O sol põe-se. Começam os preparativos para a noite. Apesar de bandidos eles também tinham regras, regras que eram seguidas à risca e quem não as cumprisse seria castigado.

As fronteiras da cidade fecham-se. Dois guardas em cada entrada supervisionam o controlo das transições.

Lá dentro as ruas estavam desconfortavelmente vazias e silenciosas.

As crianças haviam voltado da escola à poucas horas e agora jantavam em paz e harmonia com as suas famílias. Os mais pequenos não faziam ideia do que aconteceria depois de irem dormir, os mais velhos já participavam na "festa".

Soa as nove badaladas do relógio central da cidade. Os pequenos mafiosos de pijama e urso de peluche na mão pedem aos pais que lhe dêem as boas noites e os vão deitar.

As decorações dos quartos tentavam suavizar o facto de que as paredes eram de metal blindado e anti-som.

Depois dos beijos de "dorme bem" os quartos são trancados como se se tratasse de um cofre de segurança nacional.

Dez badaladas e a cidade começa a revelar-se. O som de tiros faz-se ouvir. Nas ruas entre fronteiras das vilas o sangue começa a banhar as estradas.

Encostados às casas, a passar pelas janelas das crianças aos tiros enquanto os pequenos dormem tranquilos.

A noite vai passando, todo o tipo de pessoas corre pelas ruas. Pistolas, metralhadoras, revolver's, facas, espadas, katanas, granadas, até lança-misseis, tudo o que consiga matar é usado.

Os locais mais frequentados é a zona neutra e o hospital.

O vermelho predominava e toda a raiva era descarregada ao mesmo tempo que o carregador da arma que se empunha.

Amigos ou inimigos, se não fossem da tua vila eram alvos que poderias abater.

Começa a amanhecer, o sinal que termina a carnificina é dado. Os mais empolgados e que ainda não se tinham satisfeito são parados pelos guardas da cidade.

As equipas de limpeza começam uma árdua tarefa: limpar a cidade inteira em menos de três horas.

Enquanto retirava os corpos descobriam alguns ainda vivos que eram levados ao hospital, os outros seriam cremados e entregues às famílias.

Se isto não é o Inferno é o que demais perto se pode estar. Vivos e mortos deitados lado a lado cobertos de sangue, uns à espera da salvação do corpo outros da alma.