O dia foi passando e por algum motivo eu não conseguia esquecer o Augustus, ele parecia um metido tão perfeito, tentava esquecê-lo mas parecia tudo tão impossível.

Faltavam quinze minutos paras às dezenove horas e eu nem tinha terminado de me arrumar, estava meio nervosa porque nunca tinha tido um "encontro" ( mesmo não sabendo se era mesmo essa a palavra certa, mas considerava ). Tenho que confessar que estava ansiosa o suficiente para ser pontual, o que não era de costume.

Coloquei meu vestido preto de festa, ele era curto mas não muito e decotado nas costas, nada espalhafatoso. Peguei minha bolsa e um sapato alto. Fui.

***

Cheguei lá às 19:05 e o Augustus estava sentado numa mesa de canto do lado da janela que dava para ver as pessoas andando na rua apressadas , mas nada que nos incomodasse.

Número 13 , era o número da mesa que estávamos e que o considero meu número da sorte , a noite estava começando bem .

Ele estava com um smoking preto e todo jeitoso a qual chamava atenção a todas as meninas a sua volta ( realmente estava muito gato ).

Ainda não tinha sido vista na porta de entrada, o via ajeitando as flores que estavam na mesa e seu cabelo que não ainda não tinha um lugar específico. Resolvi ficar esperando aonde fiquei até receber um sorriso encantador e me aproximei.

– Com licença - O Gus falou se levantando e estendendo a cadeira para que eu me sentasse .

– Obrigada...

O lugar era meio escuro e estávamos a luz de velas o que diminuía a visão mais dando para ver o suficiente que ele olhava fixamente para mim:

– Você está linda, sabia ?!

Não sabia o que responder e pela primeira vez estava sem palavras

– Obrigada - Nem sei se ele escutou mais logo se impôs.

–Garçom , por favor - O garçom se aproximou.

– O que os senhores desejam ?

–Hum... - O Augustus olhou para mim esperando uma sugestão.

Peguei o cardápio e logo escolhi

– O pedido número 2, por favor - Disse - Ah! Com molho branco de preferência.

O garçom anotou o pedido:

– Bom pedido menina, você e seu namorado não vão se arrepender.

– Ele não é meu namorado! - Protestei

– OW! Desculpe minha senhora. - Pareceu não levar muito a sério e se retirou

O Augustus ria da situação e do meu desespero sem nem mesmo dizer uma palavra.

– Você não vai falar nada ? - Perguntei me direcionando a ele.

– Dizer o quê? - Ele dizia ainda rindo de mim.

Me virei como se não quisesse papo .

***

– Vejo que você entende de cozinha ... - O silêncio foi interrompido.

– Meu pai era chefe de cozinha - Respondi abaixando a cabeça como se não quisesse encará-lo.

–Por que está assim? Eu estaria pulando de alegria , ou melhor, com uns 3 quilos a mais de tanto comer.

Tive que rir.

– Se ao menos ele estivesse aqui - Falei num tom normal.

– Então estamos no mesmo barco... - Gus falou tentando apaziguar a situação e sem se preocupar com o clima de tensão e saudade.

( A comida chegou )

Ficamos praticamente todo o jantar calados, mas ele não parava de olhar para mim que na maioria das vezes me deixava envergonhada.

– Como que a gente parou aqui mesmo.. - Estávamos quase acabando de comer até o silêncio ser interrompido.

– Bem ... - Ele riu antes mesmo de contar - Eu vi uma menina rebelde e linda como você isolada num canto da sala lendo um livro de milênios.

– Não é um livro de milênios!- O interrompi protestando antes mesmo de completar a frase.

–Para mim é. - Insistia

–Não ! - Não aceitava que ninguém me contrariasse

–Então prova - Desafiou

–A aflição imperial é o melhor livro que já li.

– De milênios- Ele estava querendo me tirar do sério com aquele sorriso irônico.

– Desisto.

– Achei que você fosse mais persistente - Não era possível que isso estava acontecendo.

– Você não me conhece - Revidei .

– Garanto que sim, o suficiente para saber que você está com vontade de rir!

Tentei resistir , mas pareceu impossível esconder.

– Minha mãe falou para não dizer sobre minha vida, num primeiro encontro .

– Então isso é um encontro?!

Tentei mudar de assunto "discretamente"

– Então, vamos ? - Falei esperando o sinal dele para a partida

– Sim - Gus foi se levantando calmamente - Poderia me dar a honra?

Ele estendeu a mão pedindo permissão para que eu desse a mão onde fomos até minha casa. Quando ele perguntou :

– Nos conhecemos há quase doze horas e eu ainda não sei o seu nome ...

–Hazel Grace- Disse - Mas, pode me chamar só de Hazel!

–Tudo bem - Ele concordou - Prazer em conhecê -la e espero que tenha gostado do encontro.

Ia fechando a porta quando ele me interrompeu :

– Sua bolsa, você esqueceu.

– Ah!! Que cabeça minha, obrigada... Gus - Estava apaixonada pelo " garoto gato " da escola e eu não estava acreditando naquela possibilidade.

Peguei minha bolsa e disse desconfiada.

– Acredito que você deve ter posto seu número aqui dentro!

– E você ainda diz que sou um desconhecido - Ele riu e eu devolvi me despedindo e fechando a porta até ser interrompida.

–Vai ter próxima vez, não vai ?! - Perguntou como se já soubesse a resposta.

Apenas sorri e fechei a porta dessa vez sem ser interrompida.

Será ? Pensei.