Mais um dia comum se iniciara no colégio Shutoku. Mais um dia de aulas e treinos, como de costume.

Mas desta vez havia algo diferente. E Takao percebeu isso assim que se encontrou com Midorima. Algo estava diferente, um pequeno detalhe que rapidamente captou a atenção do Kazunari.

Entre as bandagens no dedo anelar de Shintarou, havia o pequeno acessório que despertara sua atenção.

— Um anel? — Ele perguntou curioso... e com um pouquinho de surpresa também, afinal um anel no dedo anelar direito tinha um significado. Um significado que não poderia deixá-lo muito feliz.

— É meu item da sorte de hoje. — Midorima respondeu simplesmente, sem se importar.

— E por que você o colocou logo nesse dedo?

— O que tem demais?

Takao sorriu, suspirando, de certa forma até aliviado.

— Ah Shin-chan... um anel nesse dedo significa que você está comprometido sabe... com alguém.

— C-como se eu me importasse com isso! — Midorima disse, ajeitando os óculos, com a face levemente enrubescida.

Takao não discutiu mais. Até por que, uma ideia surgira a sua mente, e planejava executá-la ainda naquele dia.

E foi assim que conseguira que o capitão de seu time o deixasse cabular algum tempo no treino de basquete para poder sair por um instante. Seria rápido, ele sabia exatamente onde iria.

Midorima o viu saindo, e apesar de estranhar, decidiu não perguntar para onde ia. Não era de sua conta, afinal. Além do mais, ele tinha que se concentrar no treinamento, sempre levara aquilo muito a sério e queria melhorar cada vez mais.

Não demorou muito para Takao voltar, mas este não pronunciou uma palavra sobre para onde fora e o que fizera, apenas se juntou ao restante do time no treinamento que durou um bom tempo.

E como era de costume, somente restara ele e Midorima na quadra, já que ambos sempre treinavam além do que era o normal para a Shutoku.

A noite já havia caído há algumas horas quando, exaustos, os dois se dirigiram para o vestiário, a fim de se arrumarem e irem para a casa.

Foi aí que Takao finalmente revelou o que havia feito.

— Shin-chan, olha o que eu comprei! — Ele levantou a mão direita, deixando a mostra um anel prateado e simples no dedo anelar, bem semelhante ao que Midorima tinha.

— Por que comprou isso, Takao? Seu signo é escorpião, não câncer, seu item da sorte é outro.

— Ah eu não ligo para isso! — Ele sorriu, se aproximando. — Além do mais, agora estamos conectados.

— C-como assim? — Midorima perguntou, mesmo tendo entendido muito bem o que o Kazunari havia lhe falado. Ele só estava surpreso demais para pensar em alguma resposta no momento.

— Ah você sabe... É como aquele Kagami da Seirin fez com o tal Himuro do colégio Yosen.

— Eles? Pensei que eles se odiavam.

— Shin-chan você realmente não sabe de nada! — Takao se pôs a rir. — Eles estão juntos faz tempo! E a prova disso é o anel que os dois têm.

Midorima não disse nada, apenas ajeitou seus óculos e voltou a sua atenção para o seu armário que estava aberto.

— Eu comprei este meu anel porque ele é meu item da sorte de hoje, apenas isso. — Ele disse em um tom de voz parecendo distraído. Mas só parecendo.

— O que é um ótimo pretexto para usá-lo para sempre comigo. — Takao rebateu, se aproximando ainda mais de Midorima. — O que acha?

Shintarou se virou para ele, fitando-o. A proximidade de seus corpos despertando-lhe outros sentidos, outras vontades. Vontades estas que já lhe eram conhecidas... e que já as saciara antes com o moreno também.

— Cale a boca, Takao.

Takao começou a rir, mas logo sua risada foi interrompida e o Kazunari acabou sendo surpreendido com os lábios do outro sendo pressionados contra os seus sem nenhum pudor, sem nenhuma calma, iniciando assim um beijo profundo e muito bem vindo.

Midorima Shintarou podia ser um cabeça dura, um homem cheio de manias e de temperamento difícil, mas Takao sabia como lidar com ele. No fundo, ele sabia que por mais que Midorima tenha estranhado sua decisão de comprar aquele anel... e por mais que ele não tenha aparentado se importar com o fato, o Olhos de Falcão sabia muito bem que o namorado (agora sim poderia chamá-lo assim) havia apreciado a ideia.

Aquele anel era somente para ser usado em um dia, como item de sorte do signo de câncer. Mas de repente, Midorima não sentiu a necessidade de tirá-lo mais. Ele poderia conviver muito bem com aquilo entre as bandagens em seu dedo, não o incomodaria nada, pelo contrário, talvez lhe desse até mais sorte do que imaginara. Especialmente no amor.