Estava terminando de amarrar o cadarço do meu tênis quando olho o relógio. Estou atrasado para o meu encontro com a morena mais gata que eu já vi. Ok, talvez não seja um encontro, até porque vou leva-la a um estúdio de música onde meus amigos tocam. Eles não são tão famosos, só um pouco, talvez só EUA todo os conheça... Porém pelo pouco tempo que conheço a Katniss acredito que ela não os conheça.

– Onde está indo meu amado filho Peeta? – disse minha mãe, Paula.

– Eu vou para uma biblioteca que está sendo inaugurada do outro lado da cidade. Devo demorar um pouco porque planejo passar o resto do dia estudando lá. – minto.

– Quer uma caroninha não querido? Titia Effie te leva. Você sabe que estou aqui em especial para passar o dia com você então não me venha com desculpas. – disse minha tia Effie com aquela voz estranha já se levantando para pegar a chave do carro.

– Não precisa tia. Prometo não demorar muito, teremos muito tempo para passar juntos. – Olho para o relógio disfarçadamente. 10:18. É hoje que a morena gata me mata, no mau sentido. – A senhora não vai passar um mês conosco?

– Tá bom querido, você me convenceu, porém agora eu fico mais uma semana além de um mês se sua mãe querida permitir é claro. – ela diz olhando com cara de cachorro pidão para minha mãe e é lógico que minha mãe vai deixar.

Dei um beijo na bochecha de cada uma e fui rumo à biblioteca, porém não a que eu disse à minha mãe e à minha tia, mas sim para a que eu costumo ir. Preferi ir a pé já que meu carro está com uns problemas básicos, mas que poderiam fazer com que o mesmo parasse no meio do caminho e isso não seria muito legal.

Eu havia marcado dez horas com a Katniss em frente à biblioteca e já estava, agora, vinte minutos atrasado. Espero que ela esteja lá. Hoje é seu dia de folga e a biblioteca está fechada, decidi então chama-la pra sair, ela topou, por mais difícil que eu achei que seria.

Olhei ao meu redor quando cheguei a frente ao ponto marcado e não via nada que a lembrasse ou fosse ela... Acho que acabei de acha-la...

– Gostei da sua roupa.( http://www.polyvore.com/katniss/set?id=125648284) – digo. Ela estava deslumbrante.

– Foda-se. – ela respondeu.

– Desculpa o atraso.

– Tá. Não ligo.

– Seu humor hoje está... – e fiz um sinal com o indicador e o polegar formando um círculo e os outros três dedos em pé. Ela soltou uma risada baixa. – Eu poderia elogiar o seu sorriso, mas sei que levarei um fora depois, então é melhor deixar quieto.

– Concordo. Já terminou de ler MazeRunner? – lembro-me do livro que ainda não devolvi.

– Quase.

Chegamos ao ponto de ônibus onde o mesmo já estava lá, parecendo até que, nos esperando. Adentramos e fiz questão de pagar a passagem dela e a mesma deixou claro que não me pagaria de volta. Não me incomodei, alias vim preparado pra isso. Sentamos no fundo do ônibus, com uma fileira atrás de nós para chegar ao fim do ônibus.

– Nosso passeio só está começando. – anuncio.

– Espero que valha a pena, porque foi doloroso deixar meus rocks sozinhos por muito tempo.

– Irá valer sim. Mas me fale sobre você. E o que são rocks? – aproveitarei o momento para descobrir mais sobre ela.

– Ok. Meu nome é Katniss e tenho dezoito anos. Rocks são como eu gosto de chamar meus dois cachorros.

– Me chame de Peeta, sei que você já sabe, mas nunca ouvi sendo pronunciado por você, Katniss. Prometo que não vou elogiar por ter visto seus olhos cinzentos brilhando ao falar sobre cachorros. – Vi as bochechas brancas dela ficarem rosadas enquanto a mesma olhava para a fora do ônibus através da janela, porém ainda com o semblante fechado, provavelmente me xingando de tudo quanto é nome na mente.

Silêncio.

– Adoro cachorros... – tento puxar assunto.

– Que bom... Gosto mais de cachorros do que de pessoas. – comenta.

– Não vai me perguntar sobre a minha vida? – o silêncio dela às vezes me incomoda.

– O certo é, mas eu não disse que o faria.

– Realmente você é diferente de todas as pessoas que já conheci durante o pouco tempo que já vivi. Tenho dezenove anos, esse ano faço vinte.

– Azar o seu. Já estamos chegando ao tal estúdio?

– O passeio está sendo tão chato assim?

– Sinceramente, está. A não ser a parte que falamos sobre cachorros, mas gosto do silêncio ás vezes.

– Que decepcionante! Mas com certeza você adorará o estúdio de música, até porque lá tocam os tipos de música que você gosta e...

– Cala a porra da boca, Peeta! – ela me cortou.

– Falando meu nome desse jeito eu até me calo, mas com um beijo seu seria bem melhor.

– Você sempre foi oferecido assim?

– Não sou oferecido, somente jogo meu charme quando eu gosto de alguém, e sinceramente, eu gosto de você. – ela revira os olhos cinzentos perfeitos.

