The Four Kingdoms escrita por starqueen


Capítulo 9
Capítulo 9 - A Garota que Não Sabia o Seu Nome.


Notas iniciais do capítulo

PREPAREM O CORAÇÃO PESSOAS, É SÉRIO AHSAHSUAHSUAS



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Então eu dei o toque final.

Eu não era nenhuma expert em maquiagem — até porque antes de três horas, eu não tinha nenhuma noção disso —, mas talvez não esteja tão ruim quanto eu imaginei.

Eu dei dois passos para trás, observando a “obra prima” que eu mesma havia feito em Matthew. Depois de passar minutos observando o que eu havia feito em Matthew, eu pude concluir que eu era uma péssima em moda. Muito péssima.

Dava vontade enorme de rir do resultado. Ele usava uma peruca loira e bem lisa, um vestido roxo — foi praticamente impossível achar um vestido que desse nele — e um salto alto preto — foi mais impossível ainda achar um salto do tamanho do pé dele, e ainda foi mais impossível ensiná-lo a andar de salto, já que nem eu sei —, e com aquela maquiagem dava na combinação mais ridiculamente engraçada do mundo. Se eu fosse um vampiro gay, eu não iria pra cima do Matthew, eu ia rir eternamente da cara dele.

A maquiagem nele estava mais do que ridícula, o que me fez perceber que eu não tenho nenhuma noção de maquiagem. O batom era um vermelho bem forte, as sombras nos seus olhos eram roxas, mas eu havia passado de uma maneira tão terrível que ele parecia ter levado um soco na cara. O blush — ou sei lá o que o nome — na sua bochecha era uma mistura mal feita com vermelho e rosa claro, e eu nem vou repetir que era ridiculamente hilário. O contorno preto nos seus olhos — eu não faço ideia do nome real disso — era absurdamente negro e forte — o que me fez lembrar que para conseguir passar isso nele foi uma missão quase impossível —, e em algumas partes parecia até meio borrado. Os seus cílios estavam enormes. Eu nem quero descrever mais. Matt estava mais gay que o Justin Bieber em uma parada gay dançando Lady Gaga juntamente com seus amigos rappers.

Não ria, não ria, não ria, eu repetia mentalmente para mim mesma.

Ele se virou, olhando para o espelho do banheiro. Em questão de segundos, a sua expressão não era nada feliz.

— Sam! — ele quase gritou. — O que diabos você fez comigo?!

— Voz fina, Drag Queen. — disse. — Quantas vezes eu vou repetir isso?

Ele bufou de raiva.

— Isso é ridículo! — ele disse. — Você ao menos deveria ter uma noção de maquiagem.

— Você deveria ter uma noção de ser uma Drag Queen que preste. — disse. — Voz fina, postura ereta e um sorriso sedutor. Quantas vezes eu vou repetir isso?

Ele revirou os olhos.

— Olhe, hoje você deu em cima de mim, roubou meu moletom...

— Eu não dei em cima de você, e eu devolvi o seu moletom! — me defendi.

— Você só me devolveu o moletom porque eu ameacei gritar no meio do shopping para os nossos “fãs” que você era uma doida varrida. — ele disse. — Não se lembra?

Aham, claro, os “fãs”.

A primeira coisa que eu tenho que dizer caso você comece um namoro falso na mídia ou até vire uma espécie de subcelebridade é o seguinte: “fãs” são terríveis. A maioria são um bando de garotas de uns onze ou doze anos completamente piradas que não parecem ter nenhuma vida social, e giram em torno da sua. O resto eram caras um pouco mais velhos — e novos— do que eu que pareciam querer se casar comigo. Acreditem, eu e Matthew fomos entrando em uma loja de sapatos e um bando desses “fãs” nos pararam começando a fazer inúmeras perguntas. Cara, aquilo foi de longe uma coisa assustadoramente desconfortável. Elas sempre ficavam falando “Ah, vocês dois são tão fofos” “Eu posso levar o Matt pra casa?” “Eu amo vocês dois!” “Vocês são lindos!” “Sam, você é demais!”. Não que eu tenha nada contra isso, é que era estranho e eu até sentia uma pitada de pena por estar enganando eles. Mas, se eles eram assim só com esse namoro, eu nem quero imaginar quando inventarem aquela história de que eu estou grávida. Seria um inferno.

