Zona Obscura escrita por Katyah


Capítulo 45
44º - Ida Ao Médico


Notas iniciais do capítulo

Yo. Um novo capitulo para vocês. O climax está cada vez mais próximo!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/513600/chapter/45

No hospital passavam-se as horas mais calmas do dia. O pouco tempo que tinham para descansar concretizava-se agora.

Incubo terminava a ronda. Com tudo o que estava a acontecer já ninguém marcava consultas o que se traduzia numa baixa significativa de pacientes, resumindo falta de sexo. E isso deixava o médico bastante mal-humorado.

As enfermeiras tentavam, em vão, acalmá-lo. Não era como se elas não o pudessem satisfazer era só que estava cansado de olhar para aquelas mulheres. Só de avistar um daqueles uniformes ganhava logo enxaquecas.

O silêncio presente no seu consultório não estava a ajudar. Era como se ouvisse o tic tac do ponteiro do relógio em alto som e em câmara lenta a ecoar dentro do seu crânio. Se continuasse assim teria de voltar a entupir-se de comprimidos. Já perdera a conta das carteiras de medicamentos vazias que andava a jogar no lixo nos últimos dias.

O aroma a café enchia o cómodo. Sabia que devia descansar mas não conseguia relaxar. E se era para estar exaltado mais valia beber café, pior não ficaria.

Um barulho na janela chama a sua atenção. Parecia o som de quando um pássaro batia no vidro mas mais alto.

Por momentos não se ouve nada, o médico volta a sua atenção novamente para o café fumegante na caneca em sua mão.

Ouve-se algumas batidas outra vez. Agora tinha a certeza de que estava qualquer coisa na varanda. Pegando num bisturi o homem encaminha-se silenciosamente até à janela.

– Baixa isso e abre a porra da janela.

A voz feminina assusta-o. Será que a Deusa do Sexo viera visitá-lo?

Uma pistola entra no seu campo de visão apontada à sua cabeça.

"Não me parece que seja uma Deusa."

A janela é aberta. Um corpo cai automaticamente nos braços de Incubo.

– Informadora?!

– Não, sou a tua mãe. - Responde Sam irónica.

– Como é que vieste ter aqui? Isto é o 3º andar.

– Podes deixar-te de perguntas estúpidas e ires ao que interessa? - A mulher começa a tirar as calças.

Aquilo não parecia bom. Incubo estava instável e fraco e uma frase daquelas com tantos significados implícitos quebrava qualquer raciocínio que o impedisse de fazer uma loucura.

Ao ver os olhos opacos do médico, com a respiração acelerada e sem sair do sitio, a Informadora percebeu logo o que se passava. Com um movimento repentino ela dá-lhe um estalo.

– Concentra-te Incubo!

O homem parece voltar a si. Para além de Sam estar semi-nua ainda conseguiu focar-se na mancha vermelha que ocupava quase toda a coxa dela. Algo como uma seta, já partida de um lado, estava lá alojada.

– Isso parece muito mal.

– Se eu quisesse esse tipo de opinião perguntava a alguém na rua.

Realmente a mulher não estava nos seus dias. Pelo que ouvira ela andava desaparecida. Aparecer assim de repente e ferida, com certeza acontecera alguma coisa.

Calçando umas luvas de látex o médico senta-se numa cadeira em frente dela e começa a examinar o ferimento.

– Nem vou perguntar o que aconteceu para teres uma seta espetada numa perna.

– Andei a brincar com o Robin dos Bosques. - O riso sarcástico de Sam desaparece com um gemido de dor quando Incubo arranca o resto do objeto da carne.

Tratamento feito, o homem acabava de enrolar a última ligadura e passava as mãos nervosamente pela pele da Informadora. Falta de sexo era mesmo complexo para um ninfomaníaco.

Sam repara nos tremores do médico enquanto terminava o trabalho. As mãos, por vezes, subindo mais que o necessário.

– Vê lá onde pões as mãos.

Incubo responde com um sorriso nervoso.

– Se ficares excitado mato-te.

– Acabei. - Ele solta um suspiro aliviado. - Devias repousar mas suponho que não valha a pena dizer isso.

– Vou esforçar-me para não piorar isto.

– Quanto ao pagamento... - Um sorriso malicioso nasce nos lábios de Incubo.

– És mesmo um tarado. Como é que consegues pedir algo assim a uma pessoa ferida?

– Eu também estou ferido.

– Só se for do cérebro.

– Que cruel...

Sam olha-o divertida. Aproximando-se dele tira-lhe a bata e veste-a. As calças não davam para voltar a vestir e não podia sair dali em roupa interior.

Com um sorriso maldoso a Informadora dá-lhe um beijo na face e vira-se para ir embora.

– Adeus Incubo.

O homem fica ali, estático, vendo aquela mulher sair do seu consultório como se nada tivesse acontecido.

– Como é que ela teve coragem de me deixar assim e ir-se embora? O que é que eu faço com isto agora? Estou pior do que no inicio!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até para a semana (se tudo correr bem)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Zona Obscura" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.