Death Note: Os Sucessores - Caso Especial escrita por Nael


Capítulo 5
Parte 5: Armadilha – Perca todo o seu dinheiro


Notas iniciais do capítulo

Os mistérios sobre o sequestro de Annie começam a ser revelados.
Os perigos aumentam, os inimigos atacam, os lados colidem e o jogo tem uma reviravolta.
Estaria Inori com as resposta necessárias?
Aumentem suas apostas e arrisquem tudo!!!



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Tóquio, ainda naquele dia 03 de setembro às 18:42

Sophie desembarcou e conforme havia pedido os irmãos de Annie estavam sobre proteção da Nevidim e a casa vazia. Ela e Watari entraram na espaçosa construção com quatro quartos, dois banheiros, copa, cozinha e um grande jardim ao fundo.

— Onde devemos procurar primeiro? – ele perguntou.

— Se Annie se envolveu com o Caso e se eu a conheço bem deve ter escondido tudo de maneira que apenas eu conseguisse encontrar. – a garota de quinze anos olhou ao redor. – Vamos começar com o computador. – ela subiu até o quarto onde encontrou o notebook.

Logo de inicio pedia uma senha. Sophie pensou um instante e começou a tentar todas as que achava provável. Annie, Blair, Charlie... Hum... Va Gohg, Reije.. É um nome, disso eu tenho certeza. Ela sempre coloca o nome de alguém real, esse é o seu padrão. Será que... Sophie.. Steve... Então... Safira. O sistema android deu as boas vindas e ela começou a mexer em todas as pastas. Annie... Sempre fã das antigas, quem hoje em dia ainda tem Apple?

— Há alguma pista aí? – o homem perguntou.

— Parece que não. É muito raro a Annie não ter nada no computador, ela é uma ótima hacker e sabe como proteger seus dados. Parte do sistema de segurança do L foi criado por ela. – Sophie fechou notebook pensativa. – Tenho que me colocar no lugar dela e pensar como Annie Tabolt.

— Isso levará certo tempo. – Watari comentou. – Ela é muito imprevisível e o relógio está contra você. – a garota começou a roer a unha do polegar.

Annie Tabolt, uma ladra, uma bioquímica, uma enfermeira, uma aprendiz do L... O que e como ela descobriu? Por que escondeu? Ou será que não teve tempo de me contar? Ela sabia que ia ser pega? Droga, não consigo assimilar nada. Desde que Steve entrou para CIA, Annie deixou a mansão e Near se foi eu tenho estado assim, tenho feito mal meu trabalho. Não posso sujar o nome do L e muito menos não ser capaz, não estar à altura, afinal uma guerra ainda maior me espera a frente, não é?

— Sophie? – ela sentiu a mão sobre sua testa. – Você está bem? Parece muito pálida, está sentindo algo? Deveria examiná-la?

Examinar?... É isso.

— Não, obrigada. Watari obtenha todos os dados sobre o que Amanda Mizuho fez no dia em que desapareceu e quem ela atendeu no hospital.

— Certo.

— Providencie também uma maneira de L e Scott Tuner entrarem em contado.

— Entendido. E quanto ao hotel? Devo dar entrada em qual?

— Não. Ficaremos aqui. Este será o último lugar que o Alquimista pensaria em me procurar e mesmo que apareça aqui só tenho a ganhar com isso. – ela se levantou e andou até a estante de livros que ocupava na horizontal toda uma parede e se estendia até o teto. Havia livros sobre todos os assuntos nas mais diversas línguas.

— Devemos dizer mesmo a CIA que L tem interesse num agente especifico? Isso não levantaria suspeitas?

— Mas eu não vou falar com a CIA apenas com Scott Tuner. Nenhuma outra pessoa deverá saber desse contato. Faça com que pareça uma ligação casual, mas não o deixe saber a minha identidade. Afinal, ele só suspeita da morte do Near e quando nos deixou Annie ainda estava na Mansão como aprendiz do L então não poderá saber qual de nós assumiu o cargo, qual está falando ou mesmo se não continuamos trabalhando juntas.

— Tudo bem. Farei isso o mais rápido possível. Precisa de mais alguma coisa?

— Sim. Sei que são muitas exigências, mas por hora não podemos contar com a polícia. Não toda a corporação.

