Like Ghosts In Snow escrita por Drunk Senpai


Capítulo 14
Kiss Me




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/513148/chapter/14

Ichigo estava no mínimo perplexo. Vampiros? Do que ela estava falando? Estava brincando? Só podia estar!

–Vampiros?- Perguntou deixando que toda sua descrença transparecesse. - Tá me zoando né? - Rukia, contudo, não mudou a expressão séria que tinha ao lhe dizer isso.

–De forma alguma.

–Vampiros? - Ele repetiu.- Como nos filmes e séries de TV? - Seu tom ainda não havia mudado também, como ela podia querer que ele acreditasse nessa loucura?

–Claro que não, não seja ridículo. - Ela comentou aborrecida.- Não sei se esse seria o termo, mas achei que seria mais fácil para você entender dessa forma. - Ela respirou fundo enquanto se preparava para continuar. - Esses... monstros, se alimentam não só do sangue das pessoas, eles podem também roubar suas almas. Eles não morrem nem brilham sob o sol. Na verdade, o sol pode os enfraquecer, mas só a lamina de um caçador – como a minha, pode destruí-los de verdade. - Ela prosseguia falando e Ichigo passou a ouví-la atentamente, afinal, nunca a vira tão séria antes. Rukia continuou. - Eles também podem se alimentar da comida mundana – apesar de não lhes servir de nada, e podem ver seu reflexo no espelho, por isso são tão difíceis de descobrir. São mais fortes que humanos, obviamente, e sua força pode crescer ao depender da qualidade de sua alimentação. São ágeis, têm velocidade, e é claro, não envelhecem. - Ichigo ficou em silêncio enquanto tentava absorver todas aquelas informações. Olhou-a outra vez, Rukia estava lhe dizendo a verdade, ele só não sabia se de fato seria capaz de acreditar. Era tudo tão surreal. - Bom, agora você já sabe.- Ela disse e suspirou. - E por isso, acredito que vai entender quando eu te disser para de forma alguma tentar fazer uma besteira tão grande quanto a que fez na noite passada. - Sobre o que ela estava... Ah sim, claro, sobre como ele se machucou tentando protegê-la. - O que você fez foi... irresponsável. Você podia estar morto agora. - Ela disse ainda em tom sério e repreensivo.

–Não me venha com essa.- Ichigo disse simplesmente. - Ta tentando dar uma de madura e responsável, mas precisa saber que apesar de você ser a “caçadora toda poderosa”, não quer dizer que eu vá ficar de braços cruzados vendo você ou qualquer um se machucar... eu não fiz dessa vez, não vou fazer da próxima. - Disse decidido. Rukia irritou-se.

–O que? Você não entendeu ainda? Por um passo errado você podia nem mais estar aqui! - Ela explodiu.- Eu não preciso que me proteja, essa é a minha obrigação, eu é que devo proteger as pessoas, lutar contra eles é minha responsabilidade, minha escolha!

–E como você acha que eu me sentiria se algo acontecesse com você porque eu não fiz nada? - Ichigo também já não podia se conter. Ela simplesmente não conseguia entender?

–E como você acha que eu me senti quando de fato aconteceu com você?- Ela disse ainda brava, mas com dor em sua voz. Ichigo não sabia o que dizer.

Ela estava certa... estava certa, mas isso não mudava a forma como ele se sentia, ele jamais pensaria em agir de outra forma, mesmo sabendo que não teria chances contra aquelas coisas, mesmo sabendo que não podia lutar de igual para igual com eles, ele não podia imaginar uma realidade onde Rukia estivesse arriscando sua vida em batalhas e ele simplesmente não fazer nada, era impossível.

–Eu não posso permitir que você volte a arriscar sua vida por minha causa.-Ichigo respirou fundo ao ouvir suas palavras enquanto pensava na única solução.

–Então me ensina a lutar contra eles.

***

[...]And your heart's against my chest, your lips pressed in my neck
I'm falling for your eyes, but they don't know me yet...