— Eu ia te devolver o moletom de qualquer jeito. — disse. — E eu comprei roupa de cima no Shopping.

— E como sempre, tinha que ser uma regata e um sutiã branco. — ele comentou. — Sério, Watters, a sua falta de criatividade para roupa é incrível.

Eu ia dar um soco nessa bicha.

— Cale a sua boca, Drag Queen. — disse. — Cadê a voz fina?

— Aqui. — ele mostrou o dedo do meio.

— Nossa, Drag Queen, você é bem rebelde. — disse com sarcasmo. — Acho que os homens devem adorar isso.

Se Matthew fosse uma bomba, ele iria explodir naquela hora.

— Se eu pudesse, eu te matava, garota da água. — ele disse irritado.

— Culpe Helena, a ideia do plano não foi minha. — disse. — Agora vamos sair daqui, já passou das dez horas.

Matthew não respondeu nada — talvez porque ele estivesse muito puto, quer dizer, muito puta com isso — e me seguiu, saindo do banheiro. Mas antes que pudéssemos sair do quarto e ir para o bar vampírico, Aaron Night, o suposto “lobo solitário” estava juntamente de uma garota ruiva. Eles estavam sentados na cama.

Aquela cena não era lá tão normal. Tipo, você sai do banheiro com uma Drag Queen, e quando menos espera, Aaron Night está sentado na cama com uma garota ruiva. E ambos parecem ter o mesmo tipo de olhar.

— Aaron? — perguntei.

Ele a garota se viraram, olhando para eu e Mat... Ops, Drag Queen.

Os dois se levantaram da cama, e eu pude ver a garota segurando um riso, enquanto nos observa da cabeça aos pés.

— Essa é a minha irmã, Scarlett. — Aaron apresentou a garota. — E esses são, Sam Watters e Matthew Summers, dois dos quatro dominadores. — Aaron nos apresentou a ela.

Ela era mais jovem que Aaron e parecia ter uns vinte e dois anos, talvez vinte e três. Sua pele era apenas um pouquinho mais clara que o de Aaron, mas não tanto assim. Seu cabelo ruivo e liso era um pouco curto e tinha uma franja não tão grande. Os olhos dela eram bem negros, exatamente iguais aos de Aaron, como se não houvesse nenhuma diferença. Scarlett era bem baixinha, talvez uns seis ou sete centímetros mais baixa que eu. Diferente de Aaron, ela parecia ter uma expressão gentil, era difícil explicar, mas ela parecia ser uma pessoa bem mais amigável que o irmão.

— É incrível conhecer vocês dois. — ela disse dando um sorriso amigável — ou talvez tentando segurar o riso com a presença da garota em chamas, Matthew Summers.

— Então... — eu dizia. — Por que chamou ela?

— Scarlett é uma agente da Roux. — disse Aaron. — Ela é perfeita em batalha e tem armas incríveis, talvez ela possa nos ajudar.

— Ela trouxe armas? — perguntou Matt.

— Por que ele está, hã, vestido assim? — Scarlett perguntou.

— Ele é gay. — respondi. — Você sabe, ele se aceitou há pouco tempo e está finalmente sendo quem é.

Matthew quase me matou.

— Ela está mentindo. — respondeu Matthew. — É uma parte do plano estúpida. E eu não sou gay.

Scarlett parecia fazer toda a força do mundo para não rir.

— Certo, eu entendi. — ela disse, ainda segurando o riso. — Eu trouxe armas.

Ela foi até algumas bolsas — que eu só percebi agora que estavam ali — e com toda a pressa do mundo, ela as abriu, tirando algumas armas extremamente letais de dentro. Havia tantos tipos de armas diferentes que eu nem poderia descrevê-las direito sem ser algo completamente chato.

— Wow. — disse Matthew, olhando as armas.

— Sam, eu ouvi falar do seu histórico, então eu trouxe uma especial para você. — ela tirou uma espada não tão longa, mas era muito incrível. Então ela jogou a espada em minha direção, e sem pensar, eu consegui a pegar, como se fosse uma espécie de reflexo. — É uma espada japonesa, parecia com a que você usava na Área 51, mas eu creio que sirva para você.

