Zona Obscura escrita por Katyah


Capítulo 32
32º - Visitas Inesperadas?


Notas iniciais do capítulo

De volta a Zona Obscura. E preparem-se para ainda mais mistérios!



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Uma moto cruzava a cidade a grande velocidade acordando os moradores. Era ainda de madrugada e apesar de serem obrigados a levantarem-se para ir para o trabalho, pois era segunda-feira, não ficavam satisfeitos por um tipo qualquer armada em esperto acabar com os últimos minutos do seu sono.

Alheia aos insultos das pessoas que acordava, a moto continua a seguir o seu caminho pelas estradas desertas.

Cortando a fronteira de Black o bar neutro era já visível. Naquela zona da cidade o sol ainda mal iluminava sendo quase noite.

O White Bar estava fechado. As persianas das janelas estavam corridas e não se ouvia barulhos nenhuns lá dentro.

Kadam desce da moto retirando o capacete e espreita para o interior do bar. A sua urgência sentia-se nos seus atos.

"O que é que eu faço? Não sei onde a Informadora vive!"

O pânico começa a apoderar-se dele e mete-se a andar em círculos murmurando para si.

A sua visão periférica capta uma figura de pé ao seu lado a observá-lo e quando se apercebe dá de caras com Kenji.

Kadam encara-o envergonhado. O barman observava-o inexpressivo.

– Estavas aí à muito tempo? - Pergunta Kadam embaraçado.

Kenji acena negativamente.

– Sabes da Informadora? Tenho algo urgente a contar-lhe. - O rapaz suspira aliviado.

– Está de folga.

– E onde é que ela vive?

O barman ergue o sobrolho desconfiado.

– É urgente! - Realça Kadam apercebendo-se das desconfianças.

Depois de alguns momentos de reflexão Kenji faz sinal para que o siga.

A casa de Sam era uma entre muitas outras nas ruas de Black. Escolhera-a por ser difícil de distinguir das demais e por dar rápido acesso tanto ao bar como à mansão do Supremo.

Eles batem à porta. Nada acontece. Batem uma segunda vez.

Uma aura negra faz-se sentir do outro lado. A Informadora abre a porta de pijama. Vestia apenas uns curtos calções e um top e trazia o cabelo apanhado num rabo-de-cavalo.

Kadam cora e Kenji olha-a com um olhar feroz.

– Quem se atreve a acordar-me?! - A voz de Sam soava quase como um rugido.

Kenji empurra Kadam para falar.

– Eh... Bem... É que...

– Fala de uma vez! - Manda a Informadora furiosa.

Eles entram na casa por pedido de Kenji e sentam-se no sofá.

– Fala! - Ordena a mulher já impaciente.

– Descobri algumas coisas que podem ser preocupantes. E não sei qual delas a pior...

– Então?

– Parece que o D. Bernard organizou um encontro secreto com os líderes de Purple e Brown.

Kenji olha para Sam. Ela estava incrivelmente inexpressiva.

– Não passam de cães que ladram mas não mordem. Que mais? - A afirmação de Sam espanta os presentes.

– Alguns dos vigilantes da muralha* têm sido encontrados mortos. Há quem diga que anda alguém a observar a cidade do lado de fora.

O silêncio instala-se. Uma forte dor de cabeça ataca Sam fazendo-a soltar um curto gemido abafado.

– Como é que eles são mortos? - Interroga Kenji seriamente.

– De várias formas. Mas há algumas mais peculiares que outras.

– Como assim? - A Informadora recompõe-se.

– Alguns corpos foram mortos por flechas e outros têm marcas de moto-serra.

Um sopro de espanto trespassa as caras de Sam e Kenji.

– Duvido que tenham algo a ver mas as únicas que usam essas armas são a Letty de Black e a Miss Lola. - Kadam fala nervoso.

Momentos depois, ao fim de terminada a conversa e Kadam partir, Sam deita-se pesadamente no sofá. Suava frio e respirava com dificuldade. A sua cabeça parecia que ia explodir e a visão começava a falhar.

Kenji ajoelha-se ao seu lado e pega no seu braço medindo a pulsação:

– À quanto tempo não tomas o remédio?

– U-Uma se-semana...

O barman lança-lhe um olhar de desaprovação.

– A-Aquele par-parvo do Ryu esqueceu-se de...de trazer mais...

– Sei que não gostas mas agora tem de ser. - Kenji tira uma faca do colete e faz um corte no pulso.

O sangue quente libertava um cheiro a ferro para o ar.

– Bebe.

Sam cerra os dentes recusando-se a abrir a boca.

O barman pressiona o pulso nos lábios da Informadora abrindo entrada para o sangue.

Depois de alguns goles os suores e a respiração de Sam começam a abrandar. Kenji recolhe o pulso e cobre-o com uma ligadura que trazia no bolso. Ele puxa um cobertor e cobre a mulher limpando-lhe a testa com a palma da mão.

– Descansa. Eu vou investigar. Tenho um pressentimento que os dias que aí vêm vão ser duros.


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Notas finais do capítulo

*Rede que cerca a cidade.



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