— Ao que se refere?

— Vou dizer ao Sr. Matsuda para aumentar a vigilância e manter Misa Amane sob observação constante por precaução, que eu L quero ter certeza de que ela não está envolvida. Já para os agentes da Nevidim responsáveis por Maisy Takeshi e Sayu Yagami vou pedir que as monitorem ainda mais atentamente e façam plantões na porta da casa delas.

— Ok. Mas e quanto a exigência que mencionou antes e não pode contar com a polícia?

— Isso... Encontre Fabian e faça-o falar tudo o que sabe sobre o hacker Teiden. Quero tudo referente a ele. Depois traga Inori Saito até aqui, eu vou interrogá-la. – a garota deu passos para trás ainda encarando os livros com o dedo entre os lábios.

— Como quiser. O pagamento do Senhor Fabian deve ser em que moeda e mantido em torno de quanto?

— Não. Não ofereça dinheiro. Diga apenas que Annie foi sequestrada pelo Alquimista. Isso será incentivo bastante para ele.

— Entendi. Vou reativar o sistema de segurança da casa então. Fique atenta.

— Eu estou Watari. – ela riu de canto e o homem saiu confuso, mas sorridente sabendo que a garota estava perto de resolver o enigma.

Annie... Você é muito inteligente ou muito idiota? Não, você deve ser suicida... Confia mesmo tanto assim em mim a ponto de se colocar no meio do fogo cruzado? Arriscando até deixar seus irmãos que são tudo para você? É, parece que eu subestimei seus sentimentos e confiança em mim. Tudo bem, que seja. Isso torna tudo mais desafiador e interessante. E eu definitivamente vou cumprir meu papel.

Ela cerrou as sobrancelhas olhando para os livros, encarando cada titulo, decifrando o código e obteve a mensagem.

— Caso solucionado. Agora... Falta apenas que eu execute minha jogada.

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Langley,Virginia, Estados Unidos

02 de setembro (fuso horário)

No terreno da CIA em Langley, no canto noroeste do pátio Novo Edifícios Sede, do lado de fora da lanchonete da Agência de Inteligência fica o que é considerado um dos maiores mistérios da humanidade. Uma escultura do artista americano Jim Sanborn que impressiona quem quer que passe por ali seja com seu design ou mesmo o seu código indecifrável. Essa é Kryptos, nome derivado do grego que significa escondido, o que combina perfeitamente já que é o tema da escultura de granito, quartzo e madeira petrifica.

O seu formato de tela vertical formando um S lembrando um pedaço de papel saindo da impressora consiste num texto criptografado. Este por sua vez contem as 26 letras padrão do alfabeto latino e pontos de interrogação. Há quatro mensagens enigmáticas separadas, das quais 3 foram parcialmente decifradas pela CIA.

Um jovem que acabará de atingir a maioridade e tinha cabelos castanhos claros caídos sobre os olhos puxados estava parado segurando seu copo plástico de café enquanto encarava a escultura. Muitas outras pessoas passavam por ali e parecendo já ter se acostumado não paravam para apreciar a obra, estavam muito atarefadas.

— Não devia ficar admirando muito. – Scott Tuner ouviu a voz de seu superior Samuel Wright. – Você pode acabar ficando louco. – o rapaz sorriu e fez uma saudação respeitosa.

— Acho que será preciso bem mais do que mensagens criptografadas para me enlouquecer senhor. – o homem ficou ao seu lado e olhou para a escultura.

— Krytos está aqui há cerca de 40 anos...

— Na verdade são 39 anos. Irá completar 40 daqui a dois meses, no dia 3 de novembro. – ele interrompeu sem perceber e Samuel ficou observando o rapaz fascinado com a escultura. – Não acha estranho, senhor? Essa escultura está aqui há tanto tempo e nunca foi resolvida, nem mesmo pela CIA.

— Jim Sanborn foi um grande gênio criando ela.

— De fato. Mas eu acho estranho ela nunca ter sido completamente resolvida.

— Aonde quer chegar Tuner?

