500 Days of (Fa)Berry escrita por Mr Brightside


Capítulo 3
1


Notas iniciais do capítulo

Quem não gosta do primeiro dia? Pois bem, espero que gostem do capítulo. E novamente, qualquer erro gramatical, prometo corrigir logo, logo. Estou com sono, então, não revisei.



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— Ela é uma puta. — Santana disse mais uma vez, deveria ser a quarta desde que deixamos a aula de geografia II com a senhorita Doosenbury. Ela estava irritada, como já era de imaginar. E por Deus, ela realmente achava que ninguém havia procurado mesmo a tradução daquela palavra no google translate? Até eu fiz isso, já que nem o Sr. Schue preferiu revelar o significado quando aquele cara afetado o perguntou sobre. De qualquer forma, não precisava ser um gênio para saber que “puta” não era nenhum elogio. Mesmo em espanhol.

— Acho que ela deve ter escutado dessa vez. — Falei quando paramos em frente ao meu armário e coloquei meus livros dentro dele. Não tinha tanta certeza, levando em conta que quando saímos ela estava conversando com o Noah sobre sua nota baixa, então, possivelmente ela nem estava prestando atenção. Porém, como Santana havia praticamente gritado para qualquer um, não se sabia.

— Como se eu me importasse, Q. — Ela falou enfiando a prova com a nota vermelha dentro da mochila customizada das Cheerios. — E se quer saber, quero mais que escute. Aquela velha arrogante! Ah, como eu a detesto. E quando a treinadora descobrir? Dios mío, ela vai tentar arrancar meu fígado, como prometeu naquela palestra da quarta passada. Além de me chutar, claro. Maravilha!

Ri com o comentário. Não sei se tinha segurança por ser a cabeça da equipe, mas no fim, a treinadora Sylvester não me assustava tanto. Certo, algumas vezes ela realmente tentava impor medo a qualquer custo, e isso obviamente afetava algumas garotas. Porém, não era nada que interferisse na minha vida. A treinadora era uma mulher autoritária, e por incrível que pudesse parecer, ela só queria o melhor para a equipe. Eu ela tínhamos algo. Talvez um tipo de empatia. Coisa que nem a Frannie teve, na época em que usava aquele mesmo uniforme que agora cobria meu corpo, porque lembro perfeitamente bem das suas reclamações sobre a “Suezebu”. E além do mais, Santana estava sendo precipitada. Se até a Brittany conseguia permanecer no time, independente das suas notas cada vez mais catastróficas, por que logo ela levaria um chute? Não era novidade que nós, Cheerios, tínhamos privilégios diante dos demais. E ter “ajudinhas” para recuperar notas era uma delas. Foi o que disse enquanto caminhávamos em direção à nossa próxima aula, economia doméstica, com a senhora Hagberg; e até que Santana parecia mais conformada.

Encontramos com Brittany quando Santana deu uma pausa para ir ao banheiro. Ela foi junta, ambas estavam em perfeita sintonia naquela manhã, e a Lopez parecia bastante interessada em saber como foi a aula de educação especial com a Mrs. Penkala. Resolvi ficar do lado de fora, e assim aproveitei para organizar os livros que estavam pesando em minhas mãos. Há duas semanas havia efetuado o empréstimo de “The Perks of Being a Wallflower” na biblioteca do colégio, e deveria entrega-lo naquele dia. Sim, me certifiquei que era naquele dia, “19 de maio” estava escrito com uma letra bastante desenhada em uma planilha anexada na contracapa interna do livro. Quando o peguei pela primeira vez, não estava colocando tanta fé, já que havia sido um dos livros opcionais recomendados nas aulas de literatura. Contudo, o li em menos de dois dias. Devorei-o do começo ao fim! Teria feito isso antes, se os treinos não ocupassem tanto do meu tempo. Acho que posso classifica-lo como um dos meus livros favoritos hoje. Foi o que fiz na minha conta do Goodreads, ao menos. De certa forma, me identifiquei com o Charlie. Fiz uma linha de conexão também com os personagens e meus amigos e familiares porque, bem, é uma mania que tenho. Não sei o motivo. Mas desde criança faço isso. Talvez porque gostaria de tornar minha vida um pouquinho mais atraente. O único problema foi pensar em alguém que seria a Sam. Assim, preferi imaginar que seria alguém que eu ainda iria conhecer. E isso me animou um pouco. Não sei, mas sempre fico ansiosa em pensar que meu verdadeiro amor está por aí, nesse mesmo instante, apenas esperando que o universo seja legal e nos coloque no mesmo caminho.

