até que bonitinho, mas não fazia muito meu estilo, eu tinha uma queda por loiros.

– O meu é... – eu ia falando, mas ele me interrompeu.

– Eu sei seu nome, Sabrina. – ele depositou um beijo no meu pescoço e um fogo se acendeu por todo meu corpo. Acho que o álcool começou a fazer efeito.

– Como?

– Impossível não saber o nome de uma mulher linda assim.

Eu sorri e me desgrudei dele. Oras se eu era mulher, não podia dançar igual uma garotinha. Eu queria acender nele o fogo que ele acendeu em mim.

Eu comecei a realmente dançar pela primeira vez na minha vida. Eu descia até o chão me esfregando nele e pode ser que meu vestido tenha subido um pouco, mostrando uma parte da minha lingerie.

Ele tentava acompanhar meu ritmo, mas nem mesmo eu sabia como estava conseguindo dançar daquele jeito. Notei muitos olhares em mim, mas nem me importei. Eu estava gostando de ter platéia. Notei que o Lucas também me olhava, só que seu olhar estava mais para raivoso.

Ele estava sentado no bar e tinha uma garota no meio das pernas dele. Era a mesma de mais cedo e agora ela estava beijando o pescoço dele. Aquilo foi a gota d’água. Comecei a rebolar ainda mais, só que agora eu estava me esfregando no Leonardo. Ele parecia gostar e o Lucas odiar. Sorri satisfeita com isso. À noite sem dúvidas só estava começando.


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Notas finais do capítulo

OI lindas do meu coração!!! Tudo bem?
Desculpa a demora, mas eu estava doente demais essa semana, na verdade ainda estou :C... mas tudo bem. Além do fato de que minha rotina corrida voltou, #semtempo. Se acostumem, porque a semana que eu estiver corrida, só terá capítulo no domingo mesmo, pelo menos vocês podem ter certeza de que domingo sempre vai ter ;D
Agradeço todos os divos, lindos, maravilhosos, perfeitos comentários que vocês estão me deixando. Gente eu fico tão feliz com cada um deles, que mesmo doente eu comemoro. :DDDD e eu fico entrando de um em um minuto no Niah! pra ver se eu recebi um novo comentário.( pra vocês verem o quanto fico ansiosa para lê-los).
Eu vou tentar responder o máximo de comentários agora, desculpe se eu ainda não respondi... mas um dia eu respondo, pode ter certeza!!!
Amo vocês demais( coraçãozinho).
Gostaram da roupa dela? E do capítulo? Foi muito depre?
Beijos, beijos. Até mais.