Hell of Wonderland escrita por Capitã Sparrow


Capítulo 3
Tortura


Notas iniciais do capítulo

Olá meus pudinzinhoooooooooooooooooooos *U*
Antes que arremessem pedras e alicates em mim, lembrem-se que eu preciso estar VIVA para continuar a fic o/ Mil desculpas pela demora >< Depois que entrei na faculdade minha vida ficou uma loucura e eu estava com bloqueio para complicar a situação ;-;
Bem...Sem mais delongas, espero que gostem ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/513389/chapter/3

Alice abriu os olhos sentindo a cabeça latejar. Sua visão estava turva e tremia com o ar gélido que soprava em seu pequeno corpo. Um cheiro forte e enjoativo a fez espirrar, fazendo sua cabeça doesse ainda mais. Tentou respirar algumas vezes, conseguindo diminuir sua frequência cardíaca, que parecia gritar sua posição para qualquer um que estivesse no recinto. Usou a mão direita para se apoiar no chão e levantar, mas antes que pudesse, sentiu a mão queimar. Lembrou-se das plantas carnívoras de que fugira e depois os carecas que a encontraram.

“Eles me trouxeram para cá.” Concluiu em pensamentos.

Levantou com o apoio da outra mão e apertou os olhos, tentando acostumar-se com a escuridão que a cercava. Aventurou-se a dar um passo a frente e sentiu o chão balançar levemente, soltando um pequeno rangido. Após tatear a garota constatou que estava presa em uma espécie de gaiola. Como não conseguia enxergar um palmo a frente de seu nariz, achou melhor esperar que alguém iluminasse o ambiente, não conseguiria escapar na escuridão.

“Talvez eu já esteja morta. E isto deve ser o inferno.” Pensou sentindo uma lágrima se formar no canto de seu olho.

— Olá, Alice. — Uma porta se abriu e a luz vermelha cegou a garota momentaneamente. Quando seus olhos se acostumaram à claridade rubra, viu os dois gêmeos carecas parados a alguns metros de si, ao lado da porta. — Já faz um tempo. — continuou o homem da esquerda.

“Meu inferno particular.” Concluiu ao perceber que ele a conhecia.

O careca da direita foi até uma mesa de metal e largou o facão ensanguentado sobre os panos, que já deveriam ter sido brancos, ao lado de vários outros instrumentos cortantes. Alice parecia já ter visto uma mesa como aquela antes, mas sua memória teimava em falhar.

— Quem é você? — questionou a menina.

— Eu sou Tweedledee e ele é o Tweedledum.

— Ao contrário, eu sou Tweedledum e ele é o Tweedledee. — rebateu o da direita.

— Nós somos os carniceiros da Rainha.

— Rainha Vitória?

— Rainha vermelha! Eu disse que ela não era Alice. — resmungou Tweedledum.

— Ela é ela. Só não se lembra desse lugar, ela sempre esquece. Pedaço de gente inútil. — grunhiu o outro em resposta. — Acho que devíamos fazê-la relembrar. — disse abrindo um sorriso e revelando seus dentes afiados.

Tweedledum arrancou uma pequena chave que estava pendurada em seu pescoço e foi em direção à menina, abrindo a gaiola e agarrando-a com uma mão.

— Me solta! — gritou Alice.

— Havia esquecido o quando você era insuportável! — Tweedledee bradou arrancando-a da mão do outro. — Cale-se!

O bafo horrendo do careca a fez calar. Quando mais ele falava, mais saliva ia parar no rosto da menina.

Ele a colocou sobre os panos, amarrando seus braços e pés em cordas que estavam presas à mesa.

— Por favor. — a menina sussurrou sem forças. Estava desistindo de lutar, seu corpo estava dolorido e ela estava presa naquele lugar insano. Não sabia como fugir e não tinha ninguém para socorrê-la.

Tweedledee olhou-a, furioso, e tapou a boca de Alice com um pedaço de pano sujo de sangue, o que fez a garota quase vomitar, mas se manteve firme. Ele pegou um alicate da mesa e ergue-o no ar acima de sua cabeça, admirando-o brilhar. O outro pegou o mesmo facão, que havia largado poucos minutos antes, e começou a afiá-lo com um sorriso sinistro no rosto. Quando terminou, repousou-o ao lado da menina e alcançou uma seringa que continha um líquido verde. Era uma agulha fina, mas extremamente comprida. Ele agarrou um dos braços da menina e sorriu para ela:

— Vamos brincar. — disse atravessando o braço da garota com a imensa agulha, fazendo-a chorar de dor. Imediatamente ela começou a crescer e somente quando ela voltou ao seu tamanho normal, Tweedledum finalmente retirou a seringa de seu braço, fazendo-a suspirar, momentaneamente aliviada.