— Nada de mais. Eu só não acredito que ela é indecifrável apesar do próprio Jim Sanborn confirmar que por questões estéticas ele tirou alguns elementos vitais para sua resolução. Ainda sim tem que ser possível, senão não é um enigma. Então ou foi resolvido e nunca divulgaram ou não há nenhuma charada de fato aí. – o homem bem mais velho encarou o rapaz que mais parecia um adolescente, mas era na verdade um excelente agente.

— Scott... – ele sorriu e o rapaz se virou para ele. – Você é mesmo um garoto estranho, chegar nesse lugar, num posto extremamente bom levando em conta sua idade... – Samuel suspirou. – Há pessoas que não estão satisfeitas, não se deve agradar todo mundo, na verdade é impossível, mas tente ao menos não ser odiado.

— É sobre o caso do tráfico de mulheres, certo? – ele tomou um gole do café. – Eu o respeito muito Sr. Wright e tentarei seguir seu conselho, mas não poderia jamais deixar algo como aquilo continuar.

— Sei que seus planos são muito bem pensados e executados, mas apostar na sorte como você fez, querer que os outros te sigam no escuro... Se realmente é assim o seu estilo então é melhor conquistar a confiança deles primeiro, aprender a liderá-los e então confiar neles também. – o grisalho deu um pequeno tapinha no seu ombro se retirando. – E não ficar apenas especulando ou tentando solucionar esses enigmas. Como bem disse é um dos maiores mistérios da sociedade moderna. Você não vai resolvê-la.

— Entendido senhor. – Scott abaixou a cabeça e sorriu enquanto o homem se afastava.

Kryptos... Ah! Senhor Wright, eu não estou tentando resolvê-lo, eu já fiz isso. E provavelmente não fui o único. Acontece que todos aqueles capazes de descobrir seu segredo nunca terão vontade de falar, não poderiam.

O celular vibrou em seu bolso. CONFIDENCIAL.

— Alô?

— Agente Tuner, por favor, aja como se fosse uma chamada normal. Aqui é o L. – o rapaz olhou ao redor, contornou a escultura até que ninguém pudesse ver ou ouvi-lo perfeitamente.

— Pois não?

— Primeiramente, você está sozinho?

— Sim. Quem está falando?

— Como disse sou o L.

— Ah! É. Prove.

— Seu codinome no orfanato Wammy’s House era Steve.

— Insuficiente. Muitas pessoas tem acesso a essa informação.

— Você foi aprendiz de Near.

— Hum... Então ele está de fato morto?

— É o bastante ou gostaria que eu falasse sobre seus pais biológicos?

— Annie ou Sophie?

— Não é relevante ou apropriado perguntar isso. – ele ficou um tempo pensando sobre com qual das duas estava falando. Não tinha duvida de que como a melhor entre os três Sophie devia assumir o cargo, mas não saberia dizer se era ela mesma no telefone e se Annie continuava a trabalhar com ela.

— Então como posso lhe ser útil, L?

— Acredito que esteja ciente dos assassinados ocorridos no Japão.

— O Alquimista das Trevas... É, eu soube a respeito. Seu primeiro grande caso, seja lá qual das duas for.

— Exato. É um caso complexo e inédito. Por isso tanto Sophie Miller quanto Annie Tabolt tem um favor para te pedir, aliás, te cobrar.

— O que quer que eu faça?

— Quero que me dê acesso aos arquivos da CIA.

— L... Eu sou só um mero agente da organização.

— Eu não diria isso, entrou a menos de um ano e já ocupa o segundo lugar na hierarquia.

— Certo. Sou um chefe de operações, aliás estou quase sendo promovido a supervisor. De qualquer forma são cargos baixos, se você quer acesso aos dados como o grande detetive que é, basta ligar para o presidente, certo?

— Scott... – a voz pareceu risonha. – Não se insulte assim. Você é mais esperto que isso.

— Escuta só, pela primeira vez eu estou tendo uma vida mais normal, sou grato ao que todos vocês fizeram, mas não vou colocar minha posição em risco. Principalmente se tratando de algo que nem mesmo o presidente da CIA pode saber.

— Se não fizer eu terei que hackear o sistema, isso seria terrivelmente desconfortante e vazaria para a imprensa. Como acha que as pessoas reagiriam se a maior e melhor central de inteligência e segurança fosse atacada assim?

