O Mundo de Narem escrita por Beatriz Rozeno


Capítulo 10
Sonho Azul


Notas iniciais do capítulo

Capítulo entregue na segunda!! Como prometi. Bem, essa semana, terei minhas provas. Então, infelizmente, o próximo capítulo só será postado na sexta :(
Mas, enfim, tenham uma ótima leitura!



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– Está vendo aquelas duas estrelas ali? – perguntou Miguel.

– Miguel... Estou vendo centenas de estrelas! Como vou saber de qual está falando?

Os dois amigos estavam deitados no macio gramado do monte que eles denominaram “Sonho Azul”. Observando atentamente as estrelas que brilhavam como nunca nos céus. Já haviam se passado quase quatro anos desde os últimos acontecimentos em Narem. Eles agora tinham 18 anos. O garoto continuava magrelo como sempre foi. Enquanto os outros garotos ganhavam massa corpórea, Miguel não engordava sequer um quilo. Mas, havia crescido absurdamente nos últimos anos. Estava agora com 1,85m. Diferentemente de Sofia, que ainda possuía seus míseros 1,65m. Seus cabelos haviam crescido um pouco, juntamente com suas bochechas, que agora pareciam mais fofinhas e rosadas. Apesar das diferenças e mudanças, os dois persistiam em manter aquele mesmo jeitinho de crianças de 12 anos...

– Aquelas duas... As mais brilhantes. Elas representam Castor e Pollux, e eles, juntos, formam a constelação de Gêmeos, juntamente com outras pequenas estrelas.

– E você sabe por que esses gêmeos ganharam uma constelação? – perguntou Sofia.

– Ah sim... Conheço a história deles. Os dois são filhos de Zeus e de Leda. Castor era um excelente cavalheiro, e Pollux um verdadeiro guerreiro. Certa vez, os dois entraram em uma briga com outros dois rapazes, por causa de duas moças que já estavam prometidas. Acontece que Castor morreu na batalha, e Pollux tentou se matar para juntar-se ao irmão. Só que ele era imortal... – explicou ele.

– E por isso o ato deles foi imortalizado nos céus. Não foi?

– Exatamente! Só que existem muitas outras suposições para a formação da constelação. Alguns acreditam que, na verdade, os dois sejam Apolo, o brilho e a luz, e Hércules, a força e a coragem. E os egípcios acreditam que seja o deus Hórus. Um é o deus Hórus menor e o outro é o Deus Hórus maior.

– Não sabia que entendia tanto de astronomia! – exclamou Sofia.

– Nem eu...

Os dois trocaram um sorriso. Estavam ali a bastante tempo, e a preguiça não os deixava levantar para ir embora para casa.

– Vamos antes que a gente crie raízes aqui – disse Sofia.

Miguel levantou-se logo atrás dela. Chamaram Sammy, o sábio, e seguiram para casa.

– Finalmente amanhã é sábado. Poderemos ir visitar a Lydia. O que acha? – perguntou Miguel.

–E uma boa idéia. Já que só podemos visitá-los nos finais de semana...

Sofia não deixava de ter razão. Os dois estavam nos últimos anos da escola, haviam agora muito mais responsabilidade, mal tinham tempo para visitar os amigos em Narem. Até mesmo o pequeno duende ficava entediado por não poder sair com os donos para visitar o Mundo de Narem. Chegaram em frente à casa de Sofia. Deram um breve adeus, e Miguel seguiu para casa, que era perto do local.

No dia seguinte, Miguel apanhou Sofia na casa dela e os dois andaram cuidadosamente até Narem. Uma tremenda alegria espalhou-se por Narem quando os três chegaram. Bem... menos da parte dos duendes, é claro.

– Como andam as coisas por aqui? – perguntou Sofia.

– Tudo muito bem. Seria melhor se vocês nos visitassem mais vezes – disse o centauro Lecos.

– Queríamos muito ter mais tempo. Sinto muito – disse Miguel.

– O que importa é que continuam vindo aqui, não esquecem dos amigos! – exclamou Lydia.

– Jamais deixaríamos vocês! – afirmou Sofia.

Miguel percebeu um pequeno duende ao lado deles, que não parava de resmungar xingamentos a eles.

– Pode parar com isso, Aaron! Você ainda nos deve uma! – disse ele.

O pequenino deus às costas e seguiu para sua pequena casinha, ainda resmungando blasfêmias aos dois.

– E como vão as coisas por lá? – perguntou Lydia.

– Indo bem... Quer dizer, um pouco. Estamos cheios de atividades e provas pra estudar – choramingou Sofia.

– Sei que deve ser difícil. Mas, não esqueçam, se precisarem, de qualquer coisa, venham aqui conosco. Talvez possamos ajudar – disse o centauro.

– Obrigado Lecos... Mas acredito que não será preciso – afirmou Miguel.

– E... Lydia... Nenhum problema né? Quero dizer, com elas...

Lydia parou por um momento, parecia refletir.

– Não! Não se preocupem, estamos seguros. Reforçamos o campo de força, como fazemos todas as semanas. Elas nunca mais irão nos perturbar...

Sofia e Miguel pareceram relaxados e satisfeitos com a notícia. Não queriam uma nova batalha contra Naomi e seu exército de fadinhas loucas e carnívoras. Uma coisa que nunca aceitaram, foi o silêncio de Lydia. A rainha recusava contar sua história, recusava admitir que ela e Naomi eram irmãs. Mas, todos sabiam que eram sim, irmãs. E irmãs gêmeas, que acabaram seguindo para lados extremamente diferentes. Não sabiam mais do que isso... Mas, isso era o que menos importava. Pelo menos as fadas não atacariam mais.

No caminho de volta pra casa, Sofia e Miguel relembram aquilo que os vinha angustiado desde o mês anterior: o baile de formatura.

– E você vai por baile? – perguntou ela.

– Talvez... Eu não sei. Quem sabe? E você, vai?

– Também não sei...

Uma repentina idéia passou pela cabeça de Miguel. Por que não? Os dois poderiam ir juntos, eram amigos e conseguiriam se suportar por duas horas no baile. Mas, por algum motivo, essa idéia parecia absurda. Estavam ali, apenas os dois, deveria convidá-la. Mas e se ela disser não? O que eu faço? Pensou ele.

Caminharam e caminharam. A pergunta ainda presa na garganta de Miguel. Conforme iam andando, Sofia parecia enfraquecer o passo. Queria atrasar a chegada até em casa. Por fim, alcançaram a casa de Sofia. Miguel não conseguira pronunciar mais uma palavra sequer. Deveria ser agora... Nada. Ele deu um adeus e foi pra casa. Sofia o viu ir embora, devagar e silenciosamente. A dúvida martelava a cabeça de Miguel. Mal ele sabia que Sofia estava disposta a aceitar ir ao baile de formatura com ele.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam, está bem?
Nos vemos no próximo! Até!