Crossed Destinies escrita por masterjoca10


Capítulo 2
Capítulo 2- Sabatina


Notas iniciais do capítulo

* boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/512325/chapter/2

Eram oito da manhã e o clima já era tenso. Depois de um breve momento, todos se organizaram. A entrevista iria começar.

–Embaixadores! new york times: vocês acham que os guardiões pretendem fechar completamente os portais para o digimundo? -perguntou uma repórter com cara de curiosa.

Tai chegou perto do microfone a sua frente:

–Por mais que eles não concordem, a força humana é sim necessária no digimundo; sempre foi assim, e provavelmente sempre será. Os guardiões não podem simplesmente quebrar um elo tão forte.

–Mas eles desativaram a função do D-3 que permite acessar o digimundo não é?!disse outro repórter.

–Sim, mas só para proteger os humanos de possíveis problemas.

–Quer dizer então que os guardiões têm o direito de julgar o que é melhor para os humanos agora?

Quem se pronunciou foi o repórter do canal 11, Mackenzie Taylor, o loiro mais venenoso da história do jornalismo; ele definitivamente gostava de manchar a reputação do digiescolhidos.

Mimi sabia que Tai não gostava nem um pouco do sujeito, então tomou a dianteira.

–Não é nada disso senhor Mackenzie, eles apenas quiseram ajudar, como as nações unidas sugeriram. Infelizmente eles agiram sem o consentimento humano, mas eles só queriam proteger o digimundo.

–Mas o digimundo não foi criado a partir dos dados do mundo humano? Ele é direito nosso não é? Porque vocês escondem esse fato de nós? Estão do lado deles?

Mimi suou frio. Ela sabia que devia tomar cuidado com o que diria ao baiacu investigativo, (como gostava de chamá-lo) mas não pensou que ele seria tão dissimulado.

Izzy pensou rápido:

– Desculpe canal 11, apenas uma pergunta por repórter.

Mackenzie sentou-se com cara de quem comeu e não gostou, mas ele já havia excitado os outros repórteres, e estava satisfeito. Daqui a pouco um deles perguntaria a mesma coisa.

–Digiescolhidos! Canal da cúpula política: Os guardiões podem mudar de idéia e liberar o digimundo de forma total novamente?

Estamos trabalhando para que isso aconteça- Tai retomou a palavra.

Então estão do nosso lado? Disse um repórter na primeira fila. Mackenzie sorriu.

Tai aproximou-se do microfone para responder, mas Kari, que apenas ouvia, resolveu se pronunciar. Tai virou o rosto na direção da irmã como se estivesse prestes a encarar o próprio satã, e Izzy tremeu mais que vara verde. Sabiam que ela poderia falar algo que causasse polêmica, mesmo sem querer. Isso já havia acontecido antes.

–Querem parar de falar assim?! Não existe um lado! Estamos todos no mesmo time. Lutamos para que a paz seja estabelecida na terra e no digimundo; tanto nós quanto os guardiões. Parem de pensar dessa forma.

Ela estava com as emoções à flor da pele, odiava estar passando por aquilo.

“Parece que nenhum repórter conseguiu distorcer as palavras da Kari”. Pensou Tai depois de expirar aliviado.

–Digiescolhidos! Canal 32. O que vocês descobriram sobre os digimons desaparecidos no mundo real?

Esse era um problema cercado de mistério. Em vários países, muitos digimons, ninguém sabia o porquê, desapareciam em pleno mundo real, na frente de seus parceiros. Kari se preocupava muito com isso, e já havia indagado os guardiões sobre essa questão, mas eles disseram que simplesmente não sabiam sobre nada, ou não queriam falar. O fato é que digimons não tinham nenhuma ligação aparente uns com os outros e nenhuma pista era encontrada.

–Nós já temos uma lista com o nome desses digimons, ou pelo menos, quase todos. Nós vamos elaborar juntamente com laboratórios de pesquisa cientifica avançada, teses que expliquem esse fato, e logo mais à frente, uma solução.

Youlei respondeu amorosa, escolhendo cuidadosamente as palavras, mas não houve jeito. Mackenzie aproveitou.

– “Quase todos”! Essa é ótima: Quer dizer agora que os digiescolhidos só ajudam quem eles acham que merecem. Provavelmente digimons de gente importante e com dinheiro né?

–O canal 11 já fez sua pergunta, esta será desconsidera...- Sora tentava fingir que não foi uma acusação relevante, sendo interrompida por Tai.

– Não porque a gente não precisa recorrer a artifícios baratos e exploração da imagem alheia pra viver, quando a gente precisar, te chama. Matt teve que rir com o canto da boca, o baiacu merecia; e o moreno já tinha em Mackenzie um inimigo pessoal.

Jou colocava seus talentos de apartar briga em ação. Incrivelmente, ele achava que funcionaria: - Pessoal, vamos manter a calma e sem ofensas ok? – ele balançava as mãos em sinal de pare e tinha o sorriso de quem está com gastrite.