— Nossa... — murmurei, olhando para a espada. A lâmina dela até tinha um reflexo da luz, o que era perfeito. — Obrigada.

— Você não precisa agradecer, isso não passa do meu trabalho. — ela disse. — E para o dominador de fogo... — ela virou o olhar para a Drag Queen. — Pegue.

Ela jogou dois revólveres na direção da Drag Queen, que em um movimento rápido os pegou, o que me fez questionar realmente se ela tinha reflexos. Eu ouvi ela murmurar um: “Wow” ao fazer aquilo.

— Eu não sabia qual arma o dominador de fogo usava, mas eu acho que talvez você possa se virar com isso. — dizia Scarlett, tirando dois revólveres da bolsa. — Esses dois são meus. Feitos especialmente para vampiros. — ela deu um sorrisinho por final.

— Vamos. — disse Aaron. — O resto devem estar nos esperando.

Nós quatro não falamos mais nada após disso, saímos do Hotel — conhecido regionalmente como “buraco do inferno” —, e fomos em passos extremamente rápidos até o bar “vampírico”. Eu não fazia a mínima ideia do que me esperava lá, e pelo o visto, eu deveria me arrepender disso mais tarde.

O bar estava aberto — se você fosse um humano normal, o véu que os vampiros modificaram iria parecer que não tinha ninguém lá —, e Helena, Travis, Noah e Bennett estavam lá, nos esperando. Travis estava com um smartphone na mão, parecendo acabar de hackear alguns vampiros, enquanto Helena e Bennett conversavam e Noah ficava quieto, olhando literalmente para o nada.

— Estão prontos? — Noah perguntou, olhando para nós.

— Sim. — respondeu Aaron. — Completamente prontos.

Nenhum dos quatro pareceu estranhar Scarlett, talvez Aaron tivesse a apresentado antes para eles.

— Finalmente. — disse Bennett, rapidamente olhou para Matthew e começou a rir, junto com Helena e Travis.

— Eu não mereço isso. — murmurou Matthew. — Cadê o respeito de vocês? Isso é preconceito.

— Acabou de admitir que é gay. — eu disse segurando o riso.

— Não. — disse Matthew.

— Sim. — disse.

— Aceite logo quem você é, Matt. — disse Helena entre risos. — Nós não temos nenhum preconceito.

— É, garota em chamas, não tem problema nenhum em você ser gay. — eu disse rindo.

— Vão se foder. — disse Matthew.

— Ainda é uma bicha rebelde. — disse rindo.

— Nossa Matthew, você é super rebelde, cara. — disse Travis rindo.

— Eu não sei se os crianções perceberam, mas temos um plano completamente perigoso para fazer, sabem? — disse Aaron. — E ficar rindo de um idiota não ajuda muito.

Então nós paramos de rir — mesmo que fosse meio difícil —, e voltamos a nos concentrar no plano super “sério”. A Drag Queen foi a primeira a entrar no bar, e em uma facilidade total, os seguranças a deixaram entrar. Agora a segunda parte era com Travis. Ele tinha o smartphone na mão e parecia esperar com toda a atenção do mundo.

— Já está pronto? — Noah perguntou.

— Não. — Travis respondeu. — Os celulares deles ainda estão em grande movimentação. Temos que esperar mais.

— Quanto tempo temos que esperar? — perguntou Helena. — Eles vão nos notar.

— Não me diga. — Travis respondeu com sarcasmo, então mexeu um pouco no smartphone, com uma expressão meio nervosa. Alguns minutos depois, a sua expressão mudou. — Consegui. Vocês já podem invadir.

Não falamos mais nada, e fomos andando em lados diferentes. Scarlett foi na frente juntamente com Helena e Bennett, que pareciam estar na parte mais de ataque. Noah foi juntamente com Aaron, andando como se fossem humanos normais e completamente inocentes do que estava acontecendo. Eu estava armada com a minha espada, andando lentamente atrás deles e atenta a qualquer movimento.

Não havia muitas pessoas na rua, até porque já era quase onze horas e aquela rua era de um bairro pobre, então nenhuma pessoa comum parecia notar que estávamos ali. Nenhum de nós tinha algum contato com o véu, então, caso algum humano comum nos visse, provavelmente ele iria achar que éramos um bando de malucos — e de fato, éramos.

