Death Note: Os Sucessores - Caso Especial escrita por Nael


Capítulo 13
Parte 13: Game Over - Eis o campeão


Notas iniciais do capítulo

E então... Só resta o fim.
Não importa quem vence, quem perde, quem vive e quem morre. A única coisa importante para qualquer um é o doce amargo fim.



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P.O.V. Inori

Eu me lembro bem daquele dia. O dia em que quase morri, o dia em que quase decepcionei meus pais, o dia em que conheci Valkyrie. Eu estava no acampamento de férias e eu aceitei ir no passeio de barco. Não lembro exatamente como começou, mas as crianças começaram a gritar, tinha uma abelha, libélula, algum animal voando e os meninos começaram a mandar para perto das meninas histéricas. Numa tentativa de acalmar os nervos o monitor se virou para trás perdendo a direção e a embarcação virou.

Eu estava de colete, mas ele ficou preso numa das pontas onde se prendiam bagagens. Eu prendi fundo a respiração apavorada enquanto me debatia. Tentei nadar em direção aos outros, mas era inútil. Com o barco virado pensei que até darem por minha falta já teria me afogado. E ao contrário do senso comum eu não vi minha vida passar diante dos meus olhos, eu só conseguia pensar em como estaria magoando meus pais morrendo, em como minha mãe choraria e meu pai não teria mais ninguém para praticar francês.

Minha mãe contrariou toda a família se casando com meu pai e todos sempre nos olhavam diferentes, maldizendo e rogando praga. Quando eu nasci prematura, depois de dois abortos espontâneos, não me deram muita expectativa e a palavra de ordem é que eu era e sempre seria uma decepção. Foi nesse momento em que Valkyrie surgiu gritando que não daria razão a idiotas.

A última coisa que me lembro por nós duas foi de fechar os olhos e limpar minha mente me focando apenas no branco. E então tudo desligou. Não que eu tivesse desmaiada porque ainda mantinha a respiração presa firmemente, mas meu corpo todo se entorpeceu, se recusando a gastar energia e poupando o que havia de oxigênio. E quando tudo voltou, voltou cada vez mais nítido, mais lógico, mais fácil.

Daquele momento em diante apesar do meu pavor de tudo e fobia de água eu sabia que Valkyrie estaria ao meu lado e enquanto isso ocorresse eu sobreviveria apesar de qualquer dor.

Quando o lago se colocou na minha frente e de Faye eu me dei conta de que Valkyrie não estava ali, de que L poderia falhar, de que meus pais se decepcionariam comigo e então quando o pânico deveria se instaurar e o medo tomar conta de mim, eu suspirei fundo completamente sem receios, apenas uma insistente ansiedade e frustração. Era isso, eu não tinha Valkyrie, eu não tinha Ayato, eu não tinha L... Mas eu ainda tinha a mim. E não cederia tão facilmente.

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8 de Setembro de 2029

Shinjuku - 11:28

Maxiez seguiu separado dos outros para o próximo local indicado. Se esquivando e evitando qualquer barulho se aproximou do parque. Viu há alguns metros um homem segurando uma menininha assustada enquanto mantinha o metal da arma na sua nuca.

Eu sou...— ele abaixou a cabeça encarando os pés. – Eu já fui assim.— ele puxou a arma da cintura colocando o cartucho e mirando precisamente na cabeça do homem. Olhou o relógio no pulso e então atirou. O silenciador não deu indícios de algo errado e ele correu até a garota antes que ela pudesse gritar.

— Tudo bem, tudo bem. Vamos te tirar daqui. – Watari apareceu atrás dele estendendo a mal para a garota.

Zoye, Trevor e Will apareceram carregando as crianças desacordadas no colo. Segundo as instruções de L e graças ao satélite da CIA que ela conseguiu acesso através de Scott Tuner, os homens se posicionavam com o padrão de trinta metros laterais e dez verticais. Em suma era algo simples, havia uma grande distância na lateral do primeiro homem com o segundo, porém alguns metros acima deles, no meio desse caminho comprido havia outro. Assim se um deles fosse derrubado e a pessoa tentasse seguir em frente acabaria na linha de visão de outro.