Finalmente nossa parada. Descemos do ônibus e fomos andando até o estúdio que não era muito longe, mas quando estávamos virando a esquina, na mesma rua, vi minha tia Effie bem no final. Fiquei apreensivo e fiz a primeira coisa que me veio à mente. Puxei a Katniss e entrei no primeiro estabelecimento que vi. Se eu saísse correndo com a morena provavelmente achariam que eu estava sequestrando ela. Agora eu devo explicações á Katniss, mas antes preciso saber onde estou.

– Peeta, por que você me trouxe para um hotel e ainda mais correndo? – ela pergunta bravamente. Hotel? Sério? Sei que é uma situação trágica, mas estou com muita vontade de rir.

– Não me leva a mal Katniss, mas eu tenho explicações. – digo exalando uma baixa risada.

Sentamos em um banco no saguão do hotel e comecei a explicar a situação.

– Então, eu pertenço a uma família de classe media, assim, meio, digamos, alta...

– Você é rico Peeta, já entendi.

– Nem tanto. Só um pouco, mas mesmo assim minha mãe quer que eu seja um intelectual avançado...

– Nerd é o que você quis dizer.

– Então ela acha que eu estou sempre estudando e tal, mas eu curto a vida também...

– Você é maconheiro?

– Não, está louca? Eu curto no sentido que vou a festas, faço umas loucuras, assim...

– Craque então?

– Porra, para de me interromper caralho! – ela riu. – Dentes lindos.

– É baseado, já conclui.

Respirei fundo, ela esta me zuando, só pode.

– Minha tia está passando uns meses lá na minha casa e ela acha que eu estava numa biblioteca. Minha família acha que eu só estudo e...

– Eu não ligo para o que sua família acha ou pensa Peeta. Vai direto ao ponto porque você está falando demais e me fazendo falar demais o que é uma coisa que eu não estava a fim de fazer e... – Pois é, e assim nós nos beijamos. Fim. Mentira, fim nada.

– Putinho do caralho – ela sussurrou essas pequenas sujeiras em meu ouvido me fazendo arrepiar.

– O que você acha de eu alugar um quarto? – sussurrei no ouvido dela. Ela se afastou bruscamente e me puxou para fora do hotel.

– Sua tia já deve estar em casa uma hora dessas. Vamos logo para esse tal estúdio antes que eu siga o mesmo passo que sua tia.

– Eu não ligaria de você ir para a minha casa.

– Peeta, para. Eu sei que você é o típico filhinho perfeito, então para.

Se ela acha isso o problema é dela, só eu sei quem eu realmente sou.

– Pense o que quiser, porque eu não me importo. Vamos logo. – digo.

Só viramos a esquina e andamos um pouco e rapidamente estávamos lá.

[...]

O estúdio e composto por diversos instrumentos, de diferentes cores e construções. É bem grande e com as paredes de espelhos e o chão brilhando como estava, dá ainda mais forma de um país das maravilhas. Tomara que a Katniss se divirta como eu. Vejo que os olhos dela estão brilhando...

– Este é Tresh, Finnick, Johanna (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=125654469&.locale=pt-br) e Finch (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=125653209&.locale=pt-br). – apresento a ela os meus amigos cantores que por fim pararam de tocar devido minha chegada – Essa é a Katniss.

– E ae! – os quatros cumprimentam a Katniss com batidas e socos, e a típica aparência de empatia - Somos os PANEM! – disse Finch

– Você pode imaginar que o significado é pirado, anormais, novos, engraçados e misteriosos, e somos, mas este não é o verdadeiro significado. – disse Johanna, que mastigava um chiclete como se fosse uma bosta.

– Mas na verdade é em polônes, que significa Lord em inglês. – disse Tresh, o mais intelectual de todos, porém não quanto eu.

– Por você eu viraria hetero oficialmente... – diz Finnick analisando a Katniss de cima a baixo e depois depositando um beijo em sua bochecha. Filho da puta.

– Ta, ta, chega. – interrompo o momento desagradável. – O que acham de tocar? - sugiro.

– O que gosta de ouvir Kat? – pergunta Tresh. Brotou a intimidade, só pode.

– Pop rock ou só rock, de preferência. – a exigente responde.

Eles entraram na sala de vidro onde o som abafava mais, porém havia as caixas no “saguão do estúdio” onde conseguimos ouvi-los cantando Somebody To You (https://www.youtube.com/watch?v=GiYpMQdmQug), um dos melhores covers deles.

– Vocês são fodas. – afirmou a Katniss quando acabaram, mas mesmo assim estava com os braços cruzados. Sem palmas.

– Valeu! - disse Johanna com um sorriso.

– Posso mostrar pra vocês uma coisa mais foda que isso... – disse Finnick na minha direção e da Katniss. Pois é, ele é bissexual.

– Estou bem aqui, não precisa. – digo.

– Já vou. – Katniss anuncia sua saída, saindo.

– Espera gat.. Katniss. – a peço, mas já estamos, eu e ela, fora do estúdio. – Estávamos planejando de ir á uma festa depois daqui. Vamos?