Cada um de nós foi para um lado diferente. Noah e Aaron foram para os arredores, procurando uma maneira de entrar sem que praticamente ninguém notasse os dois. Helena, Bennett e Scarlett invadiram pela a entrada normal, rapidamente atacando todos os vampiros ali, causando um grande confronto no primeiro instante. Travis usou a sua dominação de ar e voou até a cobertura do pequeno edifício de um andar, ficando escondido lá, com o smartphone. E por fim, eu entrei lá de “fininho”, enquanto Helena, Scarlett e Bennett lutavam de uma maneira perfeitamente ótima com os vampiros.

Como Big J me falou, havia uma passagem secreta em um dos corredores, que ficava em um canto bem escondido do bar. Havia inúmeras bebidas — já que quase todos os australianos tinham que ser uns malucos viciados em bebidas, os vampiros principalmente — jogadas no chão, sem falar que tinha muito sangue também. Não era uma cena bonita. Mas eu consegui me concentrar e ignorar isso, abrindo a suposta passagem.

Era um interruptor de luz, e era bem fácil transformá-lo em uma passagem — a não ser que você não seja nenhum ser sobrenatural e não tenha uma força fora do comum —, era só você usar a sua força para quebra-lo, que automaticamente um buraco se abria abaixo de você. Não era uma boa ideia para uma passagem, mas eu nem preferi pensar nisso naquela hora.

Assim que o buraco se abriu, eu não tive nem um segundo para pensar: “Ei, eu estou caindo!”, foi tudo tão rápido que não deu tempo para pensar em nada. Nem foram segundos, pareciam mais milésimos.

Eu caí em uma sala enorme, exatamente igual as dos The Owners quando eu estava em Los Angeles. A diferença, é que ela estava bem clara, e completamente lotada de vampiros.

Eu aumentei a potência da minha audição e nenhum coração batia ali, era algo mais do que assustador. Normalmente, o som dos corações batendo era uma coisa extremamente irritante, dava um ódio maior do que o normal. Mas naquele instante, eu pude perceber que a ausência de um coração batendo um até o som de alguém respirando era algo perfeito, e ao mesmo tempo, algo muito assustador.

Não demorou nem um minuto para que todos os vampiros ali percebessem a minha presença. Como um reflexo completamente automático deles, todos presentes ali mostraram duas presas assustadoras e seus olhos ganharam um brilho completamente sombrio. Eu me preparei com a minha espada e abri um sorriso sarcástico no rosto, não daria nem cinco minutos para que todos ali tivessem conhecido a morte verdadeira por minha causa.

— Alguém aqui quer o meu sangue perfeitamente delicioso? — os provoquei.

Então todos os vampiros foram para cima de mim.

Eu dei um super pulo, e naquele instante, o tempo parecia passar bem devagar para mim, como tudo fosse em câmera lenta. Eu tinha um plano. Talvez o plano mais provocativo de todos os tempos, mas ainda assim, eu ainda tinha um plano quase que perfeito.

Com a espada, eu cortei propositalmente a minha mão, saindo sangue. A ideia não era despertar a adrenalina no meu corpo — afinal, ela iria acontecer de qualquer jeito —, e sim provocar os vampiros, já que modéstia à parte, meu sangue é incrivelmente bom para eles.

— Vamos lá! — os provoquei ainda mais. — Venham beber meu sangue?

Inúmeros vampiros vieram para cima de mim, mas eu me desviava perfeitamente de todos ali. Meus reflexos nunca estiveram tão bem quanto hoje. Eu me lembro de arrancar a cabeça de todos os vampiros que passavam por mim, e nenhum deles conseguia ao menos chegar perto da minha mão que estava sangrando. Em toda a minha vida, eu nunca fui tão rápida assim.

Um monte de vampiros sedentos de sangue vinham para cima de mim, com toda a força e velocidade que vocês poderiam imaginar. Eu mal tinha tempo de pensar em alguma coisa, eu apenas desviava e decapitava as suas cabeças em um único e rápido golpe. Eu nem via seus rostos direito. Eu só era guiada pelos sons das cabeças caindo no sangue, e os corpos deles rapidamente se decompondo no chão, como se fosse o filme de terror mais perfeito de todos os tempos para mim.