Com isso L concluiu que o melhor seria eles atirarem simultânea e precisamente. Como eram quatro e Zoye com a arma que na verdade era uma besta tinha melhor precisão ficou decidido que Maxiez atiraria nos primeiros da frente, Will acertaria os do lado esquerdo, Trevor os dos direito e Zoye com suas flechas metálicas ficaria na mesma linha de tiro que Maxiez alguns metros a frente acertando assim o que se tornaria o primeiro da frente revezando.

Com os silenciadores e atirando em sincronia não seria possível um da lateral ver que o da frente caiu ou o do lado. As crianças assim que livres foram acertadas na nuca desmaiando e Watari juntamente com Mogi, Ide e Aizawa as levavam até as ambulâncias.

O processo de repetiu lentamente até que eles abriram caminho e conseguiram ver a cena perto do lago. Kei Yoshi estava juntamente com dois homem mais alto e de cabelos escuros e roupas de estilo clássico. Inori e Faye eram mantidas por quatro homens. E outros na mesma formação protegiam os acesos.

— Temos visão, L. – Zoye informou pelo comunicador. – Há ainda duas adolescentes aqui como reféns.

— Certo, hora da entrada. – a voz respondeu.

Sophie observava tudo pelas imagens de satélite e viu quando o vulto entrou pelas arvores seguindo em direção aos homens.

Annie... Sobreviva só a mais essa.

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Momentos antes

Sophie estava na van junto com Watari quando o celular tocou.

— Sim?

— A garota que protege Kei Yoshi é Kumiko. – ela ouviu a voz de Annie.

— Você deveria estar no hospital.

— Escute, ela é uma discípula de Reije. Estava lá antes de eu chegar e continuou depois que eu sai.

— Seu mestre de artes marciais? Hum... Isso explica a incrível habilidade dela.

— Eu nunca terminei de fato meu treinamento, mas ela sempre foi dedicada e a melhor. Não há como vencê-la num confronto sozinho e direto.

— Entendo. Terei cautela e planejarei meus passos com cuidado sobre ela.

— Sophie... – ela suspirou. – Eu acabei de roubar um carro e fugir do hospital. Me diz logo onde está e me coloque de volta no jogo. – Sophie cerrou os olhos do outro lado da linha.

— Por que se envolver agora? Por que se arriscar? Você poderia ter morrido no Matadouro e na TV Sakura. Não irei mais te envolver nisso.

— Eu poderia, mas não morri, três é meu numero da sorte. Além disso eu sou a única peça que sempre pode voltar mesmo depois de derrubada. Não pode vencer a Kumiko, Rikki seja lá como ela se chame sem minha ajuda.

— Neste caso... – ela recebeu as imagens do satélite e foi quando notou o padrão. – Faremos uma dança muito bem orquestrada.

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Annie preparou seu disfarce improvisado. Estava usando peruca, lentes de contado e ia com um casaco de capuz escondendo o rosto e colete a prova de balas. Ao chegar na frente dos homens disfarçou a voz e falou com sotaque em japonês.

— Eu sou o L, estou aqui para negociar com Kei Yoshi.

O homem deixou os dois homens e caminhou sendo seguido por Rikki até a moça. Rapidamente ela se ajoelhou abaixando a cabeça e colocando os braços na nuca.

— Eu me rendo.

Kei abriu um sorriso puxando a arma e ergueu a voz.

— O grande L se ajoelhando...

A voz do homem soou lenta e baixa na mente de Rikki que captou com o canto do olho os movimentos nas laterais. Dois vultos um de cada lado miraram nele e a moça que havia ficado para trás correu puxando a espada gritando.

— Keehl!! – ela o puxou pelo colarinho jogando-o para trás evitando duas balas em seguida desviou as outras com a espada, mas nesse processo Annie girou as pernas derrubando ele.

Os homens restantes correram em direção aos atiradores, Kei socou e chutou a ruiva fazendo o capuz cair para trás. Rikki a fulminou com o olhar e então o ponteiro marcou meio dia.

Policiais irromperam para dentro do parque e um tiroteio se formou no lado oposto. Os dois homens de roupas clássicas com máscaras cirúrgicas colocaram Inori e Faye dentro de uma pequena lancha e as usando como escudo ligaram o motor indo em direção ao meio do lago.