— Está me chantageando colocando a credibilidade da Agência em xeque? Está ameaçando a CIA?

— Não, estou apenas dizendo que farei o que for necessário para resolver esse caso.

— Que tipo de arquivos você precisa? – ele suspirou.

— Sobre um antigo caso em que a Agência trabalhou em segredo com a Interpol e a KGB.

— O que? KGB? Komitet Gosudarstvennoi Bezopasnosti? – Ele pronunciou o nome perfeitamente em russo.

— Isso. O Comitê de Segurança do Estado.

— L.. Isso é muita loucura. O KGB era a principal organização de serviços secretos da União Soviética, mesmo depois que esta foi dissolvida ele se dividiu em duas outras organizações russas. Sabe... Rússia, Estados Unidos... Eles não se dão muito bem.

— Exato. O acontecido remota a época da Guerra Fria. Por isso mesmo pouquíssimas pessoas sabem sobre esses arquivos. São altamente sigilosos, talvez tenham até se perdido ou sido destruídos.

— Mas nessa época os países eram inimigos. Por que a CIA e o KGB trabalhariam juntos? Seus objetivos não era um espionar o outro?

— De fato, mas um grupo secreto e especial de ambos os lados foram convocado para dividirem informações e combater uma grande ameaça silenciosa que se alastrava pelo mundo e tinha a promessa de libertar o povo destruindo as maiores potencias mundiais da época. O pouco que sei falava sobre um ser que desafiava a lógica, o sistema e quem quer que fosse contra sua vontade. Porém o relatório que eu tenho conta apenas que no final a Rússia usou isso para obter informações e ser capaz de construir suas próprias armas nucleares e em contra partida os Estados Unidos conseguiu dados para fazer suas armas biológicas.

— Então no final das contas mesmo que só para camuflar se tratou de roubo de arquivos. Mas se isso tem a ver com o caso essa pessoa era um alquimista, é isso?

— É o que pretendo conferir.

— Então basicamente você quer que eu espione minha própria central de inteligência e assim usar a CIA para obter dados secretos não só dos Estados Unidos, mas também da Rússia.

— Isso mesmo. – O rapaz riu nervoso. – Mas veja por esse lado Scott... Você não é americano.

— Só pode ser a Annie, né... Isso é maluquice L, você tá quase me pedindo para começar a Terceira Guerra Mundial. Se isso vazar, se descobrirem meu pescoço é que será cortado.

— Então não se deixe ser pego, Turner.

Ele suspirou fundo. O que diabos eu estou prestes a fazer? Maldita curiosidade.

— Certo, me passe às instruções. – Isso é quase como cometer suicídio pensou.

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P.O.V Inori Saito

Não sei por quanto tempo dormi, mas a escuridão que eu vi pela fresta da cortina do lado de fora me dizia que havia sido tempo de mais. Hime estava em cima do guarda-roupa mordiscando alguma coisa enquanto eu me levantada. Caminhei até a porta do quarto e pude ouvir vários barulhos vindo de fora.

Sai pelo corredor e vi que Maxiez guardava todo o equipamento que havia despejado pela minha sala, pela minha casa. Eu fiquei um pouco otimista, talvez L já tivesse pego o Alquimista e assim eu estaria livre da vigilância dele.

— Inori-chan... – ele pareceu assustado ao me ver. – Desculpe por acordá-la.

— Tudo bem. – respondi. – Por que está guardando tudo? – pelo menos aquela vez a sorte tinha que está à meu favor.

— Não podemos mais ficar aqui. É muito perigoso. – ele falou no plural e eu não gostei nada disso.

— O que quer dizer? Eu não vou a lugar nenhum.

— L mandou novas instruções, parece que conseguiu estabelecer o padrão do Alquimista e não era coincidência ele deixar o corpo no Parque Yoyogi, pelo que ele falou ele sabia que você estaria lá, seria um alerta. Não entrou em detalhes, não sei muito do caso, mas tenho que levá-la a um lugar seguro.

— E onde seria isso? – ele fechou o último notebook e começou a enrolar os cabos.

— Segundo L só há um lugar onde ele não te procurariam.

— Que lugar? – instantaneamente não sei porque nem como eu pensei na polícia, na delegacia, mesmo que falsamente se eu fosse presa e ficasse sob custódia as chances de ser pega eram mínimas.