E em questão de minutos, toda aquela multidão estava morta, no chão, e seus corpos estavam virando apenas sangue. Por um minuto eu me questionei se os vampiros realmente eram tão fortes, pareciam morrer mais rápido do que humanos comuns.

E no final da sala enorme, estava um trono dourado. Nele estava sentado um homem familiar, que iniciou uma salva de palmas extremamente sarcásticas, abrindo um sorriso sarcástico também.

— Parabéns. — ele continuava batendo palmas. — Você é pior do que pensei.

Aquela voz era extremamente familiar.

Era Hector Kitter. E eu havia sonhado com ele antes sem nem saber. Mas, desta vez, eu via seu rosto perfeitamente.

Ele era extremamente pálido. Não um pálido “normal”, mas a sua pele estava tão pálida que chegava até a ser meio azulada, de uma maneira mais do que assustadora para mim. Eu jamais havia visto em toda a minha vidinha inútil uma pessoa tão pálida desse jeito, parecia até uma cena de um filme de terror não tão bom. Seus olhos eram castanhos, como qualquer outra pessoa e seu cabelo também era castanho e curto. Seus lábios faziam um sorriso completamente sarcástico, mostrando as suas presas de vampiro. Ele parecia doentio. Ele usava uma roupa um pouco formal, parecia formal, exceto pelo o fato de que ela estava manchada de sangue. E de uma certa maneira, aquele olhar e maneira doentia que ele tinha me fez lembrar de mim, o que não foi algo nada bom.

Eu senti uma onda de medo percorrer no meu corpo, mas eu tentei ignorar, por mais que eu quase nunca sinta medo.

Eu me mantive forte.

— Hector Kitter. — disse secamente, dando alguns passos na direção do trono. Eu evitei olhar nos olhos dele.

— Sam Watters. — ele disse meu nome, com a voz seca também. — O que lhe traz aqui?

Ele me perguntar o que eu fazia aqui era mais do que idiota.

— Você sabe. — disse. — Eu quero o meu irmão.

Ele deu uma risadinha sarcástica.

— Christopher Watters? — ele perguntou e eu assenti. E ele forçou mais uma gargalhada completamente sarcástica e doentia. — O irmão que você tanto “ama”?

— O que quer dizer com isso? — perguntei fria, evitando demonstrar qualquer tipo de sentimento.

— Você mentiu para o seu querido irmão, Sam Watters. — ele disse. — Não sente culpa?

— Eu não sei do que você está falando.

— Seu coração acelerou, Sam Watters. — Hector disse. — Você está mentindo. E muito. Você acha mesmo que eu não sei?

— De quê? — eu perguntei, tentando acalmar o meu coração e respiração. — Eu não entendo!

Ele riu sarcasticamente.

— Sério mesmo, Watters? — ele disse. — E o seu pai? Sua mãe? Sua irmã? Devo-lhe lembrar que você foi incrível matando a sua família. Completamente gential.

— Eu não fiz isso. — menti.

— Você fez de uma maneira incrível para uma criança de oito anos, devo admitir. — disse Hector. — Eu sempre esperei por esse dia, Sam Watters. O dia de ver um dominador de água que preste, e aqui estou, depois de milênios a procura.

Milênios... Ele deve ser bem velho.

— O que você quer comigo? — perguntei, com os dentes cerrados.

— Nada. — respondeu Hector. — Eu quero que você apenas abra os seus olhos e veja quem realmente diz a verdade.

— Um vampiro louco como você diz a verdade? — disse. — Então eu prefiro a mentira.

Ele forçou mais outra risada. Era assustador.

— Se aproxime de mim, jovem dominadora. — ele me chamou. — Eu preciso lhe mostrar uma coisa.

Inicialmente, eu hesitei, achando que ele iria para cima de mim e beber meu sangue. Mas depois de alguns longos minutos pensando, eu dei alguns passos lentos em direção dele, me culpando mentalmente por isso. Ele era bem velho e também poderia ser mil vezes mais forte que um vampiro comum... Talvez eu não possa me salvar dele.

— Ótimo. — ele disse.

