Zona Obscura escrita por Katyah
Notas iniciais do capítulo
De volta a Zona Obscura. E preparem-se para ainda mais mistérios!
Uma moto cruzava a cidade a grande velocidade acordando os moradores. Era ainda de madrugada e apesar de serem obrigados a levantarem-se para ir para o trabalho, pois era segunda-feira, não ficavam satisfeitos por um tipo qualquer armada em esperto acabar com os últimos minutos do seu sono.
Alheia aos insultos das pessoas que acordava, a moto continua a seguir o seu caminho pelas estradas desertas.
Cortando a fronteira de Black o bar neutro era já visível. Naquela zona da cidade o sol ainda mal iluminava sendo quase noite.
O White Bar estava fechado. As persianas das janelas estavam corridas e não se ouvia barulhos nenhuns lá dentro.
Kadam desce da moto retirando o capacete e espreita para o interior do bar. A sua urgência sentia-se nos seus atos.
"O que é que eu faço? Não sei onde a Informadora vive!"
O pânico começa a apoderar-se dele e mete-se a andar em círculos murmurando para si.
A sua visão periférica capta uma figura de pé ao seu lado a observá-lo e quando se apercebe dá de caras com Kenji.
Kadam encara-o envergonhado. O barman observava-o inexpressivo.
– Estavas aí à muito tempo? - Pergunta Kadam embaraçado.
Kenji acena negativamente.
– Sabes da Informadora? Tenho algo urgente a contar-lhe. - O rapaz suspira aliviado.
– Está de folga.
– E onde é que ela vive?
O barman ergue o sobrolho desconfiado.
– É urgente! - Realça Kadam apercebendo-se das desconfianças.
Depois de alguns momentos de reflexão Kenji faz sinal para que o siga.
A casa de Sam era uma entre muitas outras nas ruas de Black. Escolhera-a por ser difícil de distinguir das demais e por dar rápido acesso tanto ao bar como à mansão do Supremo.
Eles batem à porta. Nada acontece. Batem uma segunda vez.
Uma aura negra faz-se sentir do outro lado. A Informadora abre a porta de pijama. Vestia apenas uns curtos calções e um top e trazia o cabelo apanhado num rabo-de-cavalo.
Kadam cora e Kenji olha-a com um olhar feroz.
– Quem se atreve a acordar-me?! - A voz de Sam soava quase como um rugido.
Kenji empurra Kadam para falar.
– Eh... Bem... É que...
– Fala de uma vez! - Manda a Informadora furiosa.
Eles entram na casa por pedido de Kenji e sentam-se no sofá.
– Fala! - Ordena a mulher já impaciente.
– Descobri algumas coisas que podem ser preocupantes. E não sei qual delas a pior...
– Então?
– Parece que o D. Bernard organizou um encontro secreto com os líderes de Purple e Brown.
Kenji olha para Sam. Ela estava incrivelmente inexpressiva.
– Não passam de cães que ladram mas não mordem. Que mais? - A afirmação de Sam espanta os presentes.
– Alguns dos vigilantes da muralha* têm sido encontrados mortos. Há quem diga que anda alguém a observar a cidade do lado de fora.
O silêncio instala-se. Uma forte dor de cabeça ataca Sam fazendo-a soltar um curto gemido abafado.
– Como é que eles são mortos? - Interroga Kenji seriamente.
– De várias formas. Mas há algumas mais peculiares que outras.
– Como assim? - A Informadora recompõe-se.
– Alguns corpos foram mortos por flechas e outros têm marcas de moto-serra.
Um sopro de espanto trespassa as caras de Sam e Kenji.
– Duvido que tenham algo a ver mas as únicas que usam essas armas são a Letty de Black e a Miss Lola. - Kadam fala nervoso.
Momentos depois, ao fim de terminada a conversa e Kadam partir, Sam deita-se pesadamente no sofá. Suava frio e respirava com dificuldade. A sua cabeça parecia que ia explodir e a visão começava a falhar.
Kenji ajoelha-se ao seu lado e pega no seu braço medindo a pulsação:
– À quanto tempo não tomas o remédio?
– U-Uma se-semana...
O barman lança-lhe um olhar de desaprovação.
– A-Aquele par-parvo do Ryu esqueceu-se de...de trazer mais...
– Sei que não gostas mas agora tem de ser. - Kenji tira uma faca do colete e faz um corte no pulso.
O sangue quente libertava um cheiro a ferro para o ar.
– Bebe.
Sam cerra os dentes recusando-se a abrir a boca.
O barman pressiona o pulso nos lábios da Informadora abrindo entrada para o sangue.
Depois de alguns goles os suores e a respiração de Sam começam a abrandar. Kenji recolhe o pulso e cobre-o com uma ligadura que trazia no bolso. Ele puxa um cobertor e cobre a mulher limpando-lhe a testa com a palma da mão.
– Descansa. Eu vou investigar. Tenho um pressentimento que os dias que aí vêm vão ser duros.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
*Rede que cerca a cidade.