A luta prosseguiu. Zoye recorreu ao revolver e foi em direção de Annie, mas no caminho um homem se postou a sua frente. Rikki puxou a ruiva de perto de Kei e a jogou contra uma árvore erguendo a lâmina.

— Você... é uma vergonha para todo clã!

— Não sou eu quem esta protegendo um assassino. – ela urrou chutando a espada e um pequeno cilindro que se estendeu em um bastão.

Maxiez aproveitou a confusão e correu junto com Will para o lago, passando pela ponte saltaram a tempo caindo dentro da lancha. Totalmente amarradas Inori e Faye foram deixadas de lado e eles partiram para a ofensiva. Apesar da aparência de cientistas um deles girou no ar acertando um chute em Will que segurou seu pé e se jogou contra ele no chão.

O outro foi em sua ajuda, mas Maxiez o impediu com um soco que o fez cambalear para perto de Faye. O cientista foi acertado algumas vezes e quando Maxiez pensou que iria nocauteá-lo ele segurou seu punho cerrado com uma mão e com a outra acertou pequenos, mas precisos golpes em seu braço.

O membro do rapaz ficou formigando até se imobilizar por completo. Will conseguiu prender o outro em uma chave de braço e rolou até caírem na água. O ferimento de Maxiez começou a sangrar de novo e as cores a sua volta a se embaçar. O cientista o chutou no peito e ele bateu de encontro com a lateral da embarcação manchando o lugar com seu sangue.

Inori viu que a situação do rapaz era critica e se contorceu até ficar deitada com as costas no chão. Maxiez percebeu o movimento, mas o homem de costas para ela apenas disse em inglês encarando o rosto dele.

— Você tem belos olhos. – Maxiez trincou os dentes. O homem juntou as palmas das mãos num tapa oco. O rapaz viu Inori se virar de frente para o painel e segurou no primeiro apoio que encontrou quando ela freio bruscamente puxando a alavanca com os pés.

O homem caiu para frente e com o que lhe restava de forças Maxiez o empurrou para fora da lancha. Inori deu a partida de novo se afastando dele e Maxiez foi até os controles assumindo a direção e virando a embarcação. Desligou o motor e caiu ofegante.

— Maxiez! – Inori se aproximou vendo que ele sangrava.

— Inori. – ele sorriu. – Vocês estão bem. – ele recostou a cabeça no metal. – Que bom. – ele fechou os olhos.

Faye que havia sido jogada pelo chão se ergueu balançando os cabelos para tirá-los do rosto.

— Pessoal. – ela olhava para frente. – O que é aquilo?

Maxiez abriu os olhos se voltando para o horizonte.

— A água está congelando? – Inori ficou de joelhos. – O frio que sentimos... – ela se virou para Faye. – O furgão está lotado de nitrogênio.

— Merda. – Maxiez tentou se levantar vendo a segunda coisa mais impossível em toda sua vida. – Não parece ser nitrogênio. – vindo do horizonte os dois cientistas corriam pela água transformando a superfície ao redor em gelo assim que a tocavam. – Ele são... São alquimistas mesmo!?

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Annie bloqueou o ataque com seu bastão e empurrou Rikki para trás. Girou tirando os dois pés do chão na direção dela fazendo o metal zunir no ar. Ela também se defendeu com a espada.

— Uma traidora como você não merece viver, você desonrou nossas tradições, quebrou nossos códigos e negligenciou nossos conhecimentos. – Rikki saltou quando Annie tentou acertar suas pernas e aproveitou para chutar seu ombro.

A ruiva cambaleou e a morena se aproveitou atacando com todas as forças. Annie bloqueou por um tempo a espada, mas perdeu o ritmo tendo o tecido da jaqueta rasgado. Rikki segurou o punhal da espada com as duas mãos e se lançou certeira sobre a cabeça de Annie que ergue o bastão segurando-o firme com os dois braços sobre a cabeça.

— E quanto a você?

— Eu estou pagado minha divida, estou seguindo meu destino. Você não entenderia. – Rikki rodou tentando a lateral, mas Annie girou para o lado passando debaixo da lâmina e indo parar atrás de Rikki chutando suas costas.

Ela deu um passo para frente e com a perna de trás tentou golpear a adversária. Annie girou rapidamente, mas a morena bloqueou sua fuga acertando a espada no tronco de uma árvore. Se Annie tivesse dado mais um passo teria o pescoço cortado. Rikki puxou a lâmina e numa rasteira jogou Annie no chão.