Eu ouvi um som e rapidamente me virei, vendo Matthew cair no chão. Travis, ao seu lado, pousou levemente no chão, usando a sua incrível dominação de ar. Eles entraram na passagem que eu deixei aberta.

— Outros dominadores? — disse Hector. — Incrível.

Eu vi Matthew preparando uma bola de fogo para jogar em Hector Kitter, mas eu rapidamente gritei:

— Não! — gritei. — Não vamos ataca-lo. Por favor, fiquem aí. Parados.

Matthew murmurou alguns xingamentos, mas Travis pareceu fazê-lo acalmar um pouco e até convencê-lo de não fazer nada. Ele bufou e ficou quieto, observando.

— Voltando ao assunto... — disse Hector. — Veja com os seus próprios olhos, Sam Watters. Veja o que eu criei.

Eu não fazia ideia do que iria acontecer, então eu me preparei para o pior.

Mas nem o pior chegava perto disso.

Em passos lentos e completamente torturantes, a pior coisa de toda a minha vida vinha em minha direção. Depois de alguns minutos completamente torturantes, eu pude finalmente ver o que era.

Hector matou a minha única família.

Chris estava na minha frente, e em toda a minha vida, eu pude vê-lo com um olhar completamente frio e triste. Seu coração não batia e eu não conseguia ouvir a sua respiração. Eu senti um ódio percorrer o meu corpo todo, e pela a primeira vez na minha vida, o meu sangue estava fervendo. Ele... Ele não poderia ter feito aquilo. Eu preferia que ele matasse o meu irmão de verdade do que fazer uma coisa dessas.

— Você me chamou, pai? — perguntou Chris a Hector Kitter, e a sua voz... Ela soava de uma maneira completamente diferente. Como se outra pessoa tomasse controle dele.

— Sim. — Hector virou seu olhar a mim. — Está vendo a sua irmã?

— Estou. — Chris disse com raiva, e mostrando as suas presas de vampiro. — Eu devo matar essa mentirosa?

— Ainda não. — sorriu Hector.

— Seu filho da puta... — murmurei. — Você matou meu irmão!

— Ele escolheu isso, jovem assassina. — disse Hector. — Eu apenas mostrei a verdade ao seu irmão.

— Foi você! — disse Chris, quase gritando. — Você matou a nossa família!

Eu me segurei.

Seja forte, pensei.

— Por favor, me desculpe... — murmurei. — Você não entende.

Ele quase ia me matando ali.

— Se segure, Christopher. — disse Hector. — Você é ainda muito jovem, tem apenas horas de vida após a morte.

— O cheiro do sangue desses dominadores é perfeito. — disse Chris. — Eu quero provar.

— Você vai esperar. — disse Hector.

— Então era isso o que você quer? — disse, irritada. — Você matou meu irmão!

— Você matou os meus vampiros e mesmo assim eu não estou irritadinho. — disse Hector. — Você tem duas escolhas: eu liberto o seu irmão para matar e ser morto a qualquer hora, ou... — ele deu uma pausa, dando um sorrisinho sarcástico. — Ou você me dá o seu sangue.

— Como? — eu perguntei, cheia de raiva. — Eu não vou fazer isso, seu...

— Seu irmão tem apenas quatro horas de vida como um vampiro, Watters. Se eu soltá-lo, vai matar inúmeros mortais e será morto em menos de um dia. Ele não se sabe controlar ainda, mas eu prometo que caso você me dê o seu sangue agora, eu cuidarei dele jamais deixarei ele conhecer a morte de verdade. O que acha?

Ele me encurralou.

Se soltasse Chris agora, ele iria para cima de mim, Matthew ou Travis sem pensar. E eu não poderia matar ele. Eu jamais iria me deixar fazer isso de novo, e não importe a circunstância, eu não quero perde-lo de novo. Eu jamais iria me perdoar, mesmo que ele mesmo queira me matar e beber o meu sangue.

Eu estava com tantas emoções naquela hora que nem pensei direito.

— Beba meu sangue. — falei, consumida por emoções. — E deixe ele viver aqui em paz. Ensine-o a se controlar.

Hector sorriu.

— Ajoelhe-se, Sam Watters. — ele ordenou.

Se não estivéssemos em uma situação e se eu não transpirasse emoções, eu mandaria ele se foder e ir para o inferno beijar um demônio. Mas eu tive que obedecer, por mais que odiasse aquilo.