—... Nem me diga, Britt-Britt. Ela foi uma vadia e tanto. — Revirei meus olhos. Tenho a impressão que Santana não iria parar de falar daquilo nunca mais. Por isso, preferi deixar que as duas fossem na frente, enquanto eu ia um pouco mais atrás, pensando. Será que eu poderia ser presa ou no mínimo rastreada se tentasse escolher alguém aleatoriamente e passar a enviar cartas anônimas falando sobre o meu dia?

Até que aconteceu. Continuávamos caminhando na direção da sala de economia doméstica, os livros estavam pressionados contra o meu peito, quando a vi. Seus passos eram firmes, ao mesmo tempo, porém, possuíam uma leveza indescritível. Ela parecia andar em um perfeito slow-motion na vida real. Seu cabelo era de um castanho chocolate escuro que lhe caia em cascata por trás do ombro, e combinava perfeitamente bem com sua pele naquele tom caramelo que mais parecia ter sido cuidadosamente escolhido em uma paleta de cores célica por Deus. Suas roupas não falavam muito sobre si, eram básicas, se você desconsiderar a clara combinação do suéter amarelo canário com as listinhas no topo das meias. Ela era diferente. Tão diferente que, por dois segundo, perdi meu fôlego e gostaria de ter corrido até ela, esbarrado nas minhas amigas e dito “Por favor, venha comigo, não quero que essa escola horrível acabe te maltratando por sua individualidade”. Claramente, eu não fiz realmente isso. Uma vez, assisti “Big Fish”, do Tim Burton; e foi inevitável não me recordar daquele trecho em que o personagem do Ewan McGregor diz que, quando conhecemos o amor das nossas vida, o tempo para. O que eu deveria concordar, ainda que preferisse ver mais como uma câmera lenta. Porém, o que não falam, é que quando o tempo volta a correr novamente, tudo passa rápido demais, e você não consegue acompanhá-lo. Dupla verdade, porque quando me dei conta, ela já havia sumido diante daquela multidão de alunos. Até tentei procurá-la antes de entrar de sala, mas nada similar à um suéter amarelo surgiu em meu campo de visão. Santana já acenava freneticamente detrás da minha mesa, então fiquei sem escolha, se não de deixar pra lá e ir me sentar. Mrs. Hagberg entrou em sala logo em seguida. Ela parecia bem-humorada. Ouvi dizer que ela estava perto de se aposentar. Talvez fosse isso.

— Bom dia, queridos. Espero que estejam todos bem acomodados, porque temos uma lon... — Ouvi quando alguém bateu na porta, interrompendo nossa professora, e consecutivamente minha leitura de um bilhetinho que Santana havia acabado de passar com “Você já reparou na roupa da Cohen-Chang?”. Levantei meus olhos na direção da porta, assim como a maioria ali. Era ela. Arrumei minha postura na cadeira. O amarelo canário novamente tomou meu fôlego.

— Oh, entre, querida. Você deve ser a aluna que o Figgins comentou conosco mais cedo. Pois bem, querida, apresente-se para o restante da classe.

Ela entrou em sala com os mesmos passos seguros que esbanjou no corredor. Em uma das mãos reconheci aquela velha ficha de horários que todos os novatos recebiam quando tinham seu primeiro dia. Era algo como um “Por favor, não seja um perdedor até no seu primeiro dia”. Quando se colocou em frente ao quadro negro, ela jogou o cabelo para trás do ombro, e pareceu me olhar bem nos olhos. Na verdade, acho que ela olhou nos olhos de todos ali, porque ninguém falou nada, ou sequer respirou. Era como se uma bomba estivesse prestes a explodir. A bomba amarelo canário.

— Olá, meu nome é Rachel Berry. Tenho 17 anos, e sim, sou a novata por aqui.

Algumas pessoas riram com sua espontaneidade. Então ela sorriu em resposta, e Deus, era perfeito. Hagberg fez algumas outras perguntas, como por exemplo, de onde ela havia sido transferida, quais eram suas matérias favoritas, ou seja, o básico para qualquer aluno novo em sua classe. Por fim, ela pediu para que Rachel fosse sentar em alguma bancada desocupado, e desejei mais do que nunca que fosse a minha, porém, notei que Brett estava lá. Céus, o cara era o maior chapado da escola, e vivia gazeando aulas. Logo hoje ele decidiu se esforçar em aprender a fazer finanças domésticas? Não, não era justo. Droga, universo. Virei-me entregando o papelzinho em resposta para Santana, e por poucos segundo, cruzei meus olhos com o seu.

Aquilo era mesmo possível?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Comentário são sempre apreciadíssimos.



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