Tweedledee acariciou a menina com o alicate, parando sobre o pequeno buraco que sangrava e pressionou o objeto para baixo, arrancando mais lágrimas de Alice. Satisfeito, continuou o trajeto parando no dedo anelar da garota e o colocou entre os dentes do alicate. Fechou com força o objeto e continuou a apertar, vendo o dedo de Alice assumir uma cor vermelha e depois roxa. Apertou com mais força e a menina achou que fosse desmaiar de dor, mas antes que isso acontecesse ela ouviu um estralo. Ele havia quebrado seu dedo.

Os dois começaram a gargalhar. Permaneceram rindo por alguns minutos, como se aquilo fosse a piada mais mortiferamente engraçada que já ouviram. Alice mexeu os braços, tentando se desvencilhar das cordas apertadas que cortavam sua pele. Quando um dos carecas foi lhe dar um tapa de repreensão uma voz a fez parar no ar. As vozes se duplicaram e foram aumentando de volume.

— Cubra a menina! — ordenou Tweedledee.

O outro jogou um lençol que estava no chão, sobre ela e Alice os ouviu sair da sala, fechando a porta atrás de si. Aproveitou para tentar se soltar, mas os nós estavam muito apertados e a garota não sabia como faria para escapar daquela situação. A adrenalina começou a subir e ela se viu livre da dor por alguns minutos.

A porta rangeu abrindo-se, mas o ambiente permaneceu mergulhado no silêncio. De repente o lençol foi puxado, revelando seu corpo para o pequeno ser que lhe encarava de olhos esbugalhados.

“Mr. Habbit!” Pensou.

O estranho coelhinho parecia ter sofrido maus bocados. Estava sujo, coberto de lama e sangue e lhe faltava uma das orelhas. Algumas partes de seu pequeno paletó estavam rasgadas e seu rabo estava um pouco descosturado.

— Estou atrasado! Onde está? — disse colocando as patinhas sobre a menina, provocando-lhe cócegas. Alcançou os bolsos do vestido de Alice e notou que estavam vazias. — Essa não. — lamentou-se.

A menina tentou pedir ajuda, mas apenas sons saíam de sua boca tapada. Ela começou a se mover violentamente fazendo o coelhinho pular para trás.

— Tudo bem! Eu vou te soltar! Mas terá de prometer que devolverá meu relógio quando encontrá-lo. — determinou juntando as sobrancelhas, com ar de seriedade.

A menina concordou com a cabeça, desesperada.

— Temos que sair antes que voltem. A patrulha da rainha os está interrogando. — avisou enquanto desamarrava Alice com dificuldade.

Quando a menina se viu livre das cordas pulou da cama com cuidado e seguiu o coelho que apontava o caminho. Ele a levou até os fundos do cômodo, mostrando o pequeno buraco de rato no canto esquerdo, e deu-lhe um pequeno cogumelo verde, que ela engoliu sem pestanejar. Ele fez o mesmo. Logo os dois estavam minúsculos e conseguiram atravessar o buraco, chegando do outro lado.

Entraram em uma espécie de cozinha. Havia um grande armário velho no canto, uma de suas portas pendia e revelava seu interior. Eram vários frascos de vidro com temperos e membros de animais dissecados. Alice arquejou, tapando a boca com as mãos impedindo que qualquer som saísse.

No centro da cozinha havia um imenso caldeirão vazio e a sua frente uma pia. As lajotas estavam saindo do lugar, como se tudo estivesse podre e do teto pingava água suja. Andaram até a pia e a escalaram com dificuldade. Quando alcançaram o topo o coelho andou até o centro e disse:

— Pule.

E desapareceu no ralo.

Duas baratas saíram dali, mas a menina julgou que era melhor entrar ali do que ser torturada novamente pelos gêmeos. Fechou os olhos e, prendendo a respiração, saltou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários são sempre bem-vindos *O* Eu não mordo :3 ~ A não ser que você queira kkkk
Desculpem os erros e obrigada por ler o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hell of Wonderland" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.