– POR QUE ELE É BI? ELE É GOSTOSO PRA CARALHO! - ela diz andando para um lado e para o outro, indignada.

– Sério isso? Venho aqui para te chamar para sair com a gente para uma festa e você fala isso?

– Eu queria colocar pra fora isso e lá dentro me sufocava. Estou incomodada com alguma coisa... – ela diz de forma estranha e começa a escorrer uma lágrima de seu olho esquerdo e decido abraça-la. Infelizmente ela não corresponde e Johanna aparece.

– Katniss! Não vá. Vem se arrumar para festa comigo e com a Finch! – ela diz animada como sempre. Logo a Katniss se solta de mim e vai junto com Johanna para dentro do estúdio novamente. Decido acompanhá-las.

– Voltamos! – afirmou Johanna com um sorriso.

– Não, ainda estão lá fora. – disse Finch sem paciência e com uma careta.

– Cale a boca. Vamos festejar gente! – gritou Johanna empolgada. – Eu e as garotas vamos nos arrumar. – anuncia puxando a Finch e a Katniss, logo após adentrando uma salinha que mais parecia um camarim.

– Posso ir também? – pergunta Finnick animado. Johanna o olha com cara de desaprovação. – Poxa, só porque adoro surubas... – ele diz decepcionado e sentamos em uns bancos e começamos a conversar sobre assuntos alheios enquanto esperávamos as garotas.

[...]

Johanna – http://www.polyvore.com/johanna_cap%C3%ADtulo/set?id=143036148

Finch – http://www.polyvore.com/finch_cap%C3%ADtulo/set?id=143038246

Katniss - http://www.polyvore.com/katniss_cap%C3%ADtulo/set?id=143038811

Se quando saímos para estas festas Johanna e Finch já nos davam trabalho, imagino agora mais a Katniss e as três com estas roupas... Mas fazer o que. Vamos curtir!

– E ae? Como estamos? – diz Johanna com uma voz sexy tentando nos seduzir. Quase conseguiu.

– Prontas para me ajudarem a trocar de roupa. – diz Finnick, babando.

– Vamos logo, alias, estão muito gatas. – diz Tresh.

– Chega, vamos antes que eu desista. – Katniss diz. Já disse que a amo hoje?

O céu já se encontrava escuro. As ruas com pouquíssimas pessoas. Iríamos no carro de Tresh que era grande o bastante para carregar todos nós.

Esta festa é uma espécie de balada, aqui no centro da cidade. Todo mês tem e nós sempre vamos juntos, e agora, temos mais uma pessoa. Katniss deve gostar dessas festas, alias nos encontramos em uma tipo esta. Talvez ela já até tenha ido e eu não sei. Quem sabe rola a mesma coisa que rolou entre nós na última festa que nos encontramos, ou até mais um pouco...

Enfim já estávamos chegando. O caminho foi curto e, de fora, já se via diversas pessoas tentando entrar, algumas davam sorte de conseguir, outras não, devido ser necessário a identidade na entrada, por mais que só alguns respeitem.

Depois de dar meia volta em um quarteirão encontramos uma vaga para o carro e já combinamos que quem vai ficar sóbrio hoje é Finnick, porque é claro que alguém tem que nos trazer sãos e salvos para casa, ou pelo menos até o estúdio, onde provavelmente dormiríamos. A não ser a Katniss, mas deixa isso para o final. Quem sabe ela fica comigo esta noite...

[...]

Tornava-se até difícil se locomover devido a enorme quantidade de pessoas, mas, enfim, conseguimos chegar ao bar, pelo menos. Decidimos já começar a beber, menos o Finnick é claro.

Depois de já estarmos com os copos na mão, achamos um local reservado porém, menos lotado e ficamos conversando.

Tentei puxar a Katniss para o meio das pessoas para dançarmos juntos, mas ela não quis, até que decidiu ir ao banheiro com as outras garotas. Finnick já havia sumido, provavelmente estaria pegando alguma garota, ou garoto, e Tresh estava de conversa fora comigo.

Quando Johanna e Finch voltaram reparei que já estavam bêbadas e sem a Katniss. Achei muito estranho e fui logo perguntar onde a morena gata estava.

– Eu adoro gatos. Principalmente com asas. Quando são moreninhos melhor ainda. – Johanna disse bebadamente coisa com coisa. – Preciso abraçar uma pilastra agora. – e saiu procurando, acho, uma pilastra, porém abraçou um cara bem alto e começou a rir. Pois é, acho que a putaria começou.

– Ela foi para o segundo andar. Acho que atrás do Finnick. – gritou Finch para mim devido o som alto. Finalmente alguém responde o que eu queria.

Ah se o Finnick estiver em um dos quartos do segundo andar com a Katniss. Isso não vai dar certo.

Finalmente quando cheguei ao segundo andar avistei uma garota loira e de preto dos pés à cabeça e a segui, até que ao chegar a um dos corredores a vi sendo puxada para dentro de um dos quartos. Tentei escutar da porta o que diziam lá dentro, mas era difícil devido o barulho altíssimo. Decidi então adentrar o quarto.

Sério, eu não queria ter visto isso, muito menos saber fazer leitura labial.