Eu me ajoelhei. Eu ouvi Matt gritando para que eu não fizesse isso, mas ignorei.

— Perfeito. — murmurou Hector, dando alguns passos em minha direção.

Então eu senti a pior dor do mundo.

As suas presas rapidamente entraram no meu pescoço, gerando a pior dor que eu senti em toda a minha vida. Era terrível. Ele sugava o sangue com tanta rapidez que eu não pude evitar de gritar o mais alto que podia de tanta dor que eu sentia. Por mais que eu tenha passado por inúmeras coisas em toda a minha vida, e sentido todos os tipos de dor, esse de longe, era o pior. Era bem comum as mulheres reclamarem pela a dor do parto ou os homens reclamarem do “chute no saco”, mas eu estava com toda a certeza do mundo que aquilo era terrível. Os piores minutos de toda a minha vida.

Eu sentia o sangue indo embora, e cada vez eu ficava mais fraca. Eu pude até sentir uma parte de mim se esvair para o nada, por mais estranho que pareça.

E ele parou.

— Ótimo. — murmurou. — Eu amo sangues puros. — então deu uma pausa. — É meia noite, Sam Watters. Feliz aniversário de dezessete anos.

Então a sala se encheu de vampiros. Por volta de uns trezentos... Talvez mais, eu sou terrível com números ou estimativas.

Aaron estava certo. Era uma armadilha.

As últimas coisas que eu me lembro antes de desmaiar foram corpos caindo no chão e eu sendo carregada por alguém.

Ponto de Vista do Matthew.

E lá estava eu, correndo com uma Sam desmaiada nos meus braços em uma cidade que eu não conhecia nada.

Depois do Chris se declarar um vampiro, sermos pegos em uma armadilha e eu descobrir que hoje é o aniversário da Sam, Travis foi a luta, nocauteando inúmeros vampiros. Eu entrei em chamas, queimando um monte deles, mas Sam desmaiou. Eu não tive nenhuma escolha que não fosse carrega-la — se não, um monte de vampiros iriam matá-la naquela hora —, e aqui estou, completamente perdido no meio de Sydney em um país completamente diferente do meu. O sotaque daqui era diferente, as coisas eram diferentes, então eu não fazia a mínima ideia do que fazer.

Eu estava sem a peruca, sem o salto, minha maquiagem estava completamente borrada e o meu vestido havia ido para o Irã sem ter nenhuma volta. É, eu estava apenas de cueca com uma cara de cu no meio da rua com carregando uma garota desmaiada nos meus braços. Isso não parecia ser uma coisa muito boa.

E para a minha salvação — ou não —, Sam começou a abrir os olhos lentamente.

Eu parei de correr e fiquei parado, olhando para ela.

— Sam. — disse. — Você está bem?

Ela me olhou com uma cara de que não entendia nada.

— Hã? — ela perguntou.

— Sam, você está bem? — repeti a pergunta. — Hector bebeu muito sangue seu.

— Quem é Sam? — ela perguntou. — O que está...

Não. Ela não poderia ficar de brincadeira nessa hora.

— É sério. — falei. — Você desmaiou lá!

Ela parecia ter uma expressão tipo uma interrogação.

— Eu não entendi. — ela respondeu. — O que está acontecendo?

— Sem brincadeiras, Sam! — disse. — Estamos em uma situação séria.

— Quem é Sam?! — ela perguntou. — Eu não... Eu não entendo nada!

Então foi aí que eu comecei a entrar em pânico.

— Espere... — pensei. — Qual é o seu nome?

— Eu não sei. — ela disse. — Eu não me lembro de nada.

Eu pensei que ia ter um ataque do coração ali mesmo.

Ela não sabia o seu próprio nome. A mordida de Hector Kitter havia... Roubado a sua memória.


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Notas finais do capítulo

PESSOAL, CAPÍTULO HIIIIIIIIIPER LONGO, PLMDS GENT D: Primeira vez na vida que eu passo de 4k de palavras, wow '-'

SAM SE FODEU AHSUAHSUASHUASHUAHSUASHU Eu esperei a minha vida todinha para escrever isso, é sério, me julguem u.u

ENFIM, comentem aê ;)