Rapidamente subiu em cima dela e colocou a lâmina em sua garganta com força.

— Você não devia fazer isso. – a ruiva falou. – Você é uma verdadeira discípula de Reije, por que proteger um criminoso?

— Kei-sama foi o único a me acolher quando todo o clã ruiu, quando Reije caiu, quando você não estava lá!

— Foi ele!? Ele matou o Mestre?

— Não, ele tentou nos salvar. Ele me estendeu a mão mesmo com as bombas explodindo! – os olhos cheios de raiva da morena começaram a lacrimejar. – Ele me protegeu mesmo podendo perder tudo durante o ataque. Ele me ama. Então eu vou retribuir, eu vou pagar minha dívida e cuidar do K-sama! Eu farei com que ele alcance seu objetivo, se torne o número um, destrua o L e... – ela se calou sentido a fisgada na sua perna.

Annie rapidamente segurou a mão dela e afastou a lâmina do seu pescoço. A morena caiu de lado com uma adaga perfurando sua roupa e fazendo o sangue jorrar. Como boas discípulas de Kazuo Reije, com vasto conhecimento de anatomia e peritas em pontos vitais sabia que tinha atingido uma artéria.

A morena puxou a adaga, mas Annie a impediu de se levantar prensando o antebraço contra seu peito.

— Eu entendo seu senso de dever e honra com ele, por isso não pude ficar no clã, por isso sei que não posso te salvar. – a moça trincou os dentes e cerrou as sobrancelhas tentando se levantar para contra-atacar de novo, Annie puxou a espada e ficou por cima dela acertando seu peito, perfurando seu coração. – Apesar de termos tido o mesmo Mestre eu tenho... – Annie suspirou. – Ferir alguém do clã, essa será mais uma regra sua que quebro Sensei, me desculpe. – ela se levantou e encarou a moça que começou a cuspir sangue. – Além disso... Se quer matar alguém mate de uma vez, não fique apenas falando. Certo Kumiko-senpai? – ela repetiu as palavras que um dia ouviu de Rikki que fechou os olhos e apesar do sangue lhe escorrer pela boca teve tempo de dizer.

— ...Aura... ictus. – e assim Kumiko o grande prodígio do clã do metal deu seu último suspiro. Agradecida por ter partido pela sua lâmina.

Quod aura ictus, Kumiko-san! — Annie pensou, a velha frase que se diziam sobre a morte no clã em que ela viveu por um certo tempo. Que a brisa sopre.

Annie olhou em volta e viu que a situação estava sendo controlada pelos policias. Correu para o lago e viu a cena dos alquimistas. Atrás deles Kei Yoshi corria também. Ela tomou fôlego e foi em disparada ao furgão.

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Maxiez soltou as duas garotas das cordas com um canivete que encontrou. Inori deu a partida tentando chegar a margem do lago. Mas nesse instante Maxiez pode ver os homens juntarem as palmas das mãos e saltarem para frente com elas na água criando uma onda de gelo.

— Inori! – Faye gritou quando a embarcação foi atingida e todos lançados à água.

Faye e Maxiez surgiram da água e foi quando viram que Inori continuava submergida. Mergulharam de volta e viram a garota descer pro fundo. Bateram os pés com força, a garota ergueu os braços e foi pega pelos dois indo rumo a superfície. Porém a claridade do sol ficou mais fraca quando a água foi congelada.

Os três bateram com as mãos no gelo e o desespero tomou conta de todos. Do outro lado dava pra ouvir os alquimistas rindo. Um dele se abaixou puxando algo do sobretudo, um óculos de sol espelhado... Então Inori soube que foi ele que jogou o corpo no parque em Shibuya.

Eles começara a nadar paras as laterais, mas então estalactites começaram a se formar do nada e a água ficou cada vez mais gelada. Faye batia desesperadamente os braços, Maxiez tentava perfurar o espesso gelo com o canivete enquanto Inori apenas encarava as pessoas do outro lado.

