Flynn foi junto com Rapunzel para a casa de Jack, fazia 2 semanas que ele não ia para a faculdade e que ele não respondia suas ligações ou participava do treino do time de futebol.

Jack estava sentado no sofá da sala, enrolado em cobertores.

– Você não me dá escolhas, Jack, ai vai. – Flynn fez um beicinho para ele – Não sei o que há de errado, o beicinho sempre funciona.

– Ele nunca funcionou. – A namorada falou tirando sarro.

– Só mais uma vez. – E com mais uma tentativa ele não conseguiu nada, aquilo era triste. Punzie encostou no ombro do namorado, o fazendo voltar-se para ela.

– Você precisa de um toque feminino. – ela falou com um sorriso de deboche no rosto. – Olhe e aprenda.

Flynn cruzou os braços e buffou, o que pode ser mais incrível que o beicinho? Por favor, nada.

– Ok, eu vou com vocês.

– Como?

– Toque feminino. – Punzie falou cutucando o peito do garoto com o dedo.

Flynn contou tudo que sabia para o amigo, e acredite, Flynn sabia muito. Foi difícil para Jack conseguir formular as ideias, era tudo tão surreal, mas a viagem de carro ajudou.

– Como você sabe disso? – Jack perguntou, tentando fazer sua mente aceitar o fato.

– Meu pai é o médico da Tooth.

– Eu meio que sei aonde a Tooth trabalha. Eu só estou fazendo isso por que acho que ela está agindo como idiota. – Punzie falou enquanto indicava o caminho para Flynn seguir, o único problema de Punzie guiar era que ela informava para virar à direita, quando você já estava passando por ela.

– Como você descobriu? – Jack falou agarrando-se no banco.

– Na verdade, fui eu, mas isso é outra história. – Flynn falou enquanto virava o volante de forma violenta. A curva brusca fez Jack ser jogado de um lado para o outro.

– Mais algumas curvas e alguns Jacks voando e ali estavam.

– É ali! – A loira apontou para um OUTBACK.

– Pelo menos não é nenhum trabalho sujo. – Flynn falou tentando animar Jack, ele até tentou forçar um sorriso, mas o moreno recebeu uma cotovelada no fígado da namorada.

– Vamos indo – Punzie empurrou Jack para ir na frente enquanto encarava Flynn com raiva. – Sério?

Não tinha fila, então eles entraram lá dentro sem problemas. Eles se sentaram e olhara o cardápio, não demorou muito para alguém vir atendê-los.

– Olá, sou o Dilan, vou ser o atendente de vocês hoje. – O rapaz falou sorridente.

– Apreciamos isso Dilan, mas você poderia chamar a Toothiana? Somos amigos. – A loira falou sem prolongar a conversa.

– Claro, só um minuto.

E realmente levou um minuto.

– Oi – O rosto da Tooth ficou paralisado quando ela notou os amigos. – Vocês gostariam de fazer o pedido? – ela falou tentando retomar a compostura.

– Eu quero as fritas e a cebola, estou com fome. Ah, viemos aqui para resolver as coisas, não vamos sair daqui até lá.

– Tooth. – Jack falou em um suspiro.

Toothiana olhou para os lados e depois agarrou o pulso de Jack, puxando-o.

– Para os fundos, agora. – Eles passaram pelas mesas com pressa indo em direção ao fundo do restaurante – Dilan, você pode atender aquela mesa de antes, obrigada, tchau.

Eles entraram em uma sala pequena, mas vazia, talvez ali fosse onde eles se trocavam, mas Jack não se importou muito com o lugar.

– Você não acha que eu mereço uma explicação? A verdade? – Jack estava irritado, ele só queria algumas respostas, mas as suposições em sua cabeça começaram a trabalhar. – Você não responde minhas mensagens, minhas ligações. Você está saindo com seu ex?

– O que?! Eu não estou saindo com meu ex.

– Você me disse que nunca tinha namorado ninguém antes.

– Droga. – A boca de Jack se transformou em um perfeito “o”. – Você quer a verdade? Ótimo. Digamos que você não foi o meu primeiro.

– Não to gostando desse assunto.

– Só não conte para ninguém. – Jack balançou a cabeça em afirmação e Tooth prosseguiu – Eu e a Punzie já namoramos. – O rosto de Tooth se transformou em vermelho no mesmo instante.

– Sério?

– Sério!

– Uou...

– Você está imaginando, não é?

– Mas é claro, minha namorada é lésbica.

– Eu era lésbica!

Os dois riram com aquilo.

Jack se aproximou de Tooth e segurou sua mão, transformando todo clima em algo sério.

– Você não é assim, eu te conheço bem.

– Eu estou morrendo. – A garota falou enquanto virava o rosto.

– E eu também! Eu mal consigo dormir, não saiu de casa, eu só consigo pensar em você. Eu te amo! – A mão de Jack foi em direção ao rosto da morena, acariciando a bochecha e depois foi para o queixo, levantando o rosto dela para que ele pudesse olhá-lo. – Eu te amo.

– Isso é egoísmo. – Ela falou tentando desviar o olhar, mas cada vez que o rosto de Jack se aproximava ela voltava a olhar o garoto e ele estava se aproximando lentamente.

– Seja egoísta! – Ele a beijou o mais calmamente possível, esperando alguma resposta, qualquer uma, mas ela não lhe deu, mas também não se debateu. As lágrimas escorreram pelo rosto de Jack.

Toothiana olhou o albino chorar, seu coração foi estraçalhado pela cena, ela não conseguia mais mentir para si mesma.

– Eu te amo, jack, só me dê mais tempo.

– Eu não sei se eu consigo esperar.

– Por favor.

Ele a silenciou com mais um beijo, e dessa vez ela o correspondeu, os sons que suas bocas faziam eram abafados pela música e pelo barulho do lugar, mas era perfeito, ele daria tudo para continuar com ela, mas ele tinha que parar, tinha que acabar com aquele momento, lentamente ele foi se separando do beijo, a encarando, fintando aqueles incríveis olhos. Jack se virou com receio de nunca mais ver aqueles olhos, mas ele tinha que fazer.

Ele andou em direção a porta e encostou a mão na maçaneta.

– Só espere por mim também. – Jack falou sem se virar, soluçando um pouco, e depois saiu pela porta.

O alivio no coração de Tooth foi tão grande que ela se sentia mais viva do que nunca, ela queria correr para os braços de Jack, abraça-lo, beija-lo, mas ela já tinha tomado sua decisão, as lágrimas escorriam por suas bochechas e o sorriso não conseguia desaparecer de seu rosto, ela riu, ele conseguia mexer tanto com ela, mas ela também.

Aquele foi a primeira vez em semanas que Merida e Hiccup viram o Albino sorrir.