Seus olhos pareciam aprisiona-la, quando voltou-se para ele. O que estava de errado? Porque ele lhe estava olhando daquela forma? Sentiu um frio na barriga ao deixar-se imaginar a resposta. Mas não podia ser... certo?

Orihime podia literalmente sentir seu próprio coração bater tão forte, tão rápido, quando ele aproximou-se e tocou seu rosto. Seus olhos pareciam tentar lê-la, e ela não podia evitar senão desejar saber tudo que se passava em sua mente naquele momento.

Seu toque era suave e sua proximidade a fazia sentir outra vez – como naquela tarde, tão segura, como se não houvessem dúvidas, e ainda assim, confinada e sem que sequer uma parte de si desejasse escapar.

E ela relaxou. Acariciou seu rosto de volta e quando suas testas se encostaram, fechou seus olhos. Aquele momento era tão precioso, como se estivessem conectados de alguma forma. Ela podia sentir sua respiração, o calor que ele exalava e ainda a cautela que tinha em cada movimento. E então quando seus lábios se encontraram, o mundo à seu redor parecia ter deixado de existir, nem mesmo as gotas de chuva podiam ser ouvidas, e ela não se importava.

Ela agora sentia o sabor amargo do café em seus lábios. Orihime não lembrava a ultima vez que esta bebida lhe fizera sentir tão bem, ou quando lhe pareceu tão doce. Seu coração estava acelerado e sentia um frio na barriga só em pensar no quão impulsiva estava agindo, e ainda como tudo nele parecia lhe consumir por completo.

Quando afastaram-se outra vez, ela encontrou seus olhos. Ele lhe observava com tanta ternura, e a fazia perder o folego, ao mesmo tempo.

Naquele momento já não importavam suas duvidas, suas contradições, as confusões de seus sentimentos. Mesmo que não soubesse ao certo definir o que sentia por ele, sabia apenas que era incontrolável, absoluto, irremediável. Quanto mais pensava sobre isso, melhor conseguia relacioná-lo à chuva. Não uma chuva fria como a que despencava tão violentamente ao lado de fora, mas como uma chuva que precipita-se no verão, num fim de tarde com gotas mornas, refrescantes que parecem revitalizar tudo por onde passa... Era o que ele agora representava para ela.

Como poderia sequer pensar em afastar-se dele? Não conseguiria, mesmo que tentasse. Havia em seu coração um calor que a fazia sentir tão segura, lhe deixava ainda mais certa de que naquele momento, não havia nada mais com que se preocupar.

Sentia como se sua mente estivesse em branco. Se beijaram mais algumas vezes e a ternura começava a crescer para luxuria. Como podia evitar? Toda a atração que já sentia, parecia agora estar agora transbordando. Queria seu corpo mais perto do dela, queria seus beijos que cobrissem sua pele, não podia, nem queria deter-se.

Ele acariciou suas madeixas e desceu até sua cintura, trouxe-a pra perto. Sua respiração começava a ficar ofegante enquanto os beijos dele agora iam além de em seus lábios. Orihime sentiu-se arrepiar quando ele agora aproximava-se de seu pescoço e distribuía pequenos beijos e caricias com seus lábios, tão quentes, tão macios.

Ele ergueu seu olhar para ela, como se perguntasse sem palavras, se deveria continuar. Não precisavam de palavras, não precisava sequer pensar tanto no assunto, a resposta tornou-se clara quando ela o olhou nos olhos, e então em resposta, suavemente tomou seus lábios e beijou-o lentamente, carinhosamente afagando o seu tão sedoso cabelo negro, deixando que soubesse que ela sentia o mesmo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Trecho da musica: "E seu coração contra meu peito, seus lábios pressionados em meu pescoço... Estou me apaixonando por seus olhos, mas eles não me conhecem ainda..." - "Kiss Me" - Ed Sheeran
Espero que tenham gostado!
Até o próximo!
Beijos ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Like Ghosts In Snow" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.