O gelo debaixo d’água, as estalactites se formando com pontas mortais os cercavam. Faye perdeu as forças e acabou desmaiando, seu corpo se tornou leve sendo balançado pelas águas. Maxiez olhou para Inori que observava a amiga, nadou até ela e a puxou pelo punho. Selou seus lábios no dela dando-lhe todo o ar que ainda restava. Seus olhos monocromáticos se fechando foi a última coisa que Inori viu antes de Maxiez começar a boiar também.

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Will que havia conseguido quebrar o gelo com tiros saiu momentos antes e viu os três correndo de encontro a lancha. Pensou em ir ajudá-los, mas foi quando Annie entrou no furgão. Ele foi atrás da moça que encarava as laterais.

— O que está procurando?

— A fonte de transmissão. – ela falou se virando enquanto ele puxava o amuleto da Nevidim. – Aquilo não é alquimia, há espécies de pequenas bombas por todo o lago, mas em vez de pólvora tem nitrogênio.

— Então alguém vai explodindo as bombas e fazendo os homens acreditarem que estão transmutando a água. – ele foi ajudar a ruiva. – Só que o sinal pra isso ser preciso tem curto alcance então deve estar aqui dentro. – ele puxou uma placa do fundo de metal revelando um painel de controle.

— Não dá tempo de hackear ou localizar a origem. – a ruiva disse analisando os o botões.

— Ainda bem que tecnologia é o meu forte. – ele puxou a placa frontal deixando os fios expostos.

— Você está ensopado. – Annie puxou a adaga e cortou alguns fios. Depois apertou os botões tomando controle da situação e desativando as bombas e a emissão de nitrogênio que também se dava por pequenos robôs peixes falsos.

— Deu certo? – Annie perguntou quando policiais apareceram na porta do veículo.

— Sim, mas não vai durar muito tempo. – o homem se levantou puxando a arma e atirando três vezes na máquina. Annie que não esperava aquilo se afastou rapidamente e depois o olhou com indignação por quase ter sido acertada por um destroço. – Por precaução. – Will sorriu pra ela.

Os policiais avançaram sobre o gelo escorregadio, mas estavam distantes da cena. Os alquimistas junto com Kei Yoshi terminaram de atravessar o lago e se embrenhando entre as árvores. Mais que depressa Annie passou para a frente do furgão puxando os fios fazendo uma ligação direta e dando a partida. Ela acelerou e então quando freio foi deslizando pelo gelo que começava a rachar por conta do peso.

— Ei! – ela chamou Will passando para ele a direção, puxou ainda a arma da sua cintura e pulando para fora caiu dando uma cambalhota e viu os vultos presos.

Os olhos de Inori quase se apagando era a única visão mais clara que tinha, os outros dois estavam distantes.

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P.O.V Inori

Faye, Maxiez... Eu já havia perdido os dois quando meu ar começava a faltar também. Dessa vez mesmo com Valkyrie eu não teria chance. Eu estava morrendo seja pelo frio, pelo medo, pela dor, pela falta de oxigênio.

Me mantive perto da barreira de gelo que se iluminava com o sol a pico quando uma sombra o bloqueou. Vi os cabelos longos se agitarem quando a mulher apontou algo direto para minha cabeça. Bati as mãos no gelo me afastando para baixo apenas o suficiente. E então veio o impacto. Uma, duas... quatro balas até o gelo ceder.

Assim que vi as placas de gelo se soltarem a única coisa que consegui fazer foi tentar subir para cima, mas assim que alcancei o ar voltei a afundar já que não conseguia nadar. Minha mente estava turvada, a cabeça pesada e sentia minha consciência se perder.

Então quando afundei a água ao meu redor se agitou. Vi várias pessoas mergulhando criando bolhas de ar. Me virei para baixo e vi que iam na direção da Faye e Maxiez e torci com todas as forças que me restavam para que estivessem vivos.

A mão macia tocou meu ombro e depois me puxou pelo braço passando a outra pela minha cintura. Fui levada para cima e deitada sob o gelo. A luz me cegava quando a mulher checou meu pulso e soprou em meus pulmões fazendo-me tossir a água.

— Você vai ficar bem. – ela disse se levantando. Eu me virei para ver quem havia acabado de salvar nossas vidas, mas ela já estava andando de volta e tudo que tive tempo de captar foi uma tatuagem que parecia um emaranhado de galhos com espinhos formando o símbolo do infinito no seu tornozelo.

