Take me Back escrita por Sky Hope


Capítulo 16
Capítulo 13 - Bad Dream


Notas iniciais do capítulo

Então gente...
Estou aqui trazendo mais um capítulo para vocês e vou pedir mais uma vez que me perdoem.
Esse capítulo é mais para vocês matarem a saudade, e agora eu queria dizer que vou começar a postar semanalmente. Depois, quando eu me organizar um pouquinho mais, postarei com mais frequencia.
Obrigada a todo mundo que me apoiou, estou aqui por causa de vocês!
Bom, espero que gostem!
Até as notas finais! Boa leitura!



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P.O.V Damon

Ela corria pela campina escura.

Os cabelos cacheados e negros balançavam com o movimento dos pés descalços, e estava vestida com um vestido branco que contrastava com a paisagem negra e fria.

Cada célula do meu corpo queria gritar para que ela parasse, avisá-la do perigo que aguardava no final daquela campina.

Mas era como se minha boca estivesse cheia de areia e minhas pernas revestidas em cimento. Não podia proferir uma palavra, muito menos me mexer.

Uma sombra escura perseguia a garota. Havia algo maligno ali, mas para meu desespero, ela continuava não percebendo nada. Corria como uma criança, sem imaginar o que a aguardava.

Me debati em agonia, tentando de algum jeito poupá-la daquele destino para qual estava se encaminhando, mas era inútil.

Como em todas as outras vezes, ela estava em perigo e eu não podia fazer nada.

E então aconteceu. A sombra alcançou seu corpo delineado e com um grito angustiante, ela parou de correr e caiu no chão.

Gritei com toda a força que possuía e me libertei daquela “prisão”. A minha voz e movimentos haviam voltado e corri até a garota.

Estava ciente do que aconteceria em seguida. Toda vez era daquele jeito. Tomaria o corpo frágil e debilitado nos braços, ela diria que me amava com uma voz igualmente fraca e depois daria o último suspiro, informando-me que eu havia falhado mais uma vez.

Mas dessa vez, foi diferente.

Antes que pudesse chegar ao corpo, fui interrompido por um homem, que me segurou firmemente pelos ombros.

– Pai? – minha voz tremeu, confusa.

– Você pode evitar isso Damon. Sabe que pode.

A raiva tomou conta de mim. Eu até podia me sentir culpado, mas também sabia que não era o único responsável por aquela morte. O homem parado ali na minha frente fora a principal causa de tudo aquilo.

– Saia da minha frente!

Empurrei-o com força e alcancei a garota, tomando-a suavemente nos braços e afastando o cabelo sedoso do rosto delicado.

Abafei outro grito.

– O q... que?

– Você pode evitar isso, Damon. É só não se apaixonar outra vez. – A voz do meu pai ribombava nos meus ouvidos, suas palavras penetrando como navalhas em meu coração.

A garota que eu segurava não era aquela com quem sempre compartilhava esse pesadelo. Quem estava ali, com o rosto branco e belo descansando no sono da morte em meus braços era nada mais, nada menos que...

Elena.

– Não!

Acordei com um sobressalto, respirando forte em busca de oxigênio. Meu corpo chacoalhava em calafrios e estava coberto de suor.

Acalme-se Damon. Tudo não passou de um sonho.

Mas aquilo não era bem verdade.

Eu sabia muito bem o motivo que era atormentado por aqueles sonhos perturbadores. Culpa, desespero, saudade. Tudo isso gerava terrores noturnos, que sempre terminavam em despertares violentos e desagradáveis.

Mas daquela vez, o sonho mudara. E a principal razão de ele ter acontecido fora medo. Medo de falhar. Medo de colocar Elena em perigo.

Medo de me apaixonar e acabar sozinho mais uma vez.

Mas eu não deixaria que isso acontecesse. Elena e o país ficariam seguros e eu não faria nenhuma ligação com aquele lugar, ou com alguém dele.

Aquela era minha segunda noite ali, e tinha que admitir que nunca me senti tão à vontade em um lugar como me sentia naquele antes. Era como se estivesse voltado a ser um adolescente normal.

Mas a verdade é que não era, e aquele terror noturno me mostrara isso. Não estava ali para realizar o sonho de ser um dançarino famoso nem para conhecer a garota dos meus sonhos. Eu estava apenas interpretando um personagem, sendo um ator.

Na verdade, estava ali para coletar informações e proteger Elena. Eu já tinha os suspeitos e já tinha a confiança da garota.