–No dia em que eu ganhar bolsas em faculdades de direito e na NASA só por ter um tamagoshi eu vou ter mais o que fazer- Mackenzie tinha o sorriso mais debochado do que qualquer diaboromom poderia fazer. Ele queria filmar um barraco, e Tai mordeu a isca.

Tai definitivamente perdeu a paciência e se levantou, sabia que era uma armadilha mas o sangue do coitado não era de barata.

A esse ponto, todos os repórteres já haviam feito o mesmo e a sala se transformou num cenário de guerra. Tai literalmente gritava com Mackenzie, que retrucava com palavras do mesmo calão. O resto do grupo que não estava tentando segurar Tai proferia inúteis apelos de ordem. Kari simplesmente começou a chorar enquanto Davis dava uma de ombro amigo e Kody ficou sentado sem reação. A reunião culminou com a saída dos digiescolhidos da casa branca cercados pelos repórteres em carros que os levariam a embaixada.

Meia-hora depois, a reunião já havia sido encerrada, todos já estavam em seus aposentos a morrer de constrangimento, exceto por Tai que discutia com Sora e Matt sobre a maturidade de seu ato. Kari choramingava em seu quarto e Mackenzie provavelmente editava mais uma filmagem que fazia os embaixadores parecerem desequilibrados mentais.

...

Kari desejava que a água quente do chuveiro lavasse aquela sensação. Não deu certo. Ela enfaixou-se com a toalha branca, saiu do banheiro e sentou-se na penteadeira.

Seus cabelos agora eram longos e negros. Decidiu deixá-los crescer depois que Mimi deu com a língua nos dentes e falou numa conversa usual que ela ficava cabeçuda com o corte de costume. Depois pintou de preto e cortou uma franja lateral. Sentia-se mais atraente assim, destacava seus olhos.... Mas era tudo mera futilidade; ela daria qualquer coisa para ter sua paz de espírito de volta.

Ela parou com os devaneios. Prendeu as madeixas com um rabo de cavalo, deixando de fora a franja; vestiu uma calça branca ajustada ao corpo, uma blusa qualquer, e sentou-se no pequeno sofá de seu quarto.

Pensou em ligar a TV, mas lembrou-se que o baiacu investigativo poderia estar reprisando alguma manchete deslavada enquanto não saia com as atuais, e preferiu não arriscar.

Estava rindo um pouco por dentro ao lembrar a ocasião em que Mimi apelidou Mackenzie de baiacu em TV aberta “sem querer”, quando alguém bateu à porta.

–Desculpa Davis, eu não quero falar agora!

–Não é o Davis.

Kari reconheceu a voz de Youlei e abriu a porta do quarto.

–Kari, a gente tem que pedir pra Sora mostrar a nova coleção de roupas de verão pra gente, deve estar ótima!

Youlei falava animada enquanto entrava no quarto sem ao menos pedir. Kari fechou a porta com cara de nenhum amigo.

–Olha Youlei, eu sei que você quer me animar, mas eu não quero conversar, ok?

A amiga reconheceu a tentativa falha, abraçou-a e ficou em silêncio. Ambas estavam em comum acordo de que deveriam apoiar sempre uma à outra, afinal de contas eram melhores amigas.

–Valeu pimenta!

O sorriso de Kari voltou a seu rosto.

–Credo, desencana dessa história Kari!

O apelido provinha do fato de que certa vez os embaixadores foram à África para promover uma ação social contra a fome; Sora disse que seria bom para a imagem deles; além de ser uma causa nobre.

Youlei descobriu que a tribo que iram visitar considerava bonito a cor vermelha, então decidiu ousar e tingir as mechas com um tom de vinho bem suave.

Mas além do produto deixar o cabelo de Youlei vermelho como um birdramon, ela achou de dar um esbarrão com Ken antes de desembarcar na África, ficando completamente constrangida e vermelha como seu novo look.

Ao sair do avião, um nativo apontou para Youlei e soltou uma expressão que o guia traduziu como “olhe: grande pimenta andante”, fato que nenhum dos amigos da garota JAMAIS esqueceu. A partir daí, palavras como pimenta, “peper” e vermelhinha passaram a ser vocativo da garota, que por algum motivo curioso, tem deixado o cabelo vermelho desde então.

Kari e a amiga relembravam esses e outros vexames com a intenção de esquecer os fatos de logo mais cedo, quando o celular de Youlei tocou.

–Oi Izzy, pode falar...

A expressão de Youlei ficou séria.

–Ok, em vinte minutos então, thau.

–O que o Izzy queria? Kari torcia pra que não fossem problemas.

–Ele disse apenas que é um problema e eu deveria ir no lab. De informática imediatamente.

–Como se as emoções de hoje não bastassem.

–Não deve ser nada demais. O Izzy pode ser mais dramático do que eu quando quer. Te encontro depois ok? Youlei disse enquanto saia do quarto em disparada e batia a porta. Mal sabia ela que estava tudo prestes a mudar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

deixem reviews com dicas para melhorar' e toda a ideia é bem vinda, escrevam sem medo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Crossed Destinies" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.