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Depois de alguns minutos deitada de costas tossindo Inori começou a recuperar sua energia e quando policiais apareceram para carregá-la ela se recusou até ver Faye e Maxiez também sendo levados.

Na direção oposta os Alquimistas e Kei Yoshi alcançaram uma carro escondido. Avançaram pela rua batendo nos carros dos policiais e apesar dos tiros a blindagem garantiu sua fuga. Eles ganharam a avenida, o loiro parecia furioso, mas os dois outros homens falavam em russo completamente incrédulos pela falha da transmutação. Um deles se virou para gritar com Kei que perdeu o que lhe restava de paciência.

— Cale a boca seu idiota, como se essa porcaria fosse funcionar! – ele confrontou. – Você não passa de um imbecil controlado pelo seu irmão. – ele se virou para o homem no banco do passageiro perguntando o que aquilo significava e em meio a discussão ele tirou seus olhos da pista. – Ei, cuidado. – Kei se jogou do banco de trás girando o volante enquanto ele freava.

Na frente deles uma barreira de carros da polícia em semicírculos se formava. Sob eles um helicóptero pairou. O homem passou a marcha pronto para dar ré quando mais carros apareceram cercando-os. No megafone a voz distorcida anunciou.

— Kei Yoshi, Dimitry e Kriger Petrov vocês estão presos pelos assassinatos em serie de Tóquio, formação de quadrilha, invasão de dados e sequestro.

Os três se mantiveram no carro enquanto alguns policiais se aproximavam. O telefone do painel se iluminou e a chamada se completou mesmo sem que eles aceitassem.

— Parece que você falhou, K. – a voz distorcida pronunciou de forma desapontada quando os alquimistas carregaram suas armas num jeito mecânico. – Bom... Você nunca mereceu carregar essa inicial mesmo. – o loiro ficou confuso quando os homens saíram do carro.

— Ei, o que vocês... – eles dispararam a esmo sendo acertados de volta. Kei olhava a cena pela janela quando Dimitry caiu ensanguentado manchando o vidro.

— Shirvani... – ele falou – Que diabos é você afinal? – a voz riu.

— Eu não sou o Shirvani. Depois de você, ele será o próximo. – os policiais chegaram no carro abrindo a porta a ligação foi encerrada.

Kei Yoshi colocou a máscara antes de ser levado pela polícia para o carro e evitando qualquer contato, qualquer câmera. Esse maldito... não  pode ser... — o loiro trincou os dentes. — Kira!?

Dentro do helicóptero tendo como piloto o diretor Fawkes, Sophie atendeu o chamado de Watari.

— Como foram as coisas?

— Por aqui tudo se acalmou, conseguimos salvar todas as crianças. Mas três em particular se feriram por atacar os sequestradores. Um dos garotos se lançou sobre outro para evitar que fosse morto e parecia bem preocupado.

—Hum... Elas estão bem?

— Sim, a bala pegou de raspão na garota, mas foi mandada para o hospital. Os outros dois garotos também por precaução, mas não pareceram sofrer mais que alguns arranhões. O engraçado é que... Quando perguntei seus nomes... Bom, a garota disse que se chamava Lisbeth e até ai eu não achei estranho, mas os garotos... O mais novo se apresentou como Grissom e o outro disse ser Holmes.

Sophie sorriu dentro do helicóptero.

— Parecem crianças bastante interessantes, bem espertas. – ela levou o polegar aos lábios.

— O seu plano funcionou perfeitamente.

— Não perfeitamente, os alquimistas estão mortos. Não entendi porque agiram daquele jeito, pareciam fora de si, pareciam... Bom, ainda tenho Kei Yoshi. – ela suspirou. – É Watari... Acabou. Fim de jogo.


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Notas finais do capítulo

Ao meu coração! Ú_Ú
Acabou!
Gente, não acredito.
Bom... foi ótimo escrever isso, foi revelador e fantástico.
Espero que meus queridos, Inori e Maxiez tenham se divertido também, apesar do monte de tiros, desmaios e sequestros. =P
Pra quem leu as outras fics acho que deu pra esclarecer um pouquinho de algumas coisas.
E só pra não acabar com muita ponta solta eu prometo um Epílogo. Então pode-se dizer que é um pré-final.
Obrigado por acompanharem e comentarem.
Bjs!!!



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