O que me faltava era autocontrole para não me apaixonar por ela e por tudo a perder. Como na última vez.

.........................................

P.O.V Caroline

– Elena! Cadê meu cobertor?

Parei de mexer no armário do enorme quarto inteiramente decorado em branco e azul celeste para encarar minha amiga, buscando a resposta.

– Se não está ai, deve estar no quarto do Klaus, na terceira gaveta da cômoda à esquerda. Foi mal, acho que Dorothea pode ter confundido os quartos na hora de guardá-lo. Ela é nova aqui, começou a faxina na semana passada – explicou Elena, encolhendo os ombros, mas sem nem mesmo olhar na minha direção. Estava ocupada demais fazendo uma seleção de músicas para sua coreografia.

Rumei a saída do quarto da Elena e fui em direção ao do Klaus, tentando não pensar na possibilidade de meu cobertor ter sido usado pelo coreógrafo. Se isso havia acontecido, nunca mais conseguiria dormir com ele sem ter sonhos nada comportados.

Ainda pensava nisso quando me deparei com a porta do quarto fechada. Que ótimo, com a barulheira das músicas da Elena no quarto, nem havíamos notado que Klaus estava ali.

Olhei em volta, tentando analisar minhas opções. Era uma noite de fim de verão atipicamente fria e Elena e eu iríamos acampar do chão da sala de TV. Se fosse dividir um cobertor com minha amiga, acordaria sem nada, apenas com frio e um resfriado.

Inspirei fundo e soltei o ar devagar.

Vamos lá Caroline, bata na porta, peça o cobertor e saia. Bate, pede e sai. Bate, pede e...

– Caroline?

A porta a minha frente foi escancarada e Klaus apareceu, vestido apenas com um jeans, o que me permitia ter a visão completa do seu abdômen musculoso e bem definido.

Engoli em seco, obrigando-me a tirar os meus olhos dali e mirar os de Klaus.

– Oi! Eu só... é... estava querendo saber se...

– Se poderia passar a noite comigo? – Klaus lançou-me um olhar nada apropriado para as circunstâncias.

Senti o rosto queimar e olhei para baixo, na expectativa de não demonstrar meu embaraço.

Foco Caroline. Ele é o tio da sua melhor amiga.

– Klaus, você não pode dar em cima de mim dessa maneira. – Juntei toda minha coragem e encarei-o, articulando cada palavra pausadamente, porém firme.

Mas todos os meus esforços para permanecer impassível diante do charme do loiro foram em vão. Klaus se aproximou, eliminando qualquer distância entre nós, e me puxou para seu quarto, fechando a porta e me prendendo contra ela.

Prendi o ar, totalmente zonza com o perfume que aquele homem exalava.

– Qual é o problema love?

– Você sabe qual é. – balbuciei, ainda ofegante – Sou praticamente da família. Não vai poder me afastar depois de conseguir o que quer de mim, como faz com todas as outras. – encarei-o com mais firmeza desta vez. Sim, ele era um gato, mas também era um aproveitador, galinha e esmagador de corações. Eu não queria mais esse drama para a minha vida, muito obrigada. – Me solte.

Um lampejo passou por aqueles olhos verdes e Klaus me largou, andando para o outro lado do quarto.

– Caroline, me desculpe. Você é amiga da Elena e... Não sei o que deu em mim. É que... eu nunca passei tanto tempo com alguém da sua idade sem... – deu uma risadinha curta – Você sabe.

Assenti levemente.

– Tudo bem. Sem problemas. – voltei o olhar para o chão. Toda aquela confiança que me invadira momentos atrás se fora na mesma rapidez que viera. Estava tentando convencer a mim mesma que afastar Klaus foi a coisa certa a fazer. Ele era meu coreógrafo. E tio da Elena.

Mas meu corpo pensava ao contrário, e como um castigo, minhas bochechas não paravam de ruborizar.

– Vim aqui atrás do meu cobertor. Elena disse que a nova empregada pode ter guardado por acidente.

– Claro. – Klaus caminhou até a cômoda e tirou de uma das gavetas meu cobertor roxo e felpudo, que eu ganhara de aniversário do meu pai, a última lembrança boa que eu guardava daquele homem. Havia ganho o presente dele meses antes de mamãe morrer e ele se tornar um alcoólatra.