— Há um lugar em Saitama, L me mandará as coordenadas conforme formos avançando.

— O que? Saitama? Mas... Isso ainda está dentro de Tóquio.

— Hã? Inori-chan...

— Saitama é uma província localizada aqui na região de Kanto, na ilha de Honshu e faz parte de Tóquio, é como se fosse o subúrbio da capital. Ou seja, se esse tal Alquimista só mata em Tóquio ou pelo menos descarta os corpos aqui isso não tem nenhuma utilidade. – eu nem me dei conta de que estava falando num tom extremamente sério e não sei por que comecei a despejar as informações sobre ele. – No momento o mais recomendável seria contactar a polícia ou sair da região, talvez até do país. – Maxiez ficou me encarando com as sobrancelhas cerradas.

— As ordens de L são absolutas, ele sabe o que faz. – o rapaz fechou a mochila e pendurou em um dos ombros. – Vamos. – ele me segurou pelo braço.

Quebre o braço dele... — a ideia ressoou na minha mente.

Saímos apressados pelo corredor, tomamos o elevador e chegamos na garagem. Maxiez acelerou com os vidros levantados.

— Tem alguma coisa muito errada nisso tudo. – pensei alto sem me dar conta.

— O que quer dizer?

— Todas as vítimas são mulheres e estão relacionadas com a Universidade de Keio...

— Sim. Esse é o único padrão até agora.

— Não. Eu acho que é mais do que isso. – eu encarava as faixas no asfalto refletindo. – Pelo que li todas morreram de formas diferentes, em locais diferentes com transmutações diferentes. Porém... – minha mente voltava a tudo o que eu tinha lido quase como um computador que vai unindo todos os comandos a fim de abrir um programa.

— Porém? – Maxiez insistiu.

— Porém... – O cabelo da primeira vítima, o corpo de diamante, água, água e água. Droga, por que logo isso? Mas então L... Se eu estou desconfiando disso ele também deveria estar por isso me mandou pra Saitama. A não ser...— Porém há uma outra conexão que ainda não consigo enxergar, é como uma imagem desfocada eu preciso de mais uma peça pra entender o quebra-cabeça.

— Que tipo de peça, alguma informação? – eu voltei a mim e estranhei o interesse dele naquilo.

— Não sei. Acho que estou especulando demais. – me encostei no banco fechando os olhos.

— Acho que suas especulações podem estar no caminho certo. Assim que estivermos estabelecidos eu e L lhe ajudaremos nisso.

L... O melhor detetive do mundo, o cara que enfrentou Kira e o venceu, que destruiu a Yakuza, capturou Annie Tabolt e reduziu o crime mundial de forma surpreendente. Uma vez li que há boatos até de que ele controle o submundo se passando por criminoso e tem até sua própria máfia. É estranho pensar que um cara assim mande apenas um agente para me proteger. Talvez para não chamar a atenção...

— Ei, Maxiez como assim você é um agente do L?

— Hã?

— Quer dizer, ele não trabalha com as polícias do países que o contratam? E oficialmente não é membro da Interpol? – Desde que me salvou na universidade... Tudo correu tão bem, nem mesmo fomos perseguidos... Mas o pior não era isso, era aquela sensação, aqueles pensamentos ressoando na minha mente.

— Sim, mas seleciona pessoas ao redor do mundo para fazer parte do seu exército particular. Geralmente pessoas que se destacam em alguma de suas investigações.

— Então você era um policial? Me parece muito novo para isso. – ele me olhou pelo canto do olho com a pergunta.

— Não. Na verdade eu fui uma vítima. Como sou bom com computadores ele me deixou entrar.

— E o que mais é preciso pra entrar? Aposto que L não confia assim nas pessoas.

— O que você...

— Algum treinamento? Código? Regra? Juramento? – ele parou no sinal vermelho.

— Onde quer chegar?

— Que você não trabalha para o L coisa nenhuma. – eu o encarei de frente com a voz mais casual e sem expressão. – Na verdade eu acho que você está com as pessoas que me atacaram. – levei minha mão até a trava da porta discretamente. – Maxiez... Você está ligado ao Alquimista das Trevas e portanto está aqui para me matar.

