As tendas médicas espalhadas por toda a visão que eu tinha, além de várias mulheres e de vários homens feridos que estavam esperando algum sinal de amparo de algum médico perdido entre as tendas.

Sakura foi correndo a um homem que havia perdido sua perna e que bradava de dor, logo se conseguia ver a emanada luz verde saindo de suas mãos, fazendo o homem para de gritar por segundos, ela chamou uma enfermeira que rapidamente levou o homem a uma tenda próxima.

Olhando pra mim vejo

Que não fiz nada certo

— Eu volto logo. — Naruto murmurou enquanto sumia da nossa visão.

— Finalmente ele foi ver a Hinata. — Sakura abriu um sorriso e continuou caminhando e foi assim que notei ao meu redor o quanto as coisas haviam mudado.

Tudo que fiz foi seguir o meu instinto e assassinei algumas pessoas inocentes — outras não — mas tudo me levava a crer que aquilo era o certo. Eu estava cego demais, porque a única luz que eu conheço, estava longe de mim.

Eu nunca parei para pensar em você

Eu estou sempre envolvido

— Acho melhor eu ir amparar as pessoas que estão sem atendimento, não é mesmo? — Os olhos esmeraldas passavam pelo campo de visão a oeste e ela parecia sem graça, afinal estava praticamente falando sozinha.

— Pode ir. — Disse monótono, enquanto ela olhava as pessoas. — Me faça um favor antes de ir. — Ordenei, antes que eu perdesse os cabelos róseos de vista.

— Sim?

— Estou exausto e quero ir dormir agora, onde estão as cabanas? — Resmunguei enquanto os olhos verdes revistavam o local e perdiam o brilho especial que mantinham.

— Ali estão. — Ela disse, mas puxou a minha camisa me impedindo de ir.

— O que foi?

— Você... Lembra daquela noite, Sasuke-kun?

E foi — praticamente — assim que me lembrei de que a minha companheira de time ainda tinha sentimentos sobre mim, ou ao menos memórias sobre a nossa partida.

— Qual?

— Quando você partiu.

— Faz tempo. — Murmurei me afastando e indo em direção as cabanas, eu senti que ela me seguia. — O que você quer?

Em coisas que não posso vencer

Você é o antídoto que me faz melhor

— Lembra então, da primeira vez que despertou o selo amaldiçoado? — Ela disse, enquanto foi para minha frente — na tentativa de me fazer parar.

— Sim. Agora eu posso ir?

— Por que o meu abraço lhe parou? — Sakura murmurou, enquanto parecia envergonhada fazendo a pergunta. — Por favor, me responda... Eu só quero saber o que realmente aconteceu lá.

— Você agiu como um antídoto em mim. — Resmunguei, enquanto olhava em seus olhos que tremiam com a resposta. — Eu estava possuído pelo ódio porque os meus companheiros de time tinham se ferido e então, você em abraçou, uma legítima prova de amor.

Algo forte como uma droga

Que me deixa nas alturas

— Eu... — Ela sussurrou e então sorriu na minha direção, com um sorriso falso ela olhou para mim e se distanciou. — Acho melhor eu ir lá curar as pessoas, é a única coisa que sou útil agora.

— Seu sorriso falso não me convenceu. — Apesar de eu não querer conversar durante muito tempo — até porque eu estava realmente exausto — eu a chamei de volta.

Ela era alguém que esclarecia as minhas dúvidas sobre o que eu sentia, era algo que eu realmente necessitava diariamente. Quando estava fraco, ela me chamava pelo nome e fazia-me despertar a mim próprio.

Parecia um tipo de droga que funcionava no meu corpo e que eu queria me livrar, mas nunca conseguia —Sakura tinha aproximadamente esse efeito em mim — o que me deixava transtornado.

— Você vai me chamar de irritante novamente se eu falar que, mesmo com tudo que fez comigo, eu ainda te amo e continuo amando cada vez mais? — Ela me abraçou, e senti que ela estava chorando.

— Irritante. — Eu murmurei no ouvido dela, e então ela se afastou. — Me desculpe por esse meu jeito de agir com você, mas acho que você deve imaginar que não faço por mal.

Na verdade o que eu quero dizer

É que eu lamento pelo meu jeito

— Eu sei que não faz por mal. — Ela mantinha a cabeça abaixada, sendo que somente eu conseguia ver as lágrimas atingindo o chão. — Porém eu nunca me acostumo e eu realmente não sei o que fazer e não sei como agir com você...

Eu nunca quis ser tão frio

Eu nunca quis ser tão frio

— Eu nunca quis ser tão frio, Sakura. — Falei enquanto me aproximava dela. — E se quer saber, quando eu chamo alguém de irritante não é porque a acho assim... Quero dizer. — Eu falei confuso das minhas próprias palavras — Eu também chamava o meu irmão assim e eu amava ele.

— Isso quer dizer?! — Ela olhou para mim e me abraçou — novamente — dessa vez mais forte. — Sasuke-kun, você sente algo por mim? Em questão de amor... — Ela sussurrou.

— Eu só sei que você é a única mulher que consegue me impressionar e é a única que me fez falta nesses anos todos que estive longe. — A abracei também e fiquei assim por um tempo. — É, eu acho que tenho algum tipo de sentimento amoroso por você.

— Sasuke-kun... — Ela parecia surpresa. — Seu coração está batendo mais rápido porque está abraçado comigo? Eu não acredito nisso! — Ela riu e enrolou sua mão na minha.

— Claro que não, é que eu estou preocupado com o que vou fazer quando chegar a Konoha e tiver que arrumar o meu apartamento, deve estar cheio de pó, e meu coração disparou por causa disso.

Tsc, como se eu fosse falar a verdade para essa adorável irritante.