Mesmo ressentida com tudo que meu pai fizera comigo nos últimos quatro anos, eu guardava o cobertor e dormia com ele em noites especiais, como a noite do pijama das meninas, que eu e Elena fazíamos todo mês. Era uma forma de confortar a mim mesma, tentando substituir as imagens horrorosas de meu pai deitado no chão da cozinha chorando e bebendo pela minha mãe pelas imagens dele me ensinando a andar de bicicleta.

“Confia em mim Car. Se você cair, eu sempre estarei aqui para te ajudar a levantar!”

Pisquei afastando as lágrimas e segurei o cobertor com as duas mãos, fazendo o possível para não deixar transparecer meu tremor.

– Obrigada.

– Ei... Você está legal?

Balancei a cabeça em afirmativa e forcei o sorriso mais radiante que consegui.

– Ótima.

Klaus também sorriu, e abriu a porta para mim.

– Foi uma honra recebê-la em meu quarto, Senhorita Forbes.

Dei uma risada fraca e sai dali com passos largos.

“O que passou, passou Caroline. Siga em frente.”

Era fácil falar, difícil fazer. Mas eu estava tentando. Deus sabia como eu estava.

.................................................

O.V Elena

Chequei a tela do celular só mais uma vez, antes de desistir por completo e arremessá-lo na cama. Não sabia o motivo de estar tão inconformada; se Damon não queria responder as minhas mensagens, tudo bem.

Só que aquilo não fazia o menor sentido. E também não estava nada bem.

O fato era que ontem a noite e nessa manhã, Damon era uma pessoa. Mas depois que Jeremy apareceu, ele se transformou em outra totalmente diferente.

Não havia falado mais do que o necessário comigo pelo restante do dia, fugiu dos cumprimentos animados da Caroline e não parava de tentar esconder o pulso durante todo o tempo em que Jeremy estava perto.

Havia alguma coisa errada ali. Eu podia sentir.

Meu celular vibrou e eu saltei para checá-lo, torcendo para que fosse Damon com uma resposta para todas as minhas dúvidas.

Mas era uma mensagem de um número desconhecido. Li, reli e tornei a ler, finalmente chegando a conclusão que era uma brincadeira de mau gosto ou um engano.

A mensagem dizia:

“Vida longa a líder! (Mas é uma pena que você nunca chegará a ser uma)”

Bufei, jogando o celular novamente para o lado e voltando minha atenção para a tela do computador e para minhas músicas.

...............................................

O.V Klaus

Assim que a loira saiu do meu quarto, liguei para Jeremy.

– Está feito. Implantei o dispositivo na Caroline. Foi muito mais fácil do que eu previa. Prendi a garota contra a porta e ela ficou tão abalada que nem sentiu a pequena pressão que fiz em seu braço.

Jeremy deu uma gargalhada nervosa.

– Você tem certeza que isso é necessário? Marcar todos os próximos da Elena? Somente sua sobrinha não é o suficiente?

– Não posso arriscar perdê-la agora. Você sabe para quem o garoto trabalha não sabe? – o silêncio que Jeremy fez era afirmativo – Pois então. Todo cuidado é pouco. Amanhã quero que a Elena fique com você o dia todo e também que fique de olho nos dois juntos, ligue-me a qualquer sinal de interesse da parte dela. Pretendo confrontar Damon e fazê-lo desistir antes que Elena se envolva demais. O esquema é o mesmo. E as regras também continuam. Minha sobrinha não sabe de nada e continuará assim até a segunda ordem.

– Entendido.

– Consiga os passaportes o mais rápido que puder. Quero sair do país com Elena logo, mas a Interpol está barrando meus documentos. Quanto mais cedo providenciar os documentos falsos, mais rápido sairemos do país. Conto com você Jeremy, não me desaponte.

– Entendido, Senhor. Não irei desapontá-lo, tem a minha palavra. – pausa – E... senhor? O que acontece se o garoto resistir?

Dei um sorriso perverso e apertei o telefone contra a orelha.

– Digamos que... coisas ruins acontecem com quem não segue ordens superiores. – caminhei até o frigobar ao lado da cama e abri uma cerveja, dando um longo gole. -Vida longa aos líderes, meu caro Jeremy, é o que eu digo.


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Notas finais do capítulo

Eae gente? Gostaram?
Comentem, favoritem e recomendem! Eu sei que não estou merecendo muito não mas... Já pedi desculpas.
Espero mto mesmo que me perdoem
Xoxo
Sky Hope