O rapaz riu balançando a cabeça para os lados. Mas deu para ver em seus olhos a surpresa e o pânico.

Acaba com ele Inori!

— Você realmente viajou legal agora. Olha eu não... – aproveitei seu momento de fingimento e acertei o queixo dele com o mais potente soco que consegui destravando o cinto e abrindo a porta.

Me lancei no meio da rua onde os carros estavam prestes a arrancar por conta do sinal, ouvi ele gritar meu nome ao longe, mas não parei. Cheguei a calçada e corri. Ele não trabalhava para o L, ele era uma ameaça. Eu sabia disso, a maneira como cheguei aquela conclusão ainda era confusa em minha mente. Eu raciocinava tão rápido que sentia que estava a ponto de desmaiar.

Então entrei no primeiro lugar que encontrei, por sorte estávamos no centro de Tóquio e por ser de noite estava movimentado. Quando me dei conta estava correndo pelo shopping esbarrando nas pessoas, subi para o segundo andar e observei ao redor, depois fui até perto das escadas e olhei para baixo tentando encontrar qualquer sinal de Maxiez.

Minha cabeça doía cada vez mais, pressione as têmporas em vão, minha visão foi ficando turva até que eu acabei por me abaixar e sentar ali mesmo no chão quase gritando de dor. As imagens vinham cada vez mais rápidas em minha mente, eu iria desmaiar. Como antigamente, estava acontecendo como antigamente, eu estava fazendo aquilo de novo. Estava voltando!

— Ser um gênio as vezes não ajuda em nada. – a voz ressoou pelos meus ouvidos, mas dessa vez não era a minha. Eu ergui a cabeça e só consegui focalizar os olhos me encarando. Um verde e outro marrom. – Ter uma mente brilhante é também uma maldição. – senti a mão segurar firme meu braço e me por de pé. – Acredite eu sei.

— M-Maxiez... – minhas pernas também deviam estar fracas pois ele teve que me pegar o colo e apesar do meu conhecimento de luta não conseguia reagir.

— Você acha que eu sou o vilão dessa história. Pode ser verdade, mas eu garanto que L é tão indiferente a vida das pessoas, tão frio e calculista, tão vilão quanto eu. A única diferença é que ele veste a máscara de herói para ser adorado pelas pessoas. Eu pelo menos não sou vaidoso assim.

— O que... Por que... ?? – eu sentia as pessoas passado pela gente, mas aparentemente não estranhavam nada e embora caminhássemos parecia não estarmos ido a lugar nenhum.

— Nem todos tem sorte nesse mundo corrupto, algumas pessoas apenas são mandadas para o inferno por conta do sistema, dos malditos que estão no poder e uma vez lá só se duas opções. Morrer por sua inútil honra e princípios ou se juntar a corja dos demônios do submundo.

— Rikai... – foi a primeira máfia que me veio a mente, era no momento a única que conseguia se manter apesar do L.

— Inori-chan... – senti sua pele quente pela corrida contra a minha que devia estar gelada e pálida, sua respiração nem estava ofegante da perseguição e então ele sussurrou em meu ouvido. – Você sabe qual é a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha? – ele finalmente parou e vi que me colocava deitada no banco de trás do carro. Ele prendeu meus pulsos e voltou a falar baixo. – C'est la seule réponse qui compte. - Esta é a única resposta que importa meu cérebro traduziu automaticamente, a última coisa que captei antes de tudo escurecer.

Inori... sua idiota...


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Notas finais do capítulo

Puxa, eu demorei pra caramba não foi?
Me desculpem. Eu tive uma crise de criatividade sem mencionar que andava tão frio na minha cidade que eu não conseguia ficar no pc digitado.
Bom então eu espero que o capítulo tenha valido a pena. As coisas finalmente estão se encaminhando.
Eu criei uma rotina para me dedicar cada dia da semana a uma fanfic ou atividade no computador e se eu conseguir manter ela todas as histórias serão postadas sempre no domingo. Torçam por mim. =D

Curiosidades:
A localização mencionada da CIA e todos os dados referente a Kryptos são reais.
A KGB também é uma organização real, mas seus feitos mencionados são fictícios.
O nome do hacker, Teiden (停電) significa